LOVE IS MESSY 02

EMILY GOODWIN

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EMILY GOODWIN

LANÇAMENTOS BOO KS

DISPONIBILIZAÇÃO: MERLIN CAT, SORYU E DAY

TRADUÇÃO: DAY

REVISÃO INICIAL: GISLAINE

REVISÃO FINAL: PAIXAO E FREYJA

LEITURA FINAL: AKASHA E HECATE

FORMATAÇÃO: CIRCE

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EMILY GOODWIN

IS MESSY
BY EMILY GOODWIN

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EU JA FUI QUEIMADO ANTES.

UMA VEZ POR AMOR, DUAS VEZES PELO FOGO.

E EU NÃO SEI O QUE FOI PIOR.

DURANTE ANOS, TENHO BRINCADO COM FOGO. TANTO NOS

LENÇÓIS COMO NAS RUAS. MAS DEPOIS DE UM ACIDENTE QUE
BAGUNÇOU MINHA VIDA, ALGO TEVE QUE MUDAR. FUI DE
CHICAGO A NOVA YORK PARA VIVER COM MEU IRMÃO
DISTANTE. ISSO É MENOS DO QUE IDEAL, MAS É APENAS
TEMPORÁRIO.

PARA CONVIVERMOS SEM MATAR UM AO

OUTRO, EU PRECISO DE ALGUMAS REGRAS
SIMPLES: SEM NAMORO, SEM DRAMA, SEM SE
METER NOS NEGÓCIOS UM DO OUTRO.

BASTANTE FACIL, CERTO?

ENTÃO EU A CONHECI, E AS REGRAS FORAM PELA JANELA.

O PROBLEMA É:

ELE A CONHECEU PRIMEIRO.

.

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CAPÍTULO 0 1

Luke
Cinco meses atrás...

— Minha esposa quer tentar um bebê. — José, meu melhor amigo me diz.
— Não brinca. Isso é incrível, cara.
— Não, não é. — Ele balança a cabeça enquanto verifica o equipamento. É
manhã de terça-feira e acabamos de chegar para o trabalho no quartel. — Você sabe
o quão caro são esses pequeninos?
Eu rio.
— Não, eu não sei. Mas, pelo que ouvi eles valem cada centavo.
— É fácil para você dizer. — Ele vira seu capacete, inspecionando cada
polegada dele. A segurança não é algo que podemos fazer pouco caso. — Você é
solteiro.
— Solteiro e conquistador. — eu digo, embora haja uma pequena parte de
mim que anseia por algo mais do que encontros de uma noite e relacionamentos
casuais. — Você vai ser um grande pai.
— Eu não sei. — diz e balança a cabeça. — Eu não tenho nenhuma
experiência com bebês.
Eu levanto uma sobrancelha.
— Sua irmã tem uma dúzia de filhos. Você está com eles o tempo todo.

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— Ela só tem cinco, próximo o suficiente, eu acho. E eu faço o papel de tio

engraçado. Brinco com eles, os mimo, os encho de doces, então devolvo. E se eu não
gostar dele? Eu não posso devolvê-lo.
— Eu acho que sua esposa não vai deixar você fazer isso.
— Você vai ser o padrinho, você sabe.
Eu sorrio.
— Você confia em mim tanto assim?
— Eu tenho um mau julgamento. — Ele ri. — Mas sim. O que os padrinhos
realmente fazem de qualquer maneira?
— Compram presentes? Certificam-se de que seus pais não são muito
severos. Fornecem a bebida e um lugar para se divertir.
— Engraçado Luke. Eu... Estive pensando... Ter um filho em nossa linha de
trabalho... Eu preciso atualizar meu testamento e outras merdas. — José balança a
cabeça. — O seu está atualizado?
— Sim. Eu tive que atualizar depois que recebi a herança dos meus avós.
Eu suspiro.
— Eu odeio pensar nisso, cara. É um pouco mórbido. E o fato de que eu
quero ser um DNR1 e ter a mulher em lágrimas cada vez que eu falo nisso. Eu não
quero ser um vegetal. Basta puxar o plugue.
— O mesmo aqui.
Nem mesmo dez minutos depois, o alarme dispara. José e eu vamos do
modo casual para bombeiro profissional em apenas um segundo. Nos levantamos e
vamos para o caminhão, respondendo a um incêndio em uma casa. Um momento de
silêncio cai sobre todos nós. Eu venho fazendo isso há quase dez anos, e o perigo
ainda é tão real, tão aterrorizante quanto foi à primeira vez.
Incêndios são imprevisíveis, comendo tudo em volta. Eles podem te engolir
em segundos, cuspindo tudo em uma pilha de cinzas carbonizada.
O caminhão para, eu olho para José encontrando seus olhos. Ele é meu amigo
desde o meu segundo ano na faculdade. Estávamos na Universidade de Chicago,
decidindo nossas carreiras.
Durante nosso primeiro ano, dividimos o apartamento. Ele não ficava na
melhor parte da cidade, mas era nosso e nós éramos livres para trazer qualquer uma

1
Ordem de não reanimar.

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para casa e estávamos satisfeitos. Nem mesmo três meses mais tarde, o edifício
pegou fogo devido a alguém secar roupas em um aquecedor de ambientes. Nós
acordamos com o nosso apartamento cheio de fumaça, e tentamos colocar todos
para fora. Mas, era tarde demais.
Foi há quase dez anos, mas lembro como se fosse ontem. Seis pessoas
morreram, incluindo duas crianças. Crianças que tínhamos visto, crianças que
conhecíamos pelo nome. Essas mesmas crianças que nos venderam a limonada com
o pior sabor na história das limonadas, para levantar dinheiro para sua escola
comprar materiais de arte.
Algo mudou naquela noite, para mim, bem como para José, e de repente, o
programa de ser médico parecia pretensioso. Levaria muito tempo para me formar,
e ainda mais tempo antes de me tornar um médico praticante. E eu não poderia
esperar tanto tempo. As pessoas estavam morrendo. Pessoas inocentes.
Eu tinha que fazer algo para ajudar.
Aqui estou agora, andando no caminhão do corpo de bombeiros ao lado de
meu melhor amigo. Ele me dá um pequeno aceno, lembrando da tácita promessa
que fizemos um ao outro antes de ir para qualquer incêndio.
Dois dentro, dois fora.
Entramos juntos, saímos juntos. Não importa o que.
O fogo consumiu toda a casa. Próximo a ela está reagindo ao calor,
quebrando o vidro das janelas no andar de cima. A multidão curiosa reunida
assistindo, grita. Metade está orando, metade está gravando o fogo com seus
celulares.
Nos é dada a atualização do local, nos deixando saber que um casal de
idosos vivia aqui com quatro netos. As crianças ainda estão na escola. A avó é
cadeirante e não foi encontrada. O avô foi resgatado e está sendo cuidado pelos
paramédicos com inalação, mas não está respondendo muito bem.
Em uma onda de caos organizado, a mangueira é puxada do caminhão e é
feita uma avaliação sobre o que fazer. Cada segundo conta. José e eu rodeamos parte
de trás da casa, tentando encontrar um caminho. Um dos vizinhos vem correndo e
diz que viu a avó por uma janela do segundo andar a menos de um minuto atrás. A
polícia puxa o vizinho para longe das chamas.
Um minuto não parece ser um longo tempo. Mas quando o ar ao seu redor
está a mil graus, um minuto pode destruí-lo completamente. Eu chuto uma porta,
entro na casa pela cozinha. As chamas invadem a porta, envolvendo seus tentáculos

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ao redor, levando tudo o que vê pela frente. Eu já posso sentir o calor através do
meu uniforme, e dificilmente pode se ver através da fumaça espessa e negra.
Dou um passo, os olhos correndo ao redor. Há escadas à minha esquerda, e o
fogo as reivindicou como sendo dele. Não há maneira que possamos fazer isso pelas
escadas. Se a velha senhora conseguiu sobreviver, vamos ter que entrar com a
escada pelo lado de fora. Nós viramos para sair, e eu sei que o caminhão está
fazendo uma manobra para ficar tão perto quanto pode, embora eu não possa ouvir
o sinal sonoro através do crepitar do fogo.
Corremos para o caminhão, e estou na escada em menos de sessenta
segundos, escalando os dois andares. José atrás de mim, esperando, sendo o meu
guardião.
Eu quebro uma janela e passo para o segundo quarto com cuidado. Vejo uma
cadeira de rodas tombada e o contorno de um corpo através da fumaça nebulosa. Eu
não perco tempo verificando os sinais vitais. Eu pego a senhora e me movo para a
janela, a passando para José. Não muito tempo depois que ele a pega de mim, o chão
começa a desmoronar abaixo de mim.
Tudo acontece em câmera lenta. Eu salto de onde estou me agarrando à
janela. Meus braços abraçam o vidro quebrado ao redor, a manga grossa do meu
casaco protege minha pele. A parede que estou me segurando não vai durar muito
tempo. Eu posso senti-la começar a desmoronar. Levanto minha cabeça, avaliando
os danos dentro da casa.
O fogo fez um buraco no chão. Canos quebrados estão fora do assoalho e
fumaça sopra no meu rosto. Ela me sufoca, me fazendo tossir e meu corpo não reage
bem. Estou pendurado na janela, tentando desesperadamente apoiar meu pé em
alguma coisa, qualquer coisa, para me empurrar para cima. Prefiro pular do
segundo andar a me arriscar a me queimar.
Toda vez que tento me içar para cima, a parede treme. A moldura em torno
da janela se parte em duas e eu caio, deslizando lentamente para baixo. Minha
cabeça bate forte e eu pouso em uma pilha de madeiras carbonizadas.
Meu corpo inteiro dói, mas a dor e a adrenalina me mantém consciente. Eu
não posso ver nada e mal posso respirar. Cada respiração dói. Muito quente. Muito
cheio de fumaça e fuligem. Eu imaginei esse dia uma e outra vez, o dia que eu
morreria.
Seria doloroso e eu sabia disso.

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Em seguida, uma mão me puxa momentos antes de outra parte do piso

desabar. Estou com dor nas minhas costas, não sou capaz de dar cobertura a outro
bombeiro.
Dois dentro, dois fora.
José me levantou para que possamos dar o fora daqui. Seus largos braços
estão em torno de mim, me ajudando a me mover sobre os escombros. Meus olhos
ardem pela fumaça e meus pulmões sentem o fogo abranger tudo por dentro. Eu
tusso com tanta força que quase não posso me mover. José me empurra para frente.
Eu não devia ter vindo aqui. Não sozinho. O fogo é muito quente, muito fora
de controle. Há uma coluna de fumaça em torno de nós e se não fosse por José me
segurando, me indicando o caminho, eu não teria nenhuma ideia de como sair. Estar
rodeado de fumaça quente é suficiente para desorienta-lo por conta própria. Inalar a
fumaça e uma queda de dois andares, e eu tenho sorte de estar conseguindo me
movimentar.
O lado de fora da porta da cozinha está à frente. Eu posso ver mais caras do
departamento, fazendo tudo o que podem para apagar as chamas e nos tirar daqui.
Nós estamos apenas a alguns metros deles. Tão perto. Quase fora. E então o telhado
desmorona, enterrando nós dois.
A moldura da casa vem para baixo, e uma barra de metal quente me
empurra de cara no chão. Tudo o que posso ouvir é o rugido do fogo. Os sussurros
escuros da morte. Eu posso sentir isso envolver em torno de mim, quente no início,
então tudo dói de tão quente. Empurro para cima, procurando José. Eu não posso
ver nada. Não posso me mover.
Eu não posso respirar.
Manchas piscam diante dos meus olhos e eu sei que isso é o fim. Meu
coração se parte por todos. De repente estou deixando para trás, em seguida, ele
quebra ainda mais porque vivi minha vida sozinho. Eu não tenho amado. Não
deixei ninguém chegar perto o suficiente para me amar.
Estou tossindo tanto que vou vomitar se eu não desmaiar e morrer primeiro.
Tento sentar de novo e a barra de metal que está me empurrando para baixo vira. O
calor é demais, eu posso sentir isso através da minha jaqueta, derretendo minha
carne.
Então, alguém me agarra de novo, me arrastando para longe da casa. Eu olho
para cima, precisando ver o rosto do meu melhor amigo. Mas não é ele, e vejo José

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deitado imóvel no quintal, cercado por paramédicos do Corpo de Bombeiros. Seus

rostos sombrios dizem tudo.
José não conseguiu.
Ele veio para me salvar, só para sucumbir às chamas.

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CAPÍTULO 0 2

Alexis
— Luke! — Eu chamo, correndo pela sala de estar. — Espera! Por favor,
Luke! — A bainha do meu vestido de noite engancha sob meus saltos e eu tropeço,
caindo em uma cadeira da sala de jantar. Ela range quando eu a agarro para manter
o equilíbrio, meus joelhos raspam contra o chão de madeira polida. Frustração me
consome quando enrolo o vestido em minha mão e corro para a cozinha, apenas a
tempo de ver a porta dos fundos fechar.
Eu paro e meu coração despedaça, quebrando em um milhão de pedaços.
Isso me atinge de tal maneira, quando percebo o quanto eu me apaixonei por Luke.
E o quanto eu fodi tudo.
Minha respiração fica presa e a dor me atinge forte no peito. Se espalhando, e
de repente eu não consigo respirar. Lágrimas enchem meus olhos, borrando minha
visão. Minhas mãos estão tremendo, e eu não sei o que fazer.
Lágrimas rolam pelo meu rosto. Luke sabe que não fui eu, certo? Cole me
agarrou. Beijou-me. E eu não queria nada disso. A feição do rosto de Luke quando
ele me viu sentada lá com Cole é algo que nunca vou me esquecer.
Ele estava machucado. Tão ferido. E é culpa minha.
Eu tenho que acertar as coisas. Tenho de dizer a Luke que não há mais
ninguém com quem eu prefira estar e que me sinto mais conectada com ele do que
com qualquer outra pessoa, incluindo o meu ex-marido. Tudo está certo quando
estou com Luke. Ele me deu uma segunda chance no amor, e eu quero fazer o
mesmo por ele.
Enxuguei minhas lágrimas e me movi para a porta. Vou encontrar Luke, e
depois vou beijá-lo como ele nunca foi beijado antes. Desta vez vou ter certeza de

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que ele saiba que confio nele ao invés de Cole. Porque Luke me avisou que Cole
faria qualquer coisa para machucá-lo, mesmo que isso significasse me machucar no
processo.
— Alexis? — Cole fala, tropeçando na cozinha atrás de mim. Eu giro ao
redor, tão zangada que eu quero bater nele como Luke fez meros minutos atrás.
— O quê? — Eu pergunto, em voz alta e estridente cheia de emoção. — O
que você quer? Você ganhou ok? Ele foi embora. Você está feliz agora?
Cole inclina contra a porta, limpando o sangue do rosto. Está pingando do
nariz, manchando sua camisa branca.
— Isso não é o que eu queria.
— Você poderia ter me enganado!
Os olhos castanhos de Cole se arregalam e seu rosto empalidece. Ele soluça,
parecendo que vai vomitar. Ele põe uma mão manchada de sangue em sua boca e se
recupera. Por enquanto, pelo menos.
— Eu entendo... — eu cuspi. — Entendo que os irmãos briguem. O Senhor
sabe que eu tive algumas discussões acaloradas com minha própria irmã. Mas esta
coisa com você e Luke... Tem que parar! Você não está apenas machucando ele.
— Você não entende. — Cole cospe, enxugando mais sangue com sua
manga. — Luke não é o grande cara que você acha que ele é.
— Então ele é o que? — Eu atiro minhas mãos no ar, exasperada. — O que
ele fez?
Os olhos de Cole se encontram com os meus por um segundo antes de ele
correr para a pia para vomitar. Lágrimas enchem meus olhos de novo, e o cheiro
azedo de vômito permeia o ar da sala. Trago a mão aos meus olhos e balanço a
cabeça. Não era assim que a noite deveria terminar.
Cole enxagua a boca com água e olha para mim.
— Alexis... Nós precisamos conversar... Eu vou te dizer... — ele para,
vomitando novamente.
— Sabe de uma coisa, Cole? Vá se foder.
E então viro e saio pela porta, batendo atrás de mim. No momento em que
meus pés atingiram os frios degraus de pedra, lembro que meus sapatos, bolsa e
casaco ainda estão lá dentro. Mas eu não posso voltar lá, não depois que eu gritei
com Cole... Meu chefe.

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Uma brisa fresca sopra sobre meus ombros e eu tremo. Eu pisco para longe
as lágrimas e olho ao redor do pequeno quintal. Gramado perfeitamente aparado,
cercado preto alinhado. Eu estou de pé em um quintal de pedras, com uma grade e
banheira quente à minha esquerda. É tão perfeito que é como um insulto para o
show de merda que minha vida é agora.
Envolvo meus braços ao meu redor e me afundo em um banco de pedra fria.
A bainha frisada do meu vestido arrasta no quintal enquanto eu levanto meus
joelhos para cima, me agachando para me aquecer. Eu fecho meus olhos e solto um
suspiro, tentando chegar a uma solução.
Não consigo.
Porque tudo que eu posso pensar é sobre Luke e quanto eu não quero que
isso termine. Passa um minuto antes de me forçar a levantar. Não posso sentar aqui
a noite toda. Eu vou ter que voltar para dentro, ou pedir a um vizinho para usar seu
telefone e chamar Jillian ou minha irmã para vir me salvar porque, realmente, eu
não posso voltar para essa casa.
Reprimindo um soluço, eu começo a caminhar até o portão no fundo do
quintal, esperando que ele leve a um beco feito de grama verde suave e não cascalho
e pedras afiadas. Estou descalça, afinal. Eu faço isso em torno da casa, me
encolhendo a cada passo, chego à porta de um vizinho. Eu poderia pegar um táxi
para me levar de volta para o jantar de gala e ter Jillian pagando a corrida até que eu
possa pagá-la de volta. Mas porra, estou descalça.
Eu realmente não quero voltar para dentro. Embora, Cole deva adormecer
em breve. Uma pequena parte de mim se sente mal por deixá-lo no estado em que
está, embora seja inteiramente culpa dele. Ele bebeu demais. Ele me beijou só para
magoar Luke.
Meu Deus. Esqueça, não posso entrar nessa casa. Como eu vou voltar ao
trabalho? Eu disse ao meu chefe para ir se foder e ele me beijou. Não era um beijo de
sentimentos mal interpretados. Era um beijo de eu-quero-destruir-meu-irmão.
O que aconteceu para fazer Cole odiar tanto Luke? Estou morrendo de
vontade de saber, mas por outro lado isso me assusta. A ignorância é a chave da
felicidade. Embora eu esteja longe da felicidade, desafiando o meu coração.
Se eu conseguir explicar a Luke, talvez eu tenha uma chance.
— Pare com isso. — eu digo em voz alta e me abraço mais forte. Está
realmente frio hoje à noite, e o chão frio sob meu pé torna pior. Ter esperança só

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prolonga a mágoa. Não há nenhuma maneira que Luke vá me querer depois desta
noite.
Não posso mais conter minhas lágrimas, e não posso negar o quão forte são
meus sentimentos por Luke. Talvez eu fosse tola por me apaixonar pelo primeiro
homem com quem namorei desde o divórcio. E uma idiota ainda maior por pensar
que as coisas poderiam funcionar. Tudo com Luke parecia bom demais para ser
verdade.
Carros circulam pela rua em frente à casa. Tremendo, me aproximo da rua
para chamar um táxi. Vou para casa, pego a cópia da chave de casa com Poppy,
minha vizinha que cuida de Pluto e arrumo o dinheiro para pagar minha corrida.
Isso é tão longe quanto eu posso planejar agora.
Então eu o vejo, de pé do outro lado da rua. Ele está a poucos metros de
distância de seu carro, e perigosamente perto dos carros que passam. Seus olhos
estão no telefone dele, e é como se ele estivesse congelado. Luzes brilhantes de um
SUV se aproximam rápido e iluminam seu rosto. O Jeep não diminui.
— Luke! — Eu chamo e ele olha para cima apenas a tempo de pular para
trás, faltando por pouco ser atingido. Meu coração está batendo tão rápido que dói, e
eu mal consigo respirar. Outro carro passa entre nós, e Luke e eu estamos ali, em
lados opostos da rua, olhando um para o outro.
Mesmo dessa distância, posso dizer que ele está chateado. Suas sobrancelhas
estão comprimidas e sua mandíbula está apertada. Seus ombros estão tensos, ele
está segurando o telefone na frente dele como se estivesse coberto de aranhas.
— Luke, não vá. — Espero outro carro passar, em seguida, corro para
atravessar a rua. Eu piso em algo duro. Isso entranha na sola do meu pé, uma dor
abrasadora dispara, mas eu a ignoro. Eu corro, parando na frente de Luke. Seus
olhos azuis estão turvos e vazios, quase como se tivesse saído e não está realmente
lá. Não mentalmente pelo menos. É como se ele estivesse congelado, como naquele
dia no restaurante quando recebeu um telefonema de Caroline. — Luke. — Eu
repito, colocando minha mão em seu peito.
Ele vira a cabeça, piscando.
— Lexi, — ele respira.
— Eu sinto muito, Luke. Eu devia ter escutado você. Você me avisou que
Cole estava fazendo algo, mas eu não achei que ele faria isso. Desculpe.
Os olhos de Luke encontram os meus e, em vez de raiva, vejo tristeza. Uma
tristeza profunda e dolorosa. Ele pisca, então me olha de cima para baixo.

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— Onde estão seus sapatos? E seu casaco? — Ele tira o paletó e o enrola em
torno dos meus ombros. Está quente e cheira como ele.
— Eu vim para te encontrar e esqueci deles. E quando eu não podia... Eu não
queria entrar porque disse para Cole se foder e estou tão brava com ele, que não
confio em mim mesma para não bater nele também.
Luke ainda está olhando em meus olhos, mas seu foco desaparece e é como
se ele não estivesse lá novamente. Então ele pisca, solta uma respiração irregular e
empurra suas sobrancelhas juntas. O que está acontecendo? Prefiro vê-lo zangado ao
invés de desanimado. Uma batida passa e suas mãos pousam em meus ombros. No
momento em que ele me toca, o estresse desaparece de seu rosto, e o velho Luke está
de volta.
— Desculpe Luke.
Ele me puxa.
— Pare de pedir desculpas.
— Mas, eu...
Luke coloca seus lábios nos meus. Tudo se desvanece naquele momento. O
pavimento frio sob meus pés. Os carros passando. A merda que aconteceu na casa.
Tudo o que existe é Luke.
— Eu não estou bravo com você. — ele diz suavemente. — Eu realmente tive
um tempo difícil imaginando que você poderia fazer qualquer coisa que me deixaria
louco.
Meus braços estão ao redor de seu pescoço, e meu coração está em minha
boca. As coisas estão bem entre nós? Não é possível. Isto seria fácil demais.
— Luke, eu...
Sou cortada pelo seu telefone tocando. O corpo inteiro de Luke fica tenso. Ele
olha para o telefone que ainda está em sua mão. Ele não atende. Não recusa a
chama. Apenas olha fixo. Névoa rola sobre seus olhos azuis e seu rosto empalidece.
Eu me viro, tentando ver o telefone em suas mãos.
— Luke?
Ele dá uma respiração trêmula, silenciando a chamada, e coloca seu telefone
no bolso traseiro. O olhar vazio está de volta e de repente a coisa toda com Cole
parece ser um pequeno problema.
— Você está bem? — Eu pergunto calmamente. Ele não me responde. Em
vez disso, ele me pega e me leva através da rua até os degraus de pedra que levam

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para a casa grande que ele compartilha com seu irmão. Ele me pressiona contra a
porta e me beija.
Duro.
Desesperado.
Eu posso provar sua dor, e eu quero tirá-la. Mas não tenho ideia do que está
causando a dor, e não acho que foi a situação com Cole apenas alguns minutos atrás.
Isso deixou Luke louco, não... Isso. Seja o que for. Talvez eu não saiba por que ele
está machucado, mas sei como é ter seu coração tão quebrado que machuca sua
alma.
Sua língua entra em minha boca e seus quadris esfregam nos meus. Estendo
a mão, deslizando uma mão em volta da nuca e em seu cabelo, beijando de volta
com tanto desespero.
Luke passa a mão ao meu lado, encontrando a fenda do meu vestido. Sua
mão se move para dentro, empurrando o vestido de lado. Ele tira os lábios da minha
boca e os coloca no meu pescoço. Ele varre seus dedos sobre meu clitóris. Eu
suspiro, tremendo de como isso é bom, e percebo que ele vai me foder aqui e agora
na porta, se eu não nos mover para dentro.
— Luke. — eu arquejo, abrindo os olhos. Ele suga duro meu pescoço e
mergulha um dedo dentro do meu núcleo. Oh, porra. E eu que pensei que ter
relações sexuais no nono andar do meu escritório estava empurrando um limite.
Os carros passam perto, e um grupo de pessoas está caminhando na calçada.
— Luke. — eu repito — Vamos entrar.
Ele move a cabeça para trás e balança a cabeça, mas não antes de eu vê-lo.
Não sei ao certo o que é, mas o que Luke está ocultando, tudo o que ele está
tentando esconder está aqui. Seus olhos azuis escureceram, e seu sorriso desaparece.
— A chave está na jaqueta. — diz ele bruscamente.
— Já está destrancado. — Eu procuro pela maçaneta da porta, tendo
dificuldade em me afastar de Luke. Estou ansiando por ele, e meu centro parece
abandonado já. Eu o quero dentro de mim novamente. A porta se abre e nos
movemos para dentro em um emaranhado de carne e luxúria.
Luke bate à porta atrás de nós e me pega, movendo-nos através do hall de
entrada, nos levando a um quarto escuro que eu nunca estive antes, a luz da rua mal
iluminando o quarto. Ele não fecha a porta atrás de nós.
E eu não me importo.

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O paletó de Luke cai dos meus ombros enquanto ele me levanta sobre uma
mesa. Ele levanta meu vestido e empurra uma pilha de papéis para o chão. Estou
soltando as calças dele o mais rápido que posso enquanto ele volta a me beijar como
se sua vida dependesse disso.
Eu movo minha mão dentro de sua boxer, dedos envolvendo seu pau duro.
Luke solta um gemido e se aproxima para desabotoar meu vestido. Inclino para
frente, separando minhas pernas e colocando ambas as mãos nos quadris de Luke,
empurrando para trás o suficiente para tirar suas calças. Ele desliza as tiras finas
frisadas sobre meus ombros, puxando o vestido até minha cintura. Ele me põe de
volta, empurrando uma pilha de livros para o chão. Eles batem duro, um de cada
vez, ecoando por toda a entrada grande da casa.
No fundo da minha mente, eu sei que não estamos sozinhos. Mas eu não dou
a mínima para isso. Eu levanto meus quadris para que Luke possa tirar o vestido de
cima de mim, deixando em uma pilha no chão. Ele separa minhas pernas e
mergulha entre elas, beijando e mordendo minhas coxas enquanto ele vai para o
meu núcleo. Estou tão quente por ele. Luke coloca sua boca sobre meu clitóris, uma
respiração quente uma provocação através de minha calcinha de renda.
Eu abro, tomando um punhado de seu cabelo, e movo minha mão livre
dentro de minha calcinha, acariciando-me.
— Você é muito sexy. — Ele diz e rasga minha calcinha. — Eu vou fazer você
gozar tão duro que vou te deixar uma bagunça. — Ele promete e eu sei que ele irá
fazer isso.
Ele inclina minhas pernas para cima e bate no meu traseiro antes de me
deslizar até a borda da mesa, com o rosto entre minhas pernas. Ele me estimula com
sua língua circulando contra meu clitóris, dura e áspera em seu desespero. Sugando.
Beijando. Mordendo. Minha respiração acelera quando um orgasmo começa a
dominar. Luke aperta meus quadris e moi contra ele, não abrandando.
Eu gozo contra seu rosto, pernas tremendo e dedos do pé se curvando. Ele
desliza um dedo dentro de mim, indo direto no meu ponto G. Os músculos das
minhas coxas se contraem e minhas pernas apertam firmemente ao redor de seu
pescoço. Luke não para. Cada único nervo no meu corpo está vivo e em chamas,
queimando da melhor maneira possível. Se eu ficasse mais quente, eu explodiria, foi
muito bom gozar contra o rosto de Luke.
Viro a cabeça para o lado, os olhos apertados. Ele está gemendo, saindo de
mim para eu descer. Eu sou abatida com outra onda de prazer, uma que me toma

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mais do que a última. Com a sobrecarga sensorial, empurro a cabeça de Luke,

precisando de um minuto para lembrar de como respirar novamente.
Luke se move para trás e fica de pé, alcançando dentro de sua boxer para
acariciar seu pau. Estou vendo estrelas, coração ainda martelando no meu peito.
Meus pés e as pontas dos dedos formigam, e eu não conseguiria levantar e andar se
a casa estivesse pegando fogo.
Luke se move sobre mim, ajoelhado sobre a mesa. Eu quero chegar até ele e
envolver meus braços em torno, mas não posso. Ainda não. Pulsos de prazer ainda
estão saltando através de mim, e quando Luke se abaixa, a ponta de seu pênis
molhado roça meu clitóris sensível e eu quase gozo.
Com as mãos trêmulas, agarro a cintura de Luke. Eu gosto de sentir seus
lábios enquanto ele me beija. Espaço e tempo não têm significado agora. Meus olhos
rolam para trás em minha cabeça enquanto Luke entra em mim, me balançando no
esquecimento novamente. Ele empurra forte e rápido e continua a me beijar com a
mesma urgência que antes.
Ele fica de joelhos, me trazendo com ele. Eu dobro uma perna para cima,
esticando em direção ao teto. Luke leva em uma mão, deslizando os dedos até meu
tornozelo e de volta para o meu núcleo novamente, polegar circundando meu
clitóris.
Então ele me fode mais rápido que antes. Abro os olhos por meio segundo,
encontrando seu olhar. Vê-lo olhar para mim com tanto desejo é algo indescritível.
Ele empurra seu pau mais fundo e eu gozo, fazendo uma bagunça úmida abaixo de
nós exatamente como ele queria. Sinto que quando fico molhada do gozo isso
empurra Luke e ele goza apenas alguns segundos depois.
Nós dois caímos sobre a mesa, suados e sem fôlego. Meu corpo está exausto,
e eu posso sentir tudo e nada ao mesmo tempo. Luke beija minha testa e move meu
cabelo do meu rosto.
A compulsão de falar e fazer coisas estranhas sobe à superfície e eu tão
desesperadamente quero saber com certeza que ele não está bravo comigo. Que ele
saiba que me arrependo de ter levado Cole para casa e me meter nessa confusão.
Quero ter certeza de que Luke saiba que eu não quero ninguém, a não ser
ele.
Embora eu não pudesse imaginar um homem que estivesse chateado comigo
me fodesse assim, sexo irritado é um bônus. Felizmente, estou em êxtase para
formar uma frase adequada.

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Quando meus ouvidos param de uma sinfonia pós-sexo e eu posso respirar

novamente, olho ao redor. Estamos em um quarto fora do foyer. Um sofá e uma
lareira estão atrás de nós, e estantes cobrem quase todas as paredes.
— Eu não sabia que esta casa tinha uma biblioteca. — Eu digo ainda um pouco
ofegante. Eu me empurro até meus cotovelos, me deslocando para a borda da mesa.
— Não. — Diz Luke. — Este é o escritório de Cole.

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EMILY GOODWIN

CAPÍTULO 0 3

Luke
No momento em que seus braços me deixam, a escuridão entra. Levanto,
agarrando minhas calças do chão. Entro em minha boxer e pego a calcinha de Lexi.
Ela desliza e lentamente se move para fora da mesa. Ela hesita, me alcançando.
— Minhas pernas estão tremendo. — Ela pronuncia, ainda sem fôlego.
Eu sorrio e a agarro pela cintura, a pegando e a segurando contra o meu
peito. Ela envolve seus braços em torno de mim e enterra sua cabeça em meu
pescoço. Eu posso sentir seu pulso batendo, tão rápido quanto o meu. Levo-a para o
sofá da era vitoriana na frente da lareira e me sento, mantendo Lexi perto.
— Você não está bravo? — Ela pergunta.
— Não com você.
— Bom. Por que... — Eu a corto com um beijo, agora só sendo capaz de lidar
com uma crise emocional de cada vez. Estou muito chateado. Eu quero bater em
Cole e depois chutá-lo quando ele estiver inconsciente. Eu não me importo com o
que eu fiz para fazer ele me odiar tanto, ninguém machuca Lexi assim. Ele cruzou
uma linha séria, e eu tenho toda a intenção de machuca-lo, socar e gritar com ele.
Mas não posso agora. Porque estava errado sobre tudo.
Eu nunca deveria ter vindo aqui.
Eu nunca deveria ter deixado Chicago.
Eu nunca deveria ter me permitido pensar que poderia começar de novo.
Porque não posso. Estava errado, tão errado, porra.
E eu sei que tenho que voltar.
Agora tenho que deixar Lexi.

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Só o pensamento de deixa-la me entorpece. Tanto quanto quero matar meu

irmão, eu simplesmente não posso. É muito. Lidar com as emoções nunca foi minha
praia, obviamente ou eu não estaria em Nova York agora, então apenas reprimi e
segui em frente, por enquanto. Eu me seguro em Lexi, com medo do que vai
acontecer quando eu a deixar. Se eu não a tivesse, não sei o que faria. Ela é tudo o
que eu poderia querer em uma pessoa. Ela me faz sentir coisas que eu achava que
não eram possíveis. Ela me faz feliz. Realmente feliz. E isso quer dizer algo,
considerando o inferno que eu atravessei.
Prosseguir pode não ser o mais inteligente. Mudar pode causar problemas
mais tarde. Mas agora eu não dou à mínima, e o agora é tudo que temos.
Lexi sorri e corre os dedos para cima e para baixo nas minhas costas.
— Você sabia que eu não tinha ideia que essa casa tinha isso?
— O que?
— Uma banheira de hidromassagem.
— Oh, certo. Eu quase esqueci. — Estico minhas pernas e descanso minha
mão na coxa de Lexi. — Eu não acho que estive lá desde o ensino médio.
Ela levanta uma sobrancelha.
— É tão velha assim?
— Ela passou por uma reforma e então foi completamente substituída mais
de uma vez.
— Vocês eram próximos de seus avós?
— Sim. — Eu digo a ela e sinto uma pontada de dor me bater. Eles realmente
gostariam de Lexi. — Eles fizeram muito por nós depois que meus pais se
separaram.
— Foi difícil para você? —Pergunta ela suavemente.
— Eles terem se separado?
— Sim.
Olho nos olhos de Lexi. Ela está com medo da resposta, com medo de que
seus filhos vão ter um momento difícil com o seu divórcio.
— Honestamente, foi mais difícil ver minha mãe sendo repreendida pelo
meu pai o tempo todo. Eu era jovem e não podia fazer nada para detê-lo, mas sabia
que estava errado e odiava isso. Eu odiava ver minha mãe chorar. Meu pai não era

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uma boa pessoa. Em absoluto. Ele bebia demais e batia em Cole. Quando eu nasci,
ele percebeu que minha mãe não estava brincando sobre chamar a polícia para ele.
— Oh, uau. Eu sinto muito.
Eu encolho os ombros.
— Está no passado. E era difícil para minha mãe cuidar de nós dois, mas ela
estava mais feliz. E então ela conheceu meu padrasto, e ele é um bom sujeito.
— Você tem contato com ele?
— Eu diria que sim. Ele era mais um pai para mim do que o meu pai. Eu
tinha dezesseis anos quando se casaram.
— Desculpe por trazer velhas lembranças. — Ela diz suavemente.
— Eu não me importo. Porque essa parte da minha vida não foi a melhor.
Meu pai era um idiota, ele foi embora e minha mãe se casou novamente com um
ótimo cara. Essa parte da minha vida tem um final feliz.
— Então, o colegial — diz Lexi e entrelaça seus dedos através dos meus. —
Suponho que você era uma das crianças populares.
Eu pisco um sorriso e aceno com a cabeça.
— Culpado. E você?
— Eu não era popular... Mas não era uma nerd... Eu realmente não me
encaixava em uma categoria ou outra. Eu era uma leitora de livros silenciosa. — Ela
aperta minha mão. — Estou feliz que as coisas estão bem para nós. Eu ficaria muito
triste se elas não estivessem.
— Sim, eu também.
Ela olha para mim.
— A lareira funciona?
— Sim, todas elas.
— Você pode acendê-la?
Fogo. Fumaça. Sendo preso sob o calor sufocante.
Ele está acordado.
Inspiro e de repente não consigo respirar.
— Luke? — Lexi pergunta enquanto sento. Seus olhos verdes estão cheios de
preocupação. Ela pode dizer que algo está acontecendo, e não sei quanto tempo

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posso esconder isso. Olho nos olhos dela, encontrando todo o consolo que preciso, e
respiro.
— Quer entrar na banheira de hidromassagem? — Preciso de uma distração.
Não consigo pensar. Agora não. Nunca.
— Eu não tenho uma roupa de banho.
— Eu tiraria ela se você tivesse, então isso não importa.
— Então, claro.
Levanto e pego sua mão, ajudando Lexi a ficar de pé. Ela está diante de mim,
quase nua na penumbra, e eu tomo um momento para apreciar sua beleza.
— O que você está pensando? — Lexi puxa seus braços, ficando tímida. Eu
não sei por que ela se sente assim em torno de mim. Eu disse a ela que ela é linda e
só o pensamento dela nua me deixa duro.
— O que estou pensando? Estou pensando que ninguém nunca vai tirar você
de mim. E vou matá-los se tentarem.
Lexi morde o lábio inferior, tentando não sorrir.
— E eu quero fodê-la novamente. — Eu rosno e a puxo para mim,
pressionando seus seios contra meu peito tatuado.
— Já?
— Sim. — Eu coloco minha boca na dela e deslizo minha mão ao longo dela,
dentro de sua calcinha. Eu agarro a sua bunda e então deslizo meus dedos entre
suas pernas. Ela ainda está encharcada, uma mistura de seus próprios sucos e do
meu esperma. É quente. — Eu vou foder você de novo e de novo.
— Na banheira de hidromassagem?
— Se é o que você quer.
— Isto é. Bem, talvez. Embora eu tenha lido um artigo sobre como você não
deveria ter relações sexuais em uma banheira de hidromassagem.
— Que maneira de matar o humor. — Eu brinco.
Ela suspira.
— Eu sou uma estraga prazeres, eu sei. Mas, uma maratona de sexo na
banheira é tão sexy.
Eu rio e beijo sua bochecha.
— Você é perfeita.

