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Casos Clínicos – Revisão

Prof. Adriano Pedrosa

1
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) - mínima

• Médico
• Enfermeiro
• Técnico de enfermagem
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS)

Podendo ter Equipe de Saúde Bucal

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ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

 Porta de entrada
 Trabalha com território adscrito (2 a 4 mil pessoas)
 Intervém sobre os fatores de risco específicos da
comunidade
 Assistência integral
 Realizar atividades de educação e promoção da
saúde
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

• São um elo entre as equipes de saúde e a comunidade


(informações entre a Unidade de saúde e a população)
• Acompanham mensalmente todas as famílias (Visita
Domiciliar – VD)
• Ações de promoção da saúde (educação na escola,
caminhadas, palestras, acompanhamento crianças,
busca ativa, cuidado ambiental,...)
• Cadastramento da população
• Funções administrativas

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ESF E PRINCÍPIOS DO SUS

• Agenda – feita em conjunto com a


equipe, de forma compartilhada
• Universalidade
• Coordenação do cuidado
• Equidade
• Integralidade
• Acolhimento
SUS
ACOLHIMENTO

ACOLHIMENTO TRIAGEM
- Objetivo: inclusão sob - Objetivo : exclusão
a ótica do vínculo e da
vulnerabilidade
- Programação X “quem não vou
Imprevisto. atender?”
“quem precisa ser “quem não deveria
atendido?” estar aqui?”
CASO CLÍNICO 1

Ana, 10 anos, foi levada à USF por sua tia Glória.


Glória diz que a menina não está bem que deve ser alguma coisa
grave.
-Doutor, estou muito preocupada! Aninha não quer comer nada,
está fraca há 7 dias e tem diarréia. Hoje disse que também tem
dor na barriga . Não se anima nem de ir nadar no lago que ela
gosta tanto.

Exame físico: paciente em bom estado geral, afebril no momento,


anictérica.
Abdome: distendido e doloroso, fígado palpável, sem sinais de
alarme.
Prova do laço negativa. Sinais vitais sem alterações.
CASO CLÍNICO 1

1. Qual é a sua principal hipótese diagnóstica?


2. Como confirmar sua hipótese?
3. Quais são os hospedeiros?
4. Qual é a sua conduta em caso de
confirmação do diagnóstico?
5. Quais serão as suas orientações a esta
paciente?
CASO CLÍNICO 1

1. Esquistossomose
2. Pesquisa de ovos Schistosoma nas fezes
(Kato-Katz)
3. Homem e caramujo
4. Tratar com Praziquantel / Notificação
Compulsória
5. Orientações…
CUIDADOS

• Orientar a população de área endêmica sobre


sinais e sintomas da doença
- Cuidados individuais / coletivos
- Atividades de promoção à saúde
• Saneamento domiciliar e ambiental
• Evitar banhos em lago com caramujo
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
CASO CLÍNICO 2
CASO CLÍNICO 2

João Pedro, 21 anos, vem a consulta com queixa de dor


para urinar há 4 dias, e notou hoje saída de secreção do
pênis. Conta que tem uma namorada, Larissa, que tem
14 anos, e estão muito preocupados pois a menstruação
dela está com atraso de 2 meses. Refere que teve
relações sexuais com outras pessoas e algumas vezes
não usou camisinha pois estava muito embriagado. Além
do consumo de álcool conta que gosta de fumar
maconha e experimentou Crack há 3 semanas e desde
então usou quase todos os dias. Ao exame: saída de
secreção amarelada à ordenha da uretra. Sem outras
alterações.
CASO CLÍNICO 2

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o tratamento?
3. Quais as orientações de prevenção? E com
relação as parcerias?
4. Quais exames você solicitaria?
CASO CLÍNICO 2

1. Qual a hipótese diagnóstica?

Corrimento uretral ou uretrite


Uso de substância psicoativas

2. Qual o tratamento?

Abordagem sindrômica para gonorréia e clamídia


Ciprofloxacino + Azitromicina ou Ceftriaxone + Azitromicina.
CASO CLÍNICO 2

3. Quais as orientações de prevenção e com relação as parcerias?

Orientar comunicação e tratar parcerias (últimos 2 meses)


Orientar uso de preservativo
Convidar namorada para consulta médica (gravidez?)
Indicar vacina de Hepatite B
Abordagem na anamnese sobre abuso de SPA. Falar sobre
redução de danos.

4. Quais exames você solicitaria?

Rastreamento para ISTs: HIV, sífilis, hepatite B E C.


ACONSELHAMENTO PRÉ TESTE E PÓS-TESTE
CASO CLÍNICO 3
CASO CLÍNICO 3

Larissa, namorada de João Pedro vem a consulta para


avaliação e tratamento para Clamídia e Gonorréia,
você receitou Ceftriaxona e Azitromicina.

Teste de urina para gravidez, positivo.


Avaliação da idade gestacional de 9 semanas pela
DUM (Data da Última Menstruação).
Teste rápido de sífilis de Larissa e de João Pedro
positivos.
Teste de HIV e Hepatite negativos.
CASO CLÍNICO 3

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o tratamento e conduta em relação ao
teste rápido positivo?
3. Qual a conduta em relação ao parceiro?
4. Como é feito o seguimento com exames?
5. Qual a conduta em relação a gravidez?
CASO CLÍNICO 3

1. Qual a hipótese diagnóstica?


Gravidez na adolescência e Sífilis na gestação

2. Qual o tratamento e conduta em relação ao teste rápido


positivo?

