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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo
Ação: Ação Penal de Competência do Júri Natureza: Tribunal de Juri Data de Ajuizamento: 17/11/2022
Valor da Causa: R$ 0
Escaninho Atual: AGUARDANDO/DIVERSOS / Outros (desde 20/01/2023) Obs.: AG. GABINETE PILHA 216
Partes do Processo
Réu
SARA ALMEIDA DA SILVA
Decisão
Dispositivo :
1. Inicialmente, RECEBO a denúncia oferecida pelo Ministério Público, pois foi elaborada em
conformidade com os rigores do art. 41 do Código de Processo Penal, tendo em vista que
descreveu e qualificou com precisão os fatos criminosos imputados aos acusados, expondo-os com
todas as suas circunstâncias, não havendo razões para rejeitá-la desde logo (art. 395 do CPP).
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7. CITEM-SE os réus ALESSANDRA GAMA DIVINO, DANIEL MENEZES PIMENTA
SANTOS e SARA ALMEIDA DA SILVA, pessoalmente - os dois primeiros nas Unidades
Prisionais em que se encontram recolhidos -, para responderem à acusação, por escrito, no
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 406 do CPP, devendo, ao ensejo da citação, declarar se
possuem advogados ou se dispõem de recursos financeiros para arcar com as despesas atinentes
a honorários advocatícios, pois, caso não os tenha, será nomeado Defensor Público (art. 408 do
CPP).
8. Caso não seja localizada, cite-se a acusada SARA ALMEIDA DA SILVA, por edital.
9. Pessoalmente citados, caso os réus informem que não possuem condições financeiras
para constituírem advogados ou deixem transcorrer o prazo legal, sem manifestação, e diante da
ausência de Defensor Público designado para atuar nesta Unidade Judiciária, NOMEIO, desde já,
como Defensora Dativa, a Dra. FABIOLA SCHAIDER COSTA, OAB/ES n° 34.074, a qual
encontra-se na lista de advogados dativos interessados, cadastrados neste Juízo, para patrocínio
da defesa dos réus, devendo ser intimada para dizer se aceita o munus e, em caso afirmativo,
apresentar Resposta à Acusação, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 406, §3°, do Código
de Processo Penal, ciente que, em caso de inércia, este Juízo interpretará como recusa.
10. Com a(s) Resposta(s) à Acusação, caso haja preliminares, documentos ou requerimento
de absolvição sumária, dê-se vista ao Ministério Público, por 05 (cinco) dias e, em seguida, faça-
se conclusão.
Decisão :
Requerido: SARA ALMEIDA DA SILVA, ALESSANDRA GAMA DIVINO, DANIEL MENEZES PIMENTA
SANTOS
DECISÃO
1. Inicialmente, RECEBO a denúncia oferecida pelo Ministério Público, pois foi elaborada
em conformidade com os rigores do art. 41 do Código de Processo Penal, tendo em vista que
descreveu e qualificou com precisão os fatos criminosos imputados aos acusados, expondo-os
com todas as suas circunstâncias, não havendo razões para rejeitá-la desde logo (art. 395 do
CPP).
Com efeito, o art. 313, inciso I, do CPP, possibilita a decretação da prisão preventiva em
crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos.
Assim, no caso em tela, observo que aos denunciados fora atribuída a prática, dentre outros, do
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crime tipificado no art. 121, §2°, incisos I e IV, do Código Penal, cuja pena máxima ultrapassa o
patamar exigido pelo dispositivo processual.
Além das hipóteses do art. 313 do CPP, é cediço que, para a decretação da prisão
preventiva, deve-se demonstrar, ainda, a presença dos pressupostos do art. 312 do CPP,
traduzidos pela “garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria”.
Com efeito, as peças informativas até então disponíveis demonstram que os delitos
atribuídos aos acusados evidenciam algumas circunstâncias que merecem, ainda que se
tratando de um momento limiar da persecução criminal, serem ressaltadas, porquanto apontam,
em tese, no sentido da gravidade concreta das ações delituosas.
De início, deve-se pontuar que as peças informativas encartadas no feito noticiam que os
acusados ALESSANDRA GAMA DIVINO, DANIEL MENEZES PIMENTA SANTOS e SARA
ALMEIDA DA SILVA, supostamente acompanhados de 05 (cinco) adolescentes, utilizaram-
se de armas de fogos visando o homicídio da vítima MARIVALDO SILVA NASCIMENTO,
conduta esta que restou consumada.
Nesse contexto, pelo que consta dos autos, a ré SARA ALMEIDA DA SILVA não tinha
boa convivência com o ofendido, na medida em que este era seu padastro e
supostamente não aceitava o seu envolvimento com o submundo das drogas, havendo
informações, ainda, de que a acusada queria transformar sua residência em “boca de
fumo”, e, portanto, visando o êxito de seu intento, teria espalhado a informação de que a
vítima havia a estuprado.
Demais disso, depreende-se dos autos que o crime de homicídio teria sido
aprovado pela acusada ALESSANDRA GAMA DIVINO, notadamente porque esta estava à
frente do tráfico de drogas na região do Bairro Santa Cruz, localizado neste Município, de
modo que os crimes contra a vida passaram a ser reportados ou autorizados pela ré.
Ademais, a testemunha S.D.S., ao ser ouvida pela Autoridade Policial às fls. 31/33,
ressaltou que “os autores são DANIEL ‘da lágrima’, IGOR MONTEIRO BARBOSA, YURI
MONTEIRO BARBOSA e GUILHERMY OLIVEIRA MARTINS. Que quem mais atirou foi
DANIEL ‘da lágrima’. Que o motivo foi porque a vítima ofereceu dinheiro para poder se
relacionar com a enteada, segundo ficou sabendo”; “Que diz que é DANIEL ‘da lágrima’ é
porque ele tem uma tatuagem de lágrima no rosto. Que DANIEL MENEZES PIMENTA
SANTOS é ‘chefe’ de YURI MONTEIRO BARBOSA, GUILHERMY OLIVEIRA MARTINS e
IGOR MONTEIRO BARBOSA” e “Que DANIEL DJANILTON foi preso e a partir daí foi que
DANIEL MENEZES PIMENTA SANTOS assumiu a traficância junto com os demais”.
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Para além disso, as demais peças informativas encartadas no feito também noticiam que:
Por fim, as consultas ao EJUD indicam que a acusada SARA ALMEIDA DA SILVA:
Assim, dados concretos existentes nos autos apontam para um risco concreto de
reiteração delitiva e pela necessidade da custódia cautelar para a garantia da ordem pública.
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7. CITEM-SE os réus ALESSANDRA GAMA DIVINO, DANIEL MENEZES PIMENTA
SANTOS e SARA ALMEIDA DA SILVA, pessoalmente - os dois primeiros nas Unidades
Prisionais em que se encontram recolhidos -, para responderem à acusação, por escrito, no
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 406 do CPP, devendo, ao ensejo da citação, declarar
se possuem advogados ou se dispõem de recursos financeiros para arcar com as despesas
atinentes a honorários advocatícios, pois, caso não os tenha, será nomeado Defensor Público
(art. 408 do CPP).
8. Caso não seja localizada, cite-se a acusada SARA ALMEIDA DA SILVA, por edital.
9. Pessoalmente citados, caso os réus informem que não possuem condições financeiras
para constituírem advogados ou deixem transcorrer o prazo legal, sem manifestação, e diante
da ausência de Defensor Público designado para atuar nesta Unidade Judiciária, NOMEIO,
desde já, como Defensora Dativa, a Dra. FABIOLA SCHAIDER COSTA, OAB/ES n° 34.074, a
qual encontra-se na lista de advogados dativos interessados, cadastrados neste Juízo, para
patrocínio da defesa dos réus, devendo ser intimada para dizer se aceita o munus e, em caso
afirmativo, apresentar Resposta à Acusação, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 406,
§3°, do Código de Processo Penal, ciente que, em caso de inércia, este Juízo interpretará como
recusa.
11. Diligencie-se.
Linhares/ES, (data da assinatura eletrônica).
Juiz de Direito
Este documento foi assinado eletronicamente por TIAGO FAVARO CAMATA em 01/12/2022 às 08:29:06, na forma da Lei Federal nº. 11.419/2006. A
autenticidade deste documento pode ser verificada no site www.tjes.jus.br, na opção "Consultas - Validar Documento (EJUD)", sob o número 01-0629-8371122.
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