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Ela se afasta e eu me sinto desorientado novamente. Isso me atinge o quanto

eu preciso dessa mulher, o quanto ela me afeta da melhor maneira possível. Estar ao
lado de Lexi faz com que todas as coisas ruins desapareçam.
Pego a mão de Lexi e a levo para fora do escritório de Cole, zombando
quando olho para trás e vejo a bagunça que fizemos.
— Oh merda. — diz Lexi, parando no hall. — Esqueci que não estávamos
sozinhos. Vê o que você faz comigo?
Se ela soubesse o que ela fez comigo.
— Aqui. — eu digo e volto para o escritório para pegar minha camisa com
botões. Lexi coloca e a abotoa. — O estranho é que vê-la assim é tão sexy.
Ela ri e dá um pequeno passo em frente.
— Onde fica o banheiro? — Ela esfrega o nariz. — Eu preciso me limpar.
Eu a puxo para dentro.
— E isso é quente também, sabendo que eu sou a pessoa que te fodeu. Eu sou
o único que fez uma bagunça dentro de você. Deus, eu quero você.
— Você vai me ter. Deixe-me fazer xixi primeiro. — Ela começa a se afastar e
eu recebo um flash do fogo em seus olhos. Pego seu pulso e a puxo, prendendo-a
contra a parede. Coloco meus lábios em seu pescoço. — Luke, estou falando sério. —
Ela arqueia as costas, pressionando seu núcleo contra mim. Provocante. Tentador.
Pedindo para levá-la. — Luke. — Ela delicadamente me empurra para longe. — Eu
realmente tenho que fazer xixi.
Suas mãos pousam em meus ombros. Eu aceno.
— Certo. Vou pegar as toalhas.
Mostro o banheiro e subo as escadas para pegar as toalhas. Estou de volta ao
corredor antes de Lexi sair. Pego a mão dela de novo e ando até a cozinha. Lexi para,
olhando para Cole, que está deitado no chão da cozinha.
— Devemos ajudá-lo?
Meu sangue começa a ferver novamente pensando naquele beijo de Lexi. Ele
fez isso só para foder comigo, e ferir Lexi no processo. Ninguém fode com minha
namorada.
— Não.
— Ele está vivo?
— Provavelmente.

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— Ele poderia ter engasgado com vômito ou algo assim.

— Então seria culpa dele.
— Luke. — ela diz, me olhando de soslaio. — Verifique se ele está
respirando, então eu sou toda sua.
Eu esbravejo e vou até lá, cutucando Cole com meu pé. Ele resmunga e me
golpeia.
— Ele está vivo.
— Obrigada. — diz ela e pega minha mão novamente. Nós entramos no ar
fresco da noite, e Lexi se aconchega perto de mim enquanto abro a banheira de
hidromassagem e aumento a temperatura. Ela começa a desabotoar a minha camisa
e para, olhando em volta.
— Estamos longe de estar sozinhos aqui.
Eu puxo minha boxer para baixo.
— Isso é um problema?
Seus olhos arregalam ao me ver nu, o que me faz sorrir. Entro na banheira de
hidromassagem e estendo uma mão.
— Você vem?
Ela prende seu lábio entre os dentes novamente e olha ao redor. A banheira
de água quente é cercada por uma cerca de privacidade em dois lados, e protegida
pela casa do outro lado. Você pode obter uma vista se estiver no quarto de hóspedes,
mas ninguém está nos observando. E se estivessem eu não me importaria.
Lexi tira a calcinha, deixa cair no chão e senta-se na borda, colando os pés
dentro.
— Oh, isso é bom.
Eu deslizo minhas mãos acima de suas coxas.
— Vai se sentir ainda melhor. — Eu aumento meu aperto em suas pernas, a
puxando para dentro da água.
— Luke! — Ela ri. — Ainda estou com sua camisa!
Eu olho para baixo, sendo capaz de ver seus mamilos através do tecido
branco.

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— Deixe-a. — Eu agarro seu traseiro e a trago comigo, sentando em um

assento embutido. Ela está me abraçando, e meu pau está ficando duro. Eu a beijo e
Lexi afasta as pernas, pressionando sobre mim.
— Você está certo. Sinto-me melhor assim. — ela sussurra e descansa a
cabeça no meu ombro. Eu a abraço, mantendo meus braços apertados ao redor de
seu corpo. Tecnicamente, eu sou o que a segura, mas parece que ela está me
segurando. Eu preciso dela. E não quero que ela veja o quão duro estou lutando para
segurar as pontas, me manter forte.
— Luke. — ela começa, lábios escovando contra minha pele. — Não quero
bater em um cavalo morto, mas...
— Você vai fazer o que para um cavalo?
— Cale a boca. Bem, eu não faria nada.
Eu levanto uma sobrancelha.
— O que?
— É uma expressão: bater em um cavalo morto.
— Eu nunca ouvi ninguém dizer isso na minha vida.
Lexi ri.
— Sim você já ouviu. Pare com isso.
— Não. Não faço ideia do que você está falando.
— Você é um mentiroso.
Eu balanço minha cabeça e Lexi ri novamente.
— Nenhuma pista. Palavra de escoteiro.
— Oh, bem, já que você está usando a honra do escoteiro, eu sei que você está
fodendo comigo.
— Estou definitivamente de acordo em foder mais. — Eu mordo seu pescoço
e Lexi chia e me empurra para longe. Eu me aproximo e faço cócegas em suas
costelas. Lexi se move para trás, e eu avanço, agarrando.
— Estou falando sério! — Ela ri. — Quero dizer, eu não quero continuar
voltando a um assunto resolvido, mas está me incomodando. — Ela voltou para o
meu colo, de costas para o meu peito. Eu desabotoo sua camisa enquanto ela fala. —
O que vai acontecer entre você e Cole?

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— Honestamente? Eu não sei. Ele não nos quer juntos, embora o que ele
queira não importa. Ninguém ficará entre nós. — Eu beijo a sua nuca. — Que ele
fique chateado então.
Ela se vira, olhando para mim, intrigada.
— Então, você vai deixar isso pra lá?
Eu encolho os ombros.
— Eu acho.
Ela continua a olhar para mim, não acreditando no que estou dizendo. Porra,
eu mesmo não estou acreditando no que estou dizendo. Mas agora... Eu
simplesmente não posso. Preciso dizer essas coisas para ficar bem com Lexi. É a
única coisa que me impede de me destroçar completamente. A brisa é gelada, e Lexi
se abaixa na água. Eu deslizo minha mão sobre seu estômago.
— Você pode ver as estrelas. — Eu digo, lembrando da primeira noite em
que estivemos juntos. Ela disse que era triste e tão difícil de ver as estrelas na cidade.
— Mal, mas elas estão lá.
Lexi olha para cima, descansando sua cabeça contra mim novamente.
— Acho que é só um avião. Espere, não está se movendo, né? — Esperamos
alguns segundos. — Ok, é uma estrela. — Ela levanta a mão, a água pingando por
seu pulso. — Há outra.
— Essa é um avião. Está piscando. — Eu rio. Lexi pega meu braço e relaxa.
Nós ficamos assim por um tempo, à procura de mais estrelas enquanto desfrutamos
da companhia tranquila um do outro. — Você está com fome? — Eu pergunto.
— Morrendo de fome. Eu não comi muito antes que a merda atingisse o
ventilador.
— Você deveria voltar? — Eu pergunto. — Eu nem pensei nisso.
Ela balança a cabeça.
— Nah. Eu fui capaz de dizer um rápido adeus a Quinn antes de sair e Jillian
foi capaz de lidar com o resto para mim.
— Por favor, diga que Cole se fez de tolo na frente de todos.
— Oh, as pessoas vão comentar.
— Bom.
— Você realmente não sabe por que ele o odeia tanto? — Ela pergunta.

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— Não, não além de uma dose normal de rivalidade entre irmãos. As coisas
definitivamente pioraram depois que sua noiva o deixou.
— Cole estava noivo?
Minhas sobrancelhas sobem.
— Ele nunca disse nada?
Lexi balança a cabeça.
— Não. Antes de começarmos a namorar, Cole nunca falou sobre nada
remotamente pessoal no trabalho. O que aconteceu?
— Ela terminou com ele e disse que não o amava o suficiente para casar com
ele.
— Ouch.
— Sim. Eu ainda me sinto mal sobre isso de vez em quando. Então eu lembro
que Cole é um idiota e acho que é um maldito milagre que alguém possa tolerá-lo o
suficiente para namorar, muito menos casar. — Eu balanço a cabeça. — Falar sobre
ele está me irritando.
— Certo. Desculpa. Vamos falar de comida em vez disso. — Ela gira e me
beija. — O que você quer? Estou pensando em pedir pizza, parece bom agora.
Nós nos secamos e vamos para dentro para pedir comida. Lexi veste minhas
roupas, e nós nos sentamos na sala de estar comendo pizza e conversando. As coisas
parecem tão normais entre nós novamente, mas elas estão longe disso. Quando Lexi
está me servindo a minha quinta fatia, meu telefone toca. O vibrar é difícil de ouvir,
vindo do outro lado do hall do escritório de Cole, onde deixei minhas calças.
Demora um minuto para eu registrar, e uma vez que percebo o que é, é como um
alarme de emergência que a porra de um desastre iminente vai acontecer.
— Vou pegar. — Oferece Lexi.
— Não. — Eu cuspo rapidamente. Rápido. Muito rápido. Lexi se inclina para
trás alguns centímetros. — Deixe ir para o correio de voz.
— E se for importante?
— Não é. Provavelmente é alguém do trabalho para ver se eu vou trabalhar
esta noite. — A mentira deixa meus lábios antes que eu tenha a chance de pensar
sobre isso. Eu não quero mentir para Lexi. Agora não, nunca. Mas também não
quero dizer a ela a verdade. Porque isso significa que eu tenho que enfrentar os
fatos. E eu não quero.

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— OK. Eu acho que ter filhos me transformou em uma aberração sobre a

necessidade de ver quem ligou.
Eu aceno, empurrando pizza em minha boca para evitar falar. Meu coração
está correndo, e a queimadura nas minhas costas está formigando. Eu pisco,
achando cada vez mais difícil não pensar nisso.
Ele está acordado.
— Luke? — Lexi diz, inclinando para frente para olhar para mim. — Você
está bem?
— Sim. — Eu digo automaticamente, pegando a minha pizza. Porra. Ela
sabe. Claro que Lexi sabe. Ninguém me pega mais do que ela. Eu limpo minhas
mãos e pego Lexi, a puxando para baixo no sofá comigo. Ela ainda está segurando
um pedaço de pizza.
— Vamos fazer algumas coisas estranhas com a pizza? — Ela pergunta e
arqueia as sobrancelhas. — A pizza está muito boa.
Eu rio e beijo seu pescoço.
— Pizza não é sua típica comida sexy, com certeza.
— Pizza é sexy. Você já viu o queijo? — Ele puxa um pedaço esticando como
nos comerciais sobre pizzas. — Nunca houve nada mais sexy do que está fatia que
estou segurando agora.
Meu coração para de correr. A fumaça desaparece. Agradeço ao Senhor por
esta mulher. Dou uma mordida na pizza dela, depois vou beijá-la. Lexi se contorce
em mim, rindo.
— Isso não é o que eu imaginava quando disse coisas estranhas sexy com
pizza! — Ela ri.
— O que você imaginou?
— Hmm... Você nu e me alimentando.
— Poderia também me dar uvas e me abanar, certo?
Ela pisca.
— Agora você está falando. — De repente, Lexi olha por cima do meu
ombro e grita. Eu salto para cima, os punhos enrolados, prontos para proteger Lexi
de qualquer coisa.

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— Sério? — Eu digo para Cole, que está encostado na porta. Ele parece
áspero: seu rosto está machucado e coberto de sangue seco e vômito. — Que porra
você quer?
— Eu estava... Hum... Indo lá para cima, — ele cospe. — E... E... Eu ouvi
vozes.
Lexi põe o pedaço para baixo e agarra meu pulso. Ela se levanta, se movendo
na minha frente.
— Vá lá para cima, Cole. — diz ela. — Para o banheiro e vá deitar. Vou levar
uma toalha molhada para lavar o rosto.
Ele olha para Lexi, pisca lentamente, depois acena. Lexi cai de volta no sofá e
pega um guardanapo na mesa de café. Sua compaixão, embora não merecida por
Cole, é apenas uma das coisas que eu amo sobre ela.
Espere. Amo?
Eu olho para Lexi. Sua maquiagem está derretendo desordenadamente, e a
pintura dos olhos está manchada por estar na banheira de hidromassagem. Ela está
vestindo uma camiseta do Chicago Cubs de mangas compridas e a boxer que
emprestei enrolada em sua cintura.
Ela está linda.
Então eu penso sobre tudo o que ela faz por mim, e não quero dizer
sexualmente. Embora essa seja uma categoria totalmente diferente por conta
própria. Eu nunca tive essa grande ligação sexual com uma pessoa antes. Lexi é algo
diferente. Ela me acalma. Faz-me rir. Faz-me feliz.
Sim. Eu a amo muito. E não posso dar a ela o para sempre.
Eu estava errado. Eu disse que nunca me recuperaria.
Depois fui embora.
Agora é hora de voltar.

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CAPÍTULO 0 4

Alexis
São mais de duas horas da manhã e Luke e eu estamos agora na cama. Deixo
a toalha cair, revelando meu corpo nu e deito de volta na cama de Luke. Ele joga sua
própria toalha no chão e salta sobre mim, me prendendo entre o colchão e seu corpo.
Sexo com Luke é nada menos que surpreendente. É o dedo do pé se
curvando, a visão desvanecendo, os sinos tocando no ouvido. E nós tivemos muito
disso esta noite. Eu fecho meus olhos, cedendo ao seu beijo. Estou cansada e um
pouco dolorida, mas não sou forte o suficiente para resistir a ele. O que é uma boa
notícia para Luke, porque ele está vindo para cima durante toda a noite.
E é tão bom quando se sente isso fisicamente, acho que Luke precisa disso
por uma razão diferente. Ele continua a ficar com um olhar vazio e seu corpo inteiro
fica quieto. Então ele se encaixa de volta à realidade, me beijando, me tocando como
se sua vida dependesse disso. Se ele não tivesse feito a mesma coisa no jantar não há
muito tempo atrás, eu assumiria que seu comportamento estranho tinha a ver com a
merda que aconteceu com Cole.
A falta de raiva de Luke é estranha. Ele jogou Cole no chão e bateu nele com
mais força do que eu já vi alguém bater em alguém antes. Ele saiu furioso de casa
com raiva em seus olhos... E então da próxima vez que o vi, ele tinha virado do
avesso. Algo está acontecendo, e preciso descobrir o quê. Eu não posso ajudar Luke
até que eu faça.
Seus dedos circundam meu núcleo e brincam com meu clitóris. Eu gemo
suavemente, dobrando minha perna para cima. Luke olha para baixo, observando
enquanto me toca. Ele pega meu peito em sua outra mão, suavemente beliscando e
puxando meu mamilo. Então ele pega minha mão e move-a entre minhas pernas. Eu
levanto minha cabeça da cama e o olho bem nos olhos por um segundo antes de

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deslizar meu olhar para baixo para vê-lo trabalhar. Ele se move sobre mim, pau
duro no centro entre as minhas pernas. Dou as boas-vindas, pronta para gozar e
depois ir dormir.
Luke empurra com força, depois lentamente puxa para fora. Eu arrasto meus
dedos ao longo de suas costas, enganchando minhas pernas ao redor dele. Quando
meus dedos se movem sobre a cicatriz em suas costas, ele fica tenso. Ele nunca
reagiu quando toquei sua cicatriz antes.
— Desculpe. — eu digo. — Eu não queria te machucar.
Luke não responde. Ele só me fode com força e me beija cada vez mais. Ele
goza quase ao mesmo tempo em que eu, e então se abaixa sobre mim, ofegando. Eu
penteio lentamente meus dedos através de seu cabelo por alguns minutos. Então me
aconchego e Luke coloca seu corpo nu em volta do meu.
— Eu gosto de estar com você. Você me faz feliz. Você está feliz comigo? —
Ele pergunta calmamente.
— Sim. — digo a ele. — Estou muito feliz.
— Não mude de ideia.

.

A claridade atravessa as janelas. É um glorioso dia sem nuvens e eu quero

amaldiçoá-lo para voltar ao nublado querendo ficar mais na cama. Eu me
espreguiço, percebendo imediatamente que Luke não está ao meu lado. Supondo
que ele está no banheiro ou até mesmo fazendo o café da manhã, preguiçosamente
pego meu telefone do criado-mudo, verifico se tem mensagens de meus pais sobre
as meninas, não há nenhuma, e depois me deito novamente. Eu adormeço a espera
de Luke, acordando mais de uma hora depois com um telefone tocando.
Mantendo meus olhos fechados, eu pego o meu e puxo para o meu ouvido.
— Alô? — Eu murmuro. O zumbido continua e me leva um segundo para
perceber que é o telefone de Luke. Eu o agarro só para silenciá-lo.
Então vejo o nome dela.
Caroline.
Tem cinco chamadas perdidas e duas mensagens. Olho para a porta fechada
e depois para o telefone. Onde está Luke? E quem é Caroline? A chamada vai para o
correio de voz, e ela não deixa uma mensagem.

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Coloco o telefone de Luke de volta e deito novamente. Estou cansada, mas

não consigo desligar minha mente. Levanto, uso o banheiro e paro no topo dos
degraus procurando Luke. Toda a casa está silenciosa. Volto para o quarto. Talvez
ele tenha saído para pegar o café da manhã e vai trazê-lo. Eu deito na cama
novamente com o celular nas mãos abrindo minhas contas de mídia social. Eu faço
uma rápida pesquisa #noitedegala e sorrio enquanto olho as fotos. Felizmente, não
há nenhuma de Cole bêbado. Luke ficará desapontado com isso, tenho certeza, mas
pelo bem da editora, estou contente.
Eu escrevo para Jillian e a atualizo sobre o drama, e depois perco uma hora
on-line, à espera de Luke. Se ele saiu para comer. Seu telefone toca novamente. Eu
viro, olhando para ele na mesa de cabeceira ao meu lado. Eu engulo, o pego e depois
trago minha mão de volta. Eu não consigo ver quem está chamando ainda, embora
eu tenha uma ideia.
— Que se foda — eu digo e pego o telefone. É Caroline de novo, e eu deveria
atender. Ela obviamente precisa falar com Luke. Fecho os olhos, inspiro e aceito a
chamada. — Olá?
Ninguém responde.
— Olá? — Repito. — Tem alguém aí? — A linha fica muda.
Um sentimento estranho começa a se formar no meu estômago. O que está
acontecendo? Puxo o telefone para longe da minha orelha e olho para ele. Indo
contra meu melhor julgamento, eu deslizo e desbloqueio o telefone de Luke. Ele não
tem uma senha, o que me faz sentir ainda mais culpada por bisbilhotar por algum
motivo. Abro suas mensagens de texto.
A primeira e única mensagem não lida é de Caroline. As próximas são
minhas, e então de sua mãe. Eu não tenho que abrir a mensagem de Caroline para
lê-la. É curta, e eu posso ver a sua totalidade no visor.
Luke... me ligue o mais rápido possível.
Por que ele precisa ligar para a Caroline?
Abaixo o telefone, dizendo a mim mesma que não irei mais bisbilhotar. Só
resta 1% de bateria. Talvez seja um sinal. Afasto o telefone lentamente. Eu confio em
Luke. E agora preciso encontrá-lo.
Eu levanto e vou para o banheiro, fazendo o melhor que posso para remover
o resto da minha maquiagem e arrumar meu cabelo bagunçado. Mantendo meu
telefone na mão, eu escuto um barulho baixo. Alguém está se movendo pela
cozinha.

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EMILY GOODWIN

Graças a Deus.
Corro pelo corredor para encontrar Luke, mas vejo Cole levando café até a
mesa.
— Oh, Alexis. — Ele murmura, estremecendo enquanto fala. Ele tem que
estar com uma ressaca de merda agora. E Luke disse que ele nunca bebe, então ele
vai se sentir como merda pelo resto do dia.
— Você já encontrou Luke?
Ele balança a cabeça e despeja o café.
— Quer alguma coisa?
— Uh, claro. — Eu entro na cozinha. — Onde estão as canecas?
Ele levanta devagar o braço e aponta para um armário. Pego uma, e depois
abro a geladeira para pegar o creme. Eu sei que por anos de ver Cole fazer seu café
da manhã, ele gosta de creme também. Eu derramo um pouco na minha caneca, em
seguida, o coloco sobre a mesa para Cole.
— Obrigado. — Leva duas vezes o tempo de costume para abrir a tampa e
adicionar no seu café. — Então, ontem à noite...
— Tenho certeza de que não lembra de nada. — digo com firmeza.
Cole encontra meus olhos por meio segundo, olhando agradecido.
— Certo. Eu não lembro.
— Bom. Porque temos de nos ver no trabalho e as coisas já são difíceis tanto
quanto podem ser. Você não está exatamente na minha lista de "pessoas favoritas"
agora, mas eu realmente preciso manter meu emprego, então temos que fazer isso
funcionar. — Eu olho para o meu café, pronta para sair da cozinha. Eu quero fingir
que a noite passada nunca aconteceu, que Cole não agiu como um idiota. Mas isso
vai contra tudo sobre Cole, não se lembrar de nada e estou escolhendo acreditar
nisso como a verdade.
Eu viro para ir.
— Alexis. — Começa Cole.
— Sim?
— Eu, uh, preciso ligar e pedir desculpas para alguém do jantar de gala na
noite passada?
Eu balanço a cabeça.

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— Não. Bem, a menos que você queira pedir desculpas a mim. — Eu quis
dizer isso como uma piada e me arrependo no momento em que digo isso.
O rosto de Cole enrubesce.
— Eu quero me desculpar com você. — Ele solta um suspiro. — Eu deixei as
coisas rolarem e não deveria ter...
Eu levanto minha mão.
— Você não lembra da noite passada. Só não faça isso de novo. Porque Luke
e eu estamos felizes juntos. Qualquer questão que você tenha com ele pode ser
resolvida sem me envolver. OK?
Ele balança a cabeça e eu saio, indo para a sala de estar para pegar a caixa de
pizza vazia e as latas de Coca-Cola da noite passada. Pego meu vestido e o resto da
roupa de Luke do escritório, e volto lá para cima para esperar.
Finalmente, meio-dia. E Luke não está de volta. Eu me esgueiro lá embaixo,
vejo que Cole está dormindo no sofá, eu pego um pedaço de papel e uma caneta de
seu escritório. Escrevo uma nota para Luke e a coloco na cama ao lado do telefone.
Ainda usando a roupa de Luke, eu saio para esperar o táxi. Onde está Luke?

.

— Mamãe, você não assinou meu dever de casa! — Grace entra na cozinha
segunda-feira de manhã, em pânico.
— Está tudo bem, querida. Dê aqui. — Eu coloco a escova de cabelo na
minha boca e pego o papel que minha filha de seis anos está acenando
freneticamente para mim. — Não mexa a cabeça ainda. — digo a Paige. Ela levanta e
coloca as mãos em ambos os lados da cabeça para literalmente mantê-la imóvel. Se
ela não bagunçasse as tranças que eu fiz três vezes nos últimos cinco minutos, eu
teria rido.
Fecho meus olhos e inalo. Ela só tem três anos... Ela não entende. Coloco o
papel de Grace para baixo e olho para a confusão na cabeça de Paige. Não posso
mandá-la para a escola assim. Eu começo escovar seu cabelo em um rabo de cavalo
ao invés de tranças.
— Não! — Ela grita. — Eu quero tranças como Anna!
— Paige, você está fazendo birra demais por causa das tranças.
Ela joga a cabeça para trás, chorando.

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— Quero tranças!
— Mamãe! Meu trabalho de casa! — Grace diz sobre os gritos de sua irmã. —
Você precisa assinar!
— Eu vou. — digo, mais alto do que as duas. Pluto arranha a porta,
querendo entrar. — Você pode deixar Pluto entrar? — Eu peço a Grace. — E eu
assino seu dever de casa, não se preocupe. Ainda temos tempo. — Olho para o
relógio. Porra. Preciso fazer as tranças o mais rápido possível. — Paige, querida.
Fique quieta ou a mamãe não pode fazer seu cabelo.
— Está bem. — Diz Paige. Mas ela vira a cabeça, bagunçando sua trança para
olhar para a irmã que está deixando o cão entrar.
— Paige! — Eu grito. Então fecho meus olhos e respiro. Eu não quero ficar
brava com as garotas. Eu não quero começar a semana assim. — Fique quieta. Tome
o telefone.
Eu desbloqueio meu telefone e pego um aplicativo para ela assistir enquanto
rapidamente tranço seu cabelo castanho claro. Eu esguicho em suas tranças spray de
cabelo, pego o almoço da geladeira, coloco a coleira no Pluto para leva-lo para
Poppy, e apresso as crianças a entrarem no carro.
— Você colocou minha folha de dever de casa em minha mochila? — Grace
pergunta quando eu paro o carro.
Merda. Eu não coloquei. E eu também não assinei. Eu aperto com força o
freio e direciono o carro em direção à casa de volta. Eu corro e pego o papel. Quando
paro em um semáforo assino sua folha.
Feliz porra de segunda-feira.
Nós fizemos uma parada na casa da minha irmã primeiro para que Grace
possa pegar o ônibus com sua prima Taylor, e então estou com Paige para deixa-la
na creche.
— Posso ir trabalhar com você, mamãe? — Ela pergunta, e meu coração dói.
— Eu queria poder te levar, querida. O trabalho da mamãe é chato durante a
semana. Talvez sexta-feira. Você gostaria disso?
— Sexta não. Agora. — Ela diz e começa a chorar.
— Paige, por favor, não lamente.
— Você nunca brinca comigo. — Diz ela.
— Isso não é verdade, querida. Nós jogamos American Girls ontem à noite.

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— Mas isso foi ontem.

Eu solto um suspiro. O que é melhor do que discutir com uma criança de três
anos. Embora agora, estou realmente discutindo comigo mesma.
— Ei! — Eu digo. — Que tal sexta-feira eu fico em casa e tenho um dia de
mamãe com Paige. Podemos ter uma festa, pipoca e sorvete e levamos Pluto para o
parque.
— Eu quero fazer isso agora! Agora! Agora! Agora!
Maldição se eu fizer, maldição se eu não fizer, certo?

.

— Essa foi à festa, não foi? — Christine diz, inclinando sobre a mesa na
reunião da manhã de segunda-feira.
— Eu ainda estou sentindo. — Lori endireita suas canetas e endireita o
caderno na frente dela, chacoalhando sua cabeça. — O que aconteceu com você,
Lexi?
— Eu, uh, não voltei. — Balbucio, tentando fazer gesto com o globo ocular
para obter ajuda de Jillian. Ela conhece a versão resumida do problema que tive com
Luke.
— Não. — Christine ri. — Você levou Cole para casa e o quê? Ficou lá para
ter um trio com ele e seu irmão?
— Oh meu Deus, não! — Eu digo, com os olhos arregalados. — É melhor
calar a boca antes que ele a ouça.
Jillian ri e dá uma cotovelada em Christine. Eu balanço a cabeça. Coloque as
duas juntas e nada está fora dos limites.
— Lexi me disse que Luke põe vergonha no seu irmão naquele departamento.
— De jeito nenhum. Ele é maior do que a besta? — Christine olha para mim
com um choque falso. — Como você ainda anda?
— Vocês são más.
— É por isso que você nos ama. — Diz Jillian.
— Eu ainda me pergunto por que sou amiga de vocês.
Christine apenas ri.

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— Então, quem é melhor? Eu posso ver uma competição acontecendo entre

eles, tentando superar um ao outro. — Ela ri com mais força quando vê meu brilho.
— É estranho? Sério. É estranho acordar lá e ver Cole pela manhã?
— Eu não fico lá com tanta frequência. Mas sim, é. — Eu sorrio e olho para o
meu telefone. Quero mudar de assunto e não pensar em Cole. Ou Luke. Porque ele
não voltou para casa ontem e não ligou. Dizer que estou preocupada é um
eufemismo.
Algo terrível poderia ter acontecido com ele, ser assaltado e esfaqueado,
deixado para sangrar nas ruas, um acidente de carro. Ou ele poderia simplesmente
não querer mais me ver.
Mas isso não faz sentido. Eu acho. Talvez? Porra. Eu não sei. Tudo que eu sei
é que quero que Luke ligue e quero que ele me ligue agora. Eu sou tão impaciente
quanto Paige às vezes. Por que ele iria me pedir para não mudar de ideia se seu
plano era me deixar para sempre?
Melissa, a chefe do departamento de marketing, entra e fecha a porta. Ela diz
que Cole está em um telefonema importante e ela está assumindo a reunião. Jillian
me olha e levanta as sobrancelhas. Eu concordo. Sim, isso é um bom momento para
um telefonema importante.
A reunião termina e eu vou ao meu escritório. Eu olho para o meu
computador e suspiro, me sentindo tão sobrecarregada com tantas coisas para fazer
que nem sei por onde começar.
Eu acabo gastando trinta minutos em busca de acidentes de carro na cidade
no Google. Eu ainda não estou convencida de que Luke não entrou em um. Eu ligo
depois disso, e a chamada vai direto para o seu correio de voz. Então, ele ainda não
recuperou seu telefone.
O que está acontecendo?

.

— Você pode ter quatro livros concluídos nesse curto período de tempo? —
Pergunto, pegando um pedaço de pão e mergulhando no patê. É terça-feira à tarde e
estou almoçando com Quinn. Nós estamos falando sobre os livros que ela quer
publicar independente. Talvez eu deva me sentir culpada, mas ainda estou irritada o
suficiente com Cole para não dar a mínima.
E outra noite veio e passou sem ouvir uma palavra de Luke.

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— Eu posso se você me controlar. — diz Quinn e fecha seu caderno. — Você

sempre foi tão boa em me manter no prazo antes. Estou contando com você para me
pressionar.
Nossa comida chega, e cheira deliciosamente bem. Pena que eu não estou
com fome. Eu não tenho muito apetite nos últimos dias. Estou preocupada.
E triste.
Porque não posso deixar de pensar que perdi Luke para sempre.
— Está tudo bem? — Quinn pergunta, empurrando seu garfo em sua comida
e depois dando uma mordida.
Eu faço o mesmo, balançando a cabeça.
— Sim, tudo está ótimo.
— Você parece triste. Definitivamente não é você mesma.
Eu não sou eu, mas não quero sobrecarregar Quinn com meus problemas.
Não quando ela está tão animada para se expandir sozinha. E estou animada para
ser uma parte disso com ela, mas nem mesmo uma viagem para a Disney World
poderia transformar meus sentimentos agora. A menos que Luke fosse comigo.
Porque isso significaria que eu tinha ouvido falar dele. E eu não ouvi.
— Estou cansada. Acho que já falei sobre Paige tendo pesadelos, certo? —
Sinto-me horrível no momento em que começo a mentira. — Ela acorda e não pode
voltar para a cama a menos que eu a aconchegue ou a traga para a cama comigo.
— Adrian passou pela mesma coisa. Isso vai passar querida. Isto tem que
passar. Eu costumava me dizer isso diariamente. Graças a Deus, meus filhos
cresceram.
Eu rio e passamos o resto do almoço conversando sobre nossos filhos e
depois mapeando um plano para a próxima série de Quinn. Eu propositadamente
ignoro o horário, verificando o meu telefone apenas para chamadas perdidas ou
textos. Eu pego um café forte no caminho de volta ao trabalho, e entro em uma
maratona de cafeína para atacar a minha caixa de entrada antes do final do dia. Eu
finalizo uma capa para um romance para a publicação logo. O nariz de Jillian está
enterrado em um novo livro de submissão. Ela fica concentrada quando isso
acontece.
Entro no elevador lotado, meus olhos indo para o botão de número nove.
Meu coração dói, e eu só quero Luke de volta. Ou pelo menos saber se ele está bem.

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O que aconteceu? Por que ele saiu assim? À medida que as portas do
elevador começam a fechar, alguém estende a mão para pará-lo. Cole entra,
tentando me evitar, é dolorosamente óbvio. Há pessoas o suficiente entre nós para
fazer uma conversa impossível de qualquer maneira.
Mas quando eles param no terceiro andar, estou ferrada. Cole olha para
frente, a tensão preenchendo o espaço apertado. Eu sei que ele se lembra de tudo do
sábado à noite, e ele sabe que eu sei, mesmo que eu tente fazer parecer que escolhi
acreditar que ele não lembra de nada.
Ele se lembra de me beijar.
Ele lembra de vomitar na pia da cozinha na minha frente.
E ele certamente lembra de Luke e eu fazendo sexo em sua mesa. Meu Deus.
Agora estou olhando para frente com tanto foco que a parede pode
espontaneamente furar. Paramos no segundo andar, e mais algumas pessoas
entram, preenchendo o vazio desajeitado. Eu alcanço minha bolsa, incapaz de
suportar isto por mais tempo, e pego meu telefone. Eu posso agir como se estivesse
ocupada, certo? Todo mundo - sabe a falsa distração que um celular fornece - mas
vou pegar o que conseguir.
Finalmente, chegamos ao lobby. Eu fico para trás, deixando os outros
passarem primeiro, só então dou um passo em frente. O mesmo acontece com Cole.
Oh, vamos sair juntos realmente?
— Vá em frente. — diz ele.
Esbanjo um sorriso sem graça e dou um aceno brusco. Eu me apresso apenas
para retardar. Eu poderia não saber o que aconteceu com Luke em Chicago, mas
Cole sabe. Eu quero falar com Cole tanto quanto quero lamber um assento de
banheiro público, mas se ele vai ajudar Luke, vou fazer qualquer coisa. Eu me viro,
mas Cole desapareceu. Amanhã, talvez eu possa perguntar a ele... Supondo que não
tenha notícias de Luke até lá. Embora parte de mim saiba que Luke vai odiar saber
que eu fui a Cole para conseguir informações. Ele deveria ter pensado nisso antes de
ter saído da cidade.
A noite passa em sua forma caótica usual, completa com Paige pegando um
M & M mini azul e colocando no nariz. Uma vez que resolvi o problema com o doce,
que derreteu e saiu com uma série de sopros no nariz para tirar o chocolate. Levo até
dez da noite para ter a casa limpa o suficiente, e então tomo banho e monto meu
computador na cozinha para trabalhar. Tenho as notas de Quinn estendidas no
balcão da ilha, com o meu calendário e lista de afazeres no topo.

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Ter meu próprio escritório em casa seria incrível. Olho ao redor da casa.
Estamos ficando sem espaço mais rápido do que eu pensava. Porém, nunca quis
ficar nesse pequeno espaço por tanto tempo. Russell e eu tínhamos um plano
quando nos casamos. Comprar uma casa pequena, viver nela por cinco anos, depois
vender, esperando obter lucro, e comprar algo maior.
Ficou evidente antes mesmo de dois anos para percebemos que nenhum de
nós queria ir para outro investimento juntos. O pensamento de ficarmos presos com
uma dívida da casa ainda maior ao lado de Russell, isso causou uma reviravolta no
meu estômago literalmente. Sabendo que comprar uma casa dos sonhos com aquele
homem causava uma reação física negativa foi um dos maiores sinais que me
empurrou para finalmente assinar esses papéis.
Eu não penso que possa ter recursos para qualquer coisa maior com meu
salário sozinha, mas não machuca olhar. Especialmente quando isso significa perder
tempo. Vinte minutos depois, estou me sentindo um pouco deprimida pelas casas
agradáveis que não consigo comprar, e em pânico por estar tão cansada de manhã.
Leva uma hora para conseguir um cronograma concreto feito para Quinn. Eu
envio um e-mail para ela, em seguida, passo para Katie James e seu romance
paranormal. Eu editei um capítulo e enviei um e-mail para ela. Normalmente envio
três capítulos de cada vez, mas que se dane. Estou cansada e esse foi um longo
capítulo, sugeri a ela dividirmos em dois capítulos, funciona melhor de qualquer
maneira.
Então é hora de dormir, levantar cedo, e fazer tudo de novo. Eu chamo Luke
no caminho para o trabalho de quarta-feira, ainda indo direto para o correio de voz,
e faço novamente no caminho para casa.
Eu pego Paige e vou para casa para um lanche rápido. Nós caminhamos com
Pluto ao redor do bloco, então voltamos para o carro e dirigimos até a escola de
Grace. Ela está no clube de teatro júnior e esta noite eles estão montando uma peça.
Ela ficou depois da escola para ensaiar, nós vamos encontrá-la lá. Paige se recusa a ir
ao banheiro antes de sair, e eu não quero sair até que ela vá, o que resulta em um
colapso e nós quase chegamos tarde para a peça.
Estou correndo pela escola, levando Paige no colo, e quase tropeço no tapete
preto em frente à porta. Eu abaixo Paige e cavo através da minha bolsa para pegar
um dólar amassado para pagar a entrada, e em seguida corremos para o auditório.
As luzes estão agora apagadas, e as cortinas ainda estão fechadas. Paige
avista Russell e puxa minha mão.
— Podemos nos sentar perto do papai? — Ela pergunta.

