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EPILEPSIAS E FUNÇÕES EXECUTIVAS: REVISÃO DE LITERATURAI


EPILEPSY AND EXECUTIVE FUNCTION: LITERATURE REVIEW

Mariana da SilvaII
Rosa Cristina Ferreira de SouzaIII

Resumo: A epilepsia é um transtorno neurológico que se caracteriza por crises epiléticas ou


crises convulsivas podendo alterar o funcionamento do sistema nervoso e gerar impactos na
vida das pessoas que desenvolvem a doença. O objetivo geral deste estudo, de caráter
qualitativo é identificar os impactos nas funções executivas em crianças e adolescentes com
epilepsia. Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados SCIELO, BDTD e CAPES.
Não foram encontrados artigos publicados nos últimos dez anos. Foram analisadas cinco
pesquisas, as quais são dissertações e teses que correspondiam ao objetivo da pesquisa. Foi
possível concluir que crianças e adolescentes com epilepsia possuem prejuízo na habilidade
de criar estratégias para resolução de problemas, concentração, atenção, velocidade de
processamento, flexibilidade, memória de trabalho e controle inibitório. Não foi possível
identificar diferenças significativas quando comparados os prejuízos entre as epilepsias
estudadas (rolândica, lóbulo temporal e mioclônica juvenil), uma vez que todas as pesquisas
analisadas apresentaram menor desempenho quando comparados ao grupo de controle.
Crianças com início precoce das crises apresentam maior dificuldade em determinadas
habilidades quando comparadas às crianças que iniciam as crises mais tardias. Destaca-se a
relevância em se ampliar os estudos acerca do assunto, pois, entende-se que novas pesquisas
possam auxiliar os profissionais na identificação do transtorno e os portadores por uma
melhor qualidade de vida afetivo-emocional, social, acadêmica e profissional.

Palavras-chave: Epilepsia. Funções executivas. Criança e adolescente.

Abstract: Epilepsy is a neurological disorder that is characterized by epileptic seizures or


seizures that can alter the functioning of the nervous system and impact the lives of people
who develop the disease. The general objective of this qualitative study is to identify the
impacts on executive functions in children and adolescents with epilepsy. Bibliographic
research was carried out in the SCIELO, BDTD and CAPES databases. No published articles
were found in the past ten years. Five researches were analyzed, which are dissertations and
theses that correspond to the research objective. It was possible to conclude that children and
adolescents with epilepsy have impaired ability to create strategies for problem solving,
concentration, attention, processing speed, flexibility, working memory and inhibitory
control. It was not possible to identify significant differences when comparing the losses
between the epilepsies studied (rolandica, temporal lobe and juvenile myoclonic), since all the
researchers analyzed presented less performance when compared to the control group.
Children with early onset of seizures have greater difficulty in certain abilities when

I
Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia da Universidade do Sul
de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Psicóloga. 2020.
II
Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-
mail:silva.maariana@gmail.com
III
Doutora. Orientadora. Professora Titular na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
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compared to children who start seizures later. The relevance of expanding studies on the
subject is highlighted, as it is understood that new research can assist professionals in
identifying the disorder and those with a better affective-emotional, social, academic and
professional quality of life.

Keywords: Epilepsy. Executive functions. Child and teenager.

INTRODUÇÃO

A epilepsia é um transtorno neurológico que se caracteriza por crises epiléticas ou


