Você está na página 1de 29

ZOOLÓGICOS X SANTUÁRIOS

UMA ABORDAGEM HISTORICA, FILOSÓFICA E JURÍDICA

Letícia Filpi

Advogada vegana, formada em Direito Ambiental pela PUC/SP


coordenadora do Gaav—grupo de Advogadas Animalistas Voluntárias
gaav.animalista@gmail.com
@gaav.animalista
@marialeticiafilpi
HISTÓRIA

O homem tem mantido animais selvagens em cativeiros por milhares de anos . As primeiras coleções de animais selva-
gens mantidos em cativeiro remontam vários milênios na Índia, China e Japão. Um dos exemplos mais antigos data de
5,5 mil anos no antigo Egito. Sabe-se que mantinham em cativeiro hienas, macacos e antílopes de diversas espécies .

O Zoológico de Schonbrunn, na Áustria, foi construído pelo imperador Francisco I em 1752 e iniciou uma nova era no
conceito de zoológicos em termos de arquitetura de recintos, paisagismo e manejo de animais.

Em 1826 foi fundada a Zoological Society of London, que construiu um zoológico de 16 alqueires no Regent Park, onde
ainda se encontra o London Zoo. O principal objetivo era identificar novas espécies de animais que pudessem ser ex-
ploradas comercialmente pelo ser humano. Os animais passavam o dia assustados. Ou entediados, frustrados. Privados
de todas as suas atividades naturais, desenvolviam patologias psíquicas, comportamentos estereotipados ou anormais.
Estes comportamentos ainda podem ser observados em animais cativos hoje em dia: Animais que apresentam com-
portamento repetitivo, andando de um lado para o outro da cela. Animais que se alimentam de suas próprias fezes.
Animais que tentam cavar no concreto. Elefantes que balançam a cabeça, macacos que se masturbam compulsivamen-
te, papagaios que se automutilam . . .

A diversão justificou a criação dos primeiros zoológicos .


Já nas primeiras civilizações, animais selvagens eram transportados vivos de regiões remotas para serem utilizados co-
mo moeda de troca por outros itens. Na civilização mesopotâmica, por exemplo, onde o comércio de itens de sobrevi-
vência já havia atingido certa robustez, itens de luxo e entretenimento também tinham seu mercado, entre eles animais
vivos.

Não raro os nobres e comerciantes abastados adquiriam leões ou outros animais, os quais mantinham como símbolo de
status, riqueza ou poder. Quanto mais exótico, feroz ou raro, melhor era.

Nas palavras do biólogo Sergio Greif:


“O propósito educacional dessas coleções também era distorcido. Elas não ensinavam um senso de reverência pela vi-
da, pelo contrário, ensinavam que a beleza podia ser roubada e mantinha encarcerada. Animais exóticos sempre atraí-
ram multidões, mas isso nada ensinava em relação ao que eles realmente eram. As pessoas não viam os animais como
eles são, mas reflexos do que eles são. Acima disso, animais eram vistos como caricaturas de nós mesmos, seres huma-
nos imperfeitos, que estão enjaulados para nos fazer rir e nos lembrar de nossa própria superioridade. “
No Brasil, Após a transferência da família real e da corte portuguesa para o Brasil, D. João VI, escreveu,em 1819, para o
governador de Angola exigindo que todos os navios que partissem para o Brasil deveriam trazer “um viveiro de pássa-
ros esquisitos”. Entre 1819 e 1823 ele recebeu 762 pássaros vivos, mas milhares chegavam mortos. D. João VI pediu
também 6 zebras, para diversão dos príncipes, mas elas morriam no caminho

.
Recentemente, se assistiu a um aumento de empreendimentos particulares tanto na exposição temática de animais ter-
restres como de aquáticos, junto a novos e bem organizados aquários. Hoje, são mais de 120 zoológicos e aquários dis-
tribuídos por quase todos os estados brasileiros, instituições estas que recebem mais de 26 milhões de visitantes por
ano e são responsáveis pela manutenção ex-situ, fora do lugar de origem, de cerca de 40 mil exemplares da fauna sel-
vagem.

Assim, zoológicos de pessoas possuíam vilas que representavam fragmentos de uma aldeia ameríndia ou africana, ou
alguma cidade asiática. E seus “habitantes” deveriam entreter os europeus com seus costumes peculiares ou deixando
tocar seus corpos tão diferentes.
Zoológicos humanos

Seguindo a lógica da diversão com o aprisionamento de seres considerados diferentes ou exóticos, o século 19 teste-
munhou a criação de zoológicos humanos, que duraram ate 1957.