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Eu solto um suspiro, minha visão indo para a parte de trás da cabeça de

Russ. Ele não está sozinho, e eu me odeio por odiar a namorada dele. Ela está em
seus vinte e poucos anos, gastou mais dinheiro em cirurgia plástica do que eu na
faculdade, e fisicamente é tudo o que eu nunca serei. Ela pode não ser a mais
inteligente, mas ela sempre foi educada comigo, e Grace diz que Maggie brinca de
bonecas com ela quando seu próprio pai está muito ocupado.
Russell se vira, acena para Paige, e franze a testa para mim, batendo no
relógio. Nós descemos o corredor central assim Paige pode sentar perto de seu pai.
— Você não pode chegar a qualquer lugar a tempo, pode? — Russell
resmunga. — Você acha que a apresentação de sua própria filha é importante o
suficiente para você aparecer na hora.
— Eu cheguei a tempo. Ainda não começou. Eu tive que parar em casa,
alimentar Paige, e deixar Pluto sair.
— Você está sempre tão preocupada com o maldito cão. Você age como se o
cão fosse mais importante do que sua própria filha.
— Você não pode me criticar por atrasos na escola. — Eu começo. — E eu
não acho que ele é mais importante. Mas eu... Você sabe o quê, foda-se. — eu
sussurro e me afasto um lugar dele. Paige me vê levantar e me segue, precisando
estar no meu colo. Maggie olha para cima, as sobrancelhas juntas. Ela olha para
Russell e depois suspira. Ela não pode ver que ele é um idiota?
— Eu pensei que seu namorado estaria aqui. — Russell diz, não olhando
para mim. — Ele não poderia ser incomodado para participar?
Eu fico tensa. Paige não adquire o conceito de namorados e namoradas, mas
eu tive o cuidado de não deixar qualquer uma das meninas saber que Luke e eu
éramos mais do que amigos.
— Ele está trabalhando. — Eu estalo. — Algumas pessoas trabalham à noite,
você sabe.
— Interessante. E o que ele faz de tão importante para trabalhar em uma
quarta-feira à noite? — Russell diz isso como um insulto.
— Você é um idiota. Os cirurgiões trabalham à noite. Algumas pessoas
trabalham à noite.
Russell ri.
— Esse seu namorado tatuado não é cirurgião.

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— Ele é bombeiro. — Eu digo com orgulho. Ele era um, afinal. O sorriso de
Russell desaparece e felizmente as cortinas abrem. Eu abraço Paige firmemente,
beijando o topo de sua cabeça. Eu odeio como Russell sabe exatamente como me
fazer sentir uma porcaria. E estou começando a ficar brava com Luke por seu ato de
desaparecer.
Eu gravo a apresentação de Grace, sorrindo e a animando. Eu sou boa em
colocar um sorriso falso. Fiz isso durante anos, miseravelmente no meu casamento,
afinal. Ninguém poderia dizer que minha mente está correndo um milhão de milhas
por hora pensando em Luke. Ele foi tão doce com as meninas. Ele parecia
interessado. Ele parecia se importar.
Eu estava errada?
Eu olho para Russell e sinto lágrimas bem em meus olhos. Eu sou tão
estúpida. Sim, eu estava errada.
Novamente.

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CAPÍTULO 0 5

Luke
Eu sento no sofá, olhando para a tela preta da TV. O controle remoto está na
minha mão, mas não quero assistir nada. Ou comer. Ou me mover. Eu não quero
pensar. Estou em Chicago, sentado em meu apartamento. Eu paguei o contrato do
ano todo por este lugar conseguindo um desconto. Eu não achei que estaria pagando
por um apartamento que eu não morasse dentro, nunca em um milhão de anos achei
que iria sair e não voltar.
Chicago era minha casa. Onde estava meus amigos, meu trabalho, minha
vida estava aqui. E então ficou muito tóxico. Estar aqui se tornou demais.
Eu pego um vislumbre do meu reflexo e lembro o dia a alguns meses,
quando o peso de tudo estava tão pesado no meu peito que eu não podia respirar. O
dia em que tive o suficiente e explodi.
No dia em que liguei para Cole e disse que estava indo para Nova York.
Empacotei o que pude e deixei o resto. Minha mobília, embora não fosse
nada especial, ficou para trás. Abrir a porta deste lugar era como pisar em uma
cápsula do tempo. Ainda há roupas no meu armário. Comida apodrecendo na
geladeira. Um prato sujo na pia. Um cesto de toalhas sujas no banheiro.
Eu deveria limpá-lo. Eu deveria descobrir o que fazer com essa merda. Eu
deveria fazer alguma coisa. Qualquer coisa.
Mas depois que o vi, não posso. Voltei e sentei, pensando em ficar submerso
a tudo isso para me impedir de me apavorar. Uma hora se passou. Então a noite
veio. E depois o dia. Eu não quero abrir a porta, porque então vou ver a porta dele.
Ele morava no andar de baixo, e enquanto nós sabíamos que ele iria eventualmente
se mudar para um lugar maior que era melhor para as crianças, era perfeito tê-lo no

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mesmo edifício. Nós fazíamos noite de videogame, como se fossemos ainda crianças
na faculdade, saíamos para nos divertir. Então tudo foi para a merda.
Meu melhor amigo não morreu no dia em que me salvou do fogo. O que
aconteceu com ele é pior do que a morte. O que aconteceu com ele desafia tudo o
que acredita, vai contra todos os seus desejos.
Eu pisco, e a imagem do rosto de José aparece em minha mente. A última vez
que o vi, ele estava ligado a máquinas. Respirando com ajuda delas. Bombeando
calorias em seu corpo. Removendo a sujeira de seu estômago. Os médicos disseram
que ele estava em estado vegetativo permanente.
Seu corpo tentou se fechar não muito tempo depois do acidente. Ele não
queria seguir em frente. As queimaduras em suas mãos e rosto foram infectadas em
dias. Seu cabelo começou a cair. Feridas profundas se desenvolveram em suas costas
e calcanhares.
Meu melhor amigo não iria querer viver assim, se você puder mesmo chamar
isso de vida. Mas, ele nunca atualizou essa porra de testamento. Não havia nada
escrito que dissesse para deixá-lo ir, deixá-lo seguir em frente.
E sua esposa sabia disso. Ela sabia o que ele queria. Mas, ela não podia deixá-
lo ir. Então, ela o mudou para uma instalação de cuidados de longo prazo e o
manteve assim. Mantinha-o apodrecendo de dentro para fora. Perdendo cabelo e
músculo, pouco a pouco. Morrendo internamente, mas sem permissão para seguir
em frente. Tendo máquinas e medicamentos o mantendo vivo, não permitindo
morrer com dignidade.
Eu não conseguiria. Eu não podia ficar de pé e ver meu melhor amigo se
deteriorar em carne e osso. Eu não sou religioso, mas José era. E acreditava que sua
alma ficaria presa em seu corpo, sofrendo, até que fosse permitido morrer.
Eu entrei em uma briga aquecida com a esposa de José poucos dias depois
que ela o levou para a casa de repouso. Uma tão feia que foi solicitado para eu me
retirar. Eu me senti terrível e pedi desculpas a ela mais tarde, mas não podia ficar.
Não podia entrar, visitar e conversar com José como se ele fosse acordar qualquer
dia. É por isso que eu parti.
Porque ele nunca iria acordar.
Mas, ele acordou. Eu estava errado. Saí de Chicago, abandonando meu
melhor amigo.
Fui vê-lo assim que desembarquei em Chicago. Eu não estava esperando
uma recuperação completa de qualquer modo, mas eu não esperava ver o que vi.

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Ele estava magro. Pálido. Quase não tinha qualquer cabelo na lateral de sua
cabeça. Suas bochechas estavam afundadas. Seus olhos castanhos estavam abertos,
mas não tinham emoção. Ele era apenas uma concha vazia do homem que
costumava ser. Sua esposa se apaixonou por ele, convencida de que ele estaria em
casa para as férias deste ano.
Eu sentei lá. Falei com ele. Toquei em sua mão, e sua pele parecia morta. Fria.
Os músculos haviam se deteriorado. Tinha a aparência de idoso em apenas alguns
meses.
Parecia forçado. Parecia falso. A pessoa ali deitada, presa em um corpo que
não podia se mover. Não podia comer. Nem podia se comunicar. Ele pode piscar e
fazer gemidos e sussurros, abafados pela traqueostomia em seu pescoço. Essa pessoa
não é meu melhor amigo.
Fiquei de pé para sair no final da minha visita, sentindo uma mistura de
sentimentos – confusão, dor e culpa. O olhar de José me implorava para puxar o
plugue e deixá-lo morrer.
E eu não posso fazer uma maldita coisa sobre isso.
Mas isso não é tudo, e a última novidade é o que está me mantendo aqui,
cheio de emoções conflitantes. Estou tão irritado que mal posso funcionar. Isso me
fez quase entrar em outro jogo de gritos com Caroline e ser expulso da unidade de
cuidados de longo prazo novamente.
Eu não sei por que ela tinha que me dizer.
Eu não sei por que ela teve que me envolver. Ela sabia que eu queria voltar
para Nova York, de volta para a única pessoa que pode me fazer feliz.
Ela sabe que eu não quero estar aqui. E ainda assim ela me disse. Ela me
contou e isso complica tudo. Eu não sei o que fazer. Eu não sei o que é certo ou
errado, ou se estou sendo egoísta por querer voltar para Lexi em vez de ficar aqui.
Ficar aqui é o que Caroline quer. Porque ela está grávida.

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CAPÍTULO 0 6

Alexis
— Você precisa de mais lápis? — Pergunto a Paige, levantando os olhos da
minha mesa. É sexta de manhã, e ela veio comigo para o escritório. Eu só tenho
algumas coisas para terminar, e depois temos o resto do dia de folga. Meu plano é
pegar Grace cedo da escola e dizer que ela tem uma consulta médica falsa que vai
demorar o resto do dia, surpreendendo as meninas, as levando para o parque antes
de levá-las para a casa do seu pai para o fim de semana.
Grace e Paige imploraram que Pluto fosse com elas, e depois que Russ disse
que sim, não havia como manter o cão longe das meninas. E ele as ama. Eu não
poderia ter escolhido um companheiro melhor para as meninas do que esse pequeno
sujeito. Na maioria das vezes eu não me importo se Pluto vai com as meninas, mas
neste fim de semana, eu realmente não quero ficar sozinha.
Porque estou me sentindo muito sozinha.
— Não, obrigada. — Paige diz, me fazendo sorrir para suas manias. Ela está
sentada em um cobertor no chão em um canto do meu pequeno escritório. Ela tem
um livro para colorir e lápis de cera, juntamente com algumas Barbies e seu
brinquedo de pelúcia favorito.
Eu clico em responder e-mails enquanto Paige colore umas imagens para
Jillian. Até o momento que cheguei ao final da minha caixa de entrada, todos no
escritório têm um desenho para pendurar acima de suas mesas. Incluindo Cole,
embora eu ache que não vou dar a ele. Paige pega meu telefone para assistir vídeos
do YouTube e fica no escritório de Jillian enquanto eu corro para o departamento de
marketing, passando a primeira parte do plano para o livro paranormal de Katie
James. Nós ainda precisamos mudar o título, e como Katie não chegou a essa
conclusão por conta própria, cabe a mim deixar uma sugestão agradável e sutil

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indicando que ela precisa de algo um pouco mais cativante que Maldita que foi
usado milhões de vezes.
Uma vez que isso é cuidadosamente tratado, eu volto para o escritório de
Jillian para pegar meu bebê e sair. Cole está saindo de seu escritório enquanto ando
para o meu, e nós forçamos uma parada abrupta. Eu imediatamente baixo meu
olhar, mas minha vontade é desviar e correr para o banheiro. A raiva se constrói
dentro de mim, e não posso deixar de pensar que o desaparecimento de Luke tem
algo a ver com Cole ser um grande idiota.
Mas, eu realmente quero manter meu emprego.
Assim, eu mantenho meus olhos baixos, forço um sorriso polido, e ando em
torno de Cole, ciente de que vários colegas de trabalho estão testemunhando a troca
desajeitada.
— Ei querida. — Eu digo para Paige. Ela está no colo de Jillian, olhando para
o site da Disney World no computador de Jillian.
— Estou mostrando a tia Jelly a Disney World! — Paige anuncia. — Existem
vários tipos de princesas na Disney.
Meu sorriso se torna genuíno e eu me movo, ficando atrás deles.
— Tem! Talvez possamos ir em algum momento. Você gostaria disso?
— Sim! Eu quero ir para a Disney! — Paige grita, então começa a nos contar
sobre todas as coisas que ela quer fazer. Começa a numerar a princesa número um
em sua lista. Eu adoraria levar as meninas. Eu pensei sobre isso muitas vezes, e iria
buscá-las da escola com as suas malas lotadas e escondidas no porta-malas. Eu não
diria onde estávamos indo até que estivéssemos no aeroporto.
Elas adorariam.
Algum dia. E com a promessa de editar os livros auto publicados de Quinn,
esse dia poderia vir mais cedo do que mais tarde. Eu não fui para a Disney em anos
e a ideia de ir é emocionante para mim. Compartilhar essa emoção com as meninas
vai fazer a viagem incrível.
— Você terminou? — Jillian pergunta, girando ao redor em sua cadeira.
Paige desliza de seu colo e vem até mim, levantando os braços para me informar que
ela quer colo. Russell odeia que ela ainda faça isso, dizendo que é "infantil" e que
Paige precisa usar suas palavras e não deve ficar fazendo gestos para o que quer.
Talvez parte disso seja verdade, mas ela é meu bebê e poderia muito bem ser
a minha última, mesmo que eu adorasse ter mais filhos se casasse novamente. Eu

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vou segurá-la e aconchegá-la enquanto ela me deixar. Grace ainda gosta de ser
aconchegada à noite e faz meu coração feliz.
— Sim, graças a Deus. Esta foi uma semana longa.
— Aposto. — Jillian olha pela porta aberta do escritório. — É tão óbvio que
vocês dois estão se evitando. E antes de perguntar, ninguém disse nada.
Eu solto um suspiro.
— Bom. Pronta para ir para casa, Paige? Dê a Tia Jelly um abraço. — Grace
foi a primeira a chamar Jillian de Jelly e esse apelido pegou. Ela não se importa, pelo
menos eu acho. Paige dá um abraço em Jillian e pega minha mão. — Tenha um bom
fim de semana. — digo a Jillian.
— Você também. Embora eu tenha certeza que vai. — Ela pisca e se vira,
voltando ao trabalho.
As lágrimas ameaçam se formar e eu pisco rapidamente para afastá-las.
Jillian não sabe sobre Luke. Eu não disse nada a ninguém, porque dizer as palavras
em voz alta significam que são verdadeiras.
Luke me deixou. E eu não sei por quê. Nada disso faz sentido. A última coisa
que ele me disse foi para não mudar minha mente sobre sermos felizes juntos. Por
que ele diria isso e partiria sem intenções de me ver novamente?
Segurei a mão de Paige com força enquanto entramos no elevador.
— O que você quer fazer, querida? — Eu pergunto. — Está com fome?
Falamos sobre onde comer e o que ela quer jogar quando chegarmos em casa.
O sol está em plena força hoje, e o ar está quente. Desejo tanto que eu pudesse estar
em casa com elas durante as férias.
— Ei. — Digo de repente para Paige. Ela para de andar e olha para cima. —
Quer saber um segredo?
Ela pisca.
— Sim.
Eu sorrio e falo.
— Eu te amo.

.

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— Divirta-se, e seja boazinha. Eu te amo. — Eu digo a Grace e Paige. Nós

apenas caminhamos através da porta de Russell.
Grace me abraça.
— Eu não quero ficar com o papai. Eu quero ir para casa com você.
Paige ouve e corre para me abraçar também.
— Eu quero a mamãe. Não o papai. Papai é chato!
Eu envolvo um braço em volta de cada uma das meninas.
— Não, você vai se divertir com o papai. — Eu sorrio e tento soar animada. É
tentador falar mal de Russ, mas não posso fazer isso. Ele é o pai delas, e ele as ama.
Por mais que eu não possa ficar com esse homem, ele cuida bem das meninas. E sei
que posso confiar nele com as crianças.
— Estou tão cansado de ouvir isso. — Russell murmura sob sua respiração.
— Você não pode fazer isso Lexi.
Eu olho para cima.
— Não xingue na frente das meninas.
Russell zomba.
— Eu vou fazer o que quiser.
Eu reviro meus olhos. Eu sei que ele faz o que quiser. É por isso que nosso
casamento se desfez. Ele fez o que ele queria com nenhuma consideração para
qualquer outra pessoa.
— E você não tem nada a dizer. — Ele continua. — Típico.
Eu me levanto.
— Dizer o quê?
Os olhos de Russell se estreitam. Nós nos olhamos, olho no olho. Ele é um
homem atraente, eu admito, e seus olhares foram a primeira coisa que notei nele na
faculdade. Tivemos uma aula juntos, e pensei que ele era bonito. Ele sentou na parte
de trás e eu sentei na frente, e nós nunca conversamos. Por um semestre inteiro, eu
só cobicei ele em vez de tomar notas.
— Você diz às meninas que eu sou chato.
— Não. — Eu atiro de volta. Eu solto a coleira de Pluto do meu pulso. —
Grace você pode deixar Pluto lá atrás?

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Ela balança a cabeça e sai, rindo quando Pluto corre através da casa. Paige
segue sua irmã rindo. Eu me volto para Russ.
— Eu acho você um bastardo miserável, mas as meninas não. E não quero
que elas pensem isso. Então, não, eu não digo para dizer que você é chato. As
crianças falam aquilo que pensam, talvez, você seja chato mesmo.
— Você é uma cadela.
Deixo escapar um suspiro e balanço a cabeça.
— Tudo bem. Eu sou. Seja qual for a ideia que tem sobre mim.
— Você acha que é uma boa pessoa, mas não é.
— Ok. Russ, que seja. Aqui estão malas das meninas. Traga-as para casa no
domingo.
— Você pode vir pegá-las.
— Eu não posso. Você deveria passar para pegá-las na escola às sextas-feiras
e você não faz.
— Só por sua causa! Você me disse que queria pega-las.
É verdade, eu fiz. Porque eu queria ser capaz de vê-las mais uma vez antes
do meu fim de semana sem as atingir.
— Russ. — Eu começo. — Por favor, não brigue comigo. Não há nenhum
ponto nisso. Divirta-se e traga-as de volta para casa as cinco no domingo.
— Ah, então agora eu tenho um limite de tempo.
— O juiz deu o limite de tempo! — Eu ergo minhas mãos. — No outro dia
elas têm aula! Elas têm que ter o trabalho de casa feito antes da hora de dormir.
— Paige não tem lição de casa.
— Eu sei. Mas Grace tem.
— Você disse que ambas têm lição de casa. Então, está mentindo agora?
— Porra.
Russell sorri.
— Lex, você está xingando na frente das meninas.
— Elas estão no quarto. — Eu balanço a cabeça, tiro os sapatos e passo por
Russell para encontrar as meninas. Eu dou mais um abraço e um beijo de despedida
antes de sair. — Se você não puder trazê-las para casa domingo, me avise para que
eu possa vir pegá-las.

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— Esta é a sua casa.

— Sim, é. Você sabe o que quero dizer.
— Seja como for.
Espero um segundo, esperando Russ me dizer se trará as meninas para casa
ou não.
— Deixe Lexi. — ele diz. — Eu sei como cuidar das meninas. Você age como
se fosse melhor do que eu, mas não é. Entre nós dois, eu sou o melhor pai. E você
sabe o quê? Acho que mereço mais tempo com elas.
— O que significa isso? — Meu coração salta uma batida. Ele está me
ameaçando sobre nosso acordo de custódia?
— Isso significa exatamente isso. Agora saia, Lexi.
Eu dou uma respiração instável e pego meus sapatos. Piscando rapidamente
para conter as lágrimas, eu me apresso para o carro. No momento em que estou
dentro do carro e com a porta fechada, começo a chorar e não é apenas por causa de
Russell. Ele pode me levar ao tribunal de novo, mas já está provado que as meninas
precisam estar comigo durante a semana escolar. Nós já concordamos que elas ficam
com Russell durante o verão desde que eu use seus dias de férias para estar com
elas. Nada de novo vai acontecer, ele vai perder ainda mais dinheiro com honorários
advocatícios.
Eu não sei por que ainda tem que ser um idiota para mim. Estamos
divorciados. Nós só vemos um ao outro por breves períodos de tempo e é só por
causa das meninas. Russell ser um idiota é apenas a cereja no meu bolo. Que vai ser
um fim de semana de merda mesmo.
Eu quero tanto estar com raiva de Luke. Quero gritar com ele, amaldiçoar
seu nome, e fazê-lo sentir apenas um pouco da dor que está irradiando através do
meu peito.
Mas eu não posso, porque acho que ele já está sentindo isso.
Algo está acontecendo com ele, e talvez seja a minha esperança estúpida que
está me fazendo pensar que nada tem a ver comigo. Eu vasculho em minha bolsa
procurando o meu telefone e ligo para Luke.
Direto para o correio de voz.
Que diabos? Eu fecho meus olhos e uma última lágrima escapa, rolando pelo
meu rosto. Com raiva a enxugo e começo a dirigir para casa. No último minuto,
pego o retorno, e saio para uma saída que me leva para a cidade.

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Luke não pode não estar respondendo a seu telefone, mas eu vou ser
amaldiçoada se eu deixá-lo ir embora. Se ele está passando por alguma coisa, então
eu vou passar por isso com ele.

.

Eu bato na porta de madeira velha e dou um passo para trás. O sol está se
pondo atrás de mim, e não vejo nenhuma luz no interior da casa. Eu ligo para Luke
antes de subir os degraus de pedra para a porta da frente. Foi para o seu correio de
voz novamente. Não tenho certeza de como encarar isso. Ele não está escondido,
pelo menos.
Um minuto passa antes de eu ouvir a trava da fechadura. Cole abre a porta, e
olha para mim como se eu fosse o espírito de Michael Jackson ou algo assim.
— Alexis. — Ele gagueja. — O que está fazendo aqui?
— Luke está em casa? — Eu pergunto, e Cole balança a cabeça. — Você o
viu?
— Não desde o fim de semana. Eu achava que ele estava hospedado com
você.
— Ele não está e não tenho a mínima ideia de onde ele possa estar. — Eu
respiro fundo. — Eu sei que você não gosta dele, mas algo está acontecendo e estou
com medo de que seja algo ruim.
As sobrancelhas de Cole arqueiam juntas. Ele olha para a rua, suspira, e
finalmente seus olhos encontram os meus.
— Entre.
Eu passo para o hall, tiro os sapatos, e vou imediatamente até o quarto de
Luke. Seu telefone ainda está na cama, ao lado da nota que escrevi. Tudo parece
exatamente como deixei no domingo, quando saí.
Luke não veio para casa.
Eu não posso controlar as lágrimas que rolam pelo meu rosto. Onde está
Luke? Desespero-me em pensar que ele possa estar morto em uma vala. Eu prefiro
dizer adeus e nunca mais vê-lo novamente. Pelo menos eu saberia que ele está vivo.
— Você encontrou o que estava procurando? — Cole pergunta quando eu
desço as escadas. Eu não tento esconder minhas lágrimas. — O que há de errado? —
Ele pergunta.

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— Ele não esteve aqui. E... E eu não sei o que está acontecendo. Para onde ele
iria? — Eu soluço. — Devemos chamar a polícia? Abrir um inquérito de uma pessoa
desaparecida ou algo assim?
Cole balança a cabeça.
— Eu acho que sei onde ele está.
— Você sabe?
Seu olhar cai e ele vira, apontando para segui-lo para a sala. Eu sento no sofá
e ele senta-se a minha frente em uma cadeira de couro.
— Sim. Ele nunca disse o que aconteceu em Chicago?
— Não. Para onde ele foi? Voltou para Chicago?
— Esse é o meu palpite. — Seu olhar se fixa em mim por meio segundo.
— Ouça. — Eu começo e inclino para frente. — Eu gosto de você tanto
quanto gosto da pessoa que decidiu que as mulheres precisam depilar as pernas,
mas agora eu não me importo com nada disso. O passado é o passado, e eu preciso
de você para me ajudar a encontrar Luke. Ponha de lado o ódio que você sente,
porque, no fundo eu sei que se importa. Ele é seu irmão antes de tudo. Seu irmão,
entendeu! E algo aconteceu. Algo ruim. Porque ele não iria me deixar assim. Eu sei
que você, Cole, é uma boa pessoa. Por favor, por favor, me ajude a encontrá-lo.
Cole franze a testa, mas ele olha nos meus olhos.
— Ok.
— O que aconteceu em Chicago?
Cole hesita, olhando ao redor da sala. Seus olhos se estabelecem na mesa de
café que há entre nós.
— Ele estava dentro de uma casa em chamas no segundo andar e o chão
cedeu. Ele foi para baixo com ele. Seu melhor amigo foi salvá-lo, mas acabou
gravemente ferido. No momento em que foi socorrido, ele tinha o suficiente para ter
dano cerebral e ficar em um estado vegetativo.
— Oh meu Deus.
— Me disseram. — Cole continua, e eu posso dizer que ele está se esforçando
para permanecer neutro e não sentir raiva de seu irmão Luke por qualquer coisa que
ele supostamente fez de errado, que Luke nunca tratou com nada disso. Suponho
que se sinta responsável. — E eu não me intrometi.
— Então, você acha que ele voltou para Chicago?

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— Sim, eu acho. Talvez seu amigo tenha morrido.

Eu mordo meu lábio, me sentindo emocional de repente. Meu coração está
partido por Luke. Ele deveria ter me dito, e eu teria ido com ele. Eu seguraria sua
mão no funeral, e estaria lá para ele quando a noite caísse.
— Você sabe o nome de seu amigo?
— Uh. — Cole diz, buscando em sua memória. — José Morales, eu acho.
Eu aceno, fazendo uma nota mental.
— E quanto a alguém chamada Caroline?
Cole balança a cabeça.
— Eu não sei muito sobre sua vida.
— Será que ele vai voltar aqui? — Minha voz sai embargada quando tento
não chorar.
Cole parece incrivelmente desconfortável. Eu acredito que ele está
arrependido por me causar dor, mas ainda está tão zangado com Luke que faria de
novo se isso significasse ferir seu irmão.
— Seria tão ruim se ele não voltasse? — Cole pergunta suavemente. — Você
pode conseguir algo muito melhor.
Uma lágrima rola pelo meu rosto. Eu a limpo e olho para cima, tentando o
meu melhor para não chorar.
— Eu sei que você não gosta dele, mas eu gosto. Eu realmente gosto.
— Eu não quero incomodá-la. Mas realmente, Lexi. Luke não é o grande cara
que você acha que ele é. Ele é egoísta. Individualista. Um idiota. Ele sempre foi
assim, e sempre será. Pessoas assim não têm ideia do que é ser como nós, as pessoas
tranquilas do mundo. Ele não é como todos nós.
Eu fixo o meu olhar em Cole.
— O que você quer dizer?
— Você é inteligente, Alexis. Você lê livros. Você aprecia literatura. Você
aprecia as coisas, vê coisas mais profundas do que apenas a superfície. Luke... Ele
não é assim. Você está namorando alguém vazio. Luke não veio aqui para ficar
permanentemente, e eu sabia o tempo todo. Ele não trouxe sua mudança. Ele ainda
paga o aluguel de seu apartamento em Chicago. O plano sempre foi vir cá, aliviar a
pressão e depois voltar à sua velha vida. Eu o avisei para não fazer isso com você.

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Eu disse a ele para ficar longe e não prejudicá-la. Você é uma boa pessoa, Alexis.
Você merece o melhor.
Deixo escapar uma respiração e pisco tentando acalmar minhas lágrimas.
Posso confiar em mim mesma para não pirar com Cole novamente?
— Ele voltará. Algo ruim aconteceu e o está mantendo longe. Mas, ele não
me deixou para sempre. Você está errado.
— Eu gostaria de estar.
Eu olho para Cole.
— Você? Você realmente deseja isso? Deseja que Luke estivesse aqui agora e
feliz comigo? Porque eu não acredito em você.
Cole não responde. Eu balanço minha cabeça.
— Inacreditável. — Murmuro. — E eu não me importo o quão louco você
está com sua família, você cuida deles. Se a minha irmã estivesse na mesma situação
de Luke, eu seria a primeira pessoa a apresentar uma queixa de desaparecimento,
assim que fosse capaz. Ele é seu irmão, Cole. O seu irmão mais novo. Algo
incrivelmente traumático aconteceu e ele está agindo de forma estranha e não pode
ser encontrado. Doí! Alguém precisa encontrá-lo, alguém precisa ter certeza de que
está tudo bem. Eu faria isso, mas não sei como. Eu não sei por onde começar. Mas
você sabe. Você não se importa mesmo?
Cole suspira e olha para baixo. Eu me levanto.
— Alexis, espere. — Cole diz e salta para cima. — Você disse que suas filhas
estão passando o fim de semana com seu pai, certo?
— Sim, por quê?
— Vou te enviar em uma viagem de negócios. Para Chicago.
Minha boca se abre, mas as palavras não saem.
— Chicago? — Digo tentando entender o que Cole está fazendo. Cole está de
pé, rosto abaixado com emoções conflitantes.
— Sim. Quanto mais cedo melhor. — Ele levanta e vai para seu escritório. O
balcão está bem colocado de volta junto. Estou no limite, lutando contra o embaraço.
A última vez que estive nesta sala, estava nua com Luke entre as minhas pernas.
— Há um autor. — murmura Cole e abre seu notebook. — Queremos que ela
assine. Mas, ela vai optar por auto publicar sob um pseudônimo.

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Ondas de alívio caem sobre mim e lágrimas se reúnem nos cantos dos meus
olhos. Eu estou uma bagunça emocional porra. — Eu ainda estou brava com você, —
eu digo. — Mas, obrigada.
Cole me dá um breve aceno de cabeça e escreve algo em um Post-It.
— Quando você pode ir? Há um voo indo para Chicago esta noite.
— Vou agora. — Eu digo. — As meninas e meu cão estão no meu ex, eu
posso sair agora. — Digo com vontade de sair correndo. Alguns minutos depois, eu
tenho a impressão que algo está errado.
— Você não tem que fazer isso — Ele me diz enquanto eu ando em direção à
porta da frente. — Isso poderia ser uma coisa boa.
— Luke está sofrendo, Cole. Como é que pode ser uma coisa boa?
— Ele só vai decepcioná-la de novo. — Ele diz suavemente. — Isso é o que
ele faz Alexis. Esta será a última vez que vou avisá-la. Ele está fora de sua vida
agora... Não vai ser difícil mantê-lo assim.
— Eu não quero mantê-lo assim. — Eu digo. — O que aconteceu entre vocês
dois... Vocês precisam consertar. Luke não é uma má pessoa e você também não.
Mas, está se deixando transformar em uma.
Viro e saio, correndo para o meu carro. Não há tempo a perder para chegar
ao aeroporto.

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CAPÍTULO 0 7

Alexis
Meu estômago está em nós e a ansiedade se constrói com cada minuto que
passa. Eu olho para o meu telefone, lamentando o Starbucks que eu devorei. Estou
esperando para embarcar no avião e faço uma rápida pesquisa do Google sobre o
amigo de Luke. Encontrei um artigo de vários meses atrás, apenas uma menção
rápida, que diz que dois bombeiros em Chicago ficaram gravemente feridos ao
resgatar uma mulher idosa de um incêndio em uma casa. A mulher sobreviveu por
causa de Luke e José. O artigo dizia que Luke foi medicado e sobreviveu, e seu
amigo estava em condição crítica, mas estável.
Talvez os bombeiros e policiais se machuquem tantas vezes que a mídia não
acredita que seja um grande problema. Mas, não posso deixar de me sentir ofendida
e zangada de que nada mais é mencionado. Luke arriscou sua vida e ficou
gravemente ferido, salvando alguém. Suponho que estou sendo tendenciosa, mas
não parece justo.
Procurei mais sobre José e não encontrei nada. Nenhum obituário, nenhum
memorial, nenhuma notícia, nada. Se ele morresse, suponho que o corpo de
bombeiros colocaria uma foto ou algo assim, o que me faz pensar que José não está
morto.
Então, o que está acontecendo com Luke?
Coloco meu telefone para baixo, esperando até que meu voo seja anunciado.
Embarco no avião, apertando minha mala de mão. Corri para casa para pegar
apenas o essencial, e tenho o suficiente para passar o fim de semana. Eu não tenho
outro plano além de bater na porta no endereço que Cole me deu e esperar que Luke
responda. Como ele vai reagir ao me ver vai determinar meu próximo passo.

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Nunca fiz nada de corajoso assim antes. Nunca me coloquei lá, nunca
arrisquei tanto. Se alguém vale a pena, esse alguém é Luke.
Ele não é o cara ruim que Cole diz que é. Ele não pode ser. Especialmente
agora que o avião está decolando. Eu vejo a velocidade da pista por fora e começo a
entrar em pânico.
Por que estou fazendo isso?
Estou saindo do estado. O estado em que minhas meninas estão. O avião
poderia cair. Mais realisticamente, meu voo pode atrasar e eu ficaria presa em
Chicago. Eu inspiro bruscamente.
— Voar te deixa nervosa? — A mulher ao meu lado pergunta.
— Não. — Eu digo secamente, depois me amaldiçoo. — Nervosa sobre o que
acontecerá uma vez que eu aterrissar.
Ela sorri com curiosidade.
— Você está voando a negócios ou por lazer?
— Uh, uma missão especial.
— Interessante.
— Estou indo encontrar meu namorado. E ele não sabe que estou chegando.
— Ohhh. — ela suspira. — Tão romântico.
— Sim. Romântico. — Eu sorrio, tentando me convencer de que será uma
viagem romântica. Há uma boa chance de acontecer dessa maneira. Olho pela janela
e imagino Luke abrindo sua porta, me olhando com os olhos arregalados e depois
me agarrando e me beijando. E então, ele voltará para Nova York e viveremos
felizes para sempre.
— Hah.
Mesmo que Luke queira ter sexo selvagem no momento em que ele me vê,
está longe de ficar tudo bem. E agora que estou voando e não há volta, estou
começando a pensar mais e mais que esta é uma má ideia. Isso não vai acabar bem.
Luke saiu e não me disse o porquê.
E não consigo lidar com outro coração quebrado.

.

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Engancho minha bolsa por cima do meu ombro e olho para o endereço que
guardei no meu telefone. Meu coração está martelando no meu peito e o suor de
nervoso escorre entre meus seios. Estou na frente do apartamento de Luke, e estou
começando a me sentir cada vez mais como uma idiota com o passar do tempo.
Ensaiei mentalmente o que vou dizer, e tudo parece estúpido agora.
Estou com raiva dele. Louca que ele me deixou, louca que ele me preocupou.
E estou brava que ele não me falou sobre o que está acontecendo.
Eu verifico o endereço mais uma vez e acidentalmente abro minhas fotos
quando estou colocando meu telefone de volta na minha bolsa. Eu vejo a foto de
Luke com minhas meninas e sinto um aperto doloroso no meu coração. Estou com
medo de expor meu coração assim. Arriscar e parecer uma idiota. Mas por Luke,
vale a pena. Eu fecho meus olhos, inalo fundo e entro no prédio.
Luke vive no terceiro andar. Paro no lobby, tentando decidir entre as escadas
e o elevador. Não há porteiro, e as luzes acima de mim estão fracas. Eu pego o
elevador e aperto o botão para fechar as portas uma e outra vez, esperando que
possa chegar ao terceiro andar antes que alguém entre. Luke disse que achava que
as pessoas eram mais amigáveis em Chicago do que Nova York, mas as estatísticas
de crime dizem o contrário.
O passeio para o terceiro andar leva muito tempo. Meu coração bate ainda
mais rápido, zumbindo em meus ouvidos. Eu olho os números nas portas enquanto
ando pelo corredor. O edifício é bom o suficiente. Nada extravagante, mas é bem
conservado e limpo.
Estou chegando ao final do corredor e mais perto da porta de Luke. Eu vejo
isso, e minha respiração capta. Fecho meus olhos e tenho um flash da primeira vez
que conheci Luke.
Agora ou nunca.
Paro na frente de sua porta, fecho meu punho e o levanto para bater. Então
ouço vozes. Vozes irritadas. Minha mão congela no ar e eu me vejo cada vez mais
perto. Uma voz abafada vem alta e clara.
A voz de Luke.
Ele está vivo.
Ele não está morto em uma vala. Seus órgãos não foram colhidos ilegalmente
e vendidos no mercado negro.
E então uma mulher grita de volta, dizendo algo sobre uma promessa feita
por Luke. Ela diz que o bebê precisa dele.

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O bebê.
Eu balanço a cabeça apenas para inclinar para frente novamente,
praticamente pressionando minha orelha na porta. A voz da mulher fica cada vez
mais alta, e percebo que no último minuto ela está indo até a porta.
Estou entrando em pânico e corro. Estou no meio do corredor quando a
porta bate. Estou quase me virando, mas não posso. Não quando está atrás de mim.
Estou muito chocada para sentir, então continuo caminhando. Aperto o botão para o
elevador com tanta força que dói meu dedo indicador, e a maldita coisa é tão lenta,
ela está bem atrás de mim quando as portas abrem.
— Segure as portas. — Ela diz e eu sei imediatamente que ela está chorando.
Eu passo e viro, mantendo os olhos baixos. — Obrigada.
Ela limpa os olhos e solta uma respiração. Não posso ajudá-la. Eu dou uma
olhada. Ela é de minha altura, com pele pálida e cabelo vermelho.
E ela está grávida.
Tremo, olhando para a barriga dela. Ela é alta e fina, e não pode estar de
mais de cinco ou seis meses. Sua camiseta está esticada sobre sua protuberância, e se
ela não esfregasse a barriga distraidamente, passaria despercebido como uma
gordurinha localizada.
De repente, ela solta um suspiro, e um sorriso assume o rosto perturbado.
— Desculpe. — Ela diz, murmurando. — Ele está apenas começando a
chutar.
Não há como negar que há um bebê lá.
— É um grande sentimento. — Digo. O elevador para no segundo andar
para deixar alguém entrar.
— Você tem filhos? — Diz a ruiva.
— Duas meninas. É o seu primeiro?
Seus olhos ainda estão molhados com lágrimas, mas ela sorri de qualquer
jeito, abraçando a barriga. É um aspecto que conheço, e um sentimento que eu sei
ainda mais. O mundo está caindo ao seu redor, mas você tem seu bebê. E nada pode
entrar entre você e esse vínculo.
— Sim.
— Boa sorte. Tenho certeza que você será uma ótima mãe.
— Obrigada. É assustador. Você estava com medo? É ruim admitir isso?