crises convulsivas. É ocasionada por descarga anormal e excessiva de neurônios que alteram o
funcionamento do sistema nervoso, sendo uma das doenças neurológicas que mais afeta
pessoas no mundo, alcançando 50 milhões de pessoas de todas as idades, sexo e raça, tendo
maior incidência na infância e em pessoas com mais de 60 anos de idade (SILVA;
CARDOSO; MACHADO, 2013).
A Criança com epilepsia está mais propensa a ter dificuldades na escola e problemas
de conduta, possuindo maior risco de apresentar dificuldades em sua trajetória educativa,
como baixo rendimento acadêmico, baixa autoestima, problemas de saúde mental e
isolamento social, os quais impactam negativamente em sua qualidade de vida (RONCONI,
2019).
Planejamento, realização de tarefas diárias, flexibilidade com situações inesperadas,
são habilidades importantes para que a criança e o adolescente possam desempenhar bem a
vida social e acadêmica. Essas habilidades fazem parte das funções executivas.
Baron (2004) define as funções executivas como atitudes que permitem ao sujeito
perceber estímulos, mudar de opinião, responder de forma adequada, reconhecer as
consequências, e alcançar objetivos comuns. Essas habilidades são essenciais para o dia a dia
como relacionamento interpessoal e aprendizagem escolar.
Considerando a importância das funções executivas para o desenvolvimento social,
habilidades acadêmicas, aprendizagem e habilidades de resolução de problemas, o objetivo
geral desta revisão é identificar os impactos nas funções executivas em crianças e
adolescentes com epilepsia, buscando-se identificar funções executivas preservadas e
prejudicadas em crianças/adolescentes com epilepsia; identificar a relação entre o tipo de
epilepsia e o prejuízo relacionado às funções executivas.
Esta revisão, no intuito de contribuir para a compreensão dos prejuízos das funções
executivas causados em crianças e adolescentes com epilepsia, visa agregar evidências de
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pesquisa de campo sobre o tema abordado, ofertando conhecimentos que venham guiar a
identificação de publicações recentes e indicando rumos para novas pesquisas.

EPILEPSIA

Segundo Miziara (2003) a crise mais comum na infância é a epilepsia focal benigna da
infância com pontas centrotemporais, também chamada de epilepsia rolândica, representando
15 a 20% de todas as epilepsias antes dos 15 anos de idade. Essa epilepsia é constituída por
crises focais simples, orofaciais, geralmente relacionadas ao sono (LOISEAU; DUCHÉ;
LOISEAU, 1991).
Em contrapartida, Kotagal (1991) explica que a epilepsia do lóbulo temporal é a mais
frequente em adultos, sendo uma alteração elétrica focal, podendo apresentar crises simples
ou complexas. Rassi Neto et al. (2001) esclarecem que é considerada a epilepsia que mais se
beneficia com tratamento cirúrgico.
Diferente das epilepsias citadas, a epilepsia mioclônica juvenil é considerada por
Salas-Puig et al. (2001) epilepsia idiopática generalizada, sendo fundamental a identificação
das crises generalizadas para o diagnóstico de epilepsia mioclônica juvenil
(RENGANATHAN; DELANTY, 2003). Caracterizam-se por crises repetitivas, abruptas e
involuntárias, afetam principalmente os ombros e braços. São consideradas breves variando
entre movimentos bruscos e leves contrações (FAUGHT, 2003). As crises surgem entre nove
e 27 anos de idade (COSSET et al., 2002).
Não existe uma causa única e específica para a epilepsia, mas estima-se que lesões no
momento do nascimento, lesões cerebrais traumáticas, infecções cerebrais como meningite ou
encefalite, colaborem para o início da doença (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Em contrapartida, se exclui como possibilidade de epilepsia as crises febris em crianças,
crises por abstinência de álcool, crises metabólicas, crises tóxicas, síncope convulsiva, crises
na primeira semana após trauma craniano, pois há baixo risco de crises na ausência do fator
precipitante.
Fisher (2017) classifica e divide as crises em focais e generalizadas. Nas crises de
início focal a pessoa está ciente de si e do meio ambiente durante a ocorrência da crise, sendo
essa limitada a uma área focal do cérebro, e são denominadas “parciais simples” ou
“complexas” (de acordo com a preservação ou alteração da consciência). Crises generalizadas
são divididas em crises motoras e não motoras e envolvem ambos hemisférios cerebrais: São
divididas em tônico-clônica, tônica, clônica, mioclônica, ausência e atônica.
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Na fase tônico-clônica há enrijecimento dos músculos e fortes espasmos. Segundo