Pessoas pertencentes a várias etnias eram exibidas em zoológicos e coleções itinerantes, de forma degradante, para
satisfazer a curiosidade de um público pagante.

Exposições coloniais mostravam ao público europeu frações dos hábitos de vida dos povos conquistados, por esse mo-
tivo, esses zoológicos reproduziam as vilas de onde essas pessoas haviam sido tiradas. E exemplares desses grupos
eram ali mantidos com suas roupas tradicionais desempenhando atividades que seriam típicas de sua cultura
ABORDAGEM FILOSÓFICA

É JUSTO O APRISIONAMENTO DE SERES SENCIENTES HUMANOS E NÃO HUMANOS?

Jamais é justo aprisionar seres que nasceram para viver em liberdade. A liberdade é condição sine qua non para a
dignidade de qualquer que pensa, sente, sofre e é um fim em si mesmo. Animais não nasceram para o benefício hu-
mano, a função deles é viverem de forma livre, equilibrando a vida na Terra

ATÉ QUE PONTO A JUSTIFICATIVA DA CONSERVAÇÃO DAS ESPECIES OU DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL É VALIDA?

A vida dos animais têm valor moral em função da sua subjetividade, que é fruto da senciencia.

Todo ser vivo animado ou inanimado tem valor moral na medida em que valoriza a sua própria vida , por si e em si
mesma.

Todo organismo vivo persegue seu próprio bem conforme sua própria natureza.

Os animais, além de perseguirem seu próprio bem e valorizarem a própria vida, possuem sentimentos e disfrutam de
estados mentais e isso, além de ter um valor moral, deve ser eticamente considerado, afinal, a ética começa pela em-
patia (se colocar no lugar do outro).

Ética: diz respeito ao tratamento justo com relação ao outro. Quando nossas condutas afetam o outro, devemos nos co-
locar em seu lugar, para avaliar nossas atitudes. Preocupar-se com o outro é a base do agir ético. Preocupar-se envol-
SERÁ QUE O DESRESPEITO AOS DIREITOS INATOS DOS ANIMAIS À VIDA, LIBERDADE E BUSCA PELA FELICIDADE
SUSTENTA O ARGUMENTO DA CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES?

Animais humanos e não humanos possuem os mesmos direitos inatos ao seu nascimento com vida, por serem todos
dotados de senciência e vida autônoma.

Para o filósofo americano Tom Regan, “animais são sujeitos de uma vida”, ou seja, um fim em si mesmos. Para o filósofo,
não nenhuma justificativa para enjaular animais. “Não precisamos de jaulas maiores, precisamos de jaulas vazias

A senciência é a capacidade de inteligência , autoconsciência e sentimentos. Todo ser senciente precisa ser feliz para
atingir sua missão no planeta Terra e a felicidade só se completa com a liberdade. Liberdade de escolha, liberdade fí-
sica, liberdade psíquica e espiritual.

Os animais possuem direitos inatos porque eles não estão à toa no meio ambiente a missão de cada individuo é a de
equilibrar a vida. Em cativeiro, os animais não servem pra nada além de satisfazer a mórbida curiosidade humana.

A lógica dos zoológicos é usar o animal para atrair público e lucrar, ou seja, existe uma objetificação de indivíduos que
não se justifica.

Fora o intercambio de animais, a venda, a troca e os empréstimos, práticas que trazem angústia, principalmente para
os animais que vivem em sociedade na natureza.
A SENCIENCIA ANIMAL

O documento cientifico mais importante de comprovação da senciência dos animais é a Declaração de Cambridge de
2012:

"A ausência de um neocórtex não parece impedir que um organismo experimente estados afetivos. Evidências
convergentes indicam que animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neuro-
fisiológicos de estados de consciência juntamente como a capacidade de exibir comportamentos intencionais.
Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos
neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e as aves, e mui-
tas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem esses substratos neurológicos".

Até hoje, essa descoberta nunca foi refutada.


ANTROPOCENTRISMO X BIOCENTRISMO

O ser humano não é medida de todas as coisas, pois todas as teorias de superioridade da raça humana foram inventa-
das pelo próprio ser humano. O opressor cria as teses que legitimam sua opressão, de modo que nada o legitima a ter
poder de vida e morte sobre outros terráqueos.

Todas as teorias de superioridade foram derrubadas ao longo dos anos a começar pelas teorias Darwinianas.

Cada espécie animal tem sua própria dinâmica e a superioridade tecnológica não pode ser subsidio para a apropria-
ção e exploração de outras formas de vida.