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Eu sorrio.
— Sim. Estava aterrorizada. Eu ainda fico às vezes e minha mais velha tem
seis anos.
Ela solta uma respiração.
— Obrigada. Muitas mães agem como se simplesmente viesse naturalmente.
Ainda estou aguardando que chute. Por seu pai também.
— Será, mas às vezes a maneira natural leva seu tempo e precisa de uma
pequena ajuda ao longo do caminho.
— Você não sabe o quão bom é ouvir isso. Obrigada. Sério. — Ela esfrega a
barriga dela. — Você mora neste prédio?
— Não. Estou, uh, visitando um amigo. Você mora aqui?
— Eu morei, mas não gastei muito tempo mais aqui.
Eu olho para a barriga dela.
— O drama papai-bebê?
Ela sorri.
— Como você pode saber?
Respiro fundo, sentindo que estou sendo sugada para trás na escuridão.
— Apenas um sentimento. Boa sorte. Com o bebê, quero dizer.
— Obrigada. Eu não perguntei seu nome.
— Uh, Jillian. — eu solto e forço um sorriso.
— Prazer em conhecê-la. Eu sou Caroline.

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CAPÍTULO 0 8

Luke
Eu afundo no sofá, esfregando minha testa. Estou cansado. Tão cansado. Eu
quero me arrastar para a cama e dormir por uma semana. Acordar e ver que tudo
isso é um grande pesadelo. Fecho meus olhos e pego um flash do meu quarto, mas
não é o desse apartamento. É o de Nova York. É o quarto em que fiquei quando
criança quando visitei meus avós. É o quarto em que dormi enquanto estava com
Cole.
É o quarto que compartilhei com Lexi.
Não me sentia bem-vindo naquela casa, mas foi por causa do meu irmão.
Apesar disso, me senti quase normal ao voltar lá, de volta ao lugar em que
crescemos. E trazer Lexi de volta comigo fez com que eu me sentisse em casa.
Eu sinto muita falta dela e sou idiota por esquecer meu telefone em casa.
Embora eu não saiba o que diria. Pediria desculpas e que eu a amo vem à mente,
mas sei que fodi tudo. Apenas acho que essas coisas não serão suficientes. Eu
esfrego minha testa. Lexi saberia o que fazer. Ela saberia o que é certo nesta situação.
Porra, eu preciso dela.
Uma dor de cabeça começa a se formar e fecho meus olhos. As chamas se
levantam diante dos meus olhos e sinto o cheiro de fumaça. Eu quero muito voltar a
esse dia e fazer as coisas diferentes. José não estaria perdendo nada e tudo ficaria
bem com Caroline.
Eu paro, sentindo o calor subir ao meu redor, ando pela sala de estar. Eu me
sinto mal por discutir com Caroline. Eu sei que ela não está no bom estado de
espírito. O que ela está passando não é fácil. Mas coisas ruins acontecem com
pessoas boas e não há nada que eu possa fazer sobre isso.

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Quando eu disse a ela que estava voltando para Nova York, ela ficou com
raiva. Meu plano original foi sempre voltar aqui depois de algum tempo. Tempo
para finalmente poder lidar com toda essa merda. Tempo para recuperar minha vida
novamente. Eu poderia recuperar meu trabalho uma vez que estivesse pronto. Não
queria fazer uma vida em Nova York. E eu certamente não queria me apaixonar.
Mas, eu me apaixonei.
Então, entendo que não voltar era um choque. Mas eu não esperava que ela
estivesse completamente em pânico como estava. Ela tinha um plano, ela me contou,
e isso me envolvia. Eu fiz uma promessa para o meu melhor amigo, ela me lembrou
uma e outra vez, embora eu não esperasse que ela levasse tão ao pé da letra.
E agora não tenho ideia do que vou fazer.
Eu disse a José que eu seria o padrinho de seus filhos. Falamos sobre isso
apenas alguns minutos antes do incêndio. E eu quero ser o padrinho. Quero contar
histórias sobre seu pai, quão corajoso ele era e como eu devo minha vida inteira a
ele. Eu quero comprar presentes extravagantes no Natal e nos aniversários e deixá-lo
saber que sempre estarei por perto, se ele precisar falar e não puder conversar com
seus pais. Aguardo isso com expectativa. Eu esperava isso.
Eu não esperava que Caroline me pedisse para ajudá-la a criar seu filho e ser
o modelo masculino que José não pode ser. Eu sempre acreditei que eu faria
qualquer coisa pelo meu melhor amigo, mas me pedir para me afastar de uma vida
que estava começando a amar é demais.
Eu acho.
Ou talvez não.
Eu, não sei o que é certo e isso está me dando uma dor de cabeça.
Caroline acabou de sair, depois de vir aqui para me pedir de novo para ficar.
Ela está desesperada e não pensa com clareza. Descobrir que está grávida de apenas
um mês, após o acidente foi uma piada cruel, não uma bênção disfarçada como ela o
chama. Eu respiro fundo, sabendo que José odiaria isso. Ele ainda é capaz de
pensar? Sua mente está funcionando, mas seu corpo não? Se assim for, essa é a pior
merda de prisão.
Isso iria matá-lo, assistir sua esposa levar seu filho, dar à luz e criar o bebê,
enquanto está cuidando dele. Ele não gostaria que seus filhos crescessem vendo seu
pai assim, incapaz de se mover, sendo alimentado através de um tubo, sendo
banhado e monitorado por enfermeiras. Seus olhos podem estar abertos, mas ele
está longe de estar acordado.

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E isso me mata, porque sei que vai contra tudo o que meu melhor amigo
teria desejado. Ele só está vivo com a ajuda de máquinas. Não é natural, vai contra o
seu código moral... E está impedindo sua esposa de seguir em frente. Caroline vai
sempre desempenhar o papel de cuidadora, indo entre José e seu bebê. Ela não vai
abandona-lo. Não vai se divertir. Não vai encontrar alguém para viver seus dias.
Ela sabe que José não queria que ela vivesse uma vida assim. Ele era um
fardo e não gostaria de colocar isso em sua família, e família foi uma das coisas mais
importantes para ele.
Que é o que nos levou ao argumento. Eu não posso ficar aqui e ver José
assim. Não está certo. Não é natural. Não é o que eu quero e merda eu não acredito
em milagres. Colocar seu bebê em seus braços não vai fazer porra nenhuma para
trazê-lo de volta. Falei com os médicos. Nada é considerado milagroso. Ele tem
danos cerebrais graves por inalação de fumaça e não há nada que pode curar isso.
Por minha causa.
Porra
Eu deveria ficar aqui. Seu bebê irá crescer sem um pai.
E é tudo minha culpa.

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CAPÍTULO 0 9

Alexis
Eu olho para frente, estudando o encosto de cabeça no banco em frente a
mim. O avião é atingido por uma turbulência, mas eu não reajo. Já posso imaginar o
avião despencando mil pés através do ar frio e caindo com força sobre a terra, se
espatifando em mil pedaços minúsculos, mas a única coisa que consigo me
preocupar é com Luke.
Faz sentido. Caroline estar ligando para Luke por semanas, e finalmente ao
descobrir que ela está carregando seu bebê, ele voltou para Chicago para cuidar das
coisas. Esse é o tipo de cara que ele é.
Eu apenas pensei que ele ia ser o meu tipo de cara.
E eu não acho que isso era como as coisas deveriam ser. Luke pirando sobre
a morte de seu amigo, não ser capaz de lidar com a culpa de ser um sobrevivente
quando José não, não é saudável. Não é a maneira perfeita de lidar com a dor.
Mas eu posso trabalhar com isso. Eu posso falar com Luke, ajudá-lo a passar
por isso, encorajando a sentar com um terapeuta ou algo assim. Eu me preocupo
com ele, e acredito que ele realmente se importava comigo também. Seria um longo
caminho a percorrer, mas ele não teria que fazer isso sozinho.
Mas, ter um bebê...
Nós não podemos seguir nosso caminho através disso. Eu sempre soube que
estarmos juntos era muito bom para ser verdade. Talvez seja bom que eu tenha
descoberto agora. Mais cedo ou mais tarde, tudo viria à tona, né? Graças a Deus que
eu o apresentei apenas como um amigo para as meninas.
Lágrimas surgem em meus olhos. Elas ainda vão perguntar sobre Luke. Elas
ainda vão querer saber por que ele não está mais vindo para brincar com elas.

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Eu não deveria ter deixado eles se encontrarem. Eu errei. Estou de coração

partido. Mas, ferir as minhas filhas... Eu não sei se deveria estar com raiva de mim
mesma ou de Luke. Eu quero estar brava com ele. É mais fácil dessa maneira.
Empurrar a culpa para longe, me fazer de vítima e pedir piedade. Isso não vai
resolver nada, e preciso me levantar por meus próprios esforços e seguir em frente.
Talvez você só tenha uma chance no amor. Eu tive a minha e fui feliz por um
tempo. Esta coisa estúpida dentro do meu peito ansiava por tentar. Eu fecho meus
olhos e lágrimas rolam pelo meu rosto.
— Você está bem? — A mulher idosa ao lado me pergunta.
Abro os olhos e viro a cabeça.
— Não realmente. Eu tive um caso de uma noite com o irmão do meu patrão
e acabei me apaixonando. Quando eu pensei que tudo ficaria bem, ele deixou Nova
York para ir para Chicago, mas realmente, o que aconteceu era que sua namorada
está grávida e eu nem sabia que ele tinha uma namorada. Talvez ela fosse uma ex
quando nos conhecemos, eu não sei. Mas ele vai ficar com ela e agora estou sozinha.
Novamente.
Ela levanta as sobrancelhas e balança a cabeça.
— Oh, uh, me desculpe. — Ela ficou triste, mas foi ela quem perguntou. Pelo
menos ela não vai me incomodar novamente. Enxugo as lágrimas, nem mesmo me
importando. Estou em um voo noturno de volta para Nova York, e tudo que quero
fazer é beber uma quantidade assustadora de vinho, comer sorvete direto do pote e
abraçar meus bebês.
Mas, minhas filhas não estão em casa. Elas estão na casa de Russell, e pensar
no meu casamento fracassado quase me faz ter soluços histéricos.
E quanto a mim? Estou condenada a viver uma vida de decepção e solidão?
Eu não acredito em karma, mas talvez eu vá deixar a minha aura ser limpa quando
eu chegar em casa.
Oh merda. Casa.
As pessoas vão me perguntar sobre Luke. Eu fecho meus olhos novamente,
lembrando o nosso último beijo e suas palavras. Não mude sua mente.
— Eu não entendo. — Murmuro, colocando minha cabeça em minhas mãos.
Eu provavelmente não deveria ter esse rum e Coca-Cola em pleno voo. Isso está me
batendo agora, e estou de repente, mais emocional.

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EMILY GOODWIN

Mas eu realmente não entendo. Luke é surpreendente. Para mim e para as

meninas. Os sentimentos entre nós eram mútuos. Eu sei. Daí pego um avião e voo
milhões de milhas de distância para ir pegar o cara.
Só que alguém já o pegou.
A luz do cinto de segurança acende-se em cima e eu olho para baixo, me
certificando de que ainda estou com o meu. Eu me inclino para trás em minha
cadeira, muito chateada para estar assustada com uma áspera turbulência, e com
medo de ir para casa. Uma vez que eu estiver lá, vou ter que encarar a realidade.
Essa é a realidade, Luke nunca mais irá voltar.

.

Estendo meus braços sobre minha cabeça enquanto bocejo e me estico. São
sete da noite do dia seguinte, e estou no escritório. A casa estava muito solitária. A
casa mantinha algumas memórias de Luke, e agora as feridas estão muito frescas,
muito dolorosas.
Eu não queria sentar sozinha naquela casa. As meninas e Pluto não vão estar de
volta até amanhã à tarde na melhor das hipóteses, e eu simplesmente não podia ficar.
Então, estou no trabalho. Em um sábado. À noite. Além dos guardas de
segurança na recepção, eu tenho certeza que sou a única aqui. Embora agora, eu não
me importe. As coisas estão calmas e tranquilas por aqui, e tenho três capítulos
editados e enviados por e-mail pelo autor, no tempo em que normalmente teria
apenas um. Estou fazendo progresso e me mantendo ocupada.
Eu me inclino para trás em minha cadeira e começo a editar mais um
capítulo. O livro é bom, e estou absorvida na história. Eu amo quando os livros
podem levá-lo da vida real. Eu preciso de uma ficção no momento. Estou envolvida
no livro, e não percebo quando alguém vem ao escritório até que uma forte batida
soa através da minha porta. Eu grito e giro ao redor, meu coração está acelerado.
— Alexis?
— Oh meu Deus!! — Exclamo com minha mão voando para o meu peito. —
Você me assustou.
Cole dá um pequeno sorriso.
— Desculpe. O que você está fazendo aqui?
— Trabalhando.

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— É sábado, e eu pensei que estaria em Chicago. — De repente, a

preocupação toma seu belo rosto. — Luke está bem?
Ouvir o nome dele é como uma faca entrasse no coração, e eu odeio que
esteja sofrendo tanto. Eu não deveria ter deixado me apaixonar por ele.
— Em teoria, sim. Mas não acho que ele esteja pronto para voltar ainda. E eu
realmente não quero falar sobre isso. — Lágrimas veem aos meus olhos, e eu olho
para longe, piscando-as de volta sem sucesso.
— Sinto muito. — Cole diz suavemente. — Me desculpe, se ele te machucou.
Parte de mim se sente culpado por não ter tentado avisá-la. Isso é típico dele, apenas
levantar e sair. Não é a primeira vez que ele foge de suas próprias
responsabilidades. — Eu apenas aceno e Cole ainda está lá de pé. — Eu só parei para
pegar um contrato que deixei na minha mesa. — Um momento de constrangimento
silencioso passa antes que ele saia.
Eu não quero ser uma responsabilidade. Eu não quero que Luke esteja
comigo por um senso de dever. Eu quero que ele esteja comigo o pensamento de que
podemos ter algo. Eu quero que ele pense que o que temos pode se transformar em
algo real, que nós dois tenhamos um verdadeiro caso de felizes para sempre.
Cruzo os braços juntos na minha mesa e coloco minha cabeça para baixo. Ver
Cole vai me lembrar de Luke. Cole e eu nos vemos todos os dias no trabalho.
Grande. Real para caralho. Eu tomo um minuto para me recompor, então mergulho
de volta no livro.
O telefone de minha mesa toca, e eu posso dizer que pelo botão iluminado é
Cole chamando de seu escritório.
— Sim? — Pergunto, colocando no viva-voz.
— Venha aqui. — Ele diz.
— Uh, tudo bem.
Eu desligo, suspiro, e percorro o espaço mal iluminado do grande escritório
de Cole. Luz da cidade vem através das grandes janelas, iluminando a mesa de Cole.
— Aqui. — Ele diz e se estende até o vidro. Não há uma polegada de líquido
marrom dentro e posso dizer imediatamente que é álcool.
— Velho Scotch. — Ele diz e derrama um pouco em seu próprio copo. —
Vamos brindar a um contrato ou comemorar um mês de vendas surpreendentes.
Eu movo a cabeça para cima e para baixo e trago o copo aos lábios. Este é
forte, e eu estremeço quando desce rasgando.

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— Você parecia que precisava de uma bebida. — Cole diz. — Quer mais?
— Não, obrigada, estou bem.
Cole derrama mais para si, gentilmente agitando o líquido ao redor, e vai até
a janela. Ele lentamente saboreia sua bebida, observando a paisagem noturna.
— Relacionamentos são difíceis. — Sussurra. — E muitas vezes dolorosos. —
Ele termina sua bebida e coloca o copo no parapeito da janela. — Às vezes me pergunto
por que nós trabalhamos nisso, o negócio do amor e relacionamentos retratados tão
perfeitamente. A vida não é um livro. — Ele olha por cima do ombro para mim, e eu
posso ver a ferida em seus olhos. Este é o mais verdadeiro Cole que eu já vi.
— Todo mundo aqui sabe que eu não edito romances. — Ele começa. — Mas
não é porque eu não gosto. Eu gosto. Eu amo o conceito de finais felizes. Mas fico
com raiva ao ver as coisas funcionarem perfeitamente o tempo todo. Quantas
pessoas realmente têm seus felizes para sempre?
Minha garganta aperta e mais lágrimas formam em meus olhos.
— Não muitos.
Cole suspira e senta em uma das cadeiras de couro ao lado de sua mesa.
Tomo outro gole de uísque e encosto contra a porta, os olhos indo até a janela.
— Um quase final feliz não faz uma boa literatura.
— Não, não, não faz. E não iria receber boas críticas também.
Ele vira a cabeça, olhando nos meus olhos.
— Mas, você não gostaria que alguém fizesse isso? Escrever sobre como as
coisas estavam indo perfeitamente e desabaram, e em vez de uma reconciliação
romântica, a vida apenas manteve seu curso, mundano e insatisfatório.
Eu trago a bebida para os meus lábios e tomo outro gole.
— Por que tenho a sensação de que você não está falando sobre uma situação
hipotética?
Cole apenas suspira e balança a cabeça. Ele inclina para frente, colocando sua
cabeça em suas mãos. Eu termino a minha bebida e me movo em seu escritório,
colocando o copo vazio sobre a mesa. Eu posso sentir o cheiro da colónia de Cole,
que é a mesma marca que Luke usa. Meu coração dói e estou com ciúmes de
Caroline repente. Lágrimas surgem nos meus olhos novamente. Eu trabalhei tão
duro para não chorar, e a emoção está me consumindo.

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— Sinto muito. — Sussurra Cole. — Sinto muito que esteja sofrendo. — Ele
olha para cima. — Mas isso é bom. Você vai ver no final.
Minhas sobrancelhas arqueiam e minha cabeça se movimenta em total
acordo. O que aconteceu para fazer Cole ficar tão amargo? Seu coração é tão frio e
mantem tanta raiva. Será que é mesmo possível descongelar um coração congelado?
— Devo voltar ao trabalho. Obrigada pela bebida. Eu realmente precisava de
uma. — Enxugo as lágrimas e volto para minha mesa. O romance que eu estava
editando olha para mim, eu me encontro concordando com Cole. Ler como os
personagens obtêm seu “felizes para sempre” me dá esperança. Mas agora, ele só
me lembra do que eu não tenho.
A ferida está muito fresca.
Eu fecho o meu computador e levanto, caminhando de volta para o escritório
de Cole. Ele está parado frente à janela novamente, com outra bebida na mão. Ele
gira ao redor, com olhos arregalados quando me vê.
— Alexis?
— Eu vou editar os livros de Emma Stark. — Eu digo.
Cole olha para mim por um minuto, e então ele sorri.
— Quanto será que você bebeu?
— Não o suficiente. Mas, eu acho que a mudança de gênero seria divertida.
Cole ainda está sorrindo.
— Você não tem ideia do alívio que é ouvir você dizer isso. Mas, tire um dia
e pense sobre isso. Você vai ter que ler os primeiros livros da série e estar pronta
para mais dois a seguir. Eu quero que esteja certa sobre isso.
Ele está de volta para Cole só negócios, e eu sou tão grata.
— Boa ideia. Vou começar com o primeiro livro esta noite.
— Eu posso te enviar as cópias.
— Eu já tenho os dois primeiros.
Cole levanta uma sobrancelha.
— Eu pensei que não gostava de dark.
— Eu não gosto, mas suas capas são bonitas. Chama atenção, mas eu
totalmente não compraria livros baseados nas capas. — Esses eu comprei antes de
perceber. Capas bonitas me chamam e eu não posso dizer não.

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— Eles são bons livros, e há o romance também. Eu acho que você vai gostar
deles.
— Eu acho que sim. Eu vou indo. Uh, tchau.
— Boa noite, Alexis. — Seus olhos encontram os meus e vejo mais emoção
nesses dois segundos do que jamais vi nos anos em que conheço Cole. Ele está
sofrendo, e eu quase me sinto mal por ele. — Tenha cuidado lá fora.
— Eu vou. — Eu me viro e solto um suspiro. O que aconteceu para fazê-lo
odiar Luke deve ter sido doloroso. Levaria uma traição completa para me fazer odiar
Kara. Eu balanço minha cabeça, nem mesmo querendo pensar sobre isso. E eu ainda
estou muito irritada com Cole para oferecer meu ombro amigo. Falar de livros com
Cole é administrável. Há ainda o constrangimento você-me-beijou-e-meu-namorado-
pegou-nós-dois, mas por uma questão de palavras escritas, eu posso ser civilizada.
E por causa do meu salário, eu preciso ser civilizada.

.

A casa está fria e vazia. Pego comida chinesa no caminho, e deixo cair o saco
sobre o balcão. Eu ligo a Netflix à procura de algo que esteja com vontade de assistir.
Eu pego minha comida e uma garrafa de vinho, estou precisando de uma esta noite,
e ligo em American Horror Story. Eu nem passei dos créditos e já estou muito
assustada e então coloco em Gilmore Girls.
Estou fora da minha zona de conforto. Eu tenho que juntar os meus pedaços. Eu
coloco minha comida no chão em frente ao sofá e puxo meus joelhos até meu peito.
Inspire.
Expire.
Apenas respire.
Eu mordo o interior do meu lábio e olho para o teto. Estou tentando tão
duramente me manter distraída, mas isso é uma merda. Meu coração está partido,
perto de cair aos pedaços, mais uma vez. Eu não deveria ter me apaixonado por Luke.
Mas, não poderia ter me parado mesmo se eu tentasse.
Os últimos anos têm sido difíceis, mas eles me ensinaram que há poucas
coisas na vida que você pode controlar e coisas que você não pode nem prever.
Morte.

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Tempo.
E o amor.
A vida pode ser tomada em um piscar de olhos, e não há como impedir. Não
há nenhuma ruína. Não há forma de desfazer a morte.
E o tempo continua indo, não se importando que o seu mundo acabou de
desmoronar. Que você deseja tomar o lugar de seu ente querido perdido. Porque
você o ama. Não há lógica quando se trata de amor. Sem controle, de jeito nenhum
dá para empurrar os sentimentos para longe, porque eles não fazem sentido.
Apaixonar-se é perigoso. Você tem que pousar em algum momento, e ter alguém lá
para pegar você não é garantia. E mesmo se eles pegarem você, eles podem deixá-lo
cair a qualquer momento.
Não consigo pensar na morte. Eu não posso parar o tempo. E eu não posso
controlar, eu prefiro o amor. Eu coloco minha mão sobre a minha boca, abafando o
soluço. Tornou-se uma segunda natureza tentar me esconder quando choro. Russell
costumava gritar comigo se eu chorasse, dizendo que o incomodava, e que os
adultos não choram.
Mas eu estava machucada, estou sofrendo. Desta vez, porém, é diferente.
Estou sofrendo porque perdi Luke, ele não me fez sentir como se eu fosse um
desperdício de tempo. Eu pego a garrafa de vinho e tomo um longo gole. Eu me
inclino para trás, segurando a garrafa contra o meu peito.
Eu pensei que Luke poderia ter sido único para mim, mas estava errada. Eu
caí duro. Eu já passei por isso antes, tendo que recolher as minhas peças, e agora é
hora de fazê-lo novamente e aceitar o fato de que eu o perdi.
Eu apostei todas as minhas fichas nele, mas...
Luke e eu não estávamos destinados a ser.
Eu bebo mais vinho e deito no sofá, não tento parar as lágrimas que caem. O
amor que eu sentia por Luke queima como fogo dentro de mim, e isso dói. Eu puxo
meus joelhos até meu peito e enrolo um cobertor em volta dos meus ombros. Eu
fecho meus olhos, querendo que os efeitos do vinho me ajudem a deslizar em um
sono sem sonhos obscuros.
E então alguém bate na porta da frente. Desta vez não há dúvidas sobre isso,
não posso culpar os ratos ou o vento. Sento, ainda segurando a garrafa de vinho. As
luzes estão acesas aqui, e qualquer um pode ver desde que eu esqueci de fechar as
cortinas. Meu coração martela, mas, ao mesmo tempo, eu não me importo.

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Lentamente, levanto, me movendo ao longo da parede. Eu me agacho e

rastejo até a janela ao lado da porta da frente. Minhas mãos tremem quando eu
levanto para ver quem está lá fora. Então eu o vejo, e não posso chegar rápido o
suficiente até a porta. Desesperada destranco a trava e abro a porta.
— Luke.
Seus olhos azuis estão cheios de tristeza.
— Lexi. — Ele respira. — Você não mudou de ideia, não é?

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CAPÍTULO 1 0

Alexis
As sobrancelhas de Lexi se unem e ela não fala nada. Os olhos dela estão
molhados como se estivesse chorando. Ela puxa o lábio inferior entre os dentes e
balança a cabeça.
— O que você está fazendo aqui? — Ela sussurra.
Ouvir sua voz me aquece, e fecho os olhos, lutando contra minhas próprias
emoções.
— Eu precisava te ver.
Seu lábio inferior estremece e ela desvia o olhar, deixando escapar uma
respiração tremula.
— Bem, você não deveria estar aqui. Não posso fazer isso, Luke. — Ela diz e
uma lágrima cai. — Por favor. Por favor, basta ir.
— Não. — Sussurro, a dor aguda me esfaqueia no peito. — Você não pode
estar falando sério. Deixe-me explicar. Eu sei... Eu sei que estraguei tudo. Estava
assustado e fui estúpido. Eu fui tão idiota. Deixe-me explicar.
Ela baixa a cabeça, seu cabelo cai sobre seu rosto. Eu estendo a mão para
empurrá-lo atrás de sua orelha e ela se afasta. Meu coração dói mais do que eu
pensava ser possível. É como se todo o meu ar fosse embora e eu não consigo
respirar. Não posso perder Lexi. Não depois que perdi todo o resto.
Ela é a razão pela qual eu estou aqui, de volta à Nova York. Ela é o que me
puxou do inferno em que eu estava vivendo. Eu estava preso. Ela me deu esperança.
Ela é o que me trouxe de volta à realidade e me fez entrar em um avião de volta para
cá.

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Eu a amo.
— Eu não posso, Luke. Eu quero, mas não posso. É muito difícil agora.
— Não precisa ser. Lexi... Por favor.
Seu rosto fica vermelho e ela o cobre com a mão. Eu posso sentir seu coração
quebrar, e é mais doloroso do que imaginei. Eu dou um passo adiante. Eu preciso
segurá-la, para evitar que ela se desintegre. Preciso que ela sinta que estou
apaixonado por ela. A expressão de Lexie é de dor. Ela pode enfiar uma adaga no
meu peito. A emoção me atinge, e tenho que me lembrar de como respirar.
— Não. Luke, por favor. Por favor, não faça isso mais difícil do que já é. Já
terminamos.
— Não diga isso.
Ela olha para cima, as lágrimas roçando suas bochechas.
— Nós terminamos.
Não consigo respirar.
— Lexi. — Eu sussurro. — Não.
— Luke. — ela chora. — Apenas vá.
— Deixe-me explicar, Lexi. Eu não quero perder você.
— Isso não muda nada... — Suas palavras morrem em sua garganta. —
Adeus, Luke.
— Não vou embora.
— Então estou fechando a porta.
— Eu vou ficar. Ficarei aqui até me deixar entrar.
Ela exala fortemente, sua mão cobrindo a boca.
— Eu deixei. — ela sussurra. — Deixei você entrar.
É como se ela tivesse arrancado meu coração do meu peito.
— Eu não queria te machucar.
Seus olhos se encontram com os meus.
— Eu acredito em você. Mas... As coisas acontecem. Eu sei. E não posso fazer
isso.
— Então, por favor, Lexi, por favor, me deixe entrar. Vou explicar. E me
desculpe. Eu sinto muito.

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— É tarde demais para isso, Luke. Você tem o suficiente.

Ela sabe? Como conseguiu?
— Eu sei. É complicado, doloroso e não sei o que fazer com tudo isso. Mas eu
sei que quero você. Eu preciso de você. Lexi me deixe explicar. — Estou em meus
joelhos, implorando por essa mulher. Ela é tudo para mim. — Eu fodi. Eu sei que
fodi. Apenas me dê a chance de explicar a você.
Os olhos dela se fecham e ela balança a cabeça. A dor irradia através do meu
peito, e não sei como vou sobreviver deixando ela aqui sozinha.
— Não é só em mim. — Diz ela com força. Ela pausa, tentando não chorar. —
Não é só em mim que eu tenho que pensar. E não posso... — Ela corta, chorando.
Não posso ajudá-la. Eu me movo e envolvo meus braços ao redor dela. Lexi
endurece no início e depois se derrete contra mim. É bom demais tê-la em meus
braços novamente. Eu nunca deveria tê-la deixado.
— Me desculpe. — eu sussurro em seu ouvido.
— Me desculpe também.
— Por quê? Você não tem nada para se desculpar.
— Me desculpe por terminar. Eu não quero isso.
— Então não precisa ser.
Ela se afasta.
— Eu tenho que fazer Luke. — Seus braços se envolvem em torno de si
mesma, e ela mantém seus olhos no chão. Seu cabelo cai sobre o rosto novamente,
mas posso dizer que ela está chorando. Nunca me odiei mais do que faço agora. Eu
causei dor a Lexi. Eu a machuquei.
Eu não a mereço.
— Adeus, Luke. — Ela sussurra.
— Não precisa terminar. — Imploro. — Lexi, por favor. Não posso perder
você.
Ela geme, reagindo fisicamente às minhas palavras.
— Eu também não quero que você me perca. Mas é isso. Esta é a vida. E a
vida nem sempre tem um final feliz para todos. Merdas muito ruins acontecem,
muito embaraçosas, realmente. E você tem que lidar. Eu tenho minhas garotas para
cuidar e você tem seu...

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— Não. — Eu dou um passo à frente e pego suas mãos. Ela tenta se afastar.
Aperto suas mãos, recusando-me a deixá-la ir. — Não. Olhe para mim, Lexi.
Ela olha para mim, virando o rosto para evitar encontrar o meu. Seus olhos
verdes estão tão cheios de mágoa o que me mata.
— Lexi. — eu respiro. — Eu te amo.
Seu rosto se contorce, e ela balança a cabeça.
— Não. Não me diga isso.
— Eu digo. Eu te amo muito. Eu não queria me apaixonar, mas eu me
apaixonei. Eu me apaixonei. Eu me apaixonei rápido. Ninguém nunca me fez sentir
assim. Minha vida desmoronou, mas você colocou tudo de volta sem tentar. Eu te
amo.
O lábio de Lexi treme e ela está balançando a cabeça. As lágrimas caem pelo
rosto. Ela solta uma respiração esfarrapada e abaixa sua cabeça. É um pequeno
gesto, um que ela pode ter feito inconscientemente, mas é tudo o que preciso. Eu
coloco meus lábios sobre os dela, e é como se fosse a primeira vez mais uma vez.
Tudo desaparece. A dor, o sofrimento e a confusão. Tudo o que existe é Lexi,
e tudo que eu quero fazer é fazer amor com ela. Enrolo meus braços ao redor de sua
cintura, a trazendo contra mim. Eu a beijo mais forte do que nunca a beijei antes,
colocando tudo o que eu tenho nesse beijo. Lexi levanta os braços e toma meu rosto,
me beijando tão duro. As lágrimas continuam a cair, e me afasto apenas o suficiente
para limpá-las.
Lexi desliza suas mãos para os meus ombros, segurando. Ela morde o lábio e
olha nos meus olhos. Odeio ver a dor refletida dela. Eu nunca quis que ela se
magoasse. Quero tirar tudo. Mantenho a respiração, sabendo que ela ainda pode me
dizer para sair, que ela nunca mais quer me ver.
— Feche a porta. — Ela sussurra.
Eu solto minha respiração e sorrio, beijando sua testa antes de fechar a porta.
Lexi desliga a luz e eu pego a mão dela, trazendo-a novamente. Meus lábios
encontram com os dela, e não consigo me aproximar o suficiente. Ela desliza as
mãos debaixo da minha camisa e a sensação de suas mãos contra minha carne é
maravilhosa.
— Eu amo você. — Eu sussurro em seu ouvido.
— Luke. — Ela respira, na ponta dos pés para me beijar novamente. Ela não
precisa dizer isso de volta. Ela me deixou entrar, e isso é o suficiente. Eu vou provar

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isso para ela, que ela veja que eu sinto muito, que eu fui o maior idiota por deixá-la
assim.
Eu a pego e suas pernas circulam em volta de minha cintura. Nós nos
beijamos enquanto eu a levo para cima e para a cama. Ela pousa em cima de mim e
eu pego a bainha de sua camisa. Lexi senta e ergue os braços, me deixando despi-la.
Ela não está usando sutiã, e eu estendo a mão, agarrando seus seios em minhas
mãos. Eu corro meu polegar sobre seu mamilo, e Lexi geme suavemente. Ela abre suas
pernas, e meu pau começa a endurecer. Pego seu peito na minha boca, correndo
minhas mãos por suas costas. Lexi ainda me segura, sua cabeça no meu pescoço.
Beijo de seus seios até o estômago. Pego a cintura de sua calça e a puxo para
baixo. Lexi solta um gemido, suas mãos pousando na minha cabeça. Ela torce meu
cabelo ao redor dos seus dedos e me puxa para baixo. Eu beijo o interior de sua coxa,
sugando sua pele macia. Eu rolo sua calcinha para baixo e a deixo no chão.
Ela inclina as pernas para cima, engatando-as sobre meus ombros. Eu passo
minhas mãos pelas coxas dela e as abro, abrindo a boca para ela. Lexi suspira,
mantendo uma mão na minha cabeça e a outra segurando o lençol.
Minha língua circula seu clitóris e coloco um dedo dentro dela, encontrando
seu ponto G imediatamente. Pressiono e esfrego, ainda trabalhando minha boca
nela. As pernas de Lexi se fecham ao meu redor, e eu sei que ela está perto de gozar.
O sexo com Lexi nunca é nada além de incrível. Nós nos encaixamos e quero
dizer mais do que literalmente. É como devemos ser, e vou ser condenado se perder
isso.
Movo meu rosto para longe e beijo o interior de suas coxas de novo. Lexi
respira rapidamente. Ela ergue a cabeça, seus olhos encontrando os meus.
— Não se atreva a parar, Luke Winchester. — Ela resmunga.
Eu a puxo para mim com um sorriso e movo minha língua sobre sua carne
macia, depois volto meu rosto para sua boceta. Eu lambo e sugo, ainda bombeando
meu dedo dentro dela. Lexi goza apenas um minuto depois, soltando um gemido
alto. Eu mantenho a boca firme sobre ela, sentindo suas paredes internas pulsarem
enquanto o orgasmo a atinge.
— Venha aqui. — Ela puxa meus braços, suas mãos tremendo. Eu levanto e
Lexi puxa minha camisa sobre minha cabeça. — Tire suas calças. — Ela sussurra e eu
sou obrigado de bom grado a obedecer. Ela leva alguns segundos para passar os
olhos por cima de mim antes de me puxar para ela, me dando as boas-vindas entre

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as pernas. Estou tão excitado, então, em Lexi, que quase não percebo a tristeza em
seus olhos.
O que eu pensava ser nossa reconciliação é a última vez para Lexi.

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CAPÍTULO 1 1

Alexis
Por que a coisa errada é aquela que nos faz sentir bem? Eu fecho meus olhos,
saboreando a última vez que o corpo nu de Luke estará enrolado ao meu. Seus
braços estão apertados em torno de mim, e ele beija a parte de trás do meu pescoço
como se tudo fosse normal.
Mas está longe disso, e não tenho certeza de como me sentir agora. Talvez
não devesse ter dormido com ele. Ele tem muito acontecendo agora e sei que isso
também não está sendo nada fácil para ele. Estava errada ao convidá-lo para entrar?
Ele vai ter um bebê com essa mulher, mas isso não significa que eles estão juntos. Eu
seria uma grande hipócrita por não namorar Luke porque ele tem um bebê. E se ele
me escolhesse, deixando claro que ele não queria estar com Caroline, e depois olhar
nos olhos do filho pela primeira vez e tudo ir por água abaixo?
Os bebês podem mudar as pessoas. Eu sei disso em primeira mão. Luke não
deve tomar uma decisão de qualquer maneira até ver seu filho. Luke e eu
começamos com uma noite, mas logo se transformou em algo mais. E eu nunca teria
namorado ele se não fizesse as coisas funcionarem.
— Você está com fome? — Pergunta Luke, se aconchegando mais perto. Seu
pênis ainda está semiduro, pressionando contra minha bunda. Sua pele é quente, e
seu toque me faz sentir tão bem. As lágrimas enchem meus olhos. Tivemos uma
coisa boa. — Eu posso te preparar algo.
Eu rolo, engatando minha perna sobre a de Luke. Ele desliza o braço debaixo
de mim e me leva ao seu peito. Eu fecho meus olhos e escuto seus batimentos
cardíacos por um minuto.
— Temos muito que conversar. — Digo calmamente.

