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RESUMO CARDIOLOGIA II

CARDIOLOGIA II: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

➔ É o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e


contínua para Doenças Cardiovasculares (DCV), Doença Renal Crônica (DCR) e
morte prematura
➔ O diagnóstico de HAS pode ser dado quando:
o PA ≥ 140 x 90mmHg em pelo menos 2 consultas
o PA ≥ 140 x 90mmHg + alto risco cardiovascular
o PA ≥ 180 x 110mmHg medida isolada

➔ Como fazer o diagnóstico adequado?

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➔ Na primeira consulta é importante:
o Confirmar o diagnóstico
o Investigar se a HAS é primária ou secundária
o Realizar avaliação de risco cardiovascular
o Investigar se há lesão de órgão-alvo
➔ Definindo metas pressóricas

➔ Tratamento não farmacológico

o Atividade física no controle da HAS


▪ O ideal é que o paciente não seja sedentário

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o Prescrição do treinamento aeróbico – Obrigatório
▪ Modalidades diversas como andar, correr, danças, nadar etc.
▪ Frequência de 3 a 5 vezes por semana. Vale lembrar que quanto
mais vezes, melhor
▪ Duração de 30 a 60 minutos por sessão. Quanto mais tempo de
duração melhor para o paciente
▪ A intensidade moderada é definida por:
• Maior intensidade conseguindo conversar, sem ficar
ofegante
• Sentir-se entre “ligeiramente cansado” e “cansado” (11
a 13 na escala de Borg 20)
• Manter a frequência cardíaca de treino na faixa calculada
por: FCtreino = (FCmáxima – FCrepouso) x % +
repouso
o Para % usar 40 como limite inferior e 60% como
superior
▪ Onde a FC máxima deve ser obtida num teste ergométrico
máximo, feito em uso dos medicamentos regulares, ou pelo
cálculo da FC máxima prevista pela idade (220-idade)
▪ Essa fórmula não pode ser usada em indivíduos hipertensos com
cardiopatia, em uso de betabloqueadores ou inibidores de canais
de cálcio não dihidropiridínicos.
▪ E a FC em repouso deve ser medida após 5 min de repouso
deitado

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➔ Tratamento farmacológico

o Intuito de reduzir a morbimortalidade cardiovascular e com ação


nefroprotetora
▪ IECA

• Os principais efeitos colaterais são a tosse, angioedema,


hipercalemia, declínio inicial da função renal, piora de
função renal se estenose bilateral de artérias renais (ou
unilateral em rim único)
• Exemplos dessa classe são: captopril, enalapril e ramipril
▪ BRA
• Os efeitos colaterais são a hipercalemia e deve ter
cuidados semelhantes ao IECA
• Exemplos dessa classe medicamentosa são a losartana,
valsartana e candesartana
▪ Tiazídicos
• Utilizado para a excreção de sódio e diurese. Possui ação
vasodilatadora ainda pouco esclarecida
• Os exemplos são a clortalidona (preferível) e a
hidroclorotiazida
o
• Efeitos colaterais principais são a hiperuricemia (gota),
hipocalemia e hipomagnesemia (arritmias)
▪ Espironolactona
• É usada para HAS resistente, mas é necessário cautela

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pois pode desencadear quadro de hipercalemia
▪ Furosemida
• É utilizada para pacientes com doença renal crônica
(TFG<30) e insuficiência cardíaca
▪ Bloqueador de canal de cálcio

• Possui ação redutora da resistência vascular periférica


por diminuição da concentração de cálcio nas células
musculares lisas vasculares
• Os efeitos colaterais mais frequentes são a cefaleia,
tontura e rubor facial
• Dihidropiridínicos
o São seletivos, vasodilatadores e possui ação
mínima sobre a contratilidade miocárdica
o Exemplos da classe são o anlodipino e o
nifedipino
o Pode dar edema de MMII
• Não-dihidropiridínicos
o São não seletivos, possui menor potência
vasodilatadora, promove a inibição sinoatrial e
atrioventricular
o São exemplos o diltiazem e o verapamil
▪ Betabloqueadores

• Não é primeira escolha para a HAS


• Promovem a diminuição do débito cardíaco, da secreção
de renina e das catecolaminas nas sinapses
• Possui distinção entre seletivos X não seletivos e muda
o efeito hipotensor de cada um deles
• Efeitos colaterais são os broncoespasmos, bradicardia,
distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição
periférica, intolerância a glicose e piora do perfil lipídico
• São exemplos o carvedilol, atenolol, nebivolol e o
propranolol
▪ Agentes centrais