Intervenção imediata
Notificação Compulsória
Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas
Se alergia à penicilina, encaminhar para centro especializado para
dessensibilização
CASO CLÍNICO 3

3. Qual a conduta em relação ao parceiro?


Teste positivo = Tratamento igual da gestante
Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas

4. Como é feito o seguimento com exames?


- Solicitar exames do primeiro trimestre
- VDRL mensal até o término da gestação
- VDRL de 3/3 meses por 1 ano após parto
- Depois de 6/6 meses até estabilização
- Os títulos devem cair progressivamente, permanecendo negativos ou
inferiores a 1:8.
- Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades,
após 1 ano, pode ser dada a alta!
5. Qual a conduta em relação a gravidez?

• Confirmação do diagnóstico de gravidez


• Cadastramento no SISPRENATAL
• Registro dos dados no prontuário e no cartão da
gestante
• Classificação do risco gestacional (encaminhamento,
quando necessário, ao pré-natal de alto risco ou
urgência/emergência obstétrica)
• Vinculação da gestante com a maternidade de
referência
Pré-Natal – Exames do 1º Trimestre

 Hemograma
 Tipagem sanguínea e Fator Rh
 Coombs indireto (se Rh negativo)
 Glicemia de jejum
 Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV)
 Toxoplasmose IgM e IgG
 Sorologia Hepatite B (HbsAg)
 Urocultura e Urina tipo 1
 Ultrassonografia obstétrica
Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via


oral, nos 3 primeiros meses de gestação);

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de


ferro elementar/dia (200mg de sulfato ferroso).
Iniciar na concepção e manter no pós-parto e no
pós-aborto por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


Imunização: recomendações de
rotina no pré-natal
•DTPA a partir da 27ª semana
Sífilis
É uma doença de no ficação compulsória

Tratar parceiro

Se parceria(s) com teste negativo:


- Fazer dose profilática
Penicilina Benzatina 2.400.000 UI dose única IM

- Se teste positivo, tratar como Sífilis latente


Penicilina Benzatina 2.400.000 UI, IM
1 vez por semana por 3 semanas

- Se alergia à Penicilina, encaminhar para dessensibilização


CASO CLÍNICO 4
CASO CLÍNICO 4

• Cauã Mendes das Chagas, 01 ano e 6 meses, é trazido pela


sua avó à Unidade de Saúde com uma história de coriza,
febre não aferida e tosse há 5 dias. A avó conta que desde
ontem está com mais tosse e com a respiração “ mais
cansada”.
Foi levado à UPA antes de ir à USF, onde fez uso de
broncodilatador, apresentando melhora parcial do quadro.
- Antecedentes pessoais: Parto Normal, Apgar 9 e 9, sem
intercorrências. Vacinações em dia.
- Antecedentes Familiares: pai portador de Asma, mãe
tabagista.
CASO CLÍNICO 4

Exame físico:

FC 110bpm / FR 44rpm / Sat O2 99% / Tax 38ºC

AR: Murmúrio vesicular diminuído em base esquerda,


com discretos estertores crepitantes, sem sibilos.
Sem estridor, sem tiragem subcostal.
CASO CLÍNICO 4

1- Qual a hipótese diagnóstica?

2- Quais os exames a serem solicitados?

3- Qual a conduta?
CASO CLÍNICO 4

1- Qual a hipótese diagnóstica?

Pneumonia

2- Quais os exames a serem solicitados?


Nenhum

Não solicitar Rx torax – a maioria dos casos não terá


alteração sensível para confirmar diagnóstico.
Não precisa de hemograma no primeiro momento.
CASO CLÍNICO 4

3- Qual a conduta?

Amoxacilina 50mg/kg/dia de 8/8h por 7 a 10 dias.


Tratamento domiciliar
ORIENTAR SINAIS DE ALARME
Retorno em 48 horas ou antes em caso de sinais
alarme ou piora clínica.
A realização de radiografia de tórax para
confirmação do diagnóstico não é ro neiramente
necessária em crianças com quadro leve de
pneumonia, sem complicações e que serão
tratadas ambulatorialmente

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• A escolha da antibioticoterapia é empírica – a AMOXICILINA é
droga de primeira escolha
• Se uso recente de amoxicilina (nos últimos 3 meses), associar
com clavulanato
• Macrolídeos (azitromicina) podem ser utilizados nas crianças
maiores de 5 anos (etiologia) ou suspeita de germe atípico
• Gravidade = hospitalização: ragem, sonolência excessiva,
desnutrição, comorbidades crô nicas e baixa idade (< 2 meses),
falha terapêutica ambulatorial e internação por incapacidade da
família e cuidar
• Reavaliar a criança 48 horas após o início da terapêutica
CASO CLÍNICO 5
CASO CLÍNICO 5

Manuel da Rosa, masculino, 52 anos, pescador. Veio à consulta de


retorno trazendo exames. Nega histórico de doença ou uso de
medicação.
É tabagista há 25 anos (1,5 maço/dia). Nega etilismo.
Faz 3 refeições diárias (café da manhã: pão de trigo com manteiga
e café com açúcar ou rapadura; almoço e jantar: arroz com peixe
frito e pirão).
Não costuma comer frutas ou salada. Um “docinho” sempre cai
bem antes de dormir. Dona Catarina, sua esposa conta que Seu
Manuel tem bebido mais água que anteriormente.
CASO CLÍNICO 5

Ao exame:
IMC 30,5 kg/m2.
PA: 130x85 mmHg.
Exame físico: sem alterações

Exames complementares:
Glicemia de jejum – 140 e 145 mg/dl
Hemoglobina Glicada 6,9%.
Creatinina 1,1
ECG normal
CASO CLÍNICO 5

1 - Qual o diagnóstico?
2 – Qual tratamento?
3 – Quais orientações e cuidados com a saúde?
4 – Quais exames de seguimento?
5- Quando retornar para consulta?
CASO CLÍNICO 5

1 - Qual o diagnóstico?
DM II
Obesidade
Tabagismo

2 – Qual tratamento?

