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PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL:

O INDIVÍDUO
E O ESTADO
Capítulo de Bartolomé Clavero em
"Happy Constitution" (1997)
BARTOLOMÉ CLAVERO
Professor de História do Direito na Universidade de
Sevilha, na Espanha

Autor de inúmeros trabalhos a respeito da


História do Direito Constitucional, Comercial
e Civil

Ele nos ajudará a entender a mudança dos conceitos


"Estado" e "Indivíduo" ao longo tempo....
M A S H O B B
H O E S
T (1588 - 1679)

Filósofo, teórico político e matemático inglês


Um dos formuladores do contratualismo, muito
conhecido como contrato social:
pacto entre homens, em que eles abdicariam
de uma parcela de sua liberdade em troca de
proteção do Estado, fazendo, então, com que a
instituição se legitime!
Obra: o Leviatã
O H N L O C K E
J (1632 - 1704)
Filósofo inglês que defendeu o empirismo em
suas teorias e se posicionou contra o absolutismo

Pai do liberalismo

Contratualista

O ser humano obedeceria ao Estado porque o


mesmo protegeria seus direitos naturais: a
liberdade, a propriedade e a vida, assim se
legitimando
PRINCÍPIO DE PERSONA
Antes do século XVII não existia a noção
de indivíduo no mundo jurídico, a
existência de cada ser humano era em
prol da composição de um estamento
social;
Portanto, persona era algo que se
possuía, o papel que cada um ocupava
dentro da sua classe, tornando
inexistente o conceito de direito
individual
A partir da posse da persona se tornava
possível, dependendo das condições, a
atuação jurídica
Thomas Hobbes, então atribui a John Locke acrescenta ao
ideia de indíviduo ao princípio contratualismo que o Estado se
de direito por sua natureza legitimaria como instituição a partir
humana e singular, da garantia da posição de indivíduo
desconectando-o do do sujeito e, consequentemente, da
coletivismo social anterior (ideia proteção de seus direitos naturais

de homem desvinculado)
Mas nem tudo são rosas...nem todos
os corpos sociais
eram possuidores desses direitos...

Era preciso ser:


- Homem
- Pai e/ou marido
- Proprietário e patrão
- Em geral, um patriarca
Sustentado, então, por tudo que vimos até agora, John
Locke defendeu que todos os lugares que não
atendessem os critérios de organização estabelecidos
poderiam ser ocupados

E assim, diversos povos localizados em outras regiões


eram vistos como não civilizados e não possuidores de
direitos políticos...fortalecendo o ideial de colonização e
dominação (como exemplo, os indígenas)
Eram chamados de VARÕES os sujeitos de direito, ou seja, os membros
da classe considerada civilizada.

Eram excluídos indígenas, mulheres, trabalhadores...etc

Portanto, a definição de Estado e Nação foi fundida em conceitos


patriarcais e excludentes, tornando somente um pedaço da população
proprietária do título sujeito de direito, podendo atuar juridicamente...

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