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PODER CONSTITUINTE.

O Poder constituinte é aquele exercido pelo primeiro legisladores mencionados, ou seja, é o poder de elaborar e modificar normas
constitucionais.

O ponto fundamental dessa teoria é que ela somente se aplica a Estados que adotam Constituição escrita e rígida.

O titular do poder constituinte é o povo com base na soberania popular.

FORMAS DE EXERCICIO.

O poder constituinte originário pode manifestar-se na criação de um novo Estado ou na reformulação de um Estado com a
substituição de uma Constituição por outra (Pode ocorrer em casos: Golpe, revolução, desagregação social ou até mesmo se desejar
o povo em normalidade social)

Algumas vezes determinados grupos alcançam o poder mediante a ruptura da ordem democrática, resultando na criação
autocrática da Constituição sem nenhuma representação do povo.

Desse modo há duas formas distintas para o seu exercício: Democrática (poder constituinte legitimo) ou autocrática (poder
constituinte usurpado)

O exercício autocrático do poder constituinte caracteriza-se pela outorga: estabelecido por quem está no poder, sem participação
popular, através de um ato unilateral do governante. É o poder constituinte pela única vontade do detentor do poder, denomina-
se: poder constituinte usurpado.

O exercício democrático do poder constituinte ocorre pela assembleia nacional constituinte ou convenção: O povo escolhe seus
representante (democracia representativa) que forma o órgão constituinte para elaboração da CF do tipo promulgada.

No exercício democrático é possível a participação direta do povo no processo de elaboração ou aprovação da CF (democracia
participativa), por meio de plebiscito ou referendo, ou mediante apresentação no órgão constituinte para serem apreciadas e
aprovadas (uma espécie de iniciativa popular constitucional)

Constituições Democráticas no BR: 1891 / 1934 / 1946 / 1988

Constituições Autocráticas no BR: 1824 / 1937 / 1967 / 1969.

Independentemente da forma de instalação do poder constituinte, tal poder substitui o ordenamento constitucional vigente por
um outro.

ESPÉCIES.

Inicialmente são duas espécies clássicas: ORIGINÁRIO E DERIVADO.

Porém a doutrinada também aponta para a existência: Poder constituinte DIFUSO e do poder constituinte SUPRANACIONAL.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.

Poder constituinte originário também conhecido como (inaugural, fundacional, primogênito, genuíno, primário, de primeiro grau
ou inicial) é o poder de elaborar um Constituição.

Na atuação do poder constituinte originário pode-se destacar: um momento material e um momento formal, onde surge o poder
constituinte material e o poder constituinte formal.

Poder constituinte material é a decisão política de criação de um novo Estado. (Ideia ou nascimento de certo regime)

Poder constituinte formal é o que transforma a “ideia de direito do momento material” em regra do direito, dotada de forma e
força jurídica, mediante a elaboração da Constituição (momento formal).

O poder constituinte formal é o responsável pela elaboração da Constituição em si, momento em que se dá juridicidade e forma à
ideia de direito. (Formalização da ideia)

Característica apontadas pela doutrina de poder constituinte originário.

1. Politico
2. Inicial
3. Incondicionado
4. Permanente
5. Ilimitado (ou autônomo)
Explicando as características.

Político: também conhecido como: fático, meta-jurídico, extrajurídico ou pré-jurídico, pois faz nascer a ordem jurídica, a ordem
jurídica começa com ele, e não antes dele. Quando o estado é novo (poder constituinte originário histórico) quando a Constituição
é substituída por outra, em um estado já existente (poder constituinte originário revolucionário)

Inicial: é um poder que representa a base da ordem jurídica, pois cria um novo Estado, rompendo completamente com a ordem
anterior, não se subordinando a nenhuma norma jurídica anterior, pois nasce um novo ordenamento jurídico (as normas
anteriores a nova CF, se compatíveis com o novo texto constitucional podem ser recepcionadas, caso não sejam, ocorre a
revogação delas – nesse caso não é necessário controle de constitucionalidade -)

Incondicionado: Não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade, não é obrigado a seguir qualquer
procedimento para realizar sua obra.

Permanente: Não se esgota no momento do seu exercício (após elaboração da Constituição). Ele continua subsistindo e está apto
para manifestar-se novamente a qualquer tempo, quando convocado pelo povo. O poder constituinte permanece em estado de
dormência, aguardando um momento ulterior oportuno para nova manifestação.

Ilimitado ou autônomo: Não tem que respeitar os limites postos pelo direito anterior, não tem limites. No Brasil predomina a
doutrina positivista, segundo a qual não há limites a autuação do poder constituinte originário, pois ele é ilimitado, não devendo
obediência ao direito internacional, tampouco a consideração de ordem supra positiva, advindas do direito natural.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO.

O poder constituinte derivado (instituído, constituído, secundário ou de segundo grau) é o poder de modificar a Constituição Federal
e, também, elaborar as Constituições Estaduais.

É o poder criado pelo constituinte originário, sendo passível de controle de constitucionalidade.

Principais características.

1. Jurídico
2. Derivado
3. Limitado (Subordinado)
4. Condicionado.

Jurídico: Porque integra o Direito, está presente e regulado no texto da Constituição Federal (Ex.: Poder de emenda a CF. Art. 60)

Derivado: Porque é instituído pelo poder constituinte originário, para modificar ou complementar sua obra

Limitado ou subordinado: Porque encontra limitações constitucionais expressas e implícitas, não podendo desrespeita-las, sob pena
de inconstitucionalidade. (Ex.: Cláusulas pétreas, expressas e implícitas – núcleo inabolível da constituição -)

Condicionado: A sua atuação deve observar fielmente as regras predeterminadas no texto constitucional.

Poder derivado se subdivide em: Poder constituinte reformado e Poder constituinte decorrente.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR.

É o poder de modificar a Constituição Federal, desde que respeita as regras e limitações impostas pelo poder originário.

Esse exercício do poder derivado foi atribuído ao Congresso nacional, mediante dois procedimentos distintos: Emenda (modelo
mais rígido e revisão constitucional (modelo mais simplificado).

Limitações que podem ser impostas pelo poder originário à atuação do poder derivado.

1. Temporais: Um período durante o qual o seu texto não pode ser modificado.
2. Circunstanciais: Sua vedação ocorre durante certas circunstâncias excepcionais da vida do estado
3. Materiais: Matéria que não pode ser abolidas do seu texto.
4. Processuais ou formais: Estabelece regras mais complexas no processo legislativo para aprovação de sua modificação.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE.

É o poder que a CF atribui os estado-membro para se a uto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições,
observando as regras e limitações impostas pela Constituição Federal. Da mesma forma é atribuída ao Distrito Federal na
elaboração da lei orgânica, possuindo verdadeira constituição local.

Os municípios embora dotados de autonomia política, não dispõem de poder constituinte derivado decorrente.
PODER CONSTITUINTE DIFUSO.

O poder difuso é um meio informal de alteração da Constituição, porque não deriva explicitamente da Constituição, mas é um
poder de fato que se exterioriza pela mutação constitucional (também chamada de vicissitudes constitucionais, transições
constitucionais, mutação constitucional ou processo de fato).

Trata-se de um poder de fato, e não de direito (ou seja, não é um poder regulamentado pelo direito, existindo antes da edição da
própria Constituição). Trata-se do poder de alterar o sentido, a interpretação da Constituição, sem alteração do seu texto.

Nas palavras de José Afonso da Silva, “mutações constitucionais são mudanças não formais que se operam no correr da história
de uma Constituição, sem alterar o enunciado formal, sem mudar a letra do texto. Segundo a doutrina tradicional, isso se dá por
força da modificação das tradições, da adequação político-social, dos costumes, de alteração empírica e sociológica, pela
interpretação e pelo ordenamento de estatutos que afetam a estrutura orgânica do Estado”.

PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL .

É o poder de fato encarregado de fazer reformular as Constituições Transacionais, supranacionais ou globais. – pag77

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