Paciente com IMC > 30, se benificiará do uso de Metformina


500-850mg/dia, junto à mudança de estilo de vida.
* Introduzir metformina ao diagnóstico para pessoas com
sobrepeso e obesos.
** Quando há o diagnóstico, nessa situação, a insulinoterapia
deve ser plena e pode ser temporária. AMGC –
automonitorização da glicemia capilar.
CASO CLÍNICO 5

3 – Quais orientações e cuidados com a saúde?

- Orientar sobre a doença


- Orientar sobre alimentação (preferir alimentos frescos à
alimentos em relação aos processados, fracionar refeições,
aumentar ingesta de fibras, reduzir gorduras – pactuar um diário
alimentar)
- Tabagismo: abstinência x redução de danos.
- Atividade física: quantificar atividade física no trabalho.
-Redução de peso
- Orientar sobre cuidados com os pés
- Orientar sobre sinais de hipoglicemia
CASO CLÍNICO 5

4 – Quais exames de seguimento?

Glicemia de jejum
Hemoglobina glicada
Urina tipo 1 e microalbuminúria
Creatinina
Lipidograma
Fundoscopia

5. Quando retornar para a consulta?

Retornar em 3 meses
CASO CLÍNICO 6
CASO CLÍNICO 6

Dona Raimunda, 66 anos, viúva, vem a consulta com queixa de


desconforto na barriga, sensação de inchaço, acha que está
tendo febre há cerca de dois meses. Conta que no início achou
que podia ser um resfriado, por isso não procurou atendimento
antes, mas ficou preocupada pois está se sentindo muito fraca,
sem apetite e acha que emagreceu pois as roupas estão mais
frouxas. Procurou ajuda da filha que mora em outra cidade para
trazê-la ao médico. Apesar da idade, dona Raimunda tem boa
autonomia, não tem DM ou HAS. Conta que toma apenas
medicação anti-inflamatória para dor nos joelhos. Mora
sozinha, e se dedica a cuidar de cachorros de rua para ocupar
seu tempo, desde que seu marido faleceu, há 2 anos.
CASO CLÍNICO 6

AO EXAME:
Peso: 49Kg; Altura: 1,52m; PA: 110x70mmHg;
FC 98 bpm; T: 37,9 °C.
Em bom estado geral, hidratada e descorada 1+/4+ e
anictérica.
Aparelho Cardiovascular e Respiratório sem
alterações.
Exame abdominal: Fígado palpável há 6 cm do rebordo
costal direito, doloroso. Baço palpável também há 6cm
do rebordo costal esquerdo.
CASO CLÍNICO 6

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e
exames de seguimento se houver?
3. Quais ações de prevenção?
4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à
saúde?
CASO CLÍNICO 6

1. Qual a hipótese diagnóstica?


Leishmaniose visceral

2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e


exames para seguimento, se houver?

Teste sorológico ou parasitológico


Hemograma, ECG, função hepática e renal.
Parasitológico de fezes para diagnóstico diferencial
CASO CLÍNICO 6

3. Quais as ações de prevenção?

Ações para controle do vetor


Uso de repelente e mosquiteiros
Avaliação de animais doentes e eliminação dos mesmos

4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à


saúde?
Tratamento
Comunicar a equipe de saúde
Notificação compulsória
TRATAMENTO

Antimonial pentavalente IM, por pelo menos 20 dias

Reações adversas:
Cardiotoxicidade Avaliar função
Hepatotoxicidade hepática, renal e
Nefrotoxicidade ECG

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
CASO CLÍNICO 7
CASO CLÍNICO 7

Gabrielle, 9 anos, trazida pela mãe devido leucorreia. Relata que a


calcinha da filha encontra-se constantemente manchada com
secreção amarelada. Diz ter levado a filha anteriormente em
consulta com médico pediatra que prescreveu metronidazol
(suspensão oral) e banho de assento com antisséptico, sem
melhora do quadro. Rendimento escolar piorou nos últimos meses.

Ao exame físico: criança encontra-se retraída, pouco ativa, sem


realizar contato visual. Recusa-se a ser examinada.
CASO CLÍNICO 7

• QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?

• O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE?

• O QUE VOCÊ PROCURARIA NO EXAME FÍSICO?

• QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?

• QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO?


CASO CLÍNICO 7

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
CORRIMENTO VAGINAL E SUSPEITA DE VIOLÊNCIA SEXUAL

ANAMNESE:
CRIANÇA DEMONSTRA ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO?
CRIANÇA JÁ MENSTRUOU?
QUAIS OS ADULTOS COM QUEM CRIANÇA FICA SOZINHA EM CASA?

EXAME FÍSCO:
EXAME GENITAL COM CONSENTIMENTO DA MÃE E DA CRIANÇA,
PROCURAR POR LACERAÇÕES
BUSCA DE MARCAS DE VIOLÊNCIA FÍSICA
CASO CLÍNICO 7

QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?


NÃO HÁ NECESSIDADE DE EXAMES INICIALMENTE.
QUAL A CONDUTA?
- ORIENTAÇÃO DE HIGIENE, USO DE SABÃO NEUTRO E
CALCINHA DE ALGODÃO. E AGENDAR REAVALIAÇÃO
-INVESTIGAÇÃO PARA A SUSPEITA DE VIOLÊNCIA.
- NOTIFICAR SUSPEITA DE VIOLÊNCIA.
- AVALIAR SOLICITAÇÃO DE SOROLOGIAS
- VERIFICAR VACINAÇÃO (Hep B)
- ENVOLVER CASO COM EQUIPE / CONSELHO TUTELAR
(INTERSETORIALIDADE)
CASO CLÍNICO 7

• QUANDO SUSPEITAR DE VIOLÊNCIA?