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— Nós temos. Quero te contar tudo, Lexi. Quero que saiba que a minha
partida não teve nada a ver com você e esqueci meu telefone em casa por acidente.
Eu deveria ter descoberto uma maneira de entrar em contato com você, mas estava
tão assustado com tudo que os dias passaram em um borrão. E eu não sabia o que
diria por telefone. Eu precisava falar com você pessoalmente. Eu sou um idiota, e me
desculpe. — Ele solta um suspiro, e posso ouvir seu coração acelerar. — Eu não lido
com as coisas muito bem... Ou quase tudo. Nunca falei sobre esse dia... Sobre o fogo.
Eu tentei não pensar nisso e fingir que nunca aconteceu. Eu sei o quão maldito isso
é. Eu sei disso agora. Apenas me dê a chance de explicar, e acho que vai ajudar você
a não ficar tão brava comigo. O que você tem todo o direito de estar, a propósito.
Seu coração está acelerado e seus olhos azuis não refletem mais que dor e
tristeza. Posso senti-la um pouco mais apertado.
— OK. Vamos conversar.
— É uma longa história. — Adverte. — Acho que seria melhor se eu
começasse algo antes. — Ele inala e começa a correr distraidamente seus dedos para
cima e para baixo nas minhas costas. — Eu não acho que já contei a razão pela qual
me mudei para Chicago pela primeira vez, não é?
— Não, você não contou.
— Entrei no programa de pré-médico na Universidade de Chicago.
— Oh, uau. — Cole realmente me falou um tempo atrás. Bem, não parte por
parte. Ele me disse que Luke foi expulso.
— Sim. Eu queria me tornar médico há anos. Foi quando o complexo de
apartamentos que eu e meu amigo morávamos ficou em chamas matando várias
pessoas.
Pequenas conexões começam a ocorrer, e eu me sinto mais forte por Luke do
que antes. Deus, meu coração é um idiota.
— Você se tornou bombeiro por causa disso, certo?
— Sim. Eu queria fazer algo que pudesse fazer uma diferença real.
Imediatamente. Não anos após a escola de medicina e depois uma residência.
— E seu amigo também se tornou um? — Eu não tinha que perguntar para
saber que ele o fez, e este é o amigo que salvou Luke de queimar até a morte.
— Certo. E ele...
Luke é cortado pelo telefone tocando. É tarde, então minha mente
imediatamente pula para o pior lugar possível.

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— Meu telefone está lá embaixo. — Eu digo.

— Eu vou pega-lo para você. — Luke oferece e se afasta da cama. Ele está
completamente nu e corre pelas escadas, pega meu telefone no sofá, e sobe
novamente. O vejo e hiperventilo.
É Russell.
— Olá? — Eu digo e pressiono o telefone na minha orelha. — As meninas
estão bem?
— Sim, elas estão. — diz Russell, mas posso dizer por sua voz algo está
errado. — Meu pai... Ele teve um ataque cardíaco.
— Meu Deus. Ele está... Está bem?
— Eu não sei. Minha mãe acabou de ligar. Ela está histérica. Acho que ele
não está bem, Lex.
— Vá. Pegue as meninas e vá embora. Eu vou encontrá-lo no hospital. Elas
estão na casa da sua mãe?
— Sim. Lexi... Obrigado.
Eu desligo e balanço minhas pernas sobre o lado da cama.
— O que está acontecendo? — Pergunta Luke.
— O pai de Russell teve um ataque cardíaco. Ele já não é meu sogro, mas
sempre gostei do cara. E ele é o avô das meninas, e não parece que ele conseguirá
sair dessa. — Coloco minha mão no meu peito. — Meu Deus. O que eu vou dizer a
elas?
— Oh, porra. Sinto muito, Lexi.
Estou nua e não consigo lembrar onde estão minhas roupas. Giro em círculo,
olhando em todo o meu quarto escuro. Estou entrando em pânico. Não consigo
pensar direito.
— Ei. — Luke diz e segura meus ombros. — Respire.
Eu inalo, mantenho-o por um segundo e, lentamente, deixo sair.
— Eu preciso de roupas.
— Você quer as mesmas que estava vestindo? — Luke pergunta e acende a
luz da cabeceira. — Encontrei suas calças.
— Sim, tudo bem. — Eu alcanço a cama e as tiro dele. Eu começo a colocá-las
apenas para parar e pegar a roupa interior da minha cômoda. Luke veio dentro de

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mim há apenas alguns minutos. Colocar leggings sem calcinha é uma má ideia
agora.
Luke me entrega minha camisa e eu pego o meu sutiã do chão onde eu
descartei-o antes.
— Me desculpe. — Eu digo a Luke, torcendo meu cabelo em um coque
bagunçado. — Nós estávamos no meio de algo e eu...
— Não se arrependa. — Ele me corta com um beijo. — Você quer que eu vá
com você?
— Uh. — eu começo. Eu quero que ele venha. Eu quero segurar sua mão e
ter seu apoio. Eu quero que ele esteja lá para as meninas, para aconchegar Paige, que
não entenderá nada e fazer companhia a Grace enquanto conversamos com os
médicos. — Não. As meninas estarão lá e... E você provavelmente está cansado e não
quer sentar na sala de espera de um hospital a noite toda.
Os olhos de Luke escurecem.
— Entendo. — ele diz suavemente, e sei que ele sabe que eu o mantenho
longe das meninas para proteção delas. Sentadas com Luke durante algo que é
traumático é uma forte experiência de ligação. E não permitirei isso quando houver
uma boa chance de ele partir em alguns meses. Eu não posso proteger minhas
garotas contra tudo, mas vou fazer o meu melhor para mantê-las tão seguras quanto
eu puder.
— Eu vou ligar para você. — Eu desligo a luz e desço as escadas. — Eu vou
ligar e avisá-lo do que está acontecendo. Se ele não conseguir... Eu talvez não volte
para casa imediatamente.
— Não se preocupe comigo, Lexi. Enquanto você quiser me ver de novo,
posso aguardar. Você vale a pena esperar.
Eu me viro, olhando para esse homem lindo. Ele com seu desordenado
cabelo eu-acabei-de-ter-sexo parece cair muito bem nele. Eu o quero tanto que dói.
Eu quero acreditar que o sexo apaixonado que acabamos de ter possa consertar tudo
como faz em histórias românticas. Mas não muda o passado, não faz desaparecer
nossos problemas.
As lágrimas escapam dos meus olhos. Esta noite está sendo demais para
suportar.
— Luke. — eu começo, minha voz tremendo.
— Está bem. Eu irei. E ficarei bem.

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Como ele é tão forte? Verifico a fechadura da porta da frente e entro na

cozinha para pegar minha bolsa e as chaves.
— Onde está Pluto? — Pergunta Luke. — Eu percebi que ele também não
estava aqui agora.
— Com as meninas. Os meus pais o pegarão mais tarde. Eles gostam do meu
cachorro e provavelmente tem mais diversão lá do que ele tem aqui.
— Nah, ele ama vocês.
Empurro minhas chaves no bolso e volto para olhar para Luke. Ele me faz
sentir melhor sem tentar.
— Obrigada... Por tudo.
— Você não precisa me agradecer Lexi.
Toda a emoção da noite chega até mim, e recebo uma dor súbita no centro do
meu peito. Minha mão voa para ele e dou um passo para frente. Luke corre para
frente e me leva em seus braços.
— Você está bem?
Balanço minha cabeça, incapaz de falar.
— Eu não quero perder você. — Confesso.
— Você não vai.
— Você diz isso agora, mas tudo pode mudar.
— A única coisa que vai mudar é eu me apaixonar mais por você.
Fecho meus olhos e repouso minha cabeça no peito de Luke. Ele passa a mão
pelo meu cabelo e me beija gentilmente.
— Você deveria ir ao hospital. Tem certeza de que não quer que eu dirija?
— Isso é muito para pedir, e eu não quero fazer você sair do seu caminho.
— Você é minha namorada. Eu quero sair do meu caminho por você. Você
ainda é minha namorada, certo?
Eu olho para baixo.
— Eu... Eu não sei. — Movo meu olhar para o rosto de Luke, e ele parece tão
ferido quanto quando ele pegou Cole me agarrando e me beijando. Porra, tudo isso
é uma enorme bagunça e o universo está jogando qualquer merda que possa tomar
nas mãos para tornar a vida um inferno.
Isso é um sinal que não devemos ser?

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Eu balanço a cabeça e me afasto. Luke avança e me agarra pela cintura. Ele

coloca a boca na minha, me beijando como nunca antes fui beijada. A sensação de
seus lábios contra os meus envia um tremor através de mim, formigando minha
espinha e despertando cada nervo. Meus braços estão ao redor dele e meus joelhos
ficam fracos.
— Whoa. — eu sussurro quando ele se aproxima. — O que foi aquilo?
— Se você beijar mais alguém, nunca se comparará a isso. Você sempre
estará pensando em mim. Eu quero você na minha vida, Lexi. Eu quis dizer isso
quando disse que amo você. Não vou deixar você se afastar de mim.
— Você diz isso como se pensasse que eu quero.
— Se você não quisesse não o faria.
— É complicado, Luke.
— Não precisa ser.
Eu fecho meus olhos. Os braços de Luke ainda estão ao meu redor. Estudo as
tatuagens nos antebraços, a tinta colorida esticada sobre os músculos.
— Eu preciso ir.
— Certo.
Caminhamos juntos para a porta da garagem. Alcanço a maçaneta da porta e
paro, dando a volta.
— Eu não vou ligar para você.
— O que?
— Eu não vou ligar para você. — repito. — Eu não quero mentir para você,
Luke. Eu realmente, realmente gosto de você, mas não vou ligar.
— Isso não faz sentido, Lexi.
Fecho meus olhos, coração martelando no meu peito.
— Eu sei sobre o bebê.
— Que bebê? — Ele dispara.
— Eu sei sobre Caroline. — Eu abro meus olhos. A pele de Luke fica pálida, o
aborrecimento é claro em seu rosto.
— Como você…?

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— Eu fui a Chicago para encontrá-lo. Você deixou seu telefone em casa e não
sabia o que aconteceu. Eu fiz Cole me dar informações e fui a Chicago para ver se
você estava lá. Eu estava tão preocupada, Luke.
— Você foi até Chicago. Por mim?
— Sim por você. E estava a caminho do seu apartamento quando ela saiu.
Entendi Luke. Não estou com raiva de você por voltar. E é por isso que não posso
fazer isso. Não posso investir mais nada nisso quando você pode ir embora quando
seu bebê nascer.
Ele olha para mim, franzindo as sobrancelhas, por um momento.
— Ela não está grávida do meu bebê. — Ele diz devagar.
— O que?
— Caroline não está grávida do meu bebê. — ele repete.
Isso muda tudo.
— Você tem certeza?
— Eu tenho. Eu prometo a você que nunca pensei em dormir com Caroline.
Ela é a esposa do meu melhor amigo.
— Oh. Uau. Mas, você se foi e não voltou. Por que você... Não importa. Eu
preciso ir.
— Certo. Você precisa. Você vai me ligar agora?
— Sim. — Eu digo a ele. — Eu vou. Nós ainda temos muito que conversar.
— Nós temos. — Ele abre a porta para mim e paramos ao lado do meu carro.
— Eu vou fazer isso melhor para nós. — ele promete. — Eu amo você. — Ele me
beija e depois se vira para ir embora.
— Espera. — Eu digo, o alcançando. — Eu também te amo.

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CAPÍTULO 1 2

Luke
Entro no meu carro, observando Lexi se afastar. Mantenho meus olhos nas
luzes de freio até desaparecerem de vista.
Ela disse que me ama. Eu deveria estar feliz. Exaltado. O homem mais feliz
do mundo. Mas não estou.
Ela disse como se estivesse arrependida. Ela disse que gostaria que não o
fizesse. Ela disse que era algo que ela não deveria sentir.
E talvez não devesse. Não sei se algum dia me sentirei digno de seu amor,
mas serei condenado antes que eu pense que alguém poderia amá-la mais. Eu dou
partida no carro e coloco o cinto de segurança. Não gosto de admitir que alguém
poderia tratá-la melhor. Lexi é uma rainha e merece ser tratada como tal.
Eu não deveria ter saído. Não deveria ter me descontrolado e me escondido
no meu apartamento de Chicago. Não posso mudar o passado, e não quero pensar
nisso agora. O que é o que me levou a essa bagunça em primeiro lugar. Eu sei que
preciso lidar e pensar sobre toda essa merda, reconhecer que é ruim e me deixar
sentir a dor. Mas eu não quero, tanto é que não tenho certeza de que sou capaz de
fazê-lo. Embora por ela, eu faria qualquer coisa.
Deixo de respirar e saio pela estrada. Lexi é diferente de qualquer uma que
eu já conheci e sei que nunca mais vou conhecer alguém como ela novamente.
Talvez seja errado, mas ela é o que eu quero. Quero fazer de Nova York meu novo
lar, para meu próprio bem, e continuar vendo Lexi. Nunca fui o tipo de ‘a longo
prazo’, mas quando penso em Lexi, não consigo pensar em nada menos do que para
sempre.

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Poderei viver comigo mesmo se deixar Chicago? E, o mais importante, Lexi

poderá?
— Porra. — Eu murmuro e ligo o rádio, procurando as estações, esperando
encontrar algo que se adapte ao meu humor. O problema é que não sei em que tipo
de humor estou.
Estou preocupado com Lexi. Ela está arrasada, assustada e chateada. Eu não
sei onde ele vive, mas sei que está a cerca de meia hora de distância de sua casa.
Sinto-me mal por Grace e Paige. Elas são tão jovens e inocentes e não é justo elas
passarem por algo assim.
Ranjo os dentes juntos, sintonizando a música e me concentro no trânsito
enquanto viajo para Manhattan. Deixo a estrada e caminho lentamente até a porta
de entrada da casa. É o meio da noite e a casa está toda apagada.
O alarme soa logo que abro a porta, e rapidamente coloco o código para
silenciá-lo. Pego meus sapatos e vou para a cozinha. Cole desce as escadas alguns
segundos depois.
— O que você está fazendo? — Ele exige. — Você disparou o alarme.
Encolho os ombros e abro a geladeira. — Tocou por dois segundos. Deixe
isso para lá.
— Luke. — Diz ele estupidamente. — O que está fazendo aqui?
Eu olho para cima. É preocupação que vejo nos olhos do meu irmão mais
velho? De jeito nenhum. Não pode ser.
— Conseguindo algo para comer. Não é óbvio?
— Você sabe o que eu quero dizer seu merda. Você foi embora.
— Eu tinha algo com que lidar. — Eu digo. Embora não tenha lidado com a
merda. Eu fiz exatamente o oposto e agora as coisas estão mais complicadas do que
nunca. — Você vai me chatear?
Cole empurra os ombros para trás.
— Você machucou Alexis.
Olho para ele, querendo dar uma olhada no rosto dele.
— Assim como você. Mas você nem percebe isso, não é?
— Você não a merece.
— Não. — Eu concordo. — Eu não mereço. — Deixo Cole e subo ao meu
quarto. A primeira coisa que faço é pegar meu telefone. Há um pedaço de papel

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dobrado na cama ao lado, e não tenho que abri-lo para saber que é de Lexi. Eu
desabotoo meu jeans e me sento na cama para ler a nota de Lexi.

Querido idiota Luke

Obrigada pela diversão de ontem à noite. Espero que veja você novamente em breve. Sinta-se
à vontade para entrar na minha casa esta noite. Então eu posso ir também ;-) Ok... Então
sugiro conversas sujas. Espero que você esteja bem. Aguardei o tempo que pude e estou
preocupada com você. Por favor, me ligue assim que chegar em casa. Sinto sua falta.
L.

Eu sorrio para suas palavras, lendo duas vezes e sinto a tristeza se apoderar
de mim. Tanta merda aconteceu no último semestre. Perdi meu cachorro, meu
melhor amigo, e possivelmente o amor da minha vida. Eu deslizo minhas boxers e
deito na cama. A última vez em que estive sob esse lençol, Lexi estava nua e ao meu
lado.
Nós acabamos fazendo amor depois do incidente com Cole. Pensar sobre isso
me deixa tão chateado. Ele beijou Lexi. Seus lábios tocaram os dela. Seus braços
rodearam seu corpo, e ele a trouxe para dentro. Ele a violou.
Eu quero enfiar a porrada nele. Novamente. Eu o ouço subir as escadas e
entrar no quarto dele, fechando a porta. Se ele for inteligente, ele o trancará. Ajeito
meu travesseiro, tentando ficar confortável.
Estou imaginando o fraco cheiro de lavanda se agarrando aos lençóis? Inalo
profundamente, pensando em Lexi. Eu sinto falta dela e odeio que ela esteja
passando por algo emocional e não esteja lá para apoiá-la e as meninas.
Não há quem culpar, a não ser eu mesmo.

.

Meu telefone toca às quatro e meia da manhã. Eu acordo, estendendo a mão

para agarrá-lo do chão, onde está conectado.
É Lexi.
— Ei, querida. — Eu digo. — Como estão as coisas?

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— Ele teve um ataque cardíaco e está em cirurgia no momento. O médico

disse que o ataque cardíaco privou seu cérebro de oxigênio e ele poderá ter dano
cerebral. Eles não sabem a extensão e não podem dizer até depois da cirurgia.
As palavras de Lexi me atingem. Eu esqueço minha própria escuridão para
me concentrar na dela.
— Porra. Sinto muito, Lexi. Você quer que eu encontre você no hospital?
Ela suspira.
— Não. Está tarde. Bem, acho que cedo. Eu vou sair logo. Talvez? Eu sei que
a cirurgia de coração aberto leva um tempo, certo? Já passou uma hora. Meus pais
estão com as meninas e Pluto, pelo menos.
— Elas estão bem?
— Elas realmente não entendem e eu não sei o que dizer. Não posso
prometer que seu vovô esteja bem. E ver todos os outros, assustados e chateados,
estava as perturbando, é claro. Meus pais chegaram aqui muito rápido, graças a
Deus.
Engulo o nódulo na garganta. Se eu não tivesse saído, tudo estaria bem entre
Lexi e eu. Eu poderia ter ajudado com as meninas, ido com Lexi para seu ex e as
levado para casa. Elas não teriam que ir ao hospital então.
— Eu sinto que estou mentindo para elas, e odeio isso. Eu não sou mais parte
dessa família, mas é o avô delas. — Ela suspira. — É complicado. Muito complicado.
Meu coração dói pelas garotas e dói ainda mais por Lexi. Eu sei que é difícil
para ela ver suas filhas nada menos que felizes. O que, percebo agora, é apenas uma
das coisas que me fez me apaixonar tão rápido por ela. Ela é completamente
altruísta quando se trata dessas garotas, e ver seu amor incondicional por elas me
lembra de algo bom neste mundo fodido.
— Precisa de alguma coisa?
— Obrigada, estou bem. — Ela parece cansada, e sei que ela não dormiu
desde que saiu de casa. — Não tenho certeza se eu deveria ficar ou não. — Ela
admite. — Eu sempre gostei do pai de Russ, mas estar aqui me parece um pouco
estranho. Isso faz de mim uma pessoa ruim?
— Não, na verdade. — Sua honestidade é outra coisa que eu amo sobre ela.
— É uma situação confusa. — Lexi disse tudo: ela não é mais parte dessa família.
Mas suas filhas são. Tenho certeza de que há mais do que a parte justa da discórdia

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entre seu ex e ela. No entanto, ela está intensificando e ajudando, porque esse é o
tipo de pessoa que ela é. — Me avise como posso ajudar.
— Você já fez o suficiente. — Ela diz e sei que é algo automático. Eu fiz
merda. Acabei de retornar de uma ausência inexplicada. Ela está sendo cordial e as
formalidades impessoais doem.
Mas, agora não é sobre mim.
— Oh, um médico está saindo para nos dar notícias. — Diz ela. — Eu vou te
ligar novamente quando puder. Eu... Eu não sei quando será.
— Eu posso esperar. — Eu desabafo. — Se você precisar de algo posso estar
aí.
— Eu sei. Eu sei que você pode. Tchau, Luke. — A linha morre antes que eu
possa dizer adeus.

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CAPÍTULO 1 3

Alexis
— Se você precisar de alguma coisa, me avise. E tente dormir um pouco. —
Eu digo a Russell.
Está no final da manhã de domingo, estamos saindo do hospital. Seu irmão
chegou aqui há pouco tempo e está sentado com sua mãe. Seu pai saiu da cirurgia e
descansa confortavelmente sob forte sedação na UTI cardíaca. Os médicos pediram
que a família voltasse para casa e descansasse. Vai demorar um pouco antes que o
pai de Russ acorde de qualquer jeito.
Estou saindo para o estacionamento junto com Russell. Estou exausta, e
ainda tenho que pegar as meninas mais tarde. Senti-me mal por fazê-las sair da
cama no meio da noite, mas agora vou ver se ainda posso pega-las. Eu quero ir para
casa e tomar banho, depois dormir por uma semana.
— Eu vou. Obrigado, Lex. Obrigado por estar aqui.
Russell pega meu pulso. Ele desliza a mão dele e passa os dedos pelos meus.
Eu olho para baixo, incapaz de lembrar a última vez que Russ segurou minha mão.
Ele sempre disse que era irritante e que segurar minha mão enquanto
caminhávamos o desacelerava. Ele era um caminhante rápido crônico e sempre
estava à minha frente, não importava onde estivéssemos.
— Não me agradeça. — Digo. — Mas na verdade, você também deveria
descansar. Durma enquanto você pode.
Russ balança a cabeça e aperta minha mão.
— Lembro dos dias em que tínhamos as meninas recém-nascidas. Todos
dizendo para dormir enquanto pode.

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Apenas aceno com a cabeça, me sentindo desconfortável. Meu coração dói

por Russ quase perder seu pai e a possibilidade muito real que ele ainda pode.
Qualquer ser humano digno gostaria de oferecer conforto e tristeza, mas eu não
quero sentar aqui e relembrar os bons dias com meu ex-marido. Retiro minha mão
da dele e cruzo meus braços. Eu só quero sair daqui. O pai de Russ não é meu sogro,
mas me importo com o homem. E ver sua mãe tão triste me golpeia duramente.
É disso que se trata a vida, certo? Encontrar alguém que o ama mais do que a
própria vida. Quem desistiria de mais um dia juntos.
Não posso deixar de pensar em Luke e quanto dói pensar em não ter ele na
minha vida. Ainda não sei o que aconteceu para fazê-lo partir. Há outro lado dele
que não conheço, e odeio sentir que ele é um estranho. Eu sinto que minha vida foi
interrompida e estou segurando a respiração, a espera que a bomba caia.
— Dormir é uma boa ideia. — Repito, sem saber o que mais dizer.
— Bianca deve estar aqui em breve. — Diz Russell.
— Oh, bem, ok então. — Eu não vi minha antiga cunhada desde o Natal
antes do divórcio. Paige tinha apenas um mês de idade e Russell me evitava tanto
quanto podia. Foi o último Natal que passamos como família, o único que Paige
passou como família e um dos muitos pontos decisivos para mim. Se Russell não
podia nem ajudar sua esposa, que acabava de dar à luz e estava lidando com muita
dor do corte e uma infecção de uma placenta retida, então as coisas nunca iriam
melhorar. No entanto, fiquei um pouco mais, esperando que ele melhorasse.
— Bianca quer ver você.
Levanto uma sobrancelha, mas seguro minha língua. Bianca nunca foi minha
maior fã. Ela ficou brava comigo por engravidar logo depois do nosso casamento.
Fiquei longe quanto pude e quando eu passeei pelo corredor como uma dama de
honra em seu casamento e ela ficou com ciúmes por eu ter recebido uma atenção
indesejada dos participantes. Ela nunca superou.
— Eu acho. Faz algum tempo.
— Ela está muito chateada.
— Isso é perturbador. — Escavo minhas chaves da minha bolsa e localizo
meu carro. Estou a duas filas de onde estamos parados. Eu dou um passo lento para
trás. Eu trabalhei arduamente para me tornar indiferente em relação a Russ. Eu não
quero abrigar o ódio no meu coração, e não quero viver minha vida constantemente
chateada de que ele nunca se desculpou por ser um idiota. Passei muito tempo já
ficando brava com ele, odiando, irritada com ele por me causar dor. Nós somos

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divorciados, só temos que nos ver quando envolve as garotas, e ele ainda tenta fazer
minha vida um inferno.
Então, por que estou me sentindo mal por ele?
— Seu pai é um cara forte. Todos esses anos na Marinha lhe fez bem. Se
alguém pode sair dessa, é ele.
O rosto de Russell se aperta, e ele avança e me abraça. Estou
instantaneamente tensa.
— Obrigado, Lexi. É bom ter você aqui.
Eu me afasto de seu abraço. Porra, que estranho. Era ridículo ele dizer isso.
— Ligue mais tarde para uma atualização e se quiser que as meninas
venham, eu posso trazê-las.
Russell corre seus olhos sobre mim antes de olhar para cima com um
pequeno sorriso.
— Quer saber uma coisa?
— Certo.
— Meu pai sempre disse que você era muito boa para mim.
— Bem, eu era.
— Você não precisa estar aqui agora, ainda assim está. Sinto que devo pedir
desculpas por tudo. — Admite Russell.
— Não. Perdoei-te há muito tempo. — Por mim mesma, tive de fazer. Aceitar
as desculpas que nunca recebi não foi fácil, mas tive que seguir em frente. Na
primeira vez em que Luke e eu falamos, ele me perguntou qual foi a coisa mais
difícil que fiz. Na época, estava perdoando o idiota do meu ex. Mas agora... Agora
acho que ir para longe de Luke vai superar isso.
Pego minhas chaves e me apresso para meu carro. Eu afundo no banco do
motorista e fico cheia de emoção. Estou exausta e isso não ajuda. Fico uma bagunça
emocional quando estou cansada, choro em comerciais de TV estúpidos. Com tudo
acontecendo agora, quero rastejar sob meus cobertores macios e não sair até o verão.
Limpo meus olhos e começo a conduzir para casa. A casa está vazia quando
entro. O ar também está frio. Ou talvez seja só eu.
Tiro meus sapatos, largo minha bolsa no chão e imediatamente subo as
escadas. A cama está uma bagunça com lençóis amarrotados. Meu peito aperta, e eu
afundo na cama, cheirando a colônia de Luke no travesseiro. Deus, sinto falta dele.

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Por que ele teve que sair assim? Tanto quanto eu o quero, não posso estar com
alguém que some quando as coisas ficam difíceis.
De acordo com Cole, Luke já fez isso antes e pareceu que ele faria isso de
novo. E as meninas... As coisas ficarão difíceis. As coisas são difíceis às vezes. Vamos
lutar. Ficaria entediado ao passar dos anos com os movimentos de criar filhos e
manter uma casa. Não concordaria com decisões importantes. Ficaria bravo e
frustrado com o comportamento das crianças.
Isso é o que acontece nos relacionamentos reais. O sexo não é mais tão
gostoso. E deixamos de ver as qualidades um do outro, ficando apenas com os
defeitos. Como deixar uma toalha molhada no chão do banheiro. É uma luta diária e
é difícil e, alguns dias, você quer puxar o cabelo. E, no entanto, é lindo. Porque,
apesar de tudo, vocês se amam. Você pode não amar as falhas da outra pessoa, mas
você as aceita, ama de qualquer maneira.
Eu pensei que poderia ter isso com Luke.
Eu tiro minhas roupas e entro no banho. Estou com frio, e não importa quão
quente eu deixe a água, não consigo me esquentar. Luke partiu, mas ele voltou. Isso
não conta? Eu quero, mas meu cérebro está me dizendo o contrário. Ele me queimou
uma vez. Não acho que eu possa sobreviver ser queimada duas vezes.

.

— Se eu for dormir, serei como vovô e posso não acordar? — Paige olha para
mim, seus olhos verdes de medo.
— Não, bebê. — Eu saio do sofá e envolvo meus braços ao redor dela. É
domingo à noite, e as meninas e eu acabamos de chegar do hospital. Russell queria
ver as garotas, e pensou que elas visitarem o avô e dizer que elas o amam ajudaria
seu pai a melhorar.
Mas, ver o avô ligado às máquinas e inconsciente as assustou. Russell disse a
elas que o vovô estava tirando uma longa soneca, e agora Paige tem medo de ir para
a cama. Não sei o que é certo fazer nessas situações. Paige é muito pequena para
entender.
— Você não vai. Você vai acordar e eu estarei aqui. E vamos tomar café da
manhã e vou te dar muitos abraços e beijos.
— Mas, o vovô não acordou.

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— Não, querida. O vovô está muito doente e precisa de muito descanso. Ele
vai acordar em breve. — Porra, eu não deveria ter dito isso. E se ele não acordar?
Não consigo mentir sobre algo tão profundo.
Ela assente e seus olhos se enchem de lágrimas.
— Por que ele está doente?
— Seu coração teve problemas para trabalhar.
— O meu funciona?
— Ele funciona perfeitamente e você é perfeitamente saudável, ervilha doce.
— Digo e sinto emoção. A ideia de perder um dos meus bebês é mais dolorosa do
que qualquer coisa. Eu enrolo Paige em meus braços e ela descansa sua bochecha
contra meu peito, encontrando conforto no calor da minha pele. Como posso
prometer que nada de ruim nunca acontecerá?
Não posso ter certeza.
E odeio isso. Quero ter certeza de que ela e Grace viverão uma vida longa,
feliz e saudável. Beijo sua testa, forçando os pensamentos para longe de tudo o que
poderia afasta-las de mim.
— Que tal você dormir na minha cama comigo esta noite? — Eu ofereço. —
Eu me certificarei de que seu coração continue trabalhando.
Paige sorri.
— Os meus amigos podem vir?
— Claro! Quem você vai trazer esta noite?
— Kerby, Blimp e Sky. — Exclama ela. Ela me dá mais um abraço e corre
para o outro lado da sala de estar para pegar seus ursinhos de pelúcia.
— Posso ir também? — Grace pergunta calmamente, olhando para o meu
Kindle. Eu a deixei ter tempo extra para jogar hoje. A distração sem sentido ajuda.
Ela sabe que o avô Winters está muito doente e pode não ser o mesmo depois disso.
E ela está triste. — E traga Zebra e Big Mouse?
— Nós teremos uma festa de bicho de pelúcia. — Eu sorrio para as minhas
meninas. — Que tal tomarmos banho e nos prepararmos para a cama, então podem
colocar todos lá e assistir a um filme. — Elas gostam dessa ideia, embora se
transforme em um problema rápido quando falo a Paige que não comeremos pipoca
enquanto assistimos ao filme. Está ficando tarde e ambas têm de ir à escola amanhã.
Estava preparada para deixá-las ficar em casa e recuperar o atraso, mas Grace quer

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ver seus amigos e Paige não quer perder o dia "L" amanhã. Alguém estará trazendo
um lhama e Paige tem que vê-lo.
Eu meio que quero ver isso também.
Estou acostumada com a vida da cidade, e agradeço que nossa pequena casa
aqui no Brooklyn tenha um quintal, ainda que pequeno. Mas há uma pequena parte
de mim que gosta de imaginar ter bastante espaço de terra e animais. Muitos
animais. Há um punhado de antigas fazendas não muito longe daqui. Adoro o
encanto das casas antigas, mas secretamente me preocupo que sejam assombradas.
Eu não acredito em fantasmas. Eu seria uma daquelas pessoas que apenas se
atrapalham e são deixadas no meio da noite.
Embora não tenha que ser uma preocupação legítima. Posso obter uma casa
melhor fora da cidade com o meu dinheiro, mas não posso chegar perto de ter vários
acres de terra com meu salário. Além disso, seria uma verdadeira viagem todos os
dias, e afastar Grace de seus amigos me faria sentir culpada. Ainda assim, é
divertido nos imaginar em uma casa grande com um quintal de tamanho decente.
Pego Paige e subo as escadas para encher a banheira. Uma vez que as
meninas estão banhadas e em seus pijamas, entramos na cama e começamos o filme.
Grace é a primeira a adormecer, seguida rapidamente por Paige. Pluto está esticado
no pé da cama, roncando e tornando impossível estender minhas pernas. Tenho um
braço em torno de cada criança. Estou muito desconfortável. Fisicamente.
Mas isso, estar com minha pequena família, é exatamente o que eu preciso
agora. Eu começo a cochilar e sonhar com Luke. Estamos felizes e casados no sonho
e estou grávida. Eu não tenho uma grande barriga no sonho, mas vou entrar em
trabalho de parto. Ligo para Luke e recebo sua mensagem de voz. Eu continuo
ligando uma e outra vez, e ele nunca atende. Então o sonho muda e estou no escuro,
andando em uma versão de sonho pelo beco atrás de sua casa. Eu tenho meu
telefone na minha mão, tentando ligar, mas continuo pressionando os botões
errados enquanto disco seu número. A frustração se constrói no sonho, o suficiente
para me fazer acordar.
Meu braço direito está formigando de estar debaixo de Grace, e minhas
pernas estão com cãibras. Empurro meus pés debaixo de Pluto, que não se move, e
deslizo meu braço para longe de Grace. Meu coração está batendo rapidamente com
indignação.
Sonho estúpido com Luke.
Eu sento e passo as mãos pelos meus cabelos bagunçados, empurrando do
meu rosto. São dez e meia. Eu nem dormi tanto tempo. Com cuidado, escalo sobre

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as meninas. Paige rola e quase cai da cama. Eu movo suas costas e coloco um
travesseiro para evitar que ela caia.
Desço as escadas e faço um pouco de limpeza, tentando me manter ocupada.
Estou me sentindo solitária e odeio isso. Eu tenho minhas meninas. Eu tenho um
trabalho que gosto muito, não importa o quão louca e ocupada ele me mantém.
Tenho tudo o que preciso.
E ainda assim... Sinto falta de Luke. Eu nunca soube o que era me sentir tão
bem com alguém que me tratasse tão bem, levando em consideração e saindo do
caminho para me levantar. Encontraria outra pessoa? Eu toco meus lábios,
lembrando a última vez que Luke me deu um beijo. Ele disse que nada mais se
compararia, e ele está certo.
Nunca encontrarei alguém como ele.
E eu não quero.
Porque eu não quero ninguém mais além dele.

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CAPÍTULO 1 4

Luke
Rolo meu telefone repetidamente em minhas mãos, esperando que Lexi
ligue. Está perto da meia-noite, então ela está dormindo ou está trabalhando. Eu
levanto e ando pelo meu quarto, parando na janela. A cidade brilha com a vida
abaixo, e olho para os distantes montes e me pergunto como é a vida das pessoas
que os ocupam.
Não sou uma pessoa filosófica. Eu não procuro um significado mais
profundo ou qualquer uma dessas merdas. As coisas são o que são. Merda acontece.
Às vezes, coisas boas acontecem. E não tem nada a ver com nada mais.
Mas quando penso em toda a merda que atravessei, e a dor que Lexi
suportou... Começo a me perguntar se tudo aconteceu por um motivo. Ela não teria
ido a esse bar naquela noite em particular, se ela não tivesse se casado e se
divorciasse desse idiota. E eu definitivamente não teria estado lá se minha vida não
tivesse desmoronado.
Eu não acredito que essa merda aconteceu só para que pudéssemos nos
encontrar. Mas porque aconteceu, e isso levou ao nosso encontro. E se esse não é um
maldito destino, então não sei o que é.
Eu volto para minha cama e sento, discutindo comigo mesmo se deveria
tentar ligar. Dormi por algumas horas antes de acordar de um pesadelo em que Lexi
estava presa em um prédio em chamas e não importava o que, eu não conseguia
chegar até ela.
Há uma dor constante no meu peito, e um nó apertado no meu estômago que
piora à medida que cada minuto passa e eu não ouço falar de Lexi. Suponho que
este seja o meu carma por fazer o mesmo com ela, mas é diferente.

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Não é?
Eu levanto e volto a andar, saio do meu quarto e acabo lá fora. Olho para
cima, tentando encontrar as estrelas. A noite está clara, mas a poluição forma uma
leve mascara em todas as estrelas. Eu as encaro, me sentindo tão pequeno neste
mundo tão grande. Então eu vejo, um pequeno flash de luz que acabou tão rápido
quanto ele acendeu na noite.
Uma estrela cadente.
Só estou desejando uma coisa. Quero Lexi de volta. Mas, estar aqui fazendo
desejos às estrelas não vai fazer isso acontecer.
Mas eu posso.
Eu não penso. Simplesmente me movo. E agora minhas chaves estão na
minha mão e estou correndo para o meu carro. Dirigindo para fora de Manhattan.
Excedendo o limite de velocidade para chegar até ela. Estaciono duas casas no
primeiro espaço vazio que posso encontrar e saio. Corro pelo outro lado da rua. Na
sua calçada. Estou na calçada e quase estou na varanda quando a porta da frente se
abre.
Lexi sai assustada por me ver. Seus olhos verdes estão arregalados e seus
lábios cheios se separam.
— Luke. O que está fazendo aqui? — Suas sobrancelhas se unem e posso ver
as lágrimas bem em seus olhos mesmo através da escuridão.
— Eu vim vê-la. Eu te amo, Lexi, e não vou deixar você ir embora. Porque sei
que você também me ama.
Ela leva a mão ao rosto e assente com a cabeça.
— Eu amo. Eu amo você.
E agora estou acelerando o resto do caminho, a encontrando na varanda
coberta. Nossos braços se emaranham um em torno do outro, e eu me inclino para
frente, colocando meus lábios sobre os dela. O calor suave envia um tremor através
de mim e não consigo chegar perto o suficiente. Empurro minha língua em sua boca,
esmagando seus seios contra meu peito. Uma lágrima cai de seus olhos, e eu a limpo
suavemente. E então percebo que ela está vestindo um casaco e tem as chaves na
mão.
— Você estava indo para algum lugar?
— Eu ia te ver.
— Estamos no meio da noite.