Nos vídeos a seguir, vemos animais vivendo seus desafios cotidianos, conflitos familiares, morais, relações afetivas,
uso de ferramentas, as demonstrações de gratidão , angustia e preocupação.

Tudo isso comprova a igualdade moral entre todos os animais terrestres, humanos e não humanos. O fato de terem
uma vida autônoma, independente da existência ou da ajuda humanas traz a certeza de que os animais não foram fei-
tos para servir à raça humana e, muito menos, que temos o direito de escolher como eles vão viver.
Zoológico do Rio de Janeiro: zoológico de Pequim:

Zoológico de Moscou: Henry Doorly Zoo—EUA:


ZOOLÓGICOS NÃO EDUCAM

A simples naturalização do cárcere já deseduca o público. Naturalizar o confinamento para visitação humana ensina
que a crueldade é necessária e que os animais, para serem conservados precisam viver em confinamento, com suas
necessidades supridas sob o ponto de vista humano, sem que se considere as capacidades racionais, emocionais, espi-
rituais e psíquicas dos animais. O foco é apenas no estado físico do animais, como se ele fosse desprovido de psique.

Apesar dos zoológicos tentarem transmitir uma imagem diferente dessa realidade, os animais ainda são retirados à for-
ça da natureza. Em 2003, autoridades do Reino Unido permitiram que 146 pinguins fossem capturados no Atlântico Sul
e tivessem que enfrentar uma viagem de 7 dias de barco, como mercadorias. Os que sobreviveram foram dados a um
vendedor de animais selvagens na África do Sul, para serem negociados a zoológicos da Ásia. Quem vê os animais em
um zoológico não enxerga esse calvário pelo qual os mesmos (ou seus antecessores) certamente passaram.

Em 2010, o Zimbabue planejou capturar dois indivíduos de cada espécie de mamíferos que viviam no Hwange Natio-
nal Park incluindo leões, chitas, rinocerontes, zebras, girafas e elefantes, para enviá-los a zoológicos da Coréia do Nor-
te. Felizmente o plano foi interrompido, mas isso ocorreu mediante muita pressão de diversas organizações internacio-
nais de direitos animais. (fonte: www.projetogap.org.br)
Sem prejuízo disso, a visitação humana retira desses prisioneiros a privacidade, a naturalidade e o conforto do silencio.

Sem a privacidade o resto de dignidade que lhes restou se desintegra por completo. São expostos à curiosidades de
outros seres que não os entende , muitas vezes, não os respeitam.

O publico os percebe como entretenimento, não se compadece de sua dor porque ver um ser apático e aprisionado
promove uma sensação de superioridade na plateia de curiosos. Os animais não se comportam de modo natural pelo
simples fato de estarem confinados. As pessoas podem aprender mais sobre animais selvagens assistindo a documen-
tários que mostrem os mesmos em seus habitats ou realizando expedições específicas para observar esses animais na
natureza.

A visitação não se justifica sob nenhum argumento e a crueldade nunca é necessária.


A CONSERVAÇÃO DAS ESPECIES A PARTIR DA PRESERVAÇÃO DOS SEUS HABITATS NATURAIS

Segundo a especialista em ética animalista, Sônia T. Felipe:


“Se for mantido para o resto de sua vida nesse cativeiro, perderá sua alma.

Se for solto depois de algum tempo num ambiente estranho, terá de refazer seu aprendizado para poder sobreviver. Se
seus descendentes não tiverem a oportunidade de aprender com ele/ela a sobreviver com os recursos naturais e soci-
ais próprios de sua espécie, de nada adiantará ter preservado apenas sua bagagem genética.

Ao contrário do que costuma ser afirmado ainda por muita gente, a mente dos animais, analogamente à nossa, se cons-
titui na liberdade física que o animal exerce de mover-se para autoprover-se num ambiente onde os limites desse mo-
vimento não são impostos seguindo um padrão que interessa aos propósitos humanos. A inteligência dos animais con-
finados se esvai assim que eles não podem mais usá-la para se autoproverem e proverem os seus.”

POR QUE É CRUEL O CONFINAMENTO

Animais possuem vontade própria e consciência de si mesmos.


Precisam da liberdade física para tomar suas próprias decisões e cumprir sua função ecológica.
O confinamento separa os animais de seus pares, de sua família, da natureza.
Zoológicos geralmente se localizam em áreas urbana, poluídas e barulhentas, longe das florestas.
Animais confinados são comprados, vendidos e trocados, há um intercâmbio de animais entre os zoológicos.
DO DIREITO ANIMAL

O primeiro direito posto dos animais no ordenamento jurídico brasileiro é o de não sofrer crueldade—art 225, §2, VII.