• Corrimento Vaginal
• Lacerações
• Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos)
• Lesões físicas, fraturas, equimoses, hematomas
(relação temporal, história incoerente e estágios
diferentes de evolução)
• Alteração no comportamento da criança
• Valorizar qualquer suspeita do cuidador
• Quem faz o cuidado?
CASO CLÍNICO 7

• O PAPEL DA EQUIPE DE SÁUDE DA FAMÍLIA:


• Estar atento e Identificar casos de violência
• Acolher as demandas
• Procurar o apoio da rede, trabalhar de forma
intersetorial e co-responsável
• Pactuar as ações em conjunto com a família
• Preencher a Ficha de Notificação Individual de
Violência do MS (Esse instrumento não caracteriza
denúncia)
• Importância do Agente comunitário de saúde e sua
ação dentro do território.
CASO CLÍNICO 8
CASO CLÍNICO 8

Kidson, 15 anos, comparece sozinho à Unidade Básica de Saúde para


consulta médica. Gostaria de fazer exames de rotina pois está
preocupado com sua saúde. Conta que seus pais se separaram
recentemente e ele está morando com o pai no bairro, mas sua mãe vai
quase todos os dias em casa para lhe ajudar com o preparo da comida e
tarefas escolares. Quando volta da escola fica a maior parte do tempo
usando a internet pelo celular. Diz que agora que a mãe foi embora, pode
sair mais vezes a noite.

Ao exame: bom estado geral, eupneico, envergonhado. Ausculta


pulmonar e cardíaca normais, abdome plano, flácido, indolor e sem
visceromegalias.
CASO CLÍNICO 8

• QUAIS PERGUNTAS VOCÊ FARIA NA ANAMNESE?

• QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES?

• O QUE VOCÊ ACONSELHARIA PARA ESTE ADOLESCENTE?


CASO CLÍNICO 8

CONSULTA COM ADOLESCENTE

ANAMNESE: Método Clínico Centrado na Pessoa


O QUE TE DEIXA PREOCUPADO?
HÁ ALGUMA DOENÇA QUE VOCÊ PENSA QUE POSSA TER?
FAZ OU FEZ USO DE SUBSTÂNCIAS?
TEM RELAÇÕES SEXUAIS ? Uso de preservativo?

EXAME COMPLEMENTAR:
OFERECER RASTREAMENTO DE IST (ACONSELHAMENTO PRE E POS TESTE)

CONDUTA:
ACONSELHAR SOBRE IST/SEXUALIDADE
USO DE SUBSTÂNCIAS E HÁBITOS SAUDÁVEIS
•O adolescente tem direito à:
• PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em
espaço privado de consulta.
• CONFIDENCIALIDADE: As informações discutidas na
consulta, não podem ser passadas aos seus pais e ou
responsáveis sem a permissão expressa do adolescente.
• SIGILO MÉDICO: é um direito garantido e reconhecido
pelo artigo 103 do Código de Ética Médica.
 Os adolescentes de ambos os sexos têm direito
a educação sexual, ao sigilo sobre sua atividade
sexual

 A orientação deve incidir sobre todos os


métodos contraceptivos (gratuitos), com
ênfase na dupla proteção, sem juízo de valor
CASO CLÍNICO 9
CASO CLÍNICO 9

Dona Maria Tereza, 72 anos, tem diabetes e osteoartrose, Mora na casa


de sua filha Terezinha, que tem 51 anos. Faz uso de glibenclamida 5mg
2x/dia e Metformina 850mg 3x/dia. Durante uma visita domiciliar para
controle do diabetes, Mª Tereza queixa-se de muito esquecimento. Não
se lembra se já comeu ou não. E também conta que esquece
constantemente o nome de netos e bisnetos. Reclama que os filhos não
vão visita-la, fala que já viveu muitos anos e gostaria que a sua vida
acabasse logo. Chora durante a consulta. Quase não sai de casa e diz
que as vezes não tem ânimo nem para tomar banho.
Tem exames complementares recentes:
Glicemia de jejum 306mg/Dl, TSH: normal
Hemoglobina glicosilada 9,8%
Paciente emagrecida, corada, hidratada, afebril e eupneica.
PA 110x80mmHg / FC: 62 bpm / Ausculta pulmonar e cardíaca sem
alterações.
MMII sem alterações.
CASO CLÍNICO 9

• QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?

• O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE?

• QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO?


CASO CLÍNICO 9

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
IDOSA COM DEPRESSÃO, DM tipo II descompensada

ANAMNESE:
AVALIAR ADESÃO AO TRATAMENTO DA DM.
AVALIAR FUNCIONALIDADE
SENTE-SE TRISTE OU DESANIMADO FREQUENTEMENTE?
PERDA DE PESO?
INSÔNIA/SONOLÊNCIA?
PSICOSE? IDEAÇÃO SUICIDA; plano ou tentativa?
TESTE: ESCALA GERÍATRICA DE DEPRESSÃO + MINI-MENTAL
CASO CLÍNICO 9

▪ HUMOR:
▪ Perguntar ao paciente se
ele se sente triste ou
desanimado
frequentemente.

▪ Se positivo, aplicar escala


de depressão geriátrica
(GDS-15)
ESCALA DE DEPRESSÃO

1. Está satisfeito (a) com sua vida? (não =1) (sim = 0)

2. Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? (sim = 1)

3. Sente que a vida está vazia? (sim=1) (não = 0)

4. Aborrece-se com freqüência? (sim=1) (não = 0)

5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (não=1)

6. Teme que algo ruim possa lhe acontecer? (sim=1) (não = 0)

7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)

8. Sente-se frequentemente desamparado (a)? (sim=1) (não = 0)



CONDUTA SAÚDE MENTAL:
AVALIAR ANTIDEPRESSIVO / PSICOTERAPIA

CONDUTA PARA DM
• Iniciar Insulina NPH 10 U a noite.
• Suspender Gliblencamida
• Orientação da aplicação da insulina e orientação
sobre armazenamento e dispensa dos insumos
(pode ser consulta de enfermagem)
• Orientar sobre sinais de hipoglicemia e como
proceder
• Exames de seguimento
• Agendamento de retorno
CASO CLÍNICO 10
CASO CLÍNICO 10