Yacubian e Kochen (2014), a crise tônico-clônica consiste em duas fases bem definidas: a
fase tônica e a fase clônica. Na fase inicial, tônica, o paciente estende os membros superiores
e inferiores, mantendo os braços aduzidos e cruzados em frente ao corpo. Também pode ser
observada uma fase em que há flexão no nível dos cotovelos. A fase tônica dura de cinco a
dez segundos e é seguida por um tremor produzido pelas flexões pequenas e rápidas ao nível
do cotovelo. As flexões dos braços aumentam, para então, diminuir, chamando de fase
clônica. Pode ser somente tônica, que resulta em enrijecimento dos músculos ou somente
clônica que resulta em fortes espasmos.
A Mioclônica é caracterizada por pequenos espasmos, contrações musculares breves,
os fatores principiantes das crises são: falta de sono, cansaço, infecções e bebidas alcoólicas.
(YACUBIAN; KOCHEN, 2014). Tais contrações afetam grupos musculares diferentes em um
dado momento. A crise de ausência, geralmente tem início entre os quatro e sete anos de
idade, sendo raro o aparecimento antes dos três anos de idade (FAROOQUE et al., 2011).
Caracteriza-se por uma breve perda de consciência que tem duração de 3 a 10 segundos,
podendo ter uma ocorrência de até 200 crises diárias (TANAKA et al., 2008). Por fim, nas
crises atônicas, há perda de tônus, não sendo capaz de manter-se em pé. Assim como nas
crises tônicas e clônicas, a crise atônica também pode ocorrer a perda de consciência
(YACUBIAN; KOCHEN, 2014).
“Crise de início desconhecido” também é uma classificação de crise, que geralmente
ocorre quando o paciente está dormindo ou sozinho, na qual o início não foi presenciado,
podendo futuramente ser classificada como focal ou generalizada (FISHER, 2017).
O tratamento da epilepsia ocorre através de medicamentos a fim de reduzir as
anormalidades e consequentemente bloquear as crises. O não uso ou dosagem abaixo da
adequada das drogas antiepiléticas, são problemas que ocorrem com frequência e a estimativa
é de que afeta de 20% a 80% dos pacientes com epilepsia (PISKORSKA et al., 2013), ou seja,
a falta de controle de crises epiléticas está ligada à falta da adesão à medicação, trazendo
consigo um risco no aumento do suicídio, ansiedade, morte súbita e morte acidental (JONES
et al., 2006).
Em relação à cura, Porto et al. (2007), explica que há apenas tratamento para redução
dos sintomas, que pode ser feito através de cirurgias ou medicamentos antiepiléticos, mas não
é possível ser “curado”.
O tratamento através da cirurgia é realizado quando os medicamentos não reduzem as
crises. O objetivo da cirurgia, segundo Guerreiro et al. (2000), é reduzir as crises com o
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menor dano possível ao cérebro. Pelo fato de a criança e adolescente estarem em


desenvolvimento, com constantes mudanças neurobiológicas, considera-se que a cirurgia é
mais arriscada que para um adulto, sendo necessária uma avaliação cuidadosa e considerada
uma opção somente quando os medicamentos não estiverem fazendo efeito (COSTA;
PORTELA, 2006).
Os pacientes epiléticos com um bom controle de suas crises e com tratamento
adequado podem levar uma vida normal (CARABALLO; CHACÓN, 2019), entretanto
doenças crônicas na infância, tal como epilepsia podem gerar riscos ao desenvolvimento,
sendo eles físicos, psíquicos, cognitivos ou executivos. A pessoa com doença crônica está
sujeita a limitações, stress psicológico, tarefas diárias interferidas, alterações na vivência
social e adaptação ao tratamento (KIM et al., 2016).
Há alguns fatores influentes na adesão durante o tratamento, fatores como: conflitos
familiares, reações medicamentosas, negação da doença e problemas que afastam o cuidador.
Em contrapartida, há fatores que contribuem positivamente ao tratamento: amigos próximos,
crença materna sobre a doença e empatia pelo médico (TADDEO; EGEDY; FRAPPIER,
2008).
Ocorre que o tratamento medicamentoso deve suspender as crises, mas o fato de a
pessoa ter funcionamento cerebral com presença de focos epiléticos pode implicar em
prejuízos no funcionamento cognitivo e executivo. Em crianças, o uso de medicamentos
anticonvulsivantes por muito tempo, pode causar prejuízos cognitivos por ainda estarem em
desenvolvimento, além de aumentar a sonolência, distração e insônia, fatores considerados
importantes para o bom desempenho acadêmico e social (LORING; MEADOR, 2004).
Alguns estudos relacionam anticonvulsivantes com impacto negativo sobre memória de
trabalho, velocidade de processamento e velocidade psicomotora (KIM et al., 2006; LEE et
al., 2006).