• São exemplos a metildopa e a clonidina


▪ Alfabloquadores

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• São exemplos a doxazosina e prazosina
• Pode ser usada na hiperplasia prostática benigna
▪ Vasodilatadores diretos
• São exemplos a hidralazina e o Minoxidil

• A hidralazina pode ser utilizada também em pacientes


com insuficiência cardíaca
➔ Definições
o Hipertensão resistente é a PA de consultório não controlada apesar do
uso de três ou mais anti-hipertensivos em doses adequadas, incluindo-
se preferencialmente um diurético, ou controlada em uso de quatro ou
mais medicamentos
o Hipertensão refratária é a PA de consultório não controlada apesar do
uso de cinco anti-hipertensivos, incluindo um diurético tiazídico e
espironolactona

HAS➔secundária

➔ Sinais de alerta para investigar HAS secundária


o Paciente com difícil controle pressórico mesmo sendo medicado
adequadamente
o Extremos etários
o Fenótipo que indique condições a exemplo da
▪ Síndrome da apneia-hipopneia do sono
▪ Hiperaldosteronismo primário

▪ Doença renovascular
• Investigar quando houver sopro abdominal, EAP repetição,

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piora da função renal em uso de IECA/BRA
• As causas são diversas, a exemplo da doença aterosclerótica
em pacientes mais idosos, doença do tecido fibroso em
pacientes mais jovens
• Diagnóstico é dado por meio do doppler de artérias renais,
angioTC/RM, arteriografia renal

▪ Coarctação de aorta

• Suspeita em casos de PA e pulsos reduzidos em MMII e


pode haver diferença pressórica em membros
• Investigar com ECO e/ou angioTC de tórax
▪ Síndrome de Cushing

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• Investigar em casos de ganho de peso, hirsutismo, fáceis
de lua cheia, obesidade central, estrias violáceas
• Diagnosticar através do cortisol salivar e urinário nas
últimas 24horas, realizar testes de supressão com o
cortisol matinal basal e matinal 8h após dexametasona
(24h) e pode ser feito também exames de imagem a
exemplo da RNM
• O tratamento depende da causa
▪ Feocromocitoma

• Paciente com história de hipertensão paroxística com


cefaleia, sudorese, palpitações
• Para o diagnóstico deve ser dosado as metanefrinas
plasmáticas e urinárias, catecolaminas séricas e realizar
TC e RM
• Tratamento é cirúrgico
▪ Tireoideopatias
▪ Hiperparatireoidismo

Emergências
➔ hipertensivas

➔ Edema agudo de pulmão


o Se diferencia da insuficiência cardíaca aguda perfil B pois possui instalação
mais abrupta/aguda e pode ter causas sem alteração vascular, a exemplo da
hipertensão renovascular
o Tratamento é basicamente com

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▪ Vasodilatador endovenoso como o nitrato (nitroprussiato,
nitroglicerina) e furosemida endovenosa em dose alta (0,5 – 1
mg/kg)
▪ Manter decúbito elevado e pernas pendentes
▪ Oxigenioterapia e quando necessário utilizar VNI
▪ Morfina, apesar não ser mais amplamente utilizada
➔ Pseudocrise hipertensiva
o PA elevada em contexto de sintomas inespecífico
➔ O tratamento é baseado na queixa do paciente, então não deve ser utilizado anti-
hipertensivo no PS, pois a elevação da PA é uma resposta a um outro contexto
➔ Urgência hipertensiva
o PAD ≥ 120mmHg sem lesão de órgão alvo aguda
o Pacientes com doença coronariana crônica que pode ser um aneurisma
de aorta, AVC prévio, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica
o O tratamento é feito com anti-hipertensivo VO e reavaliação
ambulatorial precoce
➔ Emergência hipertensiva
o PAS ≥ 120mmHg com lesão de órgão alvo aguda e progressiva
o O objetivo é reduzir a PA o mais rápido possível
o Pacientes com dissecção aguda de aorta, infarto agudo do miocárdio,
angina instável, edema agudo de pulmão, HAS acelerada maligna,
encefalopatia hipertensiva, AVCi, AVCh, HSA, síndromes
hipertensivas na gestação
o O tratamento deve ser feito o mais rápido possível com anti-
hipertensivo IV e internação hospitalar, na tentativa de controlar PA e
evitar a progressão da lesão de órgão alvo
o Nos casos de AVCi, AVCh e HSA não necessariamente precisa ter o
controle total da PA vai depender do caso e contexto

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