UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS ARAPIRACA – UNIDADE PALMEIRA DOS ÍNDIOS

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL 2
PROFª CAROLINE PADILHA
DISCENTE CLAUDEMIR RODIGUES CELESTINO; MAT: 20210401

EXAME DO ESTADO MENTAL – CONSCIÊNCIA, ATENÇÃO E ORIENTAÇÃO

 Usando o material em sala e o livro indicado, identifique em cada caso que alterações das
funções Consciência, Atenção e Orientação aparecem. (não necessariamente todas essas
funções podem estar alteradas). Além de nomear as alterações, destaque no caso quais
aspectos indicaram essas alterações.

CASO 1

Paciente M., com 35 anos, solteiro, ex-policial, aposentado por invalidez por ter sofrido um acidente que
prejudicou o funcionamento da perna esquerda, foi levado pela família ao mini pronto-socorro. O paciente
apresentava um aspecto de pouca higiene, expressão facial fatigada e comportamento mais embotado. Ao ser
perguntado sobre seu nome, o paciente levantou – se e sacudiu o braço batendo em vários objetos que
encontravam – se nas estantes, e começou a recitar salmos da bíblia em voz bem alta. No momento em que a
enfermeira entrou pela porta, ele se calou e sentou – se e observou – a rapidamente dar uma injeção em seu
braço. Ao ser novamente perguntado qual era seu nome, ele olhou abruptamente para o médico, com
expressão fechada e raivosa e murmurou algo incompreensível, mas que se observou que tinha conteúdo
religioso. Depois ele parou e ficou olhando para a mesa do médico com expressão perplexa. A família diz que
ele não era assim, que não o via há dias e hoje ele apareceu em casa com esse comportamento, e que há
poucas horas, no fim da tarde, foi se intensificando.

Com base na descrição do caso que você forneceu, é possível identificar algumas possíveis alterações nas funções
de Consciência, Atenção e Orientação. Aqui estão algumas possíveis análises:

1. **Consciência Alterada:**

O comportamento do paciente, como recitar salmos da Bíblia em voz alta e a forma como ele se comportou de
maneira desorganizada e incoerente quando perguntado sobre seu nome, sugere uma possível alteração na
consciência. Ele parece ter momentos em que está desconectado da realidade (recitando salmos) e momentos
em que volta à realidade (ao ver a enfermeira). A observação da família de que ele não era assim anteriormente e
que o comportamento surgiu recentemente também pode ser indicativo de uma mudança na consciência.

2. **Atenção Prejudicada:**

O comportamento do paciente ao não responder prontamente à pergunta sobre seu nome, em vez disso, se
envolvendo em atividades irrelevantes, como bater em objetos nas estantes, pode indicar uma atenção
prejudicada. Ele parece não conseguir se concentrar na tarefa simples de responder à pergunta. Além disso, o
fato de ele ter parado abruptamente o comportamento e se focado na injeção da enfermeira sugere uma
flutuação na atenção.

3. **Orientação Alterada:**

A falta de resposta direta à pergunta sobre seu nome e sua subsequente recitação de salmos religiosos podem
indicar uma possível alteração na orientação. Ele parece estar orientado para um contexto religioso e não para a
situação imediata no pronto-socorro. O fato de ele olhar abruptamente para o médico com expressão raivosa e
murmurar algo incompreensível, mas com conteúdo religioso, pode sugerir uma dificuldade em se orientar no
momento presente.

CASO 2

J., 19 anos, solteiro. Queixava – se de que, na rua, os homens encaravam – no de modo especial. Isto
significava: “ele é veado”. Começou a manifestar uma preocupação extravagante com as mulheres casadas.
Fazia o possível para surpreender a intimidade dos casais. Às vezes, durante a noite, subia nos telhados das
casas vizinhas, afastava algumas telhas, tentando ver o que se passava no interior dos quartos. Quando chegou
ao ambulatório, estava angustiado, começou a afirmar que sentia uma sensação de que as pessoas estavam
falando mal dele, que achavam que ele não gostava de mulher. Falava disso o tempo todo, chegando a não
perceber quando a mãe e a enfermeira entraram na sala. Ao ser perguntado sobre seu trabalho, ele respondeu
que era fotógrafo e que gostava muito do que fazia. A genitora afirmou que ele começou a se sentir assim
desde que perdeu seu emprego, mudando sua forma de agir, o que gostava de fazer. Ela afirmou que ele
parecia outra pessoa. Ao perguntarem a J. Sobre quanto tempo está assim, ele disse que fazia 13 anos e que
essa era a idade que ele tinha também.