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— Eu sei. — Ela deixa cair as chaves na mesa redonda na varanda e agarra

seus braços ao redor do meu pescoço. — Eu fiz minha irmã vir ficar com as meninas.
Eu só precisava te ver para que pudesse te dizer que não quero fazer isso.
— Isso? — Meu coração para de bater.
— Não estarmos juntos. Eu sinto sua falta.
— Então vamos estar juntos.
Seus cílios se juntam enquanto ela pisca, e as lágrimas derramam em suas
bochechas. Ela é linda quando está chorando, lindamente quebrada.
— Eu quero. — Ela sussurra. — Eu realmente, realmente quero.
Pego sua mão, juntando as palmas antes de entrelaçar meus dedos através
dos dela.
— Há muitas coisas das quais não tenho certeza, mas sei de uma coisa e é
que eu te amo. Eu te amo muito e não quero ficar sem você.
Ela suspira e olha diretamente nos meus olhos.
— Eu também não quero ficar sem você, Luke. Você me faz sentir como se eu
fosse o suficiente, como se eu fosse importante... Como se eu valesse a pena.
— Você é. Você é mais do que suficiente... Mais do que eu mereço. Não
desista, Lexi. Deixe-me provar meu amor por você.
Ela está chorando suavemente, tentando se controlar.
— Tudo bem. — ela sussurra. Eu a aconchego no meu peito, passando
suavemente os dedos pelos seus cabelos. O aperto no meu peito relaxa e parece que
todas as estrelas se alinham.
Nós ficamos assim, envolvidos nos braços um do outro, por um longo
momento. Eu nunca quero deixá-la ir.
— Por que você foi embora? — Ela levanta sua cabeça, encontrando meus
olhos. — Por que você não me disse o que estava acontecendo? Eu poderia ter ido
com você.
— Eu realmente não tenho uma boa resposta. Eu simplesmente entrei em
pânico, eu acho. E não queria te carregar com meus... Meus problemas.
— Se você está passando por algo, não é um fardo. Eu quero ajudá-lo. —
Suas mãos deslizam de minhas costas para frente da minha cintura. Ela ergue os
dedos através do laço do cinto e balança a cabeça. — Eu disse que queria que isso

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funcionasse, e eu quero. Mas para que isso aconteça, temos que estar na mesma
página.
Eu fecho meus olhos, a culpa me batendo forte.
— Nós estávamos antes, não estávamos?
— Não apenas a mesma página. No mesmo parágrafo. Mesma sentença,
mesmo... Mas, me deixar assim... Bem, esse é um livro totalmente diferente.
Engulo com força. Tenho que contar a ela tudo. Essa é a única maneira de
passar por isso e fazer as coisas funcionarem.
— Eu vou te contar tudo. E prometo que não vou deixar você nunca mais.
Ela apenas acena com a cabeça. Eu sei que ela quer acreditar em mim, e eu
não a culpo por ter medo e pensar que não é verdade. Sua mão encontra a minha e
ela me conduz aos degraus. Nós sentamos, e ela passa o braço pelo meu.
— Meu melhor amigo salvou minha vida e perdeu a dele. — Fecho meus
olhos, propositadamente voltando a esse dia pela primeira vez. — Por causa dele, eu
me afastei. E ele nunca... — Eu pisco de volta a dor e balanço minha cabeça.
Lexi leva minha mão, segurando.
— Desculpe Luke. Eu sinto muito.
— Isso não é tudo, porém. — Esfrego minha testa, uma imagem de José
deitado na cama do hospital, imóvel e magro, pisca diante de mim. — Ele não
morreu. Ele está acamado e vivo através de máquinas. Ele não queria viver assim.
Ele me disse que nunca queria ficar preso dentro de seu corpo, se não funcionasse,
que ele preferiria morrer e seguir em frente a ser assim porque Deus sabe quanto
tempo. Ele não está vivendo.
Lexi aperta minha mão, olhando com tanta emoção que está prestes a
quebrar meu próprio coração.
— No dia do acidente, ele me disse que discutiu com sua esposa porque ele
não preencheu a opção de reanimação, o que significa que se algo acontecesse algum
dia, ele não queria que fizessem as manobras de reanimação. Eu também não
concordei com isso, mas foi seu desejo, sabe?
Lexi lentamente desloca seus lábios e pisca uma lágrima.
— É por isso que você deixou Chicago.
Eu concordo.

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— Eu não podia vê-lo assim. As máquinas respiram por ele, alimentam, os

medicamentos mantiveram a pressão sanguínea constante... Não é natural. É tudo o
que ele não queria. — Minha visão desaparece e eu olho para frente, sem confiar em
mim mesmo para não quebrar. — E as coisas continuavam acontecendo como se ele
estivesse tentando seguir em frente. Suas feridas ficaram infectadas, ele adquiriu
escaras. — Eu fecho meus olhos apenas para abri-los novamente. A visão do meu
melhor amigo deitado, a pele solta no rosto, a cor desaparecendo de suas bochechas
e os cabelos caindo no travesseiro... Faz meu estômago revirar.
— Caroline é sua esposa. — Digo devagar. — Ela sabe que ele não gostaria
de viver assim, mas não pode deixa-lo ir. E eu entendo... Eu fico com essa esperança.
Eu acordo todos os dias pensando que este é o dia em que um milagre acontecerá.
Mas, não pensei que realmente aconteceria. Então, eu deixei. Apenas peguei o que
pude e fui embora. Eu precisava de uma pausa e um lugar onde as pessoas não
soubessem, onde não me perguntariam sobre isso ou como eu estava passando ou se
eu iria visitar José. Eu supus que voltaria no tempo... Uma vez que achei que era
uma merda. Estar aqui deveria ser temporário. — Eu olho para Lexi. — Mas então
eu te conheci.
— Eu estraguei seus planos.
— Da melhor maneira possível. Eu realmente não pensei que poderia ser
feliz novamente. Não pensei que eu pudesse me sentir normal ou ficar
entusiasmado com o futuro novamente. Quer dizer, eu sabia que tinha muito a
descobrir, como trabalhar e onde viver, porque não há como continuar com Cole
muito mais sem querer matá-lo. Procurar um novo apartamento é mais fácil do que
encontrar um bom lugar para ocultar um corpo. — Eu balanço a cabeça e solto a
respiração. — Eu pensei em me mudar e estava pronto para começar de novo. E
então Caroline me enviou mensagens e disse que José estava acordado.
Lexi inclina para mim e tomo consolo no corpo dela pressionado contra o
meu. Ela segura em mim, me confortando, me dando tudo o que preciso para
continuar, para finalmente conseguir.
— Estava dominado pela culpa. — Confesso. — Eu basicamente o deixei
morto. Então, fui embora e pensei que voltaria. Mas então, Caroline me disse que
estava grávida e descobriu pouco depois de eu sair e me pediu para ser o padrinho
de seu bebê, como sempre planejamos. Ela quer que eu faça parte da vida de seu
filho desde que seu pai... Seu pai não fará. Eu não sabia o que fazer. Merda, eu ainda
não sei. O filho de José vai crescer sem ele e é minha culpa. Eu não quero voltar para
Chicago, mas sinto que deveria. Então penso mais, é estranho e sei que ela está
desesperada. Eu não sei o que é certo ou errado aqui.

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Suspiro, e sinto um peso, deixo meus ombros caírem. Nada foi resolvido,
mas dizer isso em voz alta me faz sentir melhor.
— Uau. — Sussurra Lexi. — Isso é... Isso é pesado. Realmente uma merda. —
Ela se contorce, então seu torso está inclinado para o meu. — Eu também não sei o
que fazer. Eu acho que é muito para pedir a um padrinho e seria estranho ter um
homem que não se envolva romanticamente com a mãe apenas se mudando e
criando a criança, mas talvez seja só eu pensando assim. Então... Sim... Nenhuma
pista sobre o que é certo fazer. Mas podemos descobrir. Juntos.
— É uma grande bagagem. Tem certeza de que quer fazer parte disso?
— Sim. Eu tenho minha própria bagagem. E o que quer que você esteja
passando... Deixe-me ajudá-lo. Nós podemos passar por isso juntos.
— Eu te amo. — Eu beijo Lexi, e a peça faltante se encaixa no lugar. Puxo-a
para meu colo e levanto, a levando até os degraus da varanda. Nós nos beijamos
como loucos, e eu a pressiono contra a porta. Movo meus lábios para o pescoço e
Lexi geme suavemente. Suas pernas estão bem apertadas em torno da minha
cintura. Eu alcanço a maçaneta da porta e percebo que está trancada.
— Chaves. — murmura Lexi. Abaixo e ela estremece no momento em que
seus pés atingem a varanda. Engulo com força, e assisto Lexi procurar através das
muitas chaves penduradas em seu chaveiro. Demora uma eternidade para ela obter
a certa, e depois para colocá-la na fechadura. A pego assim que entramos, fechando
a porta atrás de nós.
— Lexi? — Alguém chama de dentro da casa. Pluto vem correndo, abanando
a cauda. Eu pisco. Esqueci que não estávamos sozinhos. Lexi tem esse efeito sobre
mim.
— Sim. — Lexi responde, com voz fina. Ela respira e chama novamente a sua
irmã. — Sim, sou eu.
— Você ficou chateada? Eu fiz tudo isso para... — Kara corta quando me vê.
— Oh. Isso foi rápido. Eu acho que adormeci. — Seus olhos vão para a mão de Lexi
na minha e ela sorri. — Bem então. Definitivamente não é por nada. Mas seriamente.
Como você voltou tão rápido?
— Luke veio me ver ao mesmo tempo em que eu estava saindo para vê-lo. —
explica Lexi.
O sorriso de Kara se alarga.
— Eu disse que vocês pertencem um ao outro.

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Movo meu olhar para Lexi.

— Eu também penso assim. — Ela aperta minha mão mais apertada e morde
o lábio, parecendo sexy para caralho.
— Então, vocês estão bem? — Pergunta Kara.
Eu deixo Lexi responder por que ainda não estou seguro de qual será a
resposta dela. Ela sorri e olha para mim.
— Nós ficaremos.
— Eu sabia que vocês se beijariam e tudo se acertaria. — Diz Kara. — E vocês
provavelmente querem continuar se beijando, certo? — Ela ri e arqueia as
sobrancelhas.
— Eu gostaria. — Digo com honestidade, sorrindo e fazendo sinal para Lexi.
— Obrigado, Kara. — Lexi diz a sua irmã. — Muito obrigado por vir. Devo-
lhe uma.
— Você deve, mas acho que vou deixá-la por enquanto. Estou feliz por ver
você seguir meu conselho pelo menos uma vez.
— Acontece que você não é tão ruim em dar conselhos. Ligo para você
amanhã. Obrigada novamente.
Kara ainda está de pé, sorrindo para nós.
— OK. Podemos planejar outro encontro duplo.
— Parece bom. — diz Lexi. — Está tarde. Tenho certeza de que você está
cansada.
— Nah. — Kara acena sua mão no ar. — Não se preocupe, uma ou duas
noites de pouco sono não me afetam.
Tento não rir. Lexi está tentando chutar sua irmã para que possamos subir e
fazer sexo. Eu torço a mão de Lexi na minha e deslizo meus dedos sobre o pulso.
— Kara. — Lexi começa. — Eu amo você e estou tão agradecida por você ter
vindo. Agora vá embora.
As sobrancelhas de Kara levantam e então ela sorri.
— Ohh, certo. Vocês dois não terminaram de fazer isso.
— Exatamente.
— Considere-me fora. — Nós todos entramos na sala de estar. Kara agarra
sua bolsa, dá um abraço em Lexi e sai. Lexi tranca a porta e a observa para garantir

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que a irmã entre no carro com segurança antes de se virar para mim e é como se
nunca estivéssemos separados.

.

Estou pronto e vestido quando o despertador de Lexi toca. Ela agarra

cegamente o telefone para desligá-lo, depois se vira para mim.
— O que você está fazendo? — Ela pergunta, sua voz está cheia de sono.
— Estou sentado aqui. — Eu digo com uma risada.
— Mas, você tem roupas. Eu não gosto disso.
— Eu não sabia como você queria lidar com essa situação.
Ela geme e estica as pernas para fora. Lexi ainda está lindamente nua e eu
ansioso para que ela se pressione contra mim.
— Certo. Eu esqueci de me preparar para o trabalho. E a escola. Ugh, eu não
quero ir.
— Ligue pra dizer que não vai?
— Estou atrasada. Novamente. Sério, não sei o que eu tenho, mas não
consigo diminuir a pilha de edições. E e-mails. E telefonemas e reuniões.
— Eu nunca soube que os editores tanto faziam. — Eu digo e me jogo. Eu
deito ao lado de Lexi e passo minhas mãos ao longo de sua pele lisa. Ela está quente
por estar escondida sob os cobertores, e parece tão bem. O sangue corre para meu
pau. Porra, eu a quero.
— Muitas pessoas não sabem. E não recebemos muito crédito. No entanto,
Quinn me disse que os editores independentes às vezes são mencionados na frente
do livro. Isso é enorme para mim. E coloca muita pressão. Merda. Eu realmente não
pensei nisso.
— Tenho certeza de que você faz um excelente trabalho.
Ela assente com a cabeça.
— Eu tenho uma gramática nazista. Embora eu pense que minha força está
mais na edição de conteúdo. E apenas trabalhar com autores que gosto.
Eu rio.

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— Você fará um bom trabalho com qualquer livro que edite. Você falou com
Quinn sobre o material de edição?
— Estou surpresa que você lembre.
— Você disse isso quando lembrei da bebida. — Eu digo e beijo sua testa. —
Você não tem ideia de quão incrível é, não é?
Lexi acena e olha nos meus olhos.
— Eu te amo.
Eu a agarro.
— Eu também te amo. — Minhas mãos estão em seu traseiro. Sua pele nua e
quente. — Você tem tempo para uma rapinha?
Lexi considera isso.
— Eu realmente não posso, porque não fiz os lanches das meninas na noite
passada e ainda tenho que tomar banho.
— Vou fazer seus lanches. — Eu ofereço. — Apenas me diga o que fazer.
Lexi se empolga e desabotoa meu jeans.
— Eu disse que não gostava que você tivesse roupas. — Ela mergulha sua
mão dentro da minha calça, agarra meu pau e ela traz uma perna para cima,
engolindo sobre a minha. Eu a beijo, uma vontade tremenda de querer entrar
rapidamente nela.
Deslizo minha mão entre as pernas, passando os dedos pelo clitóris. Lexi
geme bruscamente e afasta mais suas pernas. Ela passa a mão sobre o estômago e
baixou as pernas. Seus dedos se movem no mesmo ritmo com os meus e vê-la se
tocar é tão muito quente.
Ela me olha diretamente, depois toca em si mesma. Porra. Ela sabe o quão
quente isso está me fazendo... E quão quente está fazendo-a ficar. Empurro dois
dedos para dentro dela, e Lexi cobre a boca com a mão, gemendo. Eu continuo
trabalhando os dedos e, alguns minutos depois, ela se contorce contra mim quando
ela goza.
Ela se atira em mim, agarrando meu bíceps puxando-me para ela. Movo-me
entre suas pernas enquanto tiro minhas calças. Ela envolve seus dedos em volta do
meu pênis e guia para a umidade. Entro nela, abaixando o pescoço para beijá-la ao
mesmo tempo.

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Fisicamente, isso é fantástico. Mas é mais do que isso, e nunca soube o quão
incrível é ter alguém comigo assim.
Eu amo essa mulher.
Lexi crava as unhas pelas minhas costas e em minha bunda, apertando
minhas bochechas e segurando os quadris contra o meu. Estou perto de gozar, mas
não quero que isso termine. E julgando pelo jeito que Lexi está ficando ofegante, eu
também não acho que seja sim.
E então alguém bate na porta.
— Mamãe?
— Porra. — Lexi sussurra. Eu congelo, com meu pau enterrado no interior de
Lexi. A porta está trancada. Eu acho. Eu espero que sim. — Sim, querida? — Ela diz.
— Estou entrando no banho agora.
— Não consigo encontrar Pluto. — Grace fala.
— Ele está aqui. Vou deixá-lo sair quando terminar de tomar banho. Volte
para a cama, docinho. É muito cedo para você estar acordada.
— Eu não estou cansada.
— Escolha sua roupa para hoje.
— OK.
Lexi espera um minuto, então move as mãos para cima e sobre os ombros,
sorrindo.
— Agora, as coisas realmente são oficiais.
Eu rio.
— Elas são. — Supondo que acabamos, eu começo a sair, mas Lexi me para.
— Não terminamos.
— Ela não vai voltar?
— Leva pelo menos dez minutos para escolher algo para vestir. Você estava
perto de gozar?
— Estava.
— Desculpe. — diz ela.
— A porta está trancada, certo?
Lexi envolve as pernas ao meu redor.

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— Sim. Isso matou o clima para você?

— Não. Eu ainda quero foder você sem sentido, mas não quero traumatizar
suas filhas.
Lexi ri.
— Elas não podem entrar. A porta está fechada e trancada.
Entro dentro dela.
— Se você tiver certeza.
— Eu tenho. — Ela geme e levanta a cabeça do travesseiro para me beijar.
Então ela me empurra e volta para o colchão, subindo em cima de mim. Eu amo
quando ela fica dominante assim.
Ela inclina para frente, seios na minha cara. Seguro na cintura, me perdendo
nela. A cama range quando ela cavalga, mas isso não a impede. Lexi goza e sentindo
suas paredes se apertarem em volta do meu pau, me empurra para borda. Eu moo
contra ela, enchendo.
Ela cai no meu peito.
— Eu poderia me acostumar a isso.
— Bom. Porque você vai.

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CAPÍTULO 1 5

Alexis
— Você está de bom humor esta manhã. — diz Jillian ao encher nossas
canecas de café.
— Eu fiz sexo antes de sair para o trabalho. — Eu nem tento manter o sorriso
fora do meu rosto.
— Ahh! Bom para você. E isso explica por que suas meias não combinam. E
seu cabelo bagunçado.
Eu olho para baixo.
— Você pode ver minhas meias? Estou de calça.
— Querida, todos podem ver que você tem uma meia de Halloween e uma
meia de arco-íris. Elas não são nem da mesma altura.
— Como você consegue?
— Eles são da mesma espessura, então está bom. — Maldição. Achei que
estavam bem escondidas debaixo destas calças. E nem tentei arrumar o cabelo.
— Eu posso dizer.
— Como foi o sexo?
— Grace nos interrompeu, mas ainda foi muito agradável.
— Ela entrou e encontrou vocês?
Eu adiciono creme ao meu café.
— Não, apenas me chamou a porta estava fechada. As meninas não sabem
que Luke passou a noite. Ele chegou tarde.
Jillian me belisca.

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— Você realmente teve uma rapidinha! Estou tão orgulhosa!

— Sim. Uma rapidinha. — Eu olho para baixo, observando meu café girar de
preto para marrom da quantidade de creme que adicionei. Eu não contei a ninguém
sobre o incidente que Luke e eu tivemos. Só Cole sabia que Luke se foi e que eu
estava com o coração partido. E ficou assim até eu ligar para minha irmã e chorar na
noite passada.
— Como isso funciona? Ter sexo quando você tem filhos, quero dizer.
Encolho os ombros, coloco a tampa no meu café. As pessoas se queixaram
sobre a quantidade de carboidratos servidos, então agora temos frutas frescas, bem
como rosquinhas e bagels. Eu não tenho nada contra carboidratos e não me importo
que eles vão direto para a minha bunda. Você só vive uma vez, certo? A vida é
muito curta para não comer comida boa.
— Minhas filhas dormem bem, então isso ajuda. — Eu coloco uma fatia da
melancia recém-cortada na minha tigela. — E mantenha a porta fechada e trancada.
— Luke não se importa?
— Ele ainda não se queixou.
Jillian sorve o café e sorri.
— Estou feliz por você, Lex. Luke é um cara tão bom. Estou feliz que vocês
estejam indo tão bem.
Eu sorrio me sentindo culpada por não compartilhar a verdade com Jillian.
Ela é minha melhor amiga há anos e eu digo tudo a ela. Parte de mim não queria
prejudicar a opinião de ninguém sobre Luke, e parte de mim não queria incomodá-
la.
E agora entendi de repente o processo de pensamento de Luke um pouco
mais. Ele não queria me falar sobre o seu passado e me aborrecer.
— Ele nos fez café da manhã. E tive os lanches embalados para as meninas.
— Lembre nos seus votos de casamento que eu fui a única que praticamente
colocou vocês dois juntos.
Eu rio.
— Calma aí. O casamento não é uma opção ainda.
— Oh, você vai me bater. — Jillian sorri, mas eu sei que a falta de
compromisso de Aaron a está magoando.
— Você contou a Aaron o quanto quer se casar?

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Ela suspira e pega uma maçã.

— Eu contei, e ele diz que não precisa de um anel e um pedaço de papel para
provar seu amor por mim. É uma maldita desculpa. O casamento não é sobre as
legalidades, embora seja bom estar em seu seguro. Seu plano é muito melhor do que
o nosso. — Ela balança a cabeça, jogando seus cachos louros sobre seu ombro. — Eu
simplesmente não posso fazê-lo entender e realmente acho que ele diz toda essa
merda sobre não querer dar à definição de casamento da sociedade para que possa
sair facilmente.
— Ele te ama.
— Ele me ama? Eu me pergunto. Eu me pergunto muito. — Nós
caminhamos lentamente para a sala de conferências. — Posso te perguntar uma
coisa pessoal?
Levanto uma sobrancelha.
— Eu verifiquei seus mamilos mais de uma vez. Nós somos próximas.
— Eu sei. — Ela olha para baixo. — Como você sabia que acabou com Russ?
— Oh. Eu, eu acho que sempre soube. Não estávamos bem juntos. Tivemos
bons momentos, o suficiente para nos casarmos, mas no fundo, eu sempre soube. Eu
simplesmente fiquei esperando que as coisas melhorassem. Elas nunca melhoraram.
— Eu reduzo minha caminhada já lenta. — Você está pensando em romper com
Aaron?
Ela balança lentamente a cabeça.
— Eu não sei. Estou frustrada com ele.
— É difícil e assustador. Russell era um completo idiota para mim e me fazia
chorar quase todos os dias por meses antes de eu ter coragem de deixa-lo. Quanto
mais tempo você estiver com alguém, mais difícil é. Qualquer tipo de mudança,
mesmo que uma mudança para melhor, é difícil.
— Isto é certo.
Cole sai de seu escritório e entra na sala de conferência, e lembro-me da
nossa conversa.
— Você acha que temos expectativas irreais quando se trata de
relacionamentos porque lemos romances para viver?
— Talvez expectativas irreais sobre o tamanho do pênis, mas não penso
assim. Eu sei o que é real e o que não é. É por isso que eu amo um bom alfa

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possessivo que vai derrubar todas as minhas barreiras, me amarrar e matar para
provar que eu sou dele.
Nós rimos e entramos na sala de conferências, esperando que a reunião
comece. Meu telefone toca antes de estar no meio do meu café. É Russell, e eu me
apresso para levantar e sair da sala para atender. Enviei uma mensagem para ele
esta manhã perguntando sobre seu pai.
— Ei Lex. — ele diz quando eu atendo.
— Ei. Como está seu pai?
— Ele está indo muito bem, na verdade. A enfermeira o fez subir e caminhar.
— Isso é ótimo!
— Sim. — Diz Russell. — Obrigado novamente por estar lá. Isso significa
muito para mim, e minha mãe está muito agradecida também pelo seu apoio.
— Diga a ela que agradeço. E conte ao seu pai, que desejo a ele uma rápida
recuperação.
— Você pode dizer a ele. Espero que possa levar as meninas ao hospital esta
tarde. Realmente iluminaria o espírito de meu pai vê-las.
— Elas têm esse efeito. O hospital está a quarenta minutos da nossa casa.
— Meu pai quase morreu Lex. Você não pode fazer isso?
— Eu não sei se você é capaz de não me interromper quando estou falando. O
que eu estava tentando dizer era que o hospital estava a quarenta minutos de carro.
Se você as pegar na escola, você pode levá-las muito mais cedo e elas podem ter
mais tempo visitando seu avô antes de terem que ir para casa. Eu sei que ambos os
seus pais vão querer tanto tempo quanto possível com elas agora.
Russell hesita. Ele sabe que estou certa e que minha sugestão faz mais
sentido. Mas, ele prefere fazer a coisa mais difícil do planeta antes de admitir que
sou capaz de tomar uma decisão inteligente.
— Bem. Mas você tem que ligar na escola e avisar que vou pega-las. Estou
trabalhando e não tenho tempo para ligar.
— Eu também estou trabalhando.
— Seu trabalho é diferente. Metade do tempo em que você está no Facebook
ou vai almoçar com seus amigos.

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— Sim. — Eu não vou discutir com Russell. Não vale a pena. — Traga-as
para casa às sete. Grace tem lição de casa. — Antes que ele tenha a chance de abdicar
de outra coisa, desligo e volto para a reunião.
— Drama masculino? — Pergunta Christine enquanto deslizo meu lugar
entre ela e Jillian.
— Oh, ele é mais infantil do que um homem. — Eu balanço minha cabeça. —
Há uma boa razão para ele ser meu ex-marido.
— Eu sinto por você.
Cole aguarda nossa atenção. Ele me olha e sorri. É um bom gesto, um pouco
acolhedor até e é o suficiente para fazer com que Jillian me dê uma olhada. Eu dou
um pequeno encolher de ombros em resposta, tão confusa quanto ela.
Então algo me atinge. Cole acha que Luke e eu ainda estamos brigados. Ele
não tem ideia de que voltamos.

.

— Eu sinto muitíssimo.
Luke está de pé e tira minha bolsa de mim.
— Como posso me desculpar?
— Ajoelhe e implore o perdão.
— Enquanto você está lá... — Ele suaviza as sobrancelhas.
— Eu posso chupar seu pau também. — Eu procuro minhas chaves na minha
bolsa.
Luke sorri, balançando a cabeça.
— Você não pode me provocar assim.
Eu subo os degraus da varanda.
— Quem disse que estou provocando?
— Se eu conseguir um boquete cada vez que você ficar presa no trânsito, eu
serei um homem feliz. — Luke está atrás de mim, as mãos pousando na minha
cintura enquanto desbloqueio a porta. Nós entramos, passamos alguns minutos
dizendo oi para um Pluto muito animado, e depois atravessamos a casa para deixá-
lo lá fora.

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— Eu acredito que você estava prestes a remover minhas calças. — diz Luke.
— Não, eu mudei de ideia.
Ele me pega e me coloca no balcão da cozinha. Meu coração flutua. Ele fica
entre minhas pernas e envolve seus braços em volta de mim. Nós nos beijamos e
estou excitada. É louco quanto eu quero esse homem. Luke alcança minha camisa e
desfaz meu sutiã. Seu telefone toca, e ele se afasta irritado. Ele o puxa do bolso para
silenciá-lo e congela.
Caroline o está chamando.
— Atenda. — digo suavemente.
Luke balança a cabeça.
— Eu não quero falar com ela.
— Quer que eu atenda?
— Não. Quero que ela me deixe em paz, mas isso é errado, não é?
Pego o telefone de Luke.
— Eu não sei. Eu realmente não tenho ideia do que é certo. — Eu coloco o
telefone no balcão, levo o rosto de Luke em minhas mãos e o beijo com ternura. — O
fato de você querer fazer o que é certo, conta muito. Você é uma boa pessoa, Luke. E
você não encontra boas pessoas muitas vezes.
— José teria gostado de você. — Ele diz calmamente. — Ele sempre me
incomodava para eu sossegar, e não pensei que quisesse até te conhecer. Caroline
costumava ser divertida. Ela não é mais a mesma e José odiaria vê-la assim.
— Eu nem consigo imaginar o que está passando. E não sei o que eu faria se
fosse ela. É fácil chamá-la de egoísta por mantê-lo vivo quando ele não quer, mas
como você pode deixa-lo ir? Entendo que ela queira segurar o menor fio de
esperança, esperando um milagre.
— Ele ficou sem oxigênio por mais de dez minutos. É muito difícil sair dessa
sem sequelas.
— Eu sei, mas é difícil deixar de lado a esperança e há muitas coisas
desconhecidas sobre pessoas em comas. Algumas pessoas consideram viver com o
suporte vital não estar realmente vivendo e também entendo isso. E sabendo que
José não gostaria de viver assim, mas está... Está errado, eu acho.
— E se ele estiver preso em seu corpo e puder ouvir tudo? Seria o inferno
estar sozinho com seus pensamentos, mas incapaz de fazer qualquer coisa. Ele nem

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pode engolir, ele tem que respirar através de uma traqueostomia. Ele sabe que vai
ter uma criança com a qual ele nunca poderá conversar ou segurar?
— Eu não sei.
— E se eu voltasse e ajudasse a criar seu filho... O que ele pensaria, sabendo
que estou lá preenchendo seu papel? Está tudo muito fodido.
Corro meus dedos para cima e para baixo, nas costas de Luke.
— Sei que isso nem está perto da mesma situação, mas a última coisa que me
fez tomar a decisão para deixar Russell foi saber que as meninas cresceriam vendo
esse relacionamento horrível. Preferi criá-las sozinhas a pensarem que estava tudo
bem. Se você voltasse e ficasse lá, você não ficaria feliz, e o filho iria perceber. As
crianças sentem essas coisas.
— Eu nunca pensei nisso assim.
Pego a mão de Luke e saio do balcão, levando-o para o sofá. Nós nos
sentamos juntos, e eu mantenho minha mão entrelaçada com a de Luke. Eu sei que
isso é difícil para ele.
— É culpa minha. — Ele diz roucamente. — É culpa minha que a criança
cresça sem seu pai.
— Não. Não é sua culpa.
— É sim. — Ele diz desafiadoramente. — Ele entrou lá por mim. Eu caí e
fiquei preso. Eu sabia que ia morrer. Eu só sabia disso. — Os olhos de Luke enchem
de lágrimas. — E então ele me arrastou para fora. Mas... Ele não saiu a tempo.
Não há palavras que possam fazer isso melhorar. Prendo meu braço no de
Luke e descanso minha cabeça no peito dele. Ele envolve seus braços ao redor de
mim e solta uma respiração profunda.
— Eu quero ficar aqui com você. — Ele confessa.
Deslizo minha cabeça para baixo, para esconder minhas lágrimas. Meu
coração está falando por Luke. Ele quer fazer a coisa certa, mesmo se tiver que
sacrificar sua própria felicidade. Nunca admirei mais alguém do que eu o admiro.
Gostaria muito de ter uma resposta para ele. Então eu penso.
— Se José estivesse vivo e bem, o que ele diria sobre nós? —Pergunto de
repente.
— O que você quer dizer?

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— Digamos que você veio aqui para visitar Cole, eu sei que não seria assim,
mas vamos dizer que sim e nos conhecemos. Você se apaixonou por mim desde que
sou tão encantadora e decidiu que queria se mudar para que possamos estar juntos.
A mesma história, mas circunstâncias diferentes. O que ele diria sobre você se
mudar para cá para que possamos estar juntos?
— Ele diria para fazer isso. — Diz Luke sem hesitação.
— Não estou dizendo que é sua resposta, mas é algo para pensar.
— Sim. — Ele relaxa e me abraça com mais força. — Estou tão feliz por ter
você. — Sinto-me tão forte por Luke. Não é fácil se abrir assim, e posso dizer que
Luke nunca revelou sua alma assim a ninguém antes. Ele confiou em mim com isso.
— Eu odeio que você tenha que se envolver com essa merda.
— Não pense assim. Assim é a vida. A vida é bagunçada, acho que o truque
é encontrar a beleza entre o caos. E se você tiver muita sorte, encontrará alguém para
encontrar isso com você.
Luke me beija e as borboletas flutuam no meu estômago. Estou tão
confortável ao seu redor, ao mesmo tempo em que ele me faz sentir tão nervosa e
apaixonada. Temos muito a trabalhar até chegar ao ponto de estarmos totalmente
bem, mas já não tenho medo. Nós chegaremos lá.
— Você quer jantar agora? — Pergunto a ele. — Eu posso cozinhar para você.
— Certo. O que você está fazendo? Não me importo de ajudar. Ou fazer
tudo. — Ele me dá o seu sorriso famoso. — Você trabalhou o dia todo, eu joguei
videogames e estudei.
Eu sei que ele perdeu alguns dias de trabalho no bar quando estava em
Chicago, mas o dono não parecia muito chateado e quer Luke de volta. O fato de
Luke ter trabalhado em tempo parcial como barman me deu reservas sobre namorar
com ele. Embora agora que eu sei que ele nunca pretendia ficar aqui, faz sentido. E é
bastante responsável. Ele veio aqui para escapar de seu sofrimento.
— Isso não é justo. Eu discuti com um agente durante mais de uma hora
hoje.
— Parece divertido. Você nunca me disse sobre as edições que Quinn falou
com você.
— Oh, certo. Ela vai auto publicar os livros e quer que eu edite para ela. Nós
já nos encontramos e examinamos tudo. É um horário bastante apertado, mas sei
que ela pode ajeitar isso.

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— Você vai editar mais livros além dos que já tem no trabalho?
Eu concordo.
— Eu poderia ganhar um dinheiro extra. Quero dizer, vou ter agora, mas eu
realmente quero levar as meninas para a Disney. Elas nunca foram e Paige fala sobre
isso o tempo todo. Grace quer ir no dia das Bruxas e ver tudo decorado. Aquela
garota gosta de coisas assustadoras, não tenho ideia de onde ela tira essas ideias.
Embora eu não pense que a Disney seja assustadora, certo? É a Disney. Tem que
parecer feliz.
— Meus pais moram em Orlando e disseram que outubro é um bom
momento para ir. Os parques não estão tão lotados quanto estão na temporada de
verão ou primavera.
— Essa é outra razão pela qual eu quero ir. As meninas se divertiriam tanto.
Espero poder levá-las algum dia.
— Tenho a sensação de que você vai. — Ele estala um beijo nos meus lábios.
— Agora... O jantar. Como posso ajudar você?

.

— Flynn Rider! — Paige diz quando entra pela porta. São sete e sete, e
Russell acabou de deixá-las. Paige corre para Luke e joga seus braços ao redor de seu
pescoço. — Você vai jogar o jogo das princesas comigo de novo?
— Claro. — Diz Luke.
— Agora! Agora! Agora!
— Paige. — Eu digo severamente. — Não seja exigente.
Ela dispara um olhar sério e suspira dramaticamente, fazendo com que Luke
ria.
— Tudo bem. Por favor, jogue princesas comigo?
— Em apenas um minuto. — Diz Luke. Eu vou até a porta da frente,
esperando que Russell venha à porta com Grace e as bolsas de escola das meninas.
Ela vê Luke assim que entra na casa e fica tão animada em vê-lo como Paige.
— Como está seu pai? — Pergunto.
— Está muito melhor. — Russell para e seus olhos estreitam quando vê as
meninas se jogarem sobre Luke.

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— Isso é ótimo!
— O que ele está fazendo aqui? — Russell resmunga.
— Ele é meu namorado. — Eu digo. Eu não lhe devo uma explicação.
— Eu pensei que tínhamos conversado sobre isso.
— Oh, certo. Você trouxe a permissão para que eu possa trazer meu
namorado para minha casa?
— Não é engraçado, Lexi. Ele está aqui com minhas filhas.
— Eu também estou aqui. E confio em Luke. Ele é um bom homem. Mas
novamente, tenho gosto terrível para homens. — Eu abro a porta. Eu não devo
alimentar a raiva de Russ. — Se isso te faz sentir melhor, entre e o conheça.
— Eu não quero perder meu tempo.
Eu suspiro.
— Então ele sempre vai ser um estranho e você sempre desconfiará quando
ele estiver aqui.
— Estar preocupado com as meninas não estarem seguras, mas o que você
saberia sobre isso?
— Bem. Não estou discutindo com você. Não posso ganhar, então por que
tentar?
— Não há nada para ganhar. Ele não deveria estar aqui. Não até que eu
esteja bem com isso.
Eu rolo meus olhos. Foi assim que foram os últimos meses do nosso
casamento. E eu realmente acho que Russ acredita que está certo. Quem está em
desacordo com ele é errado e estúpido. Por que eu casei com este idiota?
— Bem, ele está aqui e vai ficar. Se você quiser ir falar com ele e fazer
perguntas, seja meu convidado. Não há outra solução além dessa.
— Você é tão idiota. — Russell esbraveja.
— Ei. — diz Luke, depois de ter ouvido. Ele olha para Russ, vira novamente
para as meninas. — Vão buscar o jogo da princesa e estarei lá em um minuto. —
Luke atravessa o hall e fica ao meu lado.
— Você precisa se controlar. — Ele diz a Russ. — Você está divorciado, vocês
não gostam um do outro. Entendi. Mas, essas duas garotas estão assistindo e viram
você tratar sua mãe como uma merda. Espero que você se preocupe o suficiente com

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suas filhas para não querer que elas sejam tratadas da maneira que você trata Lexi.
Se elas crescerem vendo isso acharão que é normal.
— Que merda você sabe? — Russell sussurra.
— Eu sei que sua necessidade de colocar Lexi para baixo é maior do que sua
necessidade de querer bem as suas filhas.
— Vá se foder. E divirta-se com ela. Ela é uma grande roubada. — Russell
revira os olhos. — E lembre disso da próxima vez que você transar com ela. Eu a
fodi primeiro.
A porta fecha na cara de Russell. Eu olho para ela, não tendo certeza de como
eu deveria reagir agora.
— Você está bem? — Luke pergunta suavemente, as mãos pousando nos
meus ombros.
Pisco e percebo que meus olhos estão cheios de lágrimas. Mas, não foram as
palavras odiosas de Russ que me fazem chorar.
— Obrigada. — Eu me movo para os braços abertos de Luke e descanso
minha cabeça no oco de seu pescoço.
— Claro. Você quer que eu vá lá e lhe dê um soco?
Eu rio.
— Isso seria divertido. Mas não, está tudo bem. Ele é um maldito idiota, mas
ele me ensinou que, não importa quantas vezes ele me derrube, eu posso levantar.
— Você sabe o que? — Diz Luke. — Eu acho que ele precisa melhorar. As
garotas estão assistindo, mas também elas a observam. E você é um dos principais
modelos.