FUNÇÕES EXECUTIVAS

As funções executivas são habilidades necessárias para a pessoa deliberar sobre


controle das emoções, pensamentos e ações. Diamond (2009) divide essas habilidades em três
categorias:
Controle inibitório (autocontrole), que é a capacidade de resistir a algo. Por exemplo:
continuar uma tarefa mesmo que esteja muito entediante. Essa categoria exige habilidade de
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inibir fortes estímulos para fazer algo mais divertido; requer inibir a ação impulsiva como
pegar o brinquedo de outra criança ou até mesmo bater em alguém por vingança.
Memória de trabalho: importante para que se possa armazenar informações ao longo
do tempo, para acompanhar uma conversa ou relacionar uma ideia à outra. Também para que
instruções para executar uma ação sejam seguidas, para estabelecer relação de situações entre
início, meio e fim e ver as coisas de pontos de vista diferente.
Flexibilidade cognitiva presume capacidade de adaptação às mudanças. Essa categoria
é essencial para resolver problemas, ser criativo e encontrar alternativas frente a uma nova
situação.
Portanto, consideram-se funções executivas funções que envolvem aspectos de
organização, flexibilidade, autocontrole e planejamento (LEZAK; HOWIESON; LORING,
2004), sendo que seu principal objetivo é a adaptação a novas situações enfrentadas pelo
sujeito.
Malloy-Diniz et al. (2010) separam as funções executivas em duas partes, sendo elas
“frias”, planejamento, resolução de problemas, flexibilidade cognitiva, julgamento e atenção e
“quentes”, aspectos emocionais, alterações de personalidade e incapacidade de inibir
comportamentos impróprios.
Também Baddeley, Chincotta e Adlam (2001), explicam que as funções executivas
incluem organização, planejamento, planos de ações e flexibilidade para escolher novas
ações. Habilidades que envolvem fatores como: volição (usar as experiências para criar
metas), planejamento (capacidade de pensamento antes de tomar decisões, fazer escolhas e
criar caminhos para a mesma), iniciação da ação (capacidade de iniciar algo, manter, alterar e
encerrar de maneira ordenada), desempenho efetivo (monitorar, autodirigir e mudar e inibir
respostas frente as situações).
A atenção é considerada indispensável para um bom desempenho cognitivo, o
problema de atenção tende a não ser percebido até que existam queixas de esquecimento,
dificuldade de encontrar palavras e pensamento alterado (MEADOR, 2002). Geralmente
crianças com as crises controladas não apresentam problemas na aprendizagem e
comportamento, porém o bom controle das crises não garante a ausência de desatenção, ou
problemas de linguagem e aprendizagem (MULAS et al., 2006).
A criança com o funcionamento do cérebro diferente do considerado normal
apresentará comportamentos, potencialidades cognitivas e habilidades diferentes daquela em
que o sistema nervoso não teve alterações (CONSENZA; GUERRA, 2001). Uma queixa
frequente entre pais e professores de crianças com epilepsia é a falta de atenção (LOPES,
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2007). Em algumas crianças a dificuldade de atenção pode surgir como primeiro sinal de
déficit cognitivo causado por convulsões, sendo que uma boa atenção é importante para o
desempenho de outras funções cognitivas como a percepção e funções executivas, cujo bom
desenvolvimento desempenha papel importante na vida da criança, pois auxilia na vida social
e acadêmica.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica, de modelo exploratório.


Foram consultadas três base de dados para a pesquisa: SCIELO, BDTD e CAPES, com as
seguintes combinações de palavras-chave: Epilepsia and funções executivas, epilepsia and
autocontrole, epilepsia and memória de trabalho, epilepsia and flexibilidade cognitiva,
epilepsia and funciones ejecutivas. Entretanto, os resultados mostraram que em nenhuma
delas foram encontrados estudos pertinentes ao tema e aos objetivos do presente estudo. Desta
forma, foram realizadas buscas na ferramenta Google Acadêmico onde foram localizadas
quatro pesquisas que correspondem aos objetivos previamente listados. Os estudos foram
encontrados no banco de dados Repositório Digital Institucional da UFPR, Repositório digital
da Universidade de Coimbra (UC), Revista del Hospital de Pediatria Garrahan e Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
Os trabalhos resultantes da busca nas bases de dados foram selecionados em três
etapas. Em um primeiro momento, as pesquisas foram selecionadas pelos títulos e resumos.
Os dados das publicações selecionadas foram cruzados de modo a excluir as repetições. Em
seguida, procedeu-se à leitura do texto, integralmente. Esse procedimento teve por base os
seguintes critérios de inclusão: a) publicados entre 2010 e 2020; b) idioma: foram
selecionados estudos em português e espanhol; c) idade de participantes: entre 0 e 18 anos.
Foram excluídos estudos que apresentam crianças e adolescentes com outras doenças
neurológicas. Por meio do procedimento de seleção dos estudos, chegou-se ao número de
cinco pesquisas. Dessas, uma refere-se ao perfil cognitivo e 4 as funções executivas. Destaca-
se que os estudos se referem à dissertações e teses, pois não tem sido encontrado muitos
artigos publicados acerca do assunto no período especificado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
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A despeito das similaridades entre os estudos selecionados, todos eles abarcaram


relações entre impacto nas funções executivas, tendo uma diferença significativa entre
crianças não epiléticas e epiléticas.
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Quadro 1 – Descrição dos resultados da investigação bibliográfica