Com base na descrição do caso, é possível identificar algumas possíveis alterações nas funções de Consciência,
Atenção e Orientação. Aqui estão algumas possíveis análises:

1. **Consciência Alterada:**

A preocupação extravagante de J. com os olhares dos homens na rua e sua interpretação de que isso significava
que eles o consideravam homossexual ("veado") pode sugerir uma distorção na percepção da realidade e uma
possível alteração na consciência. Sua fixação excessiva nas ações dos outros em relação a ele pode indicar uma
compreensão distorcida do mundo ao seu redor.

2. **Atenção Prejudicada:**

O comportamento de J. em tentar espiar casais e intrometer-se na intimidade deles, incluindo subir nos telhados
durante a noite, pode indicar uma atenção prejudicada. Ele parece não estar focado nas normas sociais ou nos
limites apropriados, demonstrando uma falta de concentração nas atividades diárias e nas interações normais.

3. **Orientação Alterada:**

A resposta de J. à pergunta sobre quanto tempo ele está se sentindo assim (13 anos) pode sugerir uma possível
alteração na orientação temporal. Ele associa sua condição atual à idade de 13 anos, o que pode indicar uma
dificuldade em compreender o tempo de maneira adequada.
CASO 3

J.B., 38 anos, casado, mestre – de – obras, há vários dias vem apresentando alterações do comportamento. Já
vem de frequentes internações motivadas pelos excessos de álcool. Ao ser examinado, passava as mãos por
cima da mesa, recolhia alguma coisa, mostrava – a ao médico algo inexistente em suas mãos e atirava para
longe. Não apresentou capacidade para fixar as ocorrências cotidianas. Sempre que perguntado, ele demorava
para responder, parecia não entender a pergunta. A enfermeira disse que à noite ele gritava sem parar.
Forneceu ao médico seu nome e idade, mas não sabia onde estava, quem era aquelas pessoas, nem quanto
tempo fazia que estava ali. Pegou um papel em branco em cima da mesa do médico e começou a ler, dizia ele:
“estou aqui em minha casa, esse sujeito queria me pegar, mas eu me protegi e me salvei. Os cães não vão
conseguir me pegar”, depois pegou a carta e deu ao médico dizendo que era uma confissão.

Com base na descrição do caso que você forneceu, é possível identificar algumas possíveis alterações nas funções
de Consciência, Atenção e Orientação. Aqui estão algumas possíveis análises:

1. **Consciência Alterada:**

O comportamento de J.B., como recolher algo inexistente, mostrar ao médico e atirar para longe, além de suas
respostas confusas e delirantes, sugere uma possível alteração na consciência. Ele parece estar desconectado da
realidade ao perceber objetos inexistentes e expressar pensamentos delirantes (como a história sobre se proteger
dos cães). A confissão mencionada também pode ser um indicativo de que ele está experimentando alterações
em seu senso de realidade.

2. **Atenção Prejudicada:**

A dificuldade de J.B. em responder prontamente às perguntas, bem como sua aparente incapacidade de fixar
ocorrências cotidianas, indica uma possível alteração na atenção. Ele parece ter dificuldade em manter o foco nas
tarefas simples e em acompanhar a conversa. Seus comportamentos, como pegar o papel em branco e começar a
ler algo não relacionado, também podem sugerir uma atenção prejudicada.

3. **Orientação Alterada:**

A confusão de J.B. em relação a sua localização, às pessoas ao seu redor e à duração de sua estadia no local indica
uma possível alteração na orientação. Ele parece não ter noção de tempo e espaço, o que pode ser um sinal de
desorientação.