Para um ser que tem a capacidade de fazer escolhas próprias , o primeiro ato de crueldade é a afronta à sua liberdade,
o confinamento.

Dos direitos inatos—vida digna, liberdade, dignidade e busca pela felicidade—O direito natural
Peter Singer, em Ética Prática, ao defender que os animais dotados de sensibilidade e consciência, animais sencien-
tes, sejam tratados com o mesmo padrão de respeito dispensado à dor e ao sofrimento de seres da nossa espécie, pro-
põe a expansão do círculo da moralidade para incluir interesses até então considerados exclusivos dos membros da
espécie humana. O princípio da igual consideração de interesses semelhantes, proposto por Peter Singer, funda-se so-
bre o argumento de que as diferenças na aparência são irrelevantes à experiência da dor, como algo intrinsecamente
mau para quem a sofre.

Os ordenamentos jurídicos humanos têm a obrigação moral de reconhecer os direitos inatos dos animais. Só que, para
isso, todo a exploração teria que, necessariamente, ser abolida

Nenhuma lei da natureza nos legitima a tirar a liberdade de outros terráqueos, sendo que os ordenamentos deveriam
proteger os animais da ação humana.

Ocorre que, em todo o mundo, as leis apenas protegem os animais da crueldade humana, que é apenas o exaurimento
do desrespeito à sua liberdade e individualidade.
Das leis referentes a animais de zoológicos e o especismo inserido nelas:

Especismo: é a crença infundada na superioridade de uma espécie sobre as outras. No caso, nós humanos acreditamos
que somos superiores por razões que nós mesmos criamos: religião, leis, fatores culturais ou fatos ilusórios como a ca-
pacidade de sentir. Por muito tempo, acreditamos que éramos os únicos seres capazes de sofrer, sentir e pensar.

Assim como o racismo, o machismo, a xenofobia, a homofobia, o especismo não se justifica.

LEI Nº 7.173, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983. - lei que regula os zoológicos


Art 1º - Para os efeitos desta lei, considera-se jardim zoológico qualquer coleção de animais silvestres mantidos vivos
em cativeiro ou em semi-liberdade e expostos à visitação pública. (termos especistas: “coleção”, “expostos” “visitação
pública” “cativeiro”)

Art 2º - Para atender a finalidades sócio-culturais e objetivos científicos, o Poder Público Federal poderá manter ou au-
torizar a instalação e o funcionamento de jardins zoológicos. (as finalidades não incluem a preservação, conservação
ou o bem estar físico e psíquico dos animais)

Art 7º - As dimensões dos jardins zoológicos e as respectivas instalações deverão atender aos requisitos mínimos de
habitabilidade, sanidade e segurança de cada espécie, atendendo às necessidades ecológicas, ao mesmo tempo ga-
rantindo a continuidade do manejo e do tratamento indispensáveis à proteção e conforto do público visitante.
(“requisitos mínimos de habitabilidade””proteção e conforto do público”)
Art 11 - A aquisição ou coleta de animais da fauna indígena para os jardins zoológicos dependerá sempre de licença
prévia do IBDF, respeitada a legislação vigente.

Art 12 - A importação de animais da fauna alienígena para os Jardins zoológicos dependerá:

a) do cumprimento do artigo 4º da Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967;

b) da comprovação de atestado de sanidade fornecido por órgão credenciado do país de origem;

c) do atendimento às exigências da quarentena estabelecidas pelo IBDF;

d) da obediência à legislação em vigor e aos compromissos internacionais existentes.

“aquisição” - animais serão comprados, vendidos, trocados e permutados, objetificados.

Art 15 - Os jardins zoológicos poderão cobrar ingressos dos visitantes, bem como auferir renda da venda de objetos,
respeitadas as disposições da legislação vigente.

Art 16 - É permitida aos jardins zoológicos a venda de seus exemplares da fauna alienígena, vedadas quaisquer transa-
ções com espécies da fauna indígena.

§ 1º - A título excepcional e sempre dependendo de autorização prévia do IBDF poderá ser colocado à venda o exce-
dente de animais pertencentes à fauna indígena que tiver comprovadamente nascido em cativeiro nas instalações do
jardim zoológico.

§ 2º - Nos mesmos termos do parágrafo primeiro deste artigo poderá o excedente ser permutado com indivíduos de
instituições afins do país e do exterior.
DOS SANTUÁRIOS PARA ANIMAIS

Essas instituições não tem fins lucrativos e fazem um trabalho importantíssimo ao acolher animais que foram vítimas
de maus-tratos e que não conseguiriam sobreviver na natureza.

Os santuários, muitas vezes, oferecem suporte aos órgãos oficiais brasileiros (IBAMA, Polícia Militar Ambiental, Polícia
Federal, Defesa Civil, Secretarias do Meio Ambiente, entre outros), 24 horas por dia no acolhimento de animais silves-
tres, exóticos e domésticos, oriundos de apreensões, resgates em situação de risco ou crime ambiental (circo, rinha,
desmatamento, queimada, tráfico, ritual, abandono, indústria da pele, etc.).

Santuários são classificados na lei como mantenedouros de fauna, não possuem fins lucrativos e seu objetivo é forne-
cer uma vida digna a animais que não podem mais viver em liberdade por terem sido explorados, maltratados e, mui-
tas vezes, retirados de biomas de outros aíses, não podendo mais ser reintroduzidos na natureza.

Não há visitação pública, nem cobrança de ingressos, Santuários vivem de doações, parcerias e patrocínios.
Santuários podem acolher desde animais domésticos até espécimes de animais selvagens exóticos.
Santuário Terra dos Bichos: Santuário Lions Rocky—Africa do Sul:

Santuário Vale da Rainha—Brasil: Santuario Lola Ya Bonobos—Africa:


O Rancho dos Gnomos é um exemplo de santuário que acolhe animais exóticos, vindos de circos, zoológicos e situa-
ções diversas de maus tratos.

Como exemplo , temos a historia dos leões Bagua e Timbó:

Bwana Park, localizado no Rio de Janeiro, era um local de visitação pública com animais expostos. Características: re-
cintos, alimentação, cuidados e tratamentos em condições bastante duvidosas. Conclusão: o Ministério Público interdi-
tou o tal parque ao constatar que lá havia dezenas de animais mortos. Os poucos animais sobreviventes, entre eles um
casal de leões, foram encaminhados para o Rio Rural, uma propriedade particular onde era permitida a visitação públi-
ca. Não houve nenhum planejamento nem preocupação em esterilizar o leão para evitar reprodução. O casal de leões,
assim, acabou se reproduzindo. O macho matou dois dos quatro filhotes por estar em situação de extremo estresse,
confinado e com fome.

Em 12/05/2002, técnicos do IBAMA chegaram ao Rancho dos Gnomos, às 5 horas da manhã, trazendo os dois adoráveis
e assustados leõezinhos. Hoje, eles vivem em um recisto de 1000m² longe do contato com o publico
SANTUARIO DE ELEFANTES BRASIL—O CASO BAMBI

Bambi é uma elefanta de 54 anos que foi explorada em circos e depois, transferida a zoológicos.

Até o ano passado, vivia no Zoológico municipal de Ribeirão Preto, em um recinto de 1.800m², que dividia com Mason,
outra elefanta. Apática, estressada e com problemas nas patas pela falta de espaço para caminhar, Bambi estava em es-
tado de extremo sofrimento. Esse fato levou o Poder Judiciário a determinar a trnsferencia dela para o SEB—
SANTUARIO DE ELEFANTES Brasil, onde vive hoje.
As fotos mostram a diferença da vida nos dois locais:
Bambi no zoológico:
A vida de Bambi no Santuário de Elefantes Brasil—1.200 hectares de mata nativa onde os elefantes ficam soltos, junto
com outros resgatados. Não há visitação, comércio,
troca, permuta ou nenhuma forma de objetificação
desses animais:
Fontes:
Aula Unifesp sobre direito animal, ministrada por Letícia Filpi

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/l7173.htm

O legado de Humpry Primatt—Dra. Sonia T. Felipe

”(REGAN, T. Jaulas vazias: encarando o desfio dos direitos animais. Tradução de Regina Rheda. Porto Alegre: Lugano, 2006. p. 75. )

www.aserg.org.br
https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/02/26/em-defesa-de-especies-ameacadas-ativistas-dao-argumentos-a-
favor-e-contra-os-zoologicos.ghtml

http://www.gatoverde.com.br/textos-artigos/sobre-zoologicos/

http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/7613/Clarice%20Luzardi_4300378_assignsubmission_file_TCC%20completo%20e%
20revisado.pdf?sequence=1

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/23/ciencia/1474651767_722249.html
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/e-verdade-que-ja-existiram-zoologicos-humanos/

Você também pode gostar