(continua)
AUTOR / RESULTADOS
LOCAL TITULO MÉTODO OBJETIVOS
ANO
Os pacientes com EMJ tiveram piores
desempenhos que os controles em testes de
flexibilidade mental, controle inibitório,
fluência verbal, formação de conceitos,
Avaliar as funções manutenção de metas, fluência verbal e
Epilepsia mioclônica Avaliar 42 pacientes neuropsicologicas, memória verbal em curto prazo. Quanto à
Faculdade de juvenil: avaliação das com epilepsia expressão de traços de gravidade da disfunção executiva,
Moschetta medicina da funções atencionais e mioclonica juvenil personalidade e observou-se que 83,33% apresentaram
(2010) universidade executivas, traços de (EMJ) e comparar os funcionamento social disfunção executiva moderada ou grave.
São Paulo personalidade e resultados com grupo em pacientes com Apresentaram maior expressão dos traços
adequação social de controle. epilepsia mioclônica de personalidade impulsivos e pior
juvenil. adequação social em comparação com o
grupo controle. Disfunção executiva/
atencional se correlacionou com o pior
controle dos impulsos, porém não com o
pior funcionamento social.
O grupo de epilepsia do lobo temporal
Atenção e as funções apresentou desempenho substancialmente
Avaliação Investigar a atenção e
executivas em 24 abaixo dos níveis. Houve também uma
Universidad neuropsicológica em funções executivas em
crianças com desaceleração da capacidade de
Ana, et al. de Coimbra. crianças com epilepsia: crianças com epilepsia
epilepsia do lóbulo processamento. Além disso, pacientes com
(2010) Coimbra, atenção e funções do lóbulo temporal,
temporal. Entre 7 e início precoce da epilepsia apresentaram
Portugal executivas em epilepsia considerando a
15 anos comparados maiores dificuldades na manutenção das
do lóbulo temporal influencia de variáveis
com crianças de habilidades de cuidado e planejamento.
clinica.
controle
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(continuação)
AUTOR / RESULTADOS
LOCAL TITULO MÉTODO OBJETIVOS
ANO
As crianças com EFCT, especificamente
as que apresentavam atividade
epileptiforme à esquerda e fazendo uso de
medicação tiveram seu desempenho
Cinquenta e oito estatisticamente inferior em relação ao
crianças com idade Identificar as grupo controle e às crianças com atividade
Estudo da função
entre 8 e 13 anos diferenças de à direita, bilateral e sem medicação.
executiva em crianças
Banaskiwitz participaram deste desempenho nos testes Na avaliação de funções executivas e
São Paulo – SP com epilepsia focal
(2012) estudo, sendo 30 neuropsicológicos de flexibilidade cognitiva, foi observado que
benigna da infância com
crianças diagnosticadas função executiva entre o grupo com descarga à esquerda e o
pontas centrotemporais
com EFTC e 28 crianças com EFCT e grupo sem medicação apresentaram piores
crianças hígidas. crianças sem epilepsia desempenhos no número de categorias e
na eficiência de categorização, enquanto
apenas no grupo sem medicação houve
maior quantidade de erros que o grupo
controle.
Os participantes foram Crianças com ER obtiveram pior
submetidos à aplicação desempenho na maioria dos testes.
Identificar e descrever
de testes de funções Crianças com início precoce apresentaram
possíveis alterações de
executivas. Foram pior desempenho em um dos instrumentos
Avaliação funções executivas em
Universidade incluídas crianças com utilizados quando comparadas com
neuropsicológica em crianças com epilepsia
estadual de diagnóstico clínico e crianças com início mais tardio da
NERI (2012) crianças com epilepsia benigna da infância
Campinas/UNICA eletroencefalográfico de epilepsia; em relação às demais variáveis
rolândica: funções com pontas
MP ER. Os resultados da epilepsia, não foi possível qualquer
executivas centrotemporais
obtidos foram tipo de análise; quanto às variáveis das
(EBIPCT) ou epilepsia
comparados com os de crises, não houve diferença nos resultados
rolândica
um grupo de crianças obtidos pelos pacientes divididos em
de um grupo-controle. grupos.
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(conclusão)
AUTOR / RESULTADOS
LOCAL TITULO MÉTODO OBJETIVOS
ANO
Aprofundar no Entre epilepsia generalizada e parcial não
conhecimento do houve diferenças. Os déficits encontrados
desenvolvimento das impactam sobre a área acadêmica. Os
Servicio de Epilepsia infanto-juvenil e funções de atenção e resultados do presente estudo mostraram
Clínicas comorbidade Estudo descritivo, executivas em crianças prejuízos nas funções intelectuais,
Zambarbieri Interdisciplinarias. neurocognitiva: impacto retrospectivo, e adolescentes com atenção, memória e linguística como
1
(2014) Hospital de da atenção, memoria e transversal e epilepsia, para consequência do efeito deletério da
Pediatría Juan P. processos executivos da observacional esclarecer as mudanças epilepsia e
Garrahan linguagem (epilepsia funcionais que do envolvimento comórbido de distúrbios
generalizada – focal. impactam nos psiquiátricos
processos diminuindo que acompanhou esta amostra.
o rendimento
acadêmico.
Fonte: Elaborado pela autora a partir da revisão de literatura.

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Tradução realizada pela pesquisadora
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As pesquisas incluídas na revisão mencionam que há alterações e prejuízos nas


funções executivas em crianças e adolescentes epiléticas, tendo sido consideradas a epilepsia
focal benigna da infância com pontas centrotemporais ou rolândica, mioclônica juvenil e
epilepsia do lóbulo temporal. Há destaque para: controle inibitório, flexibilidade cognitiva e
memória de trabalho, além da capacidade atencional.

CONTROLE INIBITÓRIO

Refere-se à capacidade de frear estímulos, como inibir distratores e inibir impulsos,


como por exemplo, pensar antes de falar. Esta habilidade está muito ligada ao comportamento
social, pois na maioria das vezes há necessidade de inibir as vontades, desejos ou até mesmo
pensamentos para assim formular uma resposta adequada para a situação e ambiente.
Importante também na aprendizagem, pois é necessário inibir estímulos externos para focar
nas regras aprendidas e realizar as atividades. Habilidade a qual os pesquisadores
(BANASKIWITZ, 2012; MOSCHETTA, 2010; NERI, 2010; ZAMBARBIERI, 2014)
encontraram alterações quando relacionadas às crianças com epilepsia.
Moschetta (2010) através de avaliações dos traços de personalidade impulsivos e
desempenho de funções executivas em crianças com epilepsia mioclônica juvenil constatou
que pacientes com pior controle das crises e com pior controle de impulsos, apresentam pior
desempenho nas funções executivas. Em contrapartida, Banaskiwitz (2012) identificou
ausência impulsividade em crianças com epilepsia rolândica.

FLEXIBILIDADE COGNITIVA

Capacidade de alterar entre respostas e encontrar alternativas para situações


imprevistas. Flexibilidade e criatividade são características que estão muito próximas, ou seja,
para ser criativo é importante ter a habilidade da flexibilidade cognitiva. Essas características
também resultaram em prejuízos nas pesquisas selecionadas.
A função atencional, concentração, velocidade, precisão de tarefas e flexibilidade
apresentaram um baixo desempenho comparado ao grupo de crianças não epiléticas
(MOSCHETTA, 2010; NERI, 2012; ZAMBARBIERI, 2014). Crianças sem utilização da
medicação antiepilética e com descarga à esquerda, apresentam pior flexibilidade cognitiva
quando comparadas a crianças do grupo de controle (BANASKIWITZ, 2012).
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No estudo de Lopes et al. (2010) o teste aplicado apresentou resultado estatisticamente


significativo contatou lentidão de processamento e dificuldade de processar informações em
crianças com epilepsia do lóbulo temporal (LOPES et al., 2010).
Quando há uma deficiência nas funções executivas, a criança passa a ser mais lenta
para compreender textos e para resgatar informações na sua memória. Ou seja, a flexibilidade
cognitiva pode estar prejudicada pela lentidão no processamento. A compreensão de textos
evidencia o funcionamento de recursos cognitivos e a escrita requer planejamento de ideias e
recursos, ambas habilidades apresentaram resultados baixos comparados ao grupo de controle
(LOPES et al., 2010).
Ainda no que se refere ao estudo realizado por Lopes et al. (2010) crianças com
epilepsia de lóbulo temporal possuem dificuldade na atenção sustentada, seletiva e atenção
dividida. Porém a dificuldade que foi apresentada não foi em erros ou omissões de respostas e
sim no tempo necessário para concluir as tarefas solicitadas, apresentando déficit principal,
portanto, na velocidade de processamento e execução de tarefas.