Isaura, 45 anos, cozinheira, procura a Unidade de


Saúde da Família após um acidente no trabalho, em
que se queimou no braço direito mas não sentiu dor. A
enfermeira que a acolheu realizou o curativo da
queimadura e identificou cicatrizes de lesões
anteriores. Além disso, notou a presença de duas
lesões hipocrômicas em antebraço direito e uma no
dorso. Dona Isaura refere ter essas manchas há mais
de 1 ano e já fez tratamento com várias pomadas sem
resultado. Isaura tem cinco filhos e mora com eles e o
marido.
CASO CLÍNICO 10

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual a abordagem inicial?
3. Você pediria algum exame, qual?
4. Qual o tratamento baseado na clínica?
5. O que mais você faria?
CASO CLÍNICO 10

1. Hanseníase
2. Anamnese: contato com portadores de Hanseníase, sintomas
neurológicos, déficits motores e visuais, etc.
Exame físico: Realizar exame dermatoneurológico
completo: Teste de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa
das lesões, Avaliação da função neural, Avaliação do grau
de incapacidade física: mãos, pés e olhos.

3. Solicitar baciloscopia de esfregaço intradérmico, se disponível


4. Poliquimioterapia à depender da classificação em
Paucibacilar ou Multibacilar.
5. ... Próxima página
CASO CLÍNICO 10

- Orientar sobre o tratamento e a evolução da doença,


formas de contágio
- Realizar a busca ativa de contactantes na família e
vacinar com BCG conforme estado vacinal
- Realizar notificação (doença de notificação
compulsória)
- Realizar curativos diários da queimadura na USF
- Atestado médico se for necessário
- CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
CASO CLÍNICO 10

O diagnóstico é essencialmente clínico!!!

•Testar sensibilidade térmica, que é a primeira a


ser alterada, com tubo com água quente e fria.
•Testar sensibilidade tátil com chumaço de algodão.
•Testar sensibilidade à dor com cabeça de um
alfinete.
CASO CLÍNICO 10

• PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco lesões de pele


• MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de cinco lesões de pele

• A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), sempre que


disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a
classificação dos casos como PB ou MB
• A baciloscopia positiva classifica o caso como MB,
independentemente do número de lesões. Observe-se que o
resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de
hanseníase.

• Quando diagnosticada lesão neural, o paciente já será diagnosticado


como MULTIBACILAR (MB).
CASO CLÍNICO 10

ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB)

 Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 100 mg de dapsona

 Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona

 TRATAMENTO COMPLETO:

• 6 cartelas (6 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
CASO CLÍNICO 10

ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB)

 Dose supervisionada:
• 2X 300 mg de rifampicina
• 3X 100 mg de clofazimina
• 100 mg de dapsona

 Dose auto-administrada:
• 100 mg de dapsona
• 50 mg de clofazimina

 TRATAMENTO COMPLETO:
• 12 cartelas (12 meses)
• Doses supervisionadas:
28/28 dias ou 4/4 semanas
CASO CLÍNICO 11
CASO CLÍNICO 11

Mario da Silva, 34 anos, marceneiro, mora com o


irmão na comunidade de Vila Verde, onde fica sua USF.
Mario foi diagnosticado há quatro meses com
Tuberculose Pulmonar, tendo realizado tratamento
durante os dois primeiros meses, com melhora
significativa da sintomatologia. Porém em razão de
viagem para outra cidade em busca de emprego, ele
abandonou o tratamento. Agora, procura a USF com
piora da tosse, perda de peso (49Kg atualmente) e
adinamia.
CASO CLÍNICO 11

1. Qual a hipótese diagnóstica?


2. Qual a abordagem inicial?
Você pediria algum exame, qual?
3. Qual o tratamento?
4. O que mais você faria?
5. Quais orientações você daria?
6. Como será o seguimento?
CASO CLÍNICO 11

1.Tuberculose Pulmonar (abandono do tratamento)

2. - Solicitar pesquisa de BAAR em escarro (duas


amostras), cultura de escarro e teste de sensibilidade
- Solicitar Radiografia de Tórax, para avaliação de lesão
e diagnóstico diferencial de outras patologias pulmonares

3. Iniciar tratamento imediatamente após a coleta do


escarro o Esquema Básico (RHZE) – Rifampcina, Isoniazida,
Pirazinamida e Etambutol
CASO CLÍNICO 11

4. Busca ativa de contatos


Notificação compulsória

5. Orientações sobre a doença, sobre forma de contágio,


identificar os fatores de vulnerabilidade que motivaram o
abandono anterior e reforçar as orientações em torno da
importância da adesão ao tratamento

6. Comunicar a equipe de saúde


Tratamento Diretamente Observado
Aconselhar a testagem para HIV
Fazer a investigação do contactante (irmão)
Consulta + baciloscopia mensal
CASO CLÍNICO 11

•Retratamento ou com tratamento anterior (TA) - pessoa


já tratada para TB por mais de 30 dias, que venha a
necessitar de novo tratamento por recidiva após cura
(RC) ou retorno após abandono (RA): deixou de tomar a
medicação por mais de 30 dias consecutivos

Nesse caso, ter a doença confirmada por nova investigação


diagnóstica por baciloscopia, cultura, identificação e teste de
sensibilidade. Após a coleta de material, o paciente deve reiniciar o
esquema de tratamento. Ele deverá ser reavaliado após os
resultados dos demais exames.
CASO CLÍNICO 11

• Para isso, foi adotada a estratégia Tratamento


Diretamente Observado (TDO): consiste na
observação diária da ingestão dos medicamentos
por um profissional capacitado da equipe de saúde,
por, no mínimo, 3 observações semanais.