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CAPÍTULO 1 6

Luke
— Oi, mãe, as coisas ainda estão bem. — O tecido da cicatriz nas minhas
costas lateja dolorosamente. Limpo o suor da minha testa e diminuo o ritmo. Estou
correndo, tentando me manter ocupado. Eu não falo com minha mãe há algum
tempo, e sabia que se não atendesse quando ela ligasse, ela começaria a se
preocupar.
E então chamaria Cole para verificar.
— Como é essa mulher que você está vendo? Você ainda a está vendo, certo?
— Sim estou. O nome dela é Lexi. — Eu a lembro, embora eu não esteja
inteiramente certo de ter dito seu nome.
— Uau. — Mamãe solta e tenta retroceder. — Eu não pensei que você criaria
raízes em Nova York. Especialmente tão cedo. Você está feliz?
— Sim. Estou.
— Bom. Eu quero que você fique feliz, Luke. Depois de tudo o que você
passou, eu já disse que estou orgulhosa de você?
— Uma ou duas vezes, mas não a impedirei de dizer de novo.
— Eu sinto sua falta. E de seu irmão. Como vocês dois estão juntos, Ed e eu
estávamos pensando em fazer uma pequena viagem até aí.
— E isso não tem nada a ver comigo namorando a mesma mulher há mais de
um mês, não é?
— Claro que não. Mas, para que uma mulher mantenha sua atenção por
tanto tempo... Bem, ela tem que ser especial. Preciso ter certeza de que ela é boa o
suficiente para você.

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— Ela é. — Eu sorrio pensando em Lexi. Eu passei a noite com ela

novamente na noite passada, e levantei para fazer o café da manhã para ela e as
meninas. A manhã é um pouco caótica, para dizer o mínimo. Ser capaz de ajudar
Lexi vem naturalmente. É como se eu fosse estar em sua vida para fazer exatamente
isso.
— E você está se dando bem com o seu irmão, certo?
— Depende da sua definição de se dar bem. Ele está vivo, se isso conta.
— Não é engraçado, Luke. — Minha mãe me repreende. — Vocês dois
costumavam se dar bem. Não sei onde eu errei.
Estou chateado com Cole por fazer nossa mãe se sentir culpada. Ela desistiu
de tudo para melhorar nossa vida.
— Não é culpa sua, mãe. Algumas pessoas simplesmente nasceram do mal.
Você sabe, nos bons velhos tempos, eles jogavam aqueles bebês de penhascos para
apaziguar os deuses.
— Luke Michael, isso não é engraçado. Estou falando sério. Vocês dois são
adultos. Por que é tão difícil se darem bem?
— Eu tento. Ok, talvez eu possa tentar um pouco mais. Espere, quando você
vem aqui?
— Eu tenho um voo reservado para o fim de semana.
Porra.
— Este fim de semana?
— Sim. É um pouco em cima da hora, eu sei. O quarto de hóspedes na casa
dos seus avós está ainda disponível?
— Claro. Cole sabe?
— Eu conversei com ele esta manhã.
— Hummm eu fui o segundo?
— Realmente, Luke, seu sarcasmo não está me fazendo rir.
Eu solto uma respiração e lentamente diminuo para uma caminhada.
— Será bom ver você.
— Eu mal posso esperar! Quantos anos têm as filhas de Lexi? Elas gostam
das princesas da Disney?
— Três e seis. E sim. Elas amam.

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— Ohh, idades tão divertidas! — Ela exclama. — As meninas podem vir

neste fim de semana, certo?
— Sim, é o fim de semana com a mãe delas.
— Ótimo! Vou me divertir comprando coisas. Te amo Luke. Tchau!
— Tchau. — Eu desligo, balançando a cabeça. Lexi sugeriu convidar seus
amigos para o jantar, bebidas e algumas rodadas bêbadas de Cards Against
Humanity2 depois que suas filhas forem para a cama. É algo que normalmente um
casal faz, e estávamos ansiosos para isso. Sim, as coisas estão longe de ser perfeitas
entre nós e tenho muito a descobrir, mas estarmos juntos deixa tudo melhor. Nós
queríamos um fim de semana onde não precisássemos pensar em merdas.
Paro para tomar uma bebida, verifico a hora e ligo para Lexi. Ela deveria
estar na hora do almoço em breve e adoraria ouvir as novidades. Não tenho ideia de
como Cole, Lexi e eu vamos nos sentar ao redor da mesa de jantar juntos e não
transformarmos isso na terceira guerra mundial.

.

— Merda! Merda, Merda, Merda!

— Tudo bem? — Pergunto. Lexi está se preparando para deixar o trabalho e
me ligou para ter mais detalhes sobre o jantar estranho que teremos que comparecer
neste fim de semana. Ela foi interrompida no almoço devido a uma "emergência de
protuberância entre pernas" que envolveu uma capa de livro mal tirada com fotos
que foi enviada aos revisores sem aprovação. Estava no meio de alertá-la sobre
minha mãe excessivamente carinhosa quando ela começou a xingar.
— Sim. Bem não. Acabei de ver o lembrete do e-mail, que foi enviado há dois
dias, sobre o sorvete de Grace na escola. É hoje à noite, e eu esqueci completamente.
Sou uma mãe horrível.
— Você está longe disso. Você está ocupada. Que horas vai ser?
— Seis. Eu tenho que correr para estar a tempo. Sério, quem planeja essas
coisas as seis? A hora da refeição. E é terça-feira. Muitos de nós estamos contando
com tacos. Graças a Deus, eu não fui voluntária.
Eu rio.

2 Ele é um jogo para festas de perguntas e respostas. O grande diferencial do jogo é que as
perguntas e respostas são de humor negro. Ele combina perguntas com respostas bizarras.

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— Vou levar o jantar.

— Você não precisa Luke.
— Eu quero.
— Você tem certeza?
— Não, eu ofereci sabendo que você se recusaria.
Ela ri.
— Isso é totalmente possível comigo. Se você vai trazer o jantar... Você quer
nos acompanhar até a escola?
— E ser apresentado às mães do futebol? Claro que sim.
— Traga roupas para amanhã. Eu quero que fique à noite.
Eu sorrio.
— Bom, porque planejei isso de qualquer maneira, e poderia ter sido
realmente estranho. Vou sair agora e irei encontrá-la em sua casa. Qual é o bom
lugar mexicano no Brooklyn?
— Vou enviar o endereço do nosso lugar favorito. Eu amo você por fazer
isso.
— Eu sei. E eu também te amo. — Eu desligo, me troco e saio. Estou quase no
Brooklyn quando meu telefone toca. Eu mudei o toque de Lexi, então sei quando ela
está ligando. Não é ela, e não tenho que procurar adivinhar quem está me
chamando.
Ignoro a ligação de Caroline. Não estou negociando de novo... E não quero
falar com ela. As coisas estão boas com Lexi, quero esquecer os problemas e
desfrutar estar apaixonado. Minha mente passa por tudo o que Caroline poderia me
dizer, das boas notícias para a pior das piores. A boa notícia não vai vir, e o pior
pode ser tantas malditas coisas.
A chamada termina, e ela não deixa uma mensagem de voz. E não me envia
um texto.
Eu solto uma respiração e massageio meu peito, tentando me livrar do nó
apertado que se formou no segundo em que o telefone tocou. A raiva surge através
de mim. Eu quero ser deixado em paz. Eu quero seguir em frente e fazer uma vida
aqui, com Lexi.
É preciso um grande esforço para me concentrar apenas em manter os quatro
pneus na estrada. Chego ao restaurante e saio, respirando profundamente no

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segundo em que eu estou fora do carro. Esfrego minha testa e fecho meus olhos,
tentando afastar todos os pensamentos. Entro, faço o pedido e volto para o carro
sem me deixar ir mentalmente.
Então chego à casa de Lexi e a vejo lá com as meninas, e tudo mais
desaparece. Lexi tem Pluto em uma coleira e ambas as meninas estão de bicicletas.
Grace está bem, mas Paige está chorando e não se move. Lexi luta para segurar o cão
e empurrar Paige para frente, enquanto grita para Grace diminuir a velocidade e
esperá-las.
Descubra a beleza entre o caos.
Se não é isso, então não sei o que é.
— Oi, Flynn Rider! — Grace chama, andando de bicicleta. Eu observo do
outro lado da rua, ela está preocupada em chegar em primeiro lugar. Lexi balança a
cabeça para Paige, que ainda está chorando.
— Ei, Grace. Parece que sua irmã está tendo um pouco de problema por lá.
— Ela é chorona. — Grace revira os olhos. — Ela quer andar com uma
bicicleta grande, mas ela nem pode andar com esta. Eu disse a ela que ainda é um
bebê e só faz chorar.
— Você sabia que eu tenho um irmão mais velho? — Eu começo. — Eu era o
bebê, como Paige. E foi o trabalho de meu grande irmão ser legal e me ensinar as
coisas. Como é seu trabalho ajudar Paige.
— Oh. — Diz Grace, pensando no que acabei de dizer. — Talvez eu devesse
mostrar a ela como andar de bicicleta.
— Sim. Ou, pelo menos, não a chame de bebê.
Ela suspira.
— OK. Minha mãe me diz para não dizer isso também. Ela diz que não é
bom.
— Sua mãe está certa.
Ela aponta a cabeça para ver o capacete da My Little Pony.
— Você gosta da minha mãe?
— Eu gosto.
— Eu acho que ela gosta de você.
Eu rio.

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— Espero que sim. Está com fome? Eu consegui tacos daquele lugar na
estrada. Sua mãe me contou o que você gosta.
— Um pouco. Você vai ficar e ir tomar sorvete com a gente?
— Eu vou.
Grace sorri e neste momento, Lexi desistiu e está empurrando a pequena
bicicleta rosa pela calçada. Paige está chorando sobre as rodinhas não estarem
funcionando e Pluto está puxando como louco para chegar até mim.
— Ignore. — Diz Lexi quando chego. — Ela pode andar de bicicleta. Estou
tentando não prestar atenção ao comportamento negativo. — Eu pego a coleira de
seu pulso e seguro o cachorro.
— Posso beijar você?
Lexi morde o lábio e olha para as meninas.
— Eu não sei. Eu quero e acho que Grace está começando a juntar dois e
dois. Você está lá quando ela acorda depois de tudo.
— Estou 100% dentro, se isso ajudar. Essa relação é tudo para mim.
Os lábios de Lexi se curvam em um sorriso.
— Então, cala a boca e me beije. — Ela ainda está sorrindo enquanto inclino
para um selinho rápido nos lábios.
— Eu gosto do seu capacete. — Eu digo a Paige. Ela ainda está chorando
sobre suas pernas não serem o suficiente para alcançar os pedais em sua bicicleta, e
imediatamente para quando ela vê que eu tenho comida.
— Ela é tão dramática. — Diz Lexi e balança a cabeça. Ela ajuda Paige até a
entrada e entra na casa. É um caos louco novamente quando Lexi leva as meninas
para lavar as mãos antes de sentarem-se à mesa.
— Como foi o dia de todos? — Pergunta Lexi.
— Tudo bem. — Grace diz, soando como uma jovem mal-humorada.
— Eu plantei sementes! — Paige exclama. — E vai crescer se transformar em
uma flor!
— Oh, ai, isso é legal, baby! — Lexi corta um taco pela metade para Paige e
desliza o prato na frente dela. — Você lembra de qual tipo de flor é?
— Eu acho que um girassol. Uma vez que tiver folhas eu posso levá-la para
casa. Posso colocá-la no meu quarto? Eu vou falar com ela todos os dias.

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— Você é um bebê. As plantas precisam de água. — Grace resmunga e Lexi a

ignora como profissional, perguntando a Paige outra questão sobre as flores. Ela me
disse que Grace quer chamar a atenção, pelo menos agora, chamando Paige de bebê.
Ela está passando por um estágio difícil onde está ficando com ciúmes de Paige.
Nós terminamos o jantar e ajudo Lexi a limpar a cozinha enquanto as
meninas brincam um pouco. Então é hora de ir, e todos entram no carro de Lexi, já
que o assento de carro das meninas e as cadeirinhas estão lá.
— Desculpe, é uma bagunça. — Diz Lexi, movendo uma pilha de papéis do
assento do passageiro para mim. — Eu tenho tentado limpar isso por dois anos.
— É engraçado como as mulheres mantêm suas casas limpas, mas seus
carros são sempre bagunçados. E é o oposto para gente.
— Eu nunca pensei nisso, mas você está certo. Embora minha casa também
esteja bagunçada.
— Não, não é nada ruim.
Ela se vira, levanta a sobrancelha.
— Você não precisa mentir.
— Tudo bem, está um pouco desorganizada, mas não está suja nem nada.
— Obrigada. — Estamos a caminho da escola. Eu saio, e olho para o edifício
de tijolos e fico tocado com uma memória. Estive em escolas antes para ensinar
segurança contrafogo e primeiros socorros. Ensinei uma classe apenas algumas
semanas antes do acidente, e todos os caras na estação achavam que era hilário que a
classe fosse composta quase inteiramente por mulheres.
— Você vai me levar no estacionamento? — Perguntou Paige, levantando os
braços para mim.
— Eu não sei... Você parece muito pesada. — Eu digo e Paige ri. Eu a pego e
ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço. — Então, qual é o objetivo dessa
coisa? — Eu pergunto a Lexi.
— Eu acho que arrecadar dinheiro para a escola. E ser social. Estou bem com
a parte do aumento de dinheiro, mas não tanto no ser social. As mães podem ser tão
críticas. Especialmente mães solteiras. — Ela murmura.
Eu alcanço sua mão.
— Você é solteira nada.

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— Eu amo você. — Ela sussurra e tudo se sente bem no mundo. Estou

tentado fechar os olhos para o passado e fingir que ele nunca aconteceu. Porque
estou feliz com Lexi. Avançar e estar juntos parece certo. Eu não quero fodê-lo indo
para trás.
Cruzamos o estacionamento e entramos na escola. Abaixo Paige e ela corre
ao meu redor para pegar a mão de Lexi. Grace nos leva para a cafeteria e fica
excitada quando vê seus amigos. Eu pago nossa taxa de entrada e mantenho a mão
de Lexi. Grace vai atrás de uma das mesas para ajudar a servir sorvete. Nós
preenchemos nossas tigelas, e acho que Paige acaba com mais coberturas do que
com sorvete real e sentamos na parte de trás da cafeteria.
— Papai está aqui! — Paige exclama, olhando para o outro lado da sala.
— Ótimo. — Murmura Lexi ironicamente. — Quero dizer, que bom!
— Posso ver o papai?
— Claro querida. Deixe-me limpar sua boca primeiro. — Ela limpa o rosto de
Paige, então se senta e suspira. — Eu gostaria que ele pudesse ser sociável, sabe?
Coloco minha mão na coxa dela.
— Talvez algum dia.
— Sim. Algum dia. Eu meio que quero mais sorvete.
— Eu também. Quer que eu pegue para você, então nenhuma dessas mães
julgadoras irão vê-la e julgar?
Lexi suspira.
— Sério Luke. Se você for mais perfeito, vou começar a pensar que você é um
perseguidor de novo.
— De novo? Quando você pensou que eu era um serial killer? — Eu rio.
— A primeira vez que nos conhecemos. Pensava que você estava me levando
para casa para me matar.
— Oh, certo. Nós conversamos sobre como eu mataria você. E você arriscou
tudo de qualquer jeito.
— O que posso dizer? Eu fiquei caidinha por esse rosto bonito. — Ela sorri,
os olhos iluminam. Agarro as tigelas vazias para jogar e volto para o balcão para me
servir, ficando na fila atrás de uma jovem com um vestido azul apertado. Ela se vira
e rapidamente olha para mim, dá um passo e volta novamente.

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— Eu sou um fã do Sox. — Ela diz com um sorriso, vendo o logotipo de

Chicago Cubs na minha camisa.
Eu rio.
— Me desculpe por isso.
— Ei, agora. Não estão tão ruins este ano.
— Você tem uma definição engraçada de ruim. Você é de Chicago?
— Não. Eu simplesmente gosto das cores dos Sox. E agora eles têm jogadores
quentes.
— E você tem uma maneira interessante de escolher uma equipe favorita.
Ela ri e me olha para cima e para baixo.
— Eu sou uma pessoa visual. Então... Você tem um filho aqui?
— Mais ou menos. Ela é a garota da minha namorada.
— Eu deveria saber que você foi fisgado. Todos os bons são. — Ela sorri,
agarra uma tigela de sorvete e se afasta. Grace vem quando me vê e coloca cerejas
extras na tigela de sorvete para sua mãe. A maneira como as meninas amam sua
mãe mostra o bom trabalho que Lexi está fazendo, mesmo que ela nem sempre veja.
Minha própria mãe estava sempre ocupada, trabalhava muito e quando estava em
nossa casa, costumava estar cansada demais para fazer algo além de sentar no sofá e
assistir TV. Mas ela nos amava. Apoiou-nos. Cuidou de nós. E foi mais do que
suficiente.
Coloco o sorvete de Lexi sobre a mesa e sento ao lado dela.
— Eu tenho que dizer uma coisa. — digo sério. Lexi se vira, com olhos
arregalados. — Não fique com ciúmes. Não podemos ter uma briga com todas essas
testemunhas inocentes.
As sobrancelhas dela levantam.
— Eu vou me controlar.
— Bom. Eu confio em você. Acabei de ser cantado.
Ela suspira e balança a cabeça.
— Eu não posso te levar para lugar algum
— Eu sei. Todo mundo quer um pedaço da minha carne.
Lexi ri e descansa a mão na minha coxa.
— Quem se jogou em você?

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Olho através do mar das pessoas que estão trabalhando, tentando localizar a
mulher.
— Eu não a vejo agora, mas ela parecia ser o tipo de garota que pensaria que
o cervo que atravessa os sinais no lado da estrada está dizendo ao cervo onde
cruzar.
Lexi ri novamente e vejo a mulher loira.
— Aquela no vestido azul.
— Você tem certeza de que foi aquela ali?
— Positivo. Ela me quer totalmente. Não se preocupe, eu disse a ela que
estava fisgado. Nem sei o nome dela.
— O nome dela é Maggie. Ela é legal, mas você poderia lhe vender uma
propriedade frente ao oceano no Arizona.
— Você a conhece?
— Conheço. Ela é a namorada de Russell.

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CAPÍTULO 1 7

Alexis
Eu vou morrer, vai ser uma morte devagar e lenta. Puxo os cobertores até
meus ombros, com medo de olhar pelo corredor. Pluto está profundamente
adormecido no quarto de Grace com a porta aberta, mas isso não significa que eu
não ouvi isso. Não tenho armas, nada para me defender ou as minhas filhas. Se eu
conseguir reunir a bravura para olhar de baixo do meu edredom, vou pegar meu
telefone e comprar a primeira arma que puder da Amazon.
Mantenho a respiração, ouvindo os passos que sei que acabei de ouvir.
Então, meu telefone toca um sinal de texto e me assusto. Eu arrisco a vida e os
membros, afastando meu braço do cobertor.
Luke: Saindo do trabalho e queria te dizer que te amo.
Eu sorrio e ligo em vez de enviar mensagens de texto. Ele responde
imediatamente.
— Por favor, me diga que não está trabalhando. — Ele diz assim que atende.
São duas e meia da manhã, então há uma boa possibilidade de ler as edições.
— Não. Na verdade, dormi à meia-noite.
— Merda, eu acordei você?
— Não. Estou com muito medo de dormir.
— Por quê? Está tudo bem?
— Eu li um livro assustador. — Confesso. Passei o dia no telefone com
Emma Stark. Ela é maravilhosa, e adoro ouvir seu sotaque britânico quando fala.
Mas maldita seja, sua mente é torcida e seu coração escuro. Ninguém está seguro em
sua série, e seus demônios são assustadores. Muito assustadores. Eu comecei a

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editar uma série paranormal para preparar o resto do conjunto da série, e agora não
consigo dormir. — É culpa sua, você sabe.
— Como é culpa minha ler um livro assustador?
— Quando acabei de voltar de Chicago e pensei que tínhamos terminado. Eu
não queria editar meus romances normais, então concordei em assumir uma série de
terror paranormal.
— Eu não sei se deveria rir ou me sentir mal.
— Você deve se sentir mal. Terrível. Porque estou com muito medo.
— Os livros devem ser bons então.
— Oh, eles são. — Eu falo, e um pouco do medo desaparece apenas de falar
com Luke. — Mas você sabe com que facilidade eu fico com medo.
— Você quer que eu vá aí?
Eu hesito porque quero, mas me sinto mal em aceitar. Luke ficou a noite aqui
na terça-feira após o sorvete, foi para casa quarta-feira de manhã e então teve que
trabalhar.
— Sim, mas é tarde e sei que está cansado.
— Você ficará ainda mais cansada se não dormir. Eu já estou a caminho.
Estarei aí em breve. Não desbloqueie a porta; ligo quando estiver chegando.
— Ok. — Eu digo com um sorriso e desligo. Eu saio da cama, uso o banheiro
e limpo o rímel manchado. Estava com muita preguiça para removê-lo de meus
olhos mais cedo. Sento no sofá da sala de estar, telefone na mão e espero Luke
chegar aqui.
— Ei. — Ele diz, me puxando para dentro de seus braços. Pluto balança a
cauda e presta atenção. Fico de pé para beijar Luke. O fraco aroma de álcool se
apega à sua pele do bar. Ele está vestindo jeans escuros e uma camiseta preta, e seu
cabelo bagunçado combina tão bem com ele. Ele não se barbeou faz alguns dias. A
barba rala sobre o maxilar forte é sexy.
— Obrigada por vir.
— Você pode me agradecer no quarto.
Eu sorrio e pego sua mão, subindo as escadas. Luke toma um banho rápido e
escova os dentes. Eu me acostumei na cama, à vontade agora que ele está aqui.
Estou quase dormindo quando ele se deita na cama ao meu lado, o cabelo úmido e a
pele quente e cheirando a sabonete.

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— Ainda acordada? — Ele sussurra, envolvendo seu corpo ao redor do meu.

— Sim. — Coloco minha mão sobre ele e relaxo. Estou dormindo apenas
alguns minutos depois e não acordo até o alarme tocar na manhã seguinte.
Luke ainda está profundamente adormecido. Escorrego de seus braços para
dentro do chuveiro. Com o meu cabelo molhado enrolado em uma toalha, vou para
minha pilha de roupa limpa que eu pretendia guardar nove dias atrás,
resmungando sobre tudo o que estava arruinado. Eu coloco maquiagem, tranço
meus cabelos e depois percebo que estou correndo contra o tempo para ter as
meninas, vestidas e alimentadas antes de termos que sair.
— Dia. — diz Luke se espreguiçando. — Precisa de ajuda?
Meu coração amolece.
— Não, está tudo bem. Volte a dormir.
— Eu tenho que levantar de qualquer maneira.
— Você não precisa. — Digo devagar. — Você pode ficar aqui se quiser.
Fique aqui e volte a dormir.
— Isso parece ser tentador. — Luke fecha os olhos. — Mas eu ainda posso
ajudá-la não... Com tudo o que você faz na parte da manhã. Tudo aconteceu tão
rápido na última vez que eu realmente não lembro de tudo.
Eu rio e abro minha caixa de joias pegando um par de brincos.
— As manhãs não são divertidas por aqui. Graças a Deus, a escola acaba em
breve. Embora eu ainda tenha que acorda-las quando for para o trabalho. Minha
mãe vem ao menos alguns dias. Ela ensina as artes da linguagem da escola
secundária.
— Isso é bom. — Luke sai da cama e dou um segundo para admirar suas
tatuagens e músculos. Ele caminha ao redor da cama para me abraçar e depois se
veste. Ele vai para o andar de baixo para deixar Pluto sair e começa a fazer o café da
manhã enquanto eu arrumo as garotas e as visto.
Tê-lo aqui pela manhã para compartilhar a responsabilidade é uma ajuda
maior do que eu já imaginei. Nos encaixamos em um ritmo perfeito. É quase como
se fossemos uma família. Provavelmente é cedo demais para nos unir e morarmos
juntos, mas eu quero.
Embora Luke e eu estejamos longe de ser perfeitos. Estamos ignorando um
grande problema, e isso vai vir mais cedo ou mais tarde. Eu acho que nós dois
sabemos disso.

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.

— Luke passou a noite novamente. — Eu digo a Jillian. — E não fizemos

sexo.
— Ohh. — Ela diz, franzindo os lábios vermelhos. Seu cabelo está arrumado,
a maquiagem impecável, e não há uma ruga ou pelo em sua roupa. Há uma boa
chance de ela ser um holograma. — Essa é uma noite importante. Marca a primeira
de muitas por vir. Como ele apareceu? Você o rejeitou? Ele é um homem muito
adequado e os homens fisicamente aptos têm muita resistência.
— Ele veio após o trabalho. Estávamos cansados e adormecemos.
— Ocorreu naturalmente?
— Sim e também me senti natural. Embora eu realmente goste de ter relações
sexuais com ele. Mas, estar aconchegada ao lado dele é tão relaxante. Eu durmo tão
bem quando ele está lá.
— Isso significa que a faísca está desaparecendo ou isso está ficando sério e
nivelando.
— Eu acho que estamos nivelando. Eu vou conhecer seus pais amanhã.
Jillian quase cospe em seu café. Ela coloca sua caneca na mesa e olha para
mim, com os olhos arregalados.
— Por quê?
— Eles estão vindo para visita-los. Era uma coisa espontânea do momento,
eu acho. E como Cole e Luke estão sob o mesmo teto, eles acharam que seria uma
boa ideia vê-los. Estamos jantando amanhã à noite. Eu, Luke e Cole, todos juntos.
— Eu adoraria ser uma mosca na parede. Ah! Transmita ao vivo para mim!
— Como eu faria isso?
Jillian encolhe os ombros.
— Apenas mantenha seu telefone ligado. Realmente não seria tão anormal.
Eu olho para ela.
— Tudo bem, apenas me dê uma recapitulação mais tarde. Vocês precisam
de um tempo a sós com os pais dele.

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— As meninas também estão vindo. Luke disse que sua mãe comprou coisas
da Disney.
— Uau. As coisas estão sérias então. Você está nervosa?
Eu balanço minha cabeça.
— Não em conhecer seus pais. Eu sei que é um grande passo, mas não é
como se ele marcasse isso porque vamos começar a planejar o casamento. Sua mãe
quer visitar seus filhos e estamos todos jantando. É como uma coisa normal de casal.
Jillian me olha por alguns segundos e depois sorri.
— Olhe para você! Você está fazendo isso! Realmente fazendo isso. Você tem
um namorado e as coisas são sérias. Não muito tempo atrás, você jurou que este dia
nunca chegaria.
— Eu não pensei que chegaria. — Eu forço um sorriso. Eu tenho um
namorado sério, certo? Deus, eu odeio que duvide de Luke. Ele não lidou com nada
desde que voltou. Ele está fazendo exatamente o mesmo que ele fez antes, e isso não
funcionou na primeira vez.
Jillian sorri e está prestes a dizer algo quando Cole anda por seu escritório.
Ele faz uma pausa na porta.
— Bom dia, senhoras. Fairchild ainda está dando problemas, certo? — Ele
pergunta a Jillian.
— Oh, meu Deus, sim. Eu finalmente consegui os capítulos e eles são
horríveis. Incrivelmente curtos também. Não sei o que está acontecendo. Levar um
escritor de terror a fazer isso em massa o suficiente para publicar.
— Merda. — Murmura Cole. — Seu último livro também não fez o sucesso
que esperávamos. Eu vou ter que examinar os números e ver se podemos alocar isso
no orçamento. Quão ruim é?
— Ele escreveu o nome de seu personagem principal errado no capítulo três.
Enviei um e-mail para o agente dela e ela disse que estava tendo problemas com
também, mas insinuou que ela estava passando por algo pessoal.
Cole balançou a cabeça.
— Ligue para ela hoje, veja se consigo obter alguma coisa.
— Obrigada. Estou ansiosa sobre isso. Está esmagando minha agenda.
— Nós entenderemos. — Cole vira os olhos para mim. — Como está o livro
Stark?

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Eu tremo com o pensamento.

— Tão bom que me manteve a noite toda com medo de que seus
personagens passassem pelas linhas da página e me matassem no sono. — Eu digo,
e Cole e Jillian riem. — É sério! Eu tive que chamar Lu..., uh, pedi às garotas que
dormissem no mesmo quarto comigo.
— Você é uma salva-vidas por fazer isso.
— Você pode pagar minha terapia mais tarde. — Eu brinco. — Estou indo no
topo todo o tempo que estou trabalhando neles, então, se eu começar a aparecer
para trabalhar com uma sólida adaga de ferro e frascos de sal, você é culpado.
— Eu tenho algumas anotações sobre a série para você. Nós provavelmente
devemos examiná-las. Vá ao meu escritório quando tiver um tempo.
— Ok. — Posso agir como se as coisas estivessem bem, mas Cole deixa um
gosto azedo na minha boca. Ele é vingativo e não confio nele. Mas, eles dizem para
manter seus amigos próximos e seus inimigos mais perto ainda, certo?
Jillian e eu conversamos um pouco mais, falando sobre o drama em curso
que enche o mundo dos livros. Decidindo tirar isso do caminho, entro no escritório
de Cole para pegar as notas. Ele está digitando e afasta o computador por apenas
um segundo.
— Entre. — Diz ele e volta a digitar. Eu demoro a entrar, não querendo
entrar mais. A última vez que estive aqui Cole abriu seu coração. Eu me senti mal
por ele, e foi estranho. Estou apaixonada por alguém que ele odeia.
— Desculpe por isso. — Diz ele. — Eu tive que enviar um e-mail aos caras da
produção imediatamente sobre um erro encontrado em um livro que deve ser
impresso hoje.
— O tempo é essencial.
— Exatamente. — Ele se levanta e agarra uma enorme pilha de papéis da
impressora. — Estas são as notas do editor anterior. Ele categorizou todos os níveis
de demônios e caçadores e fez árvores genealógicas. Gostaria de enviar isso por e-
mail para você, mas o arquivo foi supostamente perdido. — Cole balança a cabeça.
— Mas isso deve ajudá-la a acelerar.
— Obrigada. — Digo e olho para a longa lista de demônios.
— Você gosta de Harry Potter, certo?
— Quem não gosta?
Cole ri.

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— Então, como isso te assusta?

— É o que está escrito e descrito. Isto é definido no mundo real, em tempo
real. Os demônios não são fantásticos. Eles estão enraizados na natureza humana e
os humanos podem ser bastante implacáveis. Isso me assusta. E não há muita
esperança ao longo da série. Emma me assegurou que terminará com um ‘felizes
para sempre’, mesmo que ela queira matar o interesse romântico no último livro.
Mas, eu tenho tempo para trabalhar com ela sobre isso.
— Faz sentido. E boa sorte com isso. Ela não matou o personagem principal
em sua série anterior?
— Sim, e o fantasma terminou a batalha, depois foi para o outro mundo. Tão
épico e atinge você tão forte. Mas, você sabe que sou fã de um final feliz.
— Eu sei. — Cole olha para baixo, olhos castanhos escurecendo. — O que me
faz ser obrigado a dizer isso, porque tenho certeza de que ele está falando com você.
Luke se foi novamente.
— Uh... O que você quer dizer?
— Ele disse que ia trabalhar ontem, mas não voltou para casa.
— Oh. — Eu mordo meu lábio e olho para as notas. Porcaria.
— É bom que você esteja preparada. Realmente, Lexi. Meu irmão não é o tipo
de cara com quem você quer se envolver.
— Bem, talvez... Eu queira me envolver com ele.
— Eu conheço você. Inferno, conheço você já faz algum tempo agora. Nós
não somos melhores amigos nem nada, mas me dê algum crédito. Você quer algo
sério, tenho certeza, e você não vai conseguir isso de Luke. Ele é muito instável. Ele
sai de Nova York para voltar a Chicago. O que é realmente uma merda, porque
minha mãe e meu padrasto estão chegando amanhã. Esse é o tipo de pessoa que ele
é. Eles estão voando todo o caminho da Flórida para nos ver e ele se vai.
— Ele não se foi.
— Você não sabe disso.
Eu solto um suspiro.
— Eu sei, porque ele está em minha casa.
Cole apenas olha para mim.
— Eu tentei ajudá-la. Tentei avisá-la. Eu não precisava. Você trabalha para
mim, mas isso não significa que tenho que segurar sua mão e tentar impedir que

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você se machuque. Mas eu fiz e foi tudo por nada. Eu terminei. — Ele solta uma
respiração e se afasta de mim. — Divirta-se enquanto dura, e não venha me chatear
quando ele quebrar seu coração.
Isso foi fundo, sinto um aperto no peito. Uma troca aquecida de palavras
com Cole me incomoda. E ter acontecido no trabalho me faz sentir doente. Neste
momento, ele é meu chefe.
Meu chefe está gritando comigo.
Não sobre o trabalho, mas a minha mente está tendo dificuldade em
diferenciar entre os dois. As pessoas podem ver, as pessoas podem ouvir se eles
passarem. Eu engulo o nódulo na garganta.
— Vejo você no jantar amanhã. — Digo me apressando para o meu próprio
escritório. O que aconteceu entre esses dois? Toma tudo o que você ama longe de você.
Luke foi o motivo pelo qual a noiva de Cole terminou com ele?
Ele não podia ser. Luke não é esse tipo de cara. Ele não separaria as pessoas,
e muito menos o próprio irmão dele. Porque se ele fez, então ele não é a pessoa que
eu pensava que ele era. E nenhuma quantidade de conversa pode mudar isso. Não
posso estar com alguém que teve um caso com a noiva de seu irmão.
Pisco e fecho meus olhos, tentando limpar minha mente. Luke diz que não
sabe por que Cole o odeia, e tenho que acreditar nisso. Se quiser seguir em frente
neste relacionamento, tenho que confiar em Luke.
Um relacionamento sem confiança desmoronará com o tempo. Assim como
meu casamento. Meu coração não pode aceitar e não há como preservar as garotas.
Luke disse isso a Russ no outro dia. Nós somos o exemplo delas. Nossas escolhas
nos definem, e as escolhas levam a ações. Essas ações são vistas por minhas
pequenas meninas.
Se o homem que espero se tornar seu padrasto enganou com a noiva de seu
irmão... Não. Esse não é Luke. Ele disse que não era o tipo de longo prazo antes de
me encontrar, mas sei que ele também não é o tipo de traidor.
Um arrepio vem sobre mim e de repente estou sentindo que não conheço
Luke.

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CAPÍTULO 1 8

Luke
— Ei, querida, — eu digo, abrindo a porta da nossa casa de Manhattan para
Lexi. Grace está na frente dela, e Paige está em seus braços, com a cabeça apoiada no
ombro dela, dormindo.
— Olá, Flynn Rider. — Grace ri.
— Seu nome é Luke. — Lexi lembra Grace com um sorriso.
— Flynn Rider está bem. — eu digo. — Ele é muito legal. Não esqueça que
assistimos Enrolados.
— Flynn é divertido, mãe. — Grace olha para mim. — Você deveria se
fantasiar comigo. Eu serei Rapunzel e você será Flynn.
— Isso parece divertido. — Eu deslizo suavemente Paige para meus ombros
para que ela fique mais confortável e faço um movimento para Lexi para atravessar
a casa.
— Uau, este lugar é grande! — Grace diz timidamente. Ela fica perto de Lexi
enquanto olha curiosamente pela casa. É interessante ver as diferenças entre as
meninas de Lexi. Paige fala com todos e Grace é tímida. Embora ambas pareçam
com Lexi.
Ela fez filhos agradáveis. Espero que ela queira fazer outro algum dia. Espere
um minuto. Eu realmente pensei isso?
Porra. Eu pensei.
E espero que ela queira outro.
Algum dia.
A partir de agora.

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Mas comigo.
Olho para Lexi e sorrio.
— O quê? — Ela me pergunta. — Você está me dando um olhar estranho. Eu
tenho algo no meu rosto? Meu olho começou a coçar no caminho e tentei não
esfregar minha maquiagem. Não quero estar ruim na primeira vez que conheço a
sua...
Inclino e a beijo.
— Você está linda.
— Obrigada.
Atravessamos o hall e entramos na sala principal. Minha mãe está na
cozinha, dando os toques finais no jantar e impacientemente esperando eufórica
para encontrar Lexi. Eu tive que dizer a ela duas vezes para deixar Lexi e as meninas
atravessarem a porta antes de bombardeá-las.
O meu acidente realmente enlouqueceu minha mãe, compreensivelmente, é
claro, então tento não deixar seu excesso de excitação me irritar. Ela só quer que eu
seja feliz. No momento em que entramos na cozinha, ela bate os olhos em Lexi.
— Oi! Você deve ser Lexi! Eu sou Martha e... Meu Deus olhe isso! — Ela
coloca a mão no peito, sorrindo ao ver Paige dormindo em meus braços. — Ed, Cole,
venham aqui e vejam isso!
— Você vai acordá-la. — Digo calmamente.
— Oh, está tudo bem. — Diz Lexi. — Eu não quero que ela durma muito
mais de qualquer maneira ou ela não dormirá esta noite. E é um prazer conhecê-la.
Esta é Grace, e a dorminhoca ali é Paige.
— Lindos nomes! E que meninas bonitas. — Minha mãe se move ao redor do
balcão e abraça Lexi. Pelo menos eu a avisei que minha mãe era uma pessoa que
gostava de abraçar. — É tão bom finalmente conhecê-la. Luke me contou sobre você.
Ele nunca me falou sobre nenhuma mulher antes. Você deve tê-lo impressionado.
— Ele também me cativou. A todos nós, na verdade. As meninas o adoram
tanto quanto eu.
Eu olho para cima, a tempo de ver Cole parado. Lexi não disse com todas
palavras, mas ela simplesmente disse a todos que ela me ama.
— Ei, pai. — Eu digo ao meu padrasto. Eu era jovem o suficiente quando
minha mãe voltou a casar então chamá-lo de "pai" veio naturalmente. Quando

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criança, eu queria um pai novamente, apenas não o idiota que me deu metade do
meu DNA. Isso também irritou Cole, o que me fez querer fazer ainda mais.
— Isso não é bonito? — Mamãe pergunta a Ed. — Eu sempre disse que ele
ficaria bem com um bebê em seus braços.
— Você vai deixar Lexi constrangida, mãe. — Eu balanço minha cabeça.
— Oh pare. Tenho certeza de que ela concorda.
Lexi assente.
— Sim. E Paige fica pesada rapidamente. Estou feliz que você a carregue e
não eu.
Meus pais riem e Ed se move, se apresentando a Lexi e Grace.
— Lexi conheceu Cole? — Ele pergunta, sendo o anfitrião educado mesmo
que esta não seja sua casa.
— Sim. — Lexi responde, olhando para mim. — Eu, uh, eu, eu trabalho na
Black Ink. Eu sou editora.
— Oh, que mundo pequeno! Cole apresentou vocês dois?
— Não. — diz Cole, me olhando diretamente nos olhos. — Eles se
conheceram no bar em que Luke, “trabalha” e começaram seu relacionamento com
um passeio de uma noite só aqui. No balcão da ilha.
Ed olha para o balcão, olha os biscoitos que minha mãe colocou ali. Meus
músculos se contraem, e se Paige não estivesse em meus braços, Cole ficaria
novamente no chão. E desta vez eu não pararia de bater nele até estar satisfeito.
Ninguém diz nada, e então Grace olha para Lexi.
— O que é passeio de uma noite?
O rosto de Lexi está vermelho brilhante, mas o rubor de suas bochechas
denuncia seu desconforto. Ela lentamente sacode a cabeça, abre a boca, mas nada
sai. Parece que ela pode chorar. Quero dar Paige para Lexi e esmurrar Cole. A única
coisa que me impede é não querer que as meninas me vejam em uma briga. Eu não
quero que elas tenham medo de mim. Nunca.
— Eles tiveram um encontro em uma noite. — Minha mãe diz. — Em um
restaurante. E decidiram que gostavam um do outro e queriam se ver novamente.
— Oh, tudo bem. — Grace se volta para Lexi. Ela pode ver que estamos
desconfortáveis e que pensamos que tem algo a ver com a pergunta dela.
Eu viro para Cole, encostando Paige no meu peito.