MEMÓRIA DE TRABALHO

Habilidade que auxilia a organização das memórias armazenadas tanto na parte


visuoespacial quanto no auditivo verbal. Por exemplo, criança durante a brincadeira precisa
guardar na memória quais as regras do jogo ou regras de atividades matemáticas.
Moschetta (2010) identificou que crianças com epilepsia mioclônica juvenil possuem
prejuízos na capacidade de memória verbal de curto prazo. Enquanto Banaskiwitz (2014) não
identificou prejuízos em crianças com epilepsia rolândica.
No estudo de Zambarbieri (2014) todas as provas que avaliavam a capacidade de
recordar palavras, memórias de histórias e números, além de memória de trabalho que permite
o processamento de informações, as crianças com epilepsia tiveram um prejuízo quando
comparadas ao grupo de controle, não encontrando diferenças entre epilepsia parcial ou
generalizada.
Função atencional (MOSCHETTA, 2010; NERI, 2012; ZAMBARBIERI, 2014),
concentração, precisão de tarefas, processamento de informações (BANASKIWITZ, 2012;
LOPES et al., 2010), controle inibitório (BANASKIWITZ, 2012; MOSCHETTA, 2010;
NERI, 2012; ZAMBARBIERI, 2014), formação de conceitos (MOSCHETTA, 2010),
manutenção de metas (MOSCHETTA, 2010), flexibilidade mental (MOSCHETTA, 2010;
BANASKIWITZ, 2012), fluência verbal (MOSCHETTA, 2010; LOPES et al., 2010), atenção
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sustentada e dividida (MOSCHETTA, 2010; LOPES et al., 2010), velocidade de


processamento e resolução de problemas (BANASKIWITZ, 2012; LOPES, 2010),
apresentaram nas pesquisas um baixo desempenho comparado ao grupo de crianças não
epiléticas.
No estudo de Banaskiwitz (2012) crianças com epilepsia focal benigna da infância
com pontas centrotemporais, atividade epileptiforme à esquerda e fazendo uso da medicação
epiléptica, apresentam resultados inferiores quando comparadas ao grupo de controle e
crianças que possuem atividade à direita. Diferente das outras pesquisas selecionadas, Neri
(2012) não identificou diferença significativa entre a lateralidade das crises.
Todas as pesquisas concluíram que crianças com início precoce das crises apresentam
maior dificuldade em determinadas habilidades quando comparadas às crianças que iniciam as
crises mais tardias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos selecionados apresentam dados de que crianças e adolescentes com


epilepsia possuem prejuízo na habilidade de criar estratégias para resolução de problemas e
dificuldade de concentração. Os resultados reforçam a necessidade de monitorar a área da
atenção, funções executivas e velocidade de processamento em crianças e adolescentes com
epilepsia.
As pesquisas não apontaram as funções executivas preservadas, porém em relação aos
prejuízos já mencionados, as pesquisas apontam consequências sobre a qualidade de vida e
bem estar psicológico, social e educativo. Reforçam a necessidade de tratamento não só da
criança como dos pais, intervenção escolar e farmacologia para controle das crises.
Em relação à comparação de prejuízos executivos entre os tipos de epilepsias
apresentadas, não foi possível identificar diferenças significativas, uma vez que todas as
pesquisas analisadas apresentaram menor desempenho quando comparados ao grupo de
controle.
Entende-se a premência de estudos nessa área, principalmente relacionando as funções
executivas na epilepsia, para que se esclareça com mais precisão a relação entre o tipo de
epilepsia e os prejuízos executivos e, assim, seja possível capacitar profissionais para
orientarem pais e professores no que se refere às estratégias educativas e de escolarização.
Também possibilitar planejamento de reabilitação por profissionais da pedagogia e psicologia,
15

os quais podem contribuir com aspectos cognitivos e relacionais, importantes para a


integração da pessoa em seu contexto escolar e social.
Por fim, por ser um tema recente, entende-se que novas pesquisas possam auxiliar os
profissionais na identificação do transtorno e os portadores por uma melhor qualidade de vida
afetivo-emocional, social, acadêmica e profissional. Devem ser levados em consideração os
resultados avaliados nas pesquisas selecionadas, pois apresentam déficits significativos nas
funções executivas, impactando diretamente desde a rotina básica até processos complexos de
atividades, afetando a qualidade de vida, bem-estar social educativo e psicológico.

REFERÊNCIAS

BADDELEY, A.; CHINCOTTA, D.; ADLAM, A. Working memory and the control of
action: evidence from task switching. J. Exp. Psychol. Gen., v. 130, n. 4, p. 641-657, 2001
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/117
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11757873/. Acesso em: 25 jul. 2020.

BANASKIWITZ, N. H. C. Estudo da função executiva em crianças com epilepsia focal


benigna da infância com pontas centrotemporais. 2012. Dissertação (Mestrado em
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