• O local e o horário da administração do


medicamento devem estar de acordo com as
necessidades do usuário. Apesar da melhor
absorção ser em jejum, podem ser administrados
em qualquer horário, mesmo durante refeições.
CASO CLÍNICO 11

Rifampicina (R)
Fase
Isoniazida (H) ou (I)
intensiva
Pirazinamida (Z) ou (P)
2 meses
Etambutol (E)
ESQUEMA
BÁSICO
6 meses
Fase
Manutenção Rifampicina (R)
4 meses Isoniazida (H) ou (I)
CASO CLÍNICO 11

•Realização mensal de baciloscopia de controle, sendo


indispensáveis as do 2°, 4° e 6° mês;

•Em caso de baciloscopia positiva no final do segundo mês


do tratamento, solicitar cultura para micobactérias com
identificação e TS;

•Critério de cura: pelo menos duas baciloscopias negativas,


uma no acompanhamento e outra ao final do tratamento.
CASO CLÍNICO 12
CASO CLÍNICO 12

Márcia, 46 anos, doméstica, moradora do Morro da


Mangueira no Rio de Janeiro, vem à USF com queixa de
febre, cefaléia, dor retrorbitária e poliartralgia há 03 dias.
Afirma que vizinhos têm apresentado quadros
semelhantes nas últimas semanas. É portadora de
osteartrose de joelho direito e costuma fazer uso
indiscriminado de anti-inflamatórios. Sinais vitais
medidos pela técnica de enfermagem:
PA – 140x90mmHg; FC – 101 bpm; FR – 18 irpm; Tax –
38,7ºC
CASO CLÍNICO 12

1.Qual hipótese diagnóstica?

2. Qual a abordagem inicial?

3. Solicitaria algum exame laboratorial?

4. Qual o tratamento?

5. Qual o segmento e orientações?

6. Quais ações de vigilância à saúde você promoveria?


CASO CLÍNICO 12

1. Hipóteses Diagnósticas: Dengue e Chikungunya


Artrose (uso de AINES)

2. Anamnese: Pesquisar sinais de alerta, comorbidades,


medicamentos em uso, outros casos na região, viagem...
Exame físico: Prova do laço, investigar sinais de alerta.

3. Exames laboratoriais: Hemograma completo (inespecífico),


PESQUISA DE ANTIGENO NS1 (CASOS ÍNDICE)
CASO CLÍNICO 12

4. Tratamento: Hidratação oral + Analgésicos e antitérmicos


(não usar AAS e AINES!)
5. Retorno no 5º dia após o início dos sintomas. Orientar sinais
de alerta. Orientar medidas de proteção individual e coletiva:
repelentes, mosquiteiros, controle de vetores
6. Busca ativa nas casa de locais com água parada.
Promoção de saúde (palestras...)
Notificação de caso (critério clínico-epidemiológico)
LEMBRAR!
CASO CLÍNICO 13
CASO CLÍNICO 13

Clarice, 36 anos, vem à USF para a segunda consulta de pré-natal


com o resultado dos exames solicitados pela enfermeira. Faz uso
regular de medicação anti-hipertensiva (Captopril 25mg, 3 vezes ao
dia) há 2 anos, mantendo a pressão em níveis normais. Passou a usar
Sulfato Ferroso e Ácido Fólico após a primeira consulta. Tem
dificuldades de vir às consultas por conta do excesso do trabalho /
horários.

Ao exame físico: PA – 130x90mmHg. Peso normal.


USG – confirma gestação de 13 semanas e 2 dias (atual).
CASO CLÍNICO 13

1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas?

2. Como será sua abordagem na consulta?

3. Orientações

4. Você recomendaria alguma medicação?

5. Como será o seguimento desta paciente?


CASO CLÍNICO 13

1. Gestante / Gravidez (1° trimestre)


Hipertensão Arterial Crônica (HAS)

2. Anamnese:

- Abrir espaço para a escuta da mulher


- Investigar história da hipertensão
- História obstétrica prévia
- Expectativas em relação à gestação atual
- Rede de Apoio familiar
- Relação com o companheiro e sexualidade
- Avaliar horas e função desempenhada no trabalho
- Corrimentos? Sangramentos? Perda de líquido?
CASO CLÍNICO 13

Exame Físico

-Palpação do fundo uterino


-Ausculta do BCF
-Exame das mamas
-Edema de Membros Inferiores
-Especular, se necessário
-Peso, HAS
CASO CLÍNICO 13

3.
- Orientar a importância das consultas do Pré Natal
-Estimular a participação do pai
-Abordar expectativas em relação à gestação
-Orientar alimentação adequada, prática de atividade
física e controle do ganho ponderal
-Conversar sobre atestado x declaração de
comparecimento
CASO CLÍNICO 13

4. Suspender captopril
- Avaliar introdução de metildopa;
- Suspender ácido fólico.

5. Consultas intercaladas com a enfermeira


Encaminhar para acompanhamento conjunto para
alto risco
CASO CLÍNICO 13

Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg, VO/dia, nos 2


a 3 primeiros meses de gestação)

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro


elementar/dia (200mg de sulfato ferroso), VO, a partir
da 20ª semana e mantida no pós-parto e no pós-aborto
por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


CASO CLÍNICO 13

• Metildopa é a droga de escolha

• Recomenda-se suspender anti-hipertensivo em


uso (HAS crônica) e iniciar metildopa apenas
quando PA > 150x100mmHg
CASO CLÍNICO 13

• Mínimo: 6 consultas
• (1 consulta no 1º trimestre; 2 no 2º trim; 3 no 3º trim)
• Recomendado:
- Consultas mensais até 28 semanas
- Quinzenais de 28 a 36 semanas
- Semanais de 36 semanas até o parto
• Compartilhadas com a enfermagem
• Avaliar risco individual para encaminhar à maternidade
com 41 semanas e 6 dias
CASO CLÍNICO 14
CASO CLÍNICO 14

Ana, 36 anos procura a UBS com queixa de corrimento


vaginal com odor fétido e dor durante a relação sexual.
Conta que só tem relação sexual com o marido. Nega
sangramento vaginal ou febre. Pede também prescrição
de anticoncepcional, diz que não quer ter filhos nesse
momento pois acha que o casamento não vai bem.
Refere que fuma cerca de 15 cigarros por dia.