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— Que há de errado com você?

Ed pisca e dá um passo para longe.
— Vamos conversar no escritório. — Ele diz para Cole e coloca o braço em
suas costas, levando-o para fora da sala.
— Desculpe Lexi. — Digo a ela.
Mamãe suspira.
— Não me importo como vocês dois se conheceram. Estou feliz por você
estar feliz.
O maxilar de Lexi está apertado e acho que se houvesse um buraco para ela
rastejar e desaparecer, ela iria pular nele. Seu peito rapidamente levanta e cai, ela
segura firmemente a mão de Grace.
— Eu conheço as princesas. — Diz mamãe, agachada no nível de Grace.
— Eu sei. — Diz Grace com timidez.
— Eu só conheço algumas delas. E elas me deram presentes para dar.
Os olhos de Grace se ampliam.
— Mesmo?
— Sim. Eu moro perto do castelo da Cinderela. Você conhece a princesa
Elena?
— Ela é minha favorita!
Mamãe sorri.
— Bem, você vai adorar isso. Siga-me. — Ela pega a mão de Grace e a leva
para fora da cozinha. Lexi solta uma respiração e sacode a cabeça.
— Eu queria poder dizer que isso foi inesperado, mas o que mais devemos
esperar, certo? — Eu digo.
Lexi mantém seus olhos no chão.
— O que aconteceu entre vocês dois? Por que ele te odeia tanto?
— Eu disse, não sei. Ele sempre me odiou, então eu vim para cá e ficou dez
vezes pior.
— Como você não tem ideia? Algo tinha que acontecer para chegar a isso.
— Ele está com ciúmes... Eu não sei. Você acha que estou mentindo, não é?

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— Não. — Ela suspira e levanta a sobrancelha. — Eu não. Eu acredito em

você. Desculpa. Eu não quis te acusar.
— Você tem todo o direito de perguntar. Apenas vá em frente e pergunte a
Cole, não a mim. — Digo com um sorriso. Estendo a mão com meu braço livre, a
trazendo para um abraço. Paige resmunga, mas não acorda. — Se eu não estivesse
segurando Paige, eu teria batido nele, você sabe.
— Novamente.
— Ele merece, né. Irmão ou não, ninguém te machuca. Não quando estou
por perto.

.

Talheres batem contra nossos pratos. O gelo bate no lado do meu copo
enquanto o levanto para tomar uma bebida. É ruidoso. Não muito alto. Mas
ninguém está falando. Este jantar está estranho como uma merda. Há tanta tensão
no ar, até mesmo Grace e Paige podem senti-la e estão calmamente escolhendo sua
refeição.
Lexi está sentada entre as meninas. Estou de frente para ela e Cole está no
final da mesa ao lado do nosso padrasto e mãe. Saber como Lexi e eu nos
conhecemos antes de começarmos a namorar não é o que qualquer pai quer ouvir,
mas eu realmente não penso que meus pais se importam. Minha mãe é uma das
pessoas menos julgadoras que conheço, o que facilita ela trabalhar como enfermeira
e tendo que cuidar de todos os setores da vida. Ela não deixa que isso chegue até ela,
ou ela é muito boa em escondê-lo.
Ainda assim, Lexi está envergonhada e chateada.
— Você mora em Manhattan? — Mamãe pergunta a Lexi.
— Não. Vivemos no Brooklyn. Eu nasci e cresci lá. Meus pais e irmã ainda
estão lá.
— Oh, isso é legal. Você deve fazer uma longa viagem para trabalhar todos
os dias.
— É sim. Mas eu amo meu trabalho, então... — O rosto de Lexi enrubesce
quando ela começa a falar sobre o trabalho. Porque Cole é o chefe dela. — Não é tão
ruim.
— Que tipo de livros você edita?

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— Principalmente romance. Eu gosto de um bom romance e felizes para

sempre.
Minha mãe inclina para frente.
— Eu também. Adorei os livros da série Cinquenta Tons de Cinza. Eu fiz Ed
ver os filmes comigo. — Ela pisca. — Ele está feliz por isso.
— Pare mãe. — Eu digo.
Ed ri.
— Esse filme foi educacional.
Lexi sorri e uma certa tensão em seus ombros desaparece.
— Essa é uma maneira de examiná-los. Eu tenho que fazer uma triagem
inicial. Eu sou amiga de alguns agentes que são amigos de outros agentes e nos
ajudam a entrar. Foi muito legal. E E.L. James é uma das pessoas mais doces que já
conheci. Eu falei com ela e pedi para autografar os livros.
— Eu conheci um dos meus autores favoritos em uma assinatura de Barnes
and Noble há alguns anos e também me enganei. — Diz minha mãe. — Eu disse
sobre o quanto amava seus livros e provavelmente soei como uma perseguidora. Eu
trouxe todos os meus livros que eu tinha dela e pedi para autografar, mas já tinha
sua assinatura. Cole me traz livros assinados da editora.
— Qual autor?
— Quinn Harlow.
— Oh, meu Deus, sério? Eu edito para ela!
Minha mãe olha para mim e sorri.
— Este é realmente um mundo pequeno.
— Na verdade. — Diz Cole, secamente. — Você gosta de uma autora da
Black Ink. Ela trabalha na Black Ink. As chances são muito altas de ser a mesma
autora.
— Meu livro favorito é Não, David. — Diz Paige, pegando a conversa sobre
livros. — Eu posso ler todas as páginas. Gravei uma revisão do livro!
Os olhos de Paige se iluminam e ela começa a nos contar tudo sobre o livro.
Ela é uma garotinha extrovertida, e a maneira como ela diz as coisas erroneamente é
apenas muito fofo.
— Mamãe, mostre a minha revisão!

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— Depois do jantar, ervilha doce. — Diz Lexi. — Não trouxe meu telefone
para a mesa.
— Aww mãe. — Diz Paige e cruza os braços, franzindo a testa
— Ela é a rainha do drama. — Lexi ri.
— Eu gosto quando Luke lê. — Diz Grace em voz baixa. — Ele faz vozes
engraçadas.
Pelo canto do meu olho, posso ver Cole bufando. Ele não sabia a extensão do
meu relacionamento com Lexi e suas meninas. E agora estou começando a me
perguntar se Cole realmente gosta de Lexi, além de não querer que eu seja feliz.
— Eu tenho um cachorro chamado Pluto. — Anuncia Paige. — Ele está em
casa agora.
— Que raça de cachorro ele é? — Ed pergunta.
— Oh, apenas aqueles de tamanho regular. — Diz Paige sem hesitar.
— Ele é um Ba-sin-gee. — Grace diz orgulhosamente.
— O que? Ed olha para Lexi.
— Basenji. Ele é uma mistura, tecnicamente. Basenjis são cães de tamanho
médio que se originaram de cães de caça na África. Ele é um bom cachorro. Ele
anima essas duas.
— Nós temos um Mastiff Inglês. — Diz Ed. — Você sabe qual é?
As meninas balançam suas cabeças. Ed tira o telefone e mostra a elas fotos do
seu grande cachorro. Nunca conheci o cachorro de meus pais; ele tem apenas dois
anos e não vou à Flórida há anos. Toda essa conversa de cães me faz lembrar Sadie.
Já faz meses, mas ainda sinto falta desse cachorro.
Podemos passar pelo resto do jantar sem uma conversa real, mas um mínimo
silêncio estranho, graças às garotas que respondem às perguntas que meus pais
jogam sobre elas. Depois do jantar, Paige e Grace entram na sala de estar. Mamãe
coloca no canal da Disney Channel para que elas assistam enquanto brincam com os
brinquedos da princesa que ela comprou. Ela está se divertindo, e eu sei que ela
desesperadamente quer outros netos para poder estragar.
— Eu tenho muito trabalho a fazer. — Diz Cole. — O jantar estava ótimo,
mãe. Por favor, me dê licença.
Mamãe suspira e sacode a cabeça quando Cole sai.

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— Eu tenho que me desculpar por ele. — Diz ela a Lexi. — Estou com
vergonha de seu comportamento.
— Está tudo bem. Eu sei que ele normalmente não é assim. Já trabalho com
ele faz muito tempo. — Diz ela. Eu sei que ela está sendo educada, mas não quero
que ela defenda Cole. — Mas, o trabalho será divertido na segunda-feira.
— Eu vou falar com ele. — Promete minha mãe. — Tudo vai ficar bem.
— Sim. Vai.
Paige chama Lexi, dizendo que ela precisa ir ao banheiro. Lexi levanta para
ajudá-la, me deixando à mesa com meus pais. Eles vão falar sobre Lexi ou Cole, e eu
realmente não quero perder um minuto falando sobre esse idiota.
— O que você achou de Lexi? — Pergunto, começando as fofocas.
— Oh, ela é maravilhosa! Muito bonita também, e essas garotas são
adoráveis. — Mamãe se volta para Ed. — Elas não são um amor? — Seus olhos
voltam para mim. — Você está feliz com ela, eu posso ver.
— Estou. Muito feliz.
— Ela está feliz com você também. — Diz Ed. — Eu vejo a maneira como ela
olha para você. E essas garotas também. — Ele olha pela porta, se certificando de
que ninguém possa ouvi-lo. Então ergue as sobrancelhas, sorri e se inclina para
frente. — Então, no balcão da cozinha. Agradável.
— Ed! — Mamãe dá uma cotovelada nele.
Eu sorrio e aceno com a cabeça.
— Não o encoraje. — Mamãe o repreende. — E eu não quero saber mais
detalhes sobre isso. No que me diz respeito, você ainda é meu filho inocente que
permanecerá assim até que me diga que está tendo um bebê. O que você quer, certo?
Lexi quer mais filhos? Você? Você falou sobre isso? Onde você irá morar? Você
realmente não quer viajar para o Brooklyn o tempo todo, não é?
— Devagar, mãe. Ainda não estamos lá. Mas quando chegarmos, acho que
estaremos na mesma página. Ela mencionou uma vez antes que ela sempre se
imaginava com três filhos, então eu tomaria isso como uma forte possibilidade de
ela ter outro.
— Ela vai planejar o casamento na próxima semana. — Ed ri. — E o ex-
marido? Você já o conheceu?
— Sim, e ele não gosta de mim.

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— Isso é muito normal.

Olho pelo corredor em direção ao escritório de Cole.
— Parece acontecer com frequência.
— Por que vocês não podem se dar bem? — Pergunta mamãe. Ela parece
ferida, e sei que ela coloca muita culpa em si mesma.
— Não sou eu. — Começo, tentado a falar sobre meu irmão como uma
criança. — Ele é insuportável. Você o ouviu mais cedo, dizendo aquilo apenas para
me irritar. Ele disse isso na frente de Grace. Há algo de errado com ele. Eu disse anos
atrás, você deveria tê-lo impedido, mas você não acreditou em mim.
— O que ele disse foi horrível. Se eu pudesse pará-lo, eu faria. Eu não posso,
então estou recuando para o discurso desapontada e direi a ele como estou decepcionada
por ele trazer tudo isso à tona. É vergonhoso como vocês dois não se deem bem.
Eu jogo minhas mãos para cima.
— Eu não fiz nada lá dentro. Você estava parada na nossa frente, você viu.
Cole é um idiota.
— Meça suas palavras. Você é adulto, mas ainda sou sua mãe. É por causa de
Heather, não é?
— Heather não tem nada a ver com isso! Não há desculpa para o que ele fez
hoje à noite. Toda essa merda é errada. Inferno, olhe para mim. E não estou tentando
sabotar os relacionamentos de Cole.
— Ele não acha...
— Sim ele acha. Você sabe que ele me culpa por tudo. Segundo ele, é minha
culpa toda essa porcaria acontecer com Heather. Ele não está feliz, então ele não
quer que eu seja. Você sabe quando Lexi e eu começamos a namorar ele disse a ela
que eu estava vendo outras pessoas. Eu não estava. Ele queria que ela terminasse
comigo. Afinal eu superei... Há algo de errado com ele.
— Ele ainda é meu filho. Eu odeio o que ele está fazendo, mas o que eu
deveria fazer sobre isso? Nós conversamos com ele. Eu o mandei a um terapeuta.
Duas vezes. Ele passou por um momento difícil.
— E eu não passei? Eu acho que se você for comparar os dois, eu venço.
— Luke... — Mamãe começa e balança a cabeça. — No fundo, ele se
preocupa com você.
— Eu queria que fosse verdade.

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CAPÍTULO 1 9

Alexis
— Bem, nós sobrevivemos.
— Por pouco.
— Foi muito vergonhoso. — Digo virando a cabeça. Estamos de volta à
minha casa e acabei de olhar as garotas. Luke leu uma história de ninar para Grace
enquanto eu fazia Paige dormir. Nós vestimos o nosso pijama e estamos sentados no
sofá, assistindo ao canal de surf e nos abraçando. — Pelo menos as meninas estavam
comportadas.
— Elas estavam. Minha mãe as amou, por sinal.
— Como alguém pode não amá-las?
Luke beija minha testa.
— Você faz filhos bons.
— Essa é uma coisa que eu fiz.
— Você acha que gostaria de fazer outra vez?
Eu olho para ele, atordoada.
— Não em breve. — Acrescenta.
— Sim. — Eu digo e um sorriso surge em meus lábios. — Se o homem certo
vier junto para fazer eles.
Luke não diz nada, mas em vez disso, me leva ao seu colo. Às vezes, o
silêncio fala mais alto do que qualquer coisa falada. Envolvo meus braços ao redor
de seus ombros e trago meus lábios para os dele.
Suave. Molhado. Caloroso.

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Um beijo e meu núcleo está formigando. Eu gemo suavemente e roubo outro

beijo. Luke tira o cobertor do meu colo e espalha no sofá. Ele se move em cima de
mim, me colocando de volta no sofá enquanto me beija. Ele agarra minhas mãos e
coloca sobre minha cabeça, segurando no lugar com uma mão enquanto agarra meu
seio na outra, os dedos circulando envolta do meu mamilo através do tecido fino do
meu pijama.
Ele se move entre minhas pernas, pressionando os quadris contra o meu.
Inclino meus joelhos e aperto meus tornozelos sobre suas pernas. Ainda segurando
minhas mãos acima da minha cabeça, Luke beija meu pescoço, beliscando minha
pele, depois coloca a boca nos meus peitos. Sua respiração quente no meu mamilo
parece tão bem.
Seus lábios se encontram com os meus novamente e ele o mordisca voltando
ao meu pescoço. Eu fecho meus olhos e me retorço embaixo dele, sentindo seu pênis
endurecer contra mim.
É tão quente.
Luke toma seu tempo me beijando. Ele mói seu quadril contra o meu e meu
núcleo se contrai com vontade. Ele se move para cima, entrelaçando meus dedos nos
dele. Seus beijos ficam macios e apaixonados por um minuto, então ele de repente
levanta os braços e os empurra para trás.
O rosto dele está entre meus seios. Ele leva um até a boca, circulando sua
língua no meu mamilo ereto. Então, seus dentes beliscam apenas o suficiente para
me fazer ofegar, arqueando minhas costas enquanto o prazer brota em mim.
Levanto minha cabeça para olhar para ele, no momento em que Luke ergue o rosto
para me ver, eu o beijo e tiro uma mão da dele.
Pego sua camisa. Luke senta e me ajuda a retira-la, então está de volta em
mim em um instante. Eu coloco meu braço ao redor dele sentindo seu bíceps
musculoso em minhas mãos. E agora estamos nos beijando de novo, e Luke toma
um punhado de meus cabelos quando nos beijamos, tornando uma confusão
emaranhada. Mas eu não ligo. Eu sou sua bagunça.
Ele agarra a borda da minha camiseta e a passa sobre minha cabeça. Ela
pousa em algum lugar no chão. Luke trilha beijos da minha boca até o estômago.
Minha boceta estremece com antecipação, eu apoio em meus cotovelos para ver
Luke descer.
Lentamente, ele desliza um dedo sob o elástico da cintura do meu pijama.
Então ele desliza o outro lado. Ele está movendo o rosto cada vez mais perto, e ainda
tenho essa estúpida barreira de tecido que me afasta da sua língua habilidosa.

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— Você quer que eu foda você? — Ele pergunta.

— Sim. — Eu aceno.
— Diga. Diga o que você quer.
— Eu quero que você me foda. — Repito. Estou ficando tão quente. — Eu
preciso de você. — Ele me despe. Meus olhos estão arregalados e minha respiração
já está ofegante. Luke abre minha perna, esfregando meu pé. Ele a leva para a boca e
beija o interior do meu tornozelo. Então sobe para o interior da minha perna. E
minha coxa.
Ele abaixa na posição e me controlo para não pegar sua cabeça e forçá-lo em
mim. Ele exala, me aquecendo com a respiração. Meu clitóris lateja por atenção.
— Por favor, Luke. Eu preciso de você.
Ele bate sua língua contra mim uma vez. Duas vezes.
— É isso que você quer?
— Porra, sim.
Ele afasta minhas pernas e abre a boca, colocando contra o meu núcleo
macio. Seus braços estão debaixo das minhas coxas, elevando meu quadril. Ele me
espalha ainda mais e olha para os meus olhos. Eu tento manter o contato visual, mas
não posso. Ele está fazendo isso muito bem, e ele malditamente sabe disso.
Eu elevo mais meu quadril em seu rosto, olhos fechados enquanto lanço
minha cabeça para trás, na borda de um orgasmo. Luke sabe disso e recua, me
deixando pendurada. Eu suspiro, meu corpo ardendo por ele.
— Você é tão sexy. — Ele murmura, me beijando. Experimento-me nos lábios
dele e estendo as mãos, abaixando suas calças. Ele as puxa e se move em mim, a
ponta úmida do seu pênis esfregando meu clitóris. Inclino minhas pernas ao redor
do seu corpo, cravando minhas unhas sobre suas costas.
— Eu quero você. — Eu gemo em sua orelha. Luke responde enterrando a
cabeça entre meus seios e trabalhando entre minhas pernas. Sua língua espalha e ele
move a boca com fúria. Levanto a cabeça e olho para baixo, o observando me
agradar.
Minha boca abre e eu lanço minha cabeça para trás. Ele coloca os dedos onde
estava sua boca, ainda me torturando.
Então ele se move rapidamente, se concentrando entre minhas pernas. Ele
penetra profundamente, e não posso controlar o gemido alto. Luke agarra minhas
pernas, ajoelhando no sofá enquanto ele empurra para dentro e para fora. É duro.

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Rápido. E me sinto incrível. Meus peitos saltam com cada movimento. Eu dou um
olhar para Luke e é tão difícil acreditar que este homem bonito é meu.
Luke desmorona, deslizando seu corpo contra mim. Ele me beija com uma
paixão ardente e diminui, bombeando seu pênis dentro de mim no ritmo do beijo.
Então ele senta, me virando e me bate na bunda antes de entrar em mim por trás.
— Oh meu Deus... — eu gemo. Levanto a minha bunda e Luke circula ao
redor, encontrando meu clitóris. Ele brinca com ele e todos os nervos no meu corpo
estão bem acordados. Pressiono minhas mãos no sofá, torcendo o cobertor. Eu
respiro bruscamente e minha visão fica turva. Volto novamente e Luke é implacável,
agarrando meus quadris com uma mão e me masturbando com a outra. Meu centro
se envolve em seu pau e Luke geme, contra mim. Ele se afasta e me puxa com força
de volta.
Seus olhos azuis estão cheios de luxúria, olhando para mim como se eu fosse
a mulher mais bonita do mundo, como se sua vida dependesse de ele fazer amor.
Ele recai sobre mim e desliza para dentro, seu corpo sobre o meu. Enrolo meus
braços e pernas ao redor dele, movendo meus quadris lado a lado, então de cima a
baixo.
Ele solta um gemido gutural e empurra profundamente, se segurando
quando goza. Eu posso sentir seu pulsar dentro de mim. Minhas mãos estão
tremendo e meu coração está em ritmo frenético. Envolvo minhas mãos em seu
rosto, direcionando seus lábios nos meus. Ele me beija com ternura.
— Nós somos bons nisso. — Eu falo. — Muito bons.
Luke ainda está ofegante. Ele repousa sua testa contra a minha, depois puxa
para fora e fica perto de mim.
— Eu te amo, Lexi. Eu quero que você saiba disso.
— Eu também. Eu amo você. — Eu corro meus dedos através de seus
cabelos. — Nunca tive sexo assim antes.
— Eu também não.
Não sei por que, mas a confissão dele me balança. Embora eu não goste de
pensar sobre a outra mulher com quem Luke dormiu, assumi que ele é bem
experiente. Porque ele certamente sabe o que está fazendo.
— Tudo parece incrivelmente bom. Eu sei como isso soa, mas é a verdade.
Estou em qualquer coisa com você. E talvez eu esteja excessivamente confiante, mas
acho que você sente o mesmo.

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— Eu sinto. E você está certo. Tudo é natural. Tudo parece incrível. Mesmo
coisas que eu não gostava antes.
Luke ergue a cabeça para olhar para mim.
— O que você não gostava antes?
— Eu não gostava que meus mamilos fossem tocados após o aleitamento
materno, eu fui tocada muitas vezes, mas eu gosto quando você os toca.
— Esse é o elogio mais estranho que eu já consegui.
— De nada. — Eu corro minha mão em seu braço e em seu ombro. — Dói? —
Eu pergunto quando meus dedos tocam o remendo queimado da pele.
— Não agora. Sinceramente, parece que está em chamas. Estranho, eu sei,
mas me disseram que era normal. Algo sobre as terminações nervosas. Só foi até o
músculo em alguns lugares. A maior parte é apenas uma queimadura de segundo
grau.
— Somente?
— Poderia ter sido pior.
— Eu odeio que isso tenha acontecido com você.
Luke encolhe os ombros
— Cicatrizes são sexy, certo? — Ele me beija. — Vamos ao chuveiro comigo?
— Você não precisa me perguntar duas vezes.
Levanto, pego o cobertor do sofá, jogo na lavanderia, e deslizo a camiseta de
Luke sobre minha cabeça. Ele coloca suas boxers e me segue pelas escadas. Ligo o
chuveiro e espero que a água esquente. Demora alguns segundos nesta casa. Luke
está atrás de mim, suas mãos nos meus ombros. Ele beija a parte de trás do meu
pescoço. Eu inclino contra ele, e suas mãos deslizam pela minha frente e envolvem a
minha cintura.
— Posso te perguntar uma coisa?
— Pergunte o que quiser. — Diz Luke e coloca a boca no meu pescoço.
— Quem é Heather?
— Heather quem?
— Heather que sua mãe falou no jantar. Eu ouvi quando levei Paige no
banheiro.
Luke deixa de me beijar e entramos no chuveiro.

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— Oh. Ela era a noiva de Cole.

— E ele acha que é culpa sua que ela cancelou o casamento?
— Eu os apresentei. Então, qualquer coisa depois disso foi culpa minha.
Tudo o que sabemos é que ela disse que não o amava o suficiente para casar. Tenho
certeza de que teve mais merda envolvida, mas Cole nunca disse a ninguém.
A água quente cai sobre nós. Luke passa as mãos de cima e para baixo no
meu tronco, acho que ele quer fazer sexo novamente. Esse homem tem resistência.
— Como você os apresentou?
— Ela era minha parceira em um projeto escolar. No ensino médio.
— Oh, uau. — Pego o frasco de shampoo, examinando as palavras que Cole
disse sobre Luke levando tudo o que ele amava. — Então, ele gostava dela desde
então?
— Sim. De imediato, mas ela não sentiu o mesmo até anos mais tarde. Eles
namoraram na faculdade e então ficaram sérios por um tempo, obviamente, antes
que ele propusesse.
— A separação deve realmente tê-lo machucado. — Eu digo, não porque me
sinta mal por Cole, mas porque de repente vejo um motivo lógico, embora
moralmente errado, de que Cole tenha tanto ódio contra Luke.
Isso é, se Luke foi o motivo da ruptura.
E ele não pode ser. Porque Luke não é assim. Este homem, esse lindo
homem, que está nu diante de mim, não é esse tipo de pessoa. Eu fecho meus olhos e
me sinto culpada por até mesmo pensar nisso.
— Machucou. Eu me sentia mal por ele. Eu costumava dar desculpas por seu
comportamento extremo. Mas agora... Agora não. Ele nem veio me ver quando
estava no hospital após o acidente. E eu fiquei lá por um longo tempo. Ele não ligou.
Nem mesmo enviou um maldito texto.
E agora vejo por que Luke mantém sua raiva.
— Isso é uma merda.
— Sim. Diz muito sobre ele. — Ele desvia os olhos, raiva em seus olhos azuis.
— Então, amanhã. — Eu começo elaborando minha pergunta. Viro para
Luke e corro minha mão sobre seus músculos abdominais. Ele relaxa e toda a
negatividade parte. — Sua mãe quer vê-lo novamente, certo?

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— Sim. Não se preocupe, não vou encaixá-la nisso. Nós vamos jantar e então
ela vai me fazer um milhão de perguntas. Ela não está convencida de que eu tenha
me recuperado.
Eu rio.
— Eu não me importo com isso. Mas, eu prometi às garotas que as levaria
para ver um filme há algum tempo e Paige não esquece nada. Ela tem memória de
elefante.
Luke levanta uma sobrancelha.
— Elefante?
— Elas têm boas memórias.
Ele sorri e balança a cabeça.
— Se você diz.
Nós terminamos de tomar banho, nos vestimos e depois nos enfiamos na
cama. Eu ouço as patas de Pluto quando ele sai da cama de Grace e vai para o meu
quarto. Ele se instala no pé da cama, olhando para Luke e abanando o rabo.
Eu torço meu cabelo molhado em um coque e me aconchego ao lado de
Luke. Ele está vestido com calças de pijama de moletom e nada mais. Ele me puxa
para mais perto e repouso minha cabeça em seu peito, traçando distraidamente as
tatuagens no seu peito com meu dedo.
Aqui está tudo o que sempre quis. Minhas garotas dormem seguras e sadias
em suas camas. Mesmo o cachorro está feliz. E eu tenho um homem maravilhoso
que me ama.
Então, por que estou aterrorizada, tudo vai desmoronar?
Fecho meus olhos e serpenteio meus braços ao redor de Luke.
— Estou realmente feliz.
— Eu também. — Ele me abraça mais forte. — Às vezes sinto que estou de pé
no meio de uma tempestade, e toda essa merda está furiosa ao meu redor. Mas
quando estou com você, tudo de ruim desaparece.
Eu fecho meus olhos, ouvindo seu coração batendo. É um momento tão
simples, vestidos com pijamas em meu quarto, mas tudo é perfeito.
E o telefone de Luke toca.

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Ele para de respirar. Eu me sento, alcançando para ele o telefone na mesa de

cabeceira. Meu sangue gela. Tem que ser Caroline. Ninguém mais ligaria a essa
hora.
— É um número de Nova York. — O alívio me inunda e entrego a Luke o
telefone. Ele olha, mas não se move, não fala, até que para de tocar.
Ele estava esperando Caroline também.
— É do bar. Provavelmente perguntando se eu posso ir. As noites de sexta-
feira sempre ficam lotadas. Não preciso atender.
Eu coloco o telefone de volta. Eu me deito, sabendo que o que estou prestes a
dizer não vai ser divertido.
— Você não falou com Caroline, não é?
— Não. Ela ligou algumas vezes.
— Você precisa atender na próxima.
Ele balança a cabeça e depois suspira.
— Eu sei.
Eu sento para que possa olhar para Luke enquanto converso. Pego sua mão
na minha, esfregando meu polegar em pequenos círculos na palma da mão.
— Quero que fiquemos juntos e muito depende de trabalharmos nisso. Eu
não quero pressioná-lo, mas você precisa tomar uma decisão. Eu não posso estar
com você se não estiver aqui comigo.
Ele fecha os olhos.
— Eu sei. E quero ficar aqui com você. Isso me faz uma pessoa de merda, eu
sei.
— Não, isso não faz.
— Isso me faz egoísta, não é? Se José não tivesse entrado depois de mim, ele
estaria vivo.
Eu mordo meu lábio, empurrando um fio de cabelo solto atrás de minha
orelha.
— Eu só posso falar pessoalmente, estou tentando imaginar se eu pedisse ao
melhor amigo de Russ para ficar e criar as meninas. Seria estranho. Para mim e para
elas. E quais são suas expectativas? Ela acha que nunca terá sua própria família?
Que você sempre será o cara solteiro que anda ao redor da casa ajudando com a
lição de casa e pegando depois do trabalho? E se você estivesse casado e tivesse seu

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próprio filho? Entendo que você se sente responsável, realmente, entendo. E eu

também sinto muito. Não consigo imaginar como ele se sentiria. Mas você me disse
que José não gostaria disso. Ele não quer que você desista de sua própria vida, certo?
Luke acena com a cabeça, mas não fala por um minuto.
— Deixar você não está certo. Não sou só eu... Nunca tive isso antes. Tudo o
que fiz, sempre foi para mim. Nunca houve um nós e agora... Agora existe.
— É preciso se acostumar. — Digo gentilmente.
Ele senta e aproxima o rosto do meu.
— Eu não estou deixando você. Não vou decepcionar as meninas. Eu amo
você e me importo com elas. Eu sei que seremos felizes juntos. Agora. Uma semana
a partir de agora. De um ano a partir de agora. Não posso me ver com mais
ninguém.
Eu fecho meus olhos em um longo piscar e descanso minha testa contra a de
Luke. Ele tomou uma decisão. Ele vai ficar. As coisas vão funcionar, mas está
bagunça está longe de terminar.
— Você tem que dizer a ela. Você tem que contar a Caroline.

.

— Estou tão feliz que conseguiu sair conosco! — Martha diz. Ela incomodou
Luke o dia inteiro para nos convidar para jantar. Por sorte, seu padrasto ficou em casa
para falar com Cole. Realmente, Martha sabia que não viria se Cole estivesse aqui.
— Funcionou bem. — Digo, olhando para Luke com as meninas. Acabamos
de chegar ao restaurante, e ele as levou para a pequena seção para brincar enquanto
aguardamos nossa comida. — Foi muito bom hoje ver um filme, então deixamos o
cachorro com os meus pais e fomos ao zoológico.
Martha segue meu olhar para Luke e sorri.
— Elas parecem gostar dele.
— Elas o amam e acham que ele parece Flynn Rider de Enrolados, então ele se
tornou tão legal quanto em seus livros imediatamente.
— Ele é mesmo! Nunca percebi isso antes. Provavelmente por causa da barba
e das tatuagens. — Ela ri. — E estou feliz. Eu sei que não é fácil namorar quando tem
filhos, especialmente os jovens. Eu nem tentei namorar por anos.

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— Sim, é. Eu não queria, mas meus amigos me empurraram para sair. Estou
feliz por ter feito.
— Ele falou sobre... Sobre o fogo?
— Sim. Ele falou.
Martha sorri, lágrimas juntando em seus olhos.
— Bom. Ele não fala sobre isso comigo. Eu sei que ele se sente muito culpado
pelo que aconteceu com seu amigo.
— Ele sente, e eu odeio vê-lo se culpar.
Martha coloca a mão na minha.
— Estou feliz que ele tenha você. Você é uma boa pessoa. Eu posso dizer. E
Luke... Luke é especial. Ele tem um coração tão grande.
— Posso perguntar algo que pode ser um pouco pessoal? — Eu murmuro.
— Claro, querida. O que você quer saber?
— O que aconteceu para Cole ficar tão bravo com Luke?
— Eu gostaria de saber também. Cole sempre teve ciúmes de Luke, mas eu
achava que era normal entre irmãos. Você sabe o que quero dizer, certo?
— Sim. Grace está passando por uma fase de ciúme agora mesmo. Eu trabalho
com Cole por um longo tempo e ele nunca mencionou um irmão. Nem quando Luke
se machucou. Foi uma grande surpresa descobrir que eles estavam relacionados.
— Ele é uma pessoa privada. Embora eu esteja surpresa, que ninguém se
perguntou para onde ele foi quando veio a Chicago para ver Luke no hospital.
Volte lá um segundo. Luke disse que Cole nunca veio vê-lo.
— Cole foi ao hospital?
— Sim, imediatamente. Ele conseguiu o primeiro voo possível uma vez que
ficou sabendo. É assim que eu sei que ele realmente se importa.
Deslizo meu suco de morango na minha frente. Por que Luke diz que Cole
nunca foi vê-lo? Eu pensei que as peças haviam se encaixado, mas é como se uma
súbita rajada de vento saísse do nada e as espalhassem.
Novamente.

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Nossa comida chega, e eu chamo as meninas e Luke, fazendo com que todas
elas usem o álcool para as mãos antes de comer. Eu não sou uma misofóbica3,
apenas prevenida.
Paige e Grace fazem a Martha um milhão de perguntas sobre a Disney
durante o jantar e Luke apoia a mão na minha coxa. Esta deve ser uma boa noite.
Tudo está acontecendo como deveria, mas sinto como se eu estivesse fora de
controle. Eu quero confiar em Luke.
Mas, as coisas simplesmente não estão se encaixando.

3
A Misofobia é um termo usado para descrever o medo do contato com a sujeira

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CAPÍTULO 2 0

Luke
— Eu não acredito em você nem um pouco. — Diz Lexi, balançando a
cabeça. Ela está olhando para frente na TV.
— Estou falando sério.
— Anos? Você está me matando!
Eu rio.
— Eu acho que você é tão ruim.
— Hah! Acabei de atirar uma munição no seu caminho.
— Não importa por que... Ah! Apenas cruzei a linha de chegada.
Lexi tira os olhos da tela e balança a cabeça, rindo. É domingo à noite e
estamos jogando Mário Kart em sua casa. As meninas estão na cama e Lexi tem
trabalho a fazer. Nós dissemos que terminamos com o videogame duas rodadas
atrás, mas Lexi está morta de vontade de me vencer e não vai desistir até conseguir.
Parte de mim quer deixá-la vencer, mas não posso fazer isso.
— Não quando se trata de Mário Kart.
— Não faz anos que você jogou isso? — Diz ela, chegando em quinto lugar.
— E tem. Eu me livrei do meu Wii4 porque não usava mais. Eu apenas uso o
Playstation.
— Nós só temos o Wii. Grace gosta de jogar alguns jogos, mas não deixo com
frequência. Ela é tão jovem e usa o meu telefone ou Kindle o bastante.

4
Um vídeo game

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Eu coloco o controle para baixo e levanto, oferecendo a Lexi uma mão. Eu

quero continuar jogando, mas não quero que ela fique mais cansada do que já estará
amanhã.
— Em quanto tempo você acha que vai estar lá em cima?
— Não tenho ideia. Provavelmente daqui a pouco. — Ela geme. — Quinn me
enviou o início de seu novo livro e está enlouquecendo que esteja uma merda. Ela
passa por isso a cada livro que escreve. Uma vez que receba alguns comentários
críticos, ela vai se encontrar. Ela é uma escritora brilhante. Mas eu preciso fazer isso
hoje à noite, então não me atraso no meu trabalho. Tenho a sensação de que Cole
estará à procura de qualquer coisa para me irritar.
— Ele é um maldito idiota. — Eu a agarro pela cintura. — Apenas saia.
Vamos nos mudar para a Flórida e vou conseguir um emprego na Disney assinando
autógrafos como Flynn.
Lexi ri.
— Eu sempre pensei que ser uma princesa, seria divertido. Embora eu tenha
medo de lidar com pessoas loucas e más.
— Tenho certeza. Mas que eu saiba, a Disney tem uma grande segurança.
Minha mãe tentou me levar para Orlando e conseguir um emprego lá após o
acidente. Ela queria se aproximar para que pudesse me consertar.
— Bom, boa coisa que eu achei você.
— No momento oportuno. — Eu beijo seu pescoço. Ela move as mãos dos
meus ombros para os meus braços e dá um passo para trás.
— Eu não tenho um escritório, então costumo trabalhar na cozinha. Tenho
notas que espalho, então costumo ocupar muito espaço.
— Se eu assistir TV vai te atrapalhar? Posso assistir no quarto.
— Depende do que você estará assistindo. Se for algo bom, eu me distrairei.
— Provavelmente vou assistir o History Channel.
— Você pode ficar aqui embaixo. — Diz Lexi. — Quer comer ou beber
alguma coