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Caso Clínico 2

Em 20 de março de 2022, MRR, 31 anos, casada, advogada, residente em Ribeirão


Preto, deu entrada, em trabalho de parto (34 semanas), no hospital materno-infantil Sinhá
Junqueira. Seu filho, BRV, foi classificado como PIG e apresentou coriorretinite,
necessitando ficar na UTI por duas semanas. Após realização de uma série de exames, a
equipe médica recomendou tratamento com: pirimetamina 2 mg/Kg/dia, via oral, nos
primeiros dois dias, seguido por 1 mg/Kg/dia por dois ou seis meses e, após, 1 mg/Kg/dia
três vezes por semana; associada à sulfadiazina na dose de 100 mg/Kg/dia, via oral, de
12/12 horas; ácido folínico 10 a 20 mg/dia, via oral, três vezes por semana (até completar
um ano de tratamento). Além disso, foi associado prednisona 1 mg/Kg/dia, via oral, 12/12
horas, por 7 dias.

Cerca de 1 mês após a alta de BRV, MMR começou a apresentar um quadro


depressivo, com pensamentos suicidas. Por recomendação de sua obstetra, MMR buscou
auxílio de um psiquiatra, o qual indicou tratamento com sertralina e paroxetina, o que não
trouxe muito benefício ao longo de quatro meses de uso. Suas queixas somáticas foram
caracterizadas por vertigem posicional, zumbido e fraqueza. Em consequência, ela foi
submetida a exame clínico detalhado de rotina nos departamentos de oftalmologia,
otorrinolaringologia, endocrinologia e neurocirurgia. Investigação específica como
tomografia computadorizada do cérebro e resposta evocada auditiva do tronco encefálico
não mostrou nenhuma anormalidade. Seu status de HIV era negativo. No entanto, MMR
apresentou sorologia (IgM e IgG) positiva para o mesmo patógeno identificado em BRV.
Assim, foi indicada a interrupção da amamentação e tratamento com pirimetamina e
sulfadiazina. Também foi prescrito carbamazepina 600 mg, clonazepam 4 mg e sertralina
100 mg por dia. MMR manteve acompanhamento regular e, após mais 6 meses de
tratamento, ela se recuperou completamente.
Roteiro para discussão

1. Qual sua hipótese diagnóstica? Justifique sua resposta.


2. Discorra sobre o perfil epidemiológico dessa parasitose no Brasil e no mundo.
3. Indique as prováveis vias de infecção de BRV e MMR.
4. Descreva seu ciclo biológico. Fale sobre a morfologia das diferentes formas de
vida do parasito.
5. Qual o provável período da gestação em que ocorreu a infecção de BRV?
Explique.
6. Quais os mecanismos patogênicos que levaram a apresentação dos sintomas em
MRR e BRV?
7. Você concorda com a conduta médica direcionada a BRV? Que teste diagnóstico
ajudou a definir a infecção? Que outros testes poderiam ter sido empregados?
8. Comente sobre todo o tratamento desta parasitose. Por que foi associada a
prednisona? Se não tratados, como poderiam evoluir os sintomas clínicos de BRV
e MMR?
9. Explique a manipulação do hospedeiro pelo parasito. Utilize dados científicos
para embasar sua resposta.
10. Que medidas profiláticas MMR devia ter adotado para evitar a infecção?

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