Ao exame físico: corrimento e colo uterino friável, e dor


á palpação bimanual.Sem febre ou sinais de irritação
peritoneal.
CASO CLÍNICO 14

1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas?

2. Orientações gerais

4. Você recomendaria alguma medicação, qual? Faça as


prescrições.

5. Como será o seguimento desta paciente?


CASO CLÍNICO 14

1. Doença inflamatória pélvica (DIP)

2. Aconselhar sobre uso de preservativo


Abordar tema de planejamento reprodutivo
Oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e C (Fazer
aconselhamento pré e pós teste)
Vacinar contra hepatite B
Importância adesão ao tratamento
Convocar e tratar parceiros
CASO CLÍNICO 14

3. Tratamento:
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única +
Doxiciclina 100 mg, VO de 12/12 horas por 14 dias +
Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas por 14 dias

Noretisterona 0,35mg 1 comp ao dia uso continuo ou


Medroxiprogesterona 150mg injetavel a cada 90 dias.

4. Retorno para reavaliação


Convidar e tratar parceiros (cipro + azitro)
CASO CLÍNICO 15
Caso
Vamos 15
Treinar...
Flora Alarcão da Silva, 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área
de cobertura. Vem para consulta de médica agendada com queixa de dor
no ombro direito há 2 meses. Relata inicio da dor inicio “depois de ter
começado a fazer salgadinhos para vender na porta da fábrica”. A dor
melhor com uso de Diclofenaco, e está fazendo uso diário há 20 dias. Tem
diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes mellitus há 20 anos. Última
consulta médica foi há mais de 1 ano. Sem outras comorbidades.

113
Caso 15 – continuação.
Está em uso regular de:
- Enalapril 20mg de 12 em 12h;
- Hidroclorotiazida 25mg, pela manhã;
- Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;
Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):
PA – 160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m
HGT (jejum): 220 A1C = 8,5

Como você manejaria esta paciente?


Avaliação da pessoa com hipertensão
Rotina complementar mínima
•Glicemia; Cálculo do LDL
LDL = CT – (HDL + TGL/5)
•Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides
[TGL]);
•Creatinina [Cr], potássio; Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr)

•Urina tipo I; Cockroft-Gault


ClCr = (140 – idade) x peso
•ECG (eletrocardiograma); Cr x 72

•Fundoscopia (encaminhar Multiplicar por 0,85 se mulher


ao oftalmologista); MDRD
Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina

FREQUÊNCIA ANUAL
Avaliação laboratorial

• Também podem ser solicitados exames para avaliação cardiológica, conforme necessidade individual,
como eletrocardiograma (ECG);
• Os exames de glicemia de jejum e HbA1C devem ser realizados duas vezes ao ano, em pacientes dentro
da meta e, a cada três meses enquanto não atingir meta pactuada;
• Os demais exames poderão ser solicitados uma vez ao ano.

60
Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

72
CASO CLÍNICO 16
Caso 16
Vinícius, 23 anos, cantor de bar, vem ao posto de saúde
acompanhar a diabetes. Tem uma glicemia de 320 mg/dl, e
uma hemoglobina glicada de 12%. Refere que toma algumas
doses de uísque durante seus shows de fim-de-semana. Seu
colesterol total está de 200 mg/dl, o triglicerídeos de 150
mg/dl, e HDL de 60 mg/dl. É tabagista de meio maço por dia.
Não apresenta outras enfermidades.
Caso 16 – continuação.
Está em uso de:
Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar;
Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):
PA – 130/87mmHg; Peso; 90kg; Altura: 1,73m
Glicemia capilar: 400 mg/dl

Como você manejaria este paciente?


Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

72
Insulinoterapia

Introdução da insulina NPH em dose única, antes de deitar,


associada a antidiabéticos orais costuma ser bem recebida pelos
usuários, tem o benefício de requerer menores doses de insulina e
reduz o risco de hipoglicemia.

74
Insulinas
• A dose inicial costuma ser de 10UI de insulina NPH, ou 0,1 a 0,2UI/kg para as pessoas obesas,
podendo ser reajustada em 2UI a 4UI, conforme média de três glicemias capilares de jejum
consecutivas, até atingir meta glicêmica (GUSSO; LOPES, 2012).

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial administrar 30 minutos antes da


refeição (MCCULLOCH, 2011c).

• Na ocorrência de hipoglicemia, é recomendado reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose (NATHAN et


al., 2009).

• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.

75
CASO CLÍNICO 17
Caso 17

Marcos Vinicius, 42 anos, motorista de ônibus, comparece a


unidade básica de saúde com queixa de cefaléia recorrente.
Nega outros sintomas e uso de medicamentos. Diz nunca ter
ficado doente na vida e que não gosta de ir ao médico. Refere
tabagismo, um maço de cigarros ao dia e etilismo eventual
(até três latinhas de cerveja no fim de semana). Nega prática
de exercícios, diz não ter tempo. Traz exames periódicos
realizados na empresa onde trabalha.
Caso 17 – continuação.

Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem):


PA – 150/95mmHg; Peso; 82kg; Altura: 1,73m
Exames: CT = 210 mg/dl HDL = 42mg/dl
LDL = 175 mg/dl TG = 150 mg/dl
Glicemia de jejum = 95 mg/dl

Como você manejaria esta paciente?


DIAGNÓSTICO
• Medidas sustentadas de pressão arterial elevada (≥ 140 x 90):
• Duas ou mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao longo de um período de uma ou mais
semanas.

• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)


• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à noite, antes do
jantar, durante 5 dias, ou
• 2 medidas pela manhã e 2 à noite, durante 7 dias.

•MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)


• Método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas, ou mais, enquanto o
paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono.

127
Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS

PA entre 140/90 e
159/99 mmHg
Avaliação da pessoa com hipertensão
Rotina complementar mínima
•Glicemia; Cálculo do LDL
LDL = CT – (HDL + TGL/5)
•Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides
[TGL]);
•Creatinina [Cr], potássio; Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr)

•Urina tipo I; Cockroft-Gault


ClCr = (140 – idade) x peso
•ECG (eletrocardiograma); Cr x 72

•Fundoscopia (encaminhar Multiplicar por 0,85 se mulher


ao oftalmologista); MDRD
Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina

FREQUÊNCIA ANUAL
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia isolada;
• TG ≥ 150mg/dL – Hipertrigliceridemia isolada;
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL - Hiperlipidemia mista;
• HDL-c < 50mg/dL (mulheres) ou < 40mg/dL (homens) – baixo.
Manejo Clínico na Atenção Básica
Principais Drogas
• Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite;
---------------------------------------------------
• Hipertrigliceridemia > 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou
>1000mg/dL:
• Bezafibrato – 400 a 600mg/dia;
• Ciprofibrato – 100mg/dia.

• Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina;


• Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta dose e se
orienta MEV.
CASO CLÍNICO 18
Caso 18

João, 54 anos, casou há 6 meses com Maria, de 34 anos.


João é hipertenso e diabético, usa hidrocloratiazida 25 mg,
uma vez ao dia. Está com a pressão de 146/90 mmHg e
glicemia capilar de 260 mg/dl. Não refere sintomas e ao
exame não apresenta outros sinais. Usa metformina 500 mg
no almoço e no jantar. Segundo consta no prontuário, sua
hemoglobina glicada é de 8,9%, está com Creatinina de 0,95
mg/dl e Uréia de 40mg/dl.
Caso 18 – continuação.
João tem dois filhos de outro casamento que moram com ele, e a mais
velha também foi na consulta. Ela se chama Renata, tem 18 anos, e desde
que terminou o namoro há 2 meses atrás, tem se sentido deprimida e
sem vontade de fazer as coisas, com choro diariamente, e não consegue
acompanhar bem os estudos para tentar a universidade. Ela está grávida,
apresenta 1 mês de atraso menstrual (DUM 20-06-2017) e fez teste
rápido para gravidez que foi positivo.

Qual sua avaliação e conduta para cada um dos casos?


João necessita uma nova receita médica. Faça uma nova receita para o
seu paciente.
• Depressão leve: grupo de apoio e/ou psicoterapia

• Depressão moderada-severa, ansiedade generalizada ou pânico:


acompanhamento com psicólogo e/ou grupo de apoio + uso de
antidepressivo

• O Antidepressivo deve ser escolhido de acordo com o padrão dos


sintomas, efeitos colaterais e tratamentos prévios. Podem levar
de 4-6 semanas para começar a fazer efeito.
Insulinoterapia – Indicações
•Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com
uma sulfoniluréia, por três a seis meses;
•Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira
avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de
perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012);
• Diabetes gestacional;
•Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves,
AVE, politrauma, IAM, etc.).

72
Exames 1° Trimestre
 Hemograma;
 Tipagem sanguínea e Fator Rh;
 Coombs indireto (se Rh negativo);
 Glicemia de jejum;
 Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV);
 Toxoplasmose IgM e IgG;
 Sorologia Hepatite B (HbsAg);
 Urocultura e Urina tipo 1;
 Ultrassonografia obstétrica;
 Citopatológico de colo uterino (se necessário);
 Exame parasitológico de fezes (se indicação clínica).
Pré-Natal – Condutas Gerais

• Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via oral, nos 3


primeiros meses de gestação);

• Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro elementar/dia


(200mg de sulfato ferroso). Iniciar na concepção e manter no pós-
parto e no pós-aborto por 3 meses;

• Encaminhar para consulta odontológica.


CASO CLÍNICO 19
Caso 19

• João Pedro, 58 anos, em situação de rua, vem a consulta trazido pela


Agente Comunitária de Saúde, Célia, devido a um quadro de tosse
crônica. Relata que não lembra há quanto tempo precisamente
(“Tenho essa tosse há muito tempo Dr.”). Relata que fazia uso de
múltiplas drogas (inclusive injetáveis) porém “está limpo” há 5 anos.
Nega uso de álcool, porém faz uso de cigarro (30 maços/ano).
Associado a tosse, refere também perda de peso (em torno de 7 kg
em 6 meses). Nega outros sintomas.
• Ao exame: AP: MV diminuído em ápice de hemitórax esquerdo. Peso:
57kg.
• Hipóteses diagnósticas? Conduta?
Tuberculose pulmonar: como investigar?

1) Pesquisa de BAAR em escarro

• Para diagnóstico: 2 amostras;

• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar;

• Métodos: baciloscopia direta; métodos moleculares;

• Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos diversos.


Tuberculose pulmonar: como investigar?

2) Radiografia de tórax

Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica


de TB pulmonar;
E
Na investigação de contactantes sintomáticos.

 Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam


alterações radiológicas.
Caso 19 – continuação.

• Hipóteses diagnósticas? Conduta?


- Tuberculose pulmonar; pneumonia; câncer de pulmão;
tabagismo; anemia.
- Repouso/Exames complementares (baciloscopia, RX do
tórax, hemograma, glicose, uréia, creatinina)/Suspender
tabaco.
Deus abençoe a todos!
Sucesso!
Nos vemos...
Até sempre...
Muito obrigado por tudo!
Muchas gracias por todo!
Bol'shoye vam spasibo za vse!

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