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RELATÓRIO PSICOLÓGICO

Autor: Paulo Victor – Psicólogo CRP 12345/5

Nome do usuário: Fulano Ciclano da Silva e Fulana Ciclana da Silva (CPF e RG opcionais)

Solicitante: Prefeitura Municipal de Cidade Pequena

Finalidade deste documento psicológico: Continuidade de acompanhamento de situação


familiar vinculada à denúncia de maus tratos a pessoas idosas.

Procedimento: visita domiciliar realizada por Paulo Victor – Psicólogo/CRAS e Beltrana da


Silva – Assistente Social/CRAS. Foi realizada durante a visita escuta ativa e entrevista estruturada
de modo a poder realizar a função técnica específica da psicologia e da assistência social.

Relato: Dando continuidade ao processo de denúncia, os profissionais supracitados foram ao


domicílio de Fulano e Fulana, de modo a poder colher mais elementos acerca da denúncia de
maus tratos.

Ao chegarmos à residência, por volta das 11:30 da manhã, fomos recebidos pela
cuidadora S. A mesma cuida das duas pessoas durante a semana: prepara o almoço e a janta,
higieniza a casa, banha e troca as roupas de ambos. No momento da visita S. preparava o almoço
e a casa já parecia bastante limpa e organizada. Durante a conversa procuramos saber sobre os
cuidados cotidianos e se as condições mínimas de higiene, saúde, moradia, alimentação e lazer
eram supridas. Todas esses âmbitos parecem ter um cuidado adequado levando-se em
consideração o contexto e situação de ambos: Fulano na condição de cadeirante, em função de
Atrofia Muscular Espinhal, e com a fala levemente comprometida por conta de um AVC e sua
companheira, Fulana, por conta de um diagnóstico recente de Alzheimer, que se encontra em
acompanhamento médico.

Durante a visita ficou nítida a dificuldade de Fulana em conseguir acompanhar o rumo da


conversa e de ter noção do sentido da visita. Fulano, apesar de suas limitações físicas, parecia
bastante lúcido e sem comprometimento de suas funções mentais. Fulano aparentava rispidez na
fala e no comportamento – algo que pareceu não ter relação direta com sua doença. Fulana, por
sua vez, em alguns momentos chegou a perguntar se a equipe “eram os novos moradores da casa”.
A cuidadora S. demonstrou certa impaciência com ambos, ora pela fala repetitiva e desencontrada
de Fulana, ora pelo caráter “genioso” de Fulano. A impaciência de S. se deixou mostrar nos
pequenos gestos: o modo como pega a bolsa de remédios e joga no colo de Fulano, o modo como
responde impacientemente as perguntas de Fulana etc. Apesar disso, S. não parece descumprir
nenhuma atribuição.
Fulano relatou que o maior problema diz respeito aos finais de semana, já que S. só
trabalha de segunda a sexta. Até o momento, vizinhos ajudavam nos períodos de folga de S.,
porém Fulano diz precisar de alguém mais presente, no entanto não possui dinheiro para custear
outro profissional. Os vizinhos já relataram certo descontentamento com o “jeito difícil” de
Fulano, o que faz com que não sejam tão presentes nos fins de semana.

Conclusão: De modo a levantar possibilidades de novas convivências sociais e de lazer


perguntamos se Fulano saia de casa e tinha contato com outras pessoas, o mesmo afirmou que sai
muito pouco. Levantamos a hipótese de que ele passasse a frequentar o CCI (Centro de
Convivência para Idosos) aos sábados. Fulano aceitou pensar nessa possibilidade. Em suma, a
queixa maior se refere ao fato de, nos finais de semana, ambos se encontrarem boa parte do tempo
sozinhos. Geralmente as vizinhas auxiliam na parte da manhã: preparam comida para o dia inteiro,
mas não permanecem no local como Fulano gostaria que fosse. Em relação a condições de maus
tratos não houve nenhum aceno mais contundente para além de alguma impaciência demonstrada
pela cuidadora S. No entanto, como já foi dito, essa impaciência não resulta em negligência em
relação aos cuidados. Sem mais para o momento, e a disposição para maiores esclarecimentos, se
julgar necessário. Possivelmente a queixa anônima se refere aos períodos de isolamento aos finais
de semana.

Cidade Pequena, 28 de abril de 2020.

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Paulo Victor – CRP12345/5

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