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Dentre os modelos de organizações propostos por Mintzberg, os que surgiram e se estabeleceram

mais recentemente, a forma divisionada e a adhocracia, são modelos de instituições moldadas em


um contexto pós-revolução industrial e para atender às condições que esse contexto impõe às
organizações.

A forma divisionada, ao contrário das outras estruturas, não constitui uma estrutura completa com
suas partes especificas, mas sim “uma estrutura superimposta em outras” (Mintzberrg,1993), as
quais podem assumir qualquer outro modelo de organização que lhes for conveniente.

A estrutura adhocratica se destaca dentre o resto por ser a única estrutura capaz de lidar
eficientemente com inovações, já que é capaz de aglutinar, de forma eficaz, especialistas de áreas
diversas em grupos de projetos ad hoc (i.e. constituídos, unicamente para a execução desses
projetos) e, portanto, ela faz da inovação a sua principal estratégia.

A autonomia é uma característica central em ambas as estruturas, porém de maneiras diferentes. As


divisões da primeira possuem autonomia operacional grande, à ponto de serem relativamente livres
para adotar estruturas organizacionais variadas que melhor se ajustem aos seus objetivos. Tendo
essa característica em foco, fica claro o porquê de o principal mecanismo de coordenação na
estrutura divisional ser a padronização de resultados, usualmente tomando a forma de metas,
especificadas pela cúpula estratégica central, a serem cumpridas pelas divisões. A estrutura
adhocratica, por ser formada por especialistas cujo trabalho é praticamente impossível de ser
padronizado, e por lidar com projetos únicos que demandam de suas equipes um trabalho coeso,
tende a se valer do ajustamento mútuo entre os especialistas como mecanismo de coordenação.

Devido à dispersão da operação da forma divisionada, o escopo de controle da cúpula estratégica é


extremamente estendido, o que faz com que a descentralização do poder seja crucial, e de fato ela
ocorre tão intensamente ao ponto de dar às divisões uma quasiautonomia total e se limitar à
implementação de padrões de resultados. A cúpula da adhocracia, devido à natureza dos projetos ad
hoc, se limita a monitorar projetos com base em especificações e cronogramas e, principalmente, a
angariar novos projetos a serem realizados.

A linha intermediária é a peça chave da forma divisionalizada, já que cabe a ela conectar a central e
as divisões e possibilitar a tomada de decisões da primeira que digam respeito à segunda. Já na
estrutura adhoc, a linha é “assimilada pelas equipes e cumpre o importante papel de realizar a
coordenação entre os times independentes” (Mintzberrg,1993).

Ao se focar no núcleo operacional dessas organizações, em relação à forma divisionada conclui-se


que ele é diverso, especifico para cada divisão e sua forma de operação, ao passo em que na
adhocracia, como dito anteriormente, ele é formado por especialistas relativamente autônomos que
trabalham em grupos com coordenação baseada em ajustamento mútuo.

A tecnocracia é pulverizada e específica de cada divisão no primeiro modelo organizacional e


inexistente no segundo. As assessorias de apoio são cruciais na gestão das divisões e as suas funções
são desempenhadas, simultaneamente à coordenação das equipes, pela linha intermediaria na
organização ad hoc.

Por fim é importante ressaltar os problemas de emergência comum em ambas as estruturas, sendo
os elevados custos administrativos e o conflito de interesses entre as divisões na primeira estrutura
e os conflitos entre profissionais autônomos que trabalham em equipes dinâmicas na adhocracia, o
que acaba resultando em tensões intragrupos, atrasos e dificuldades de entrega de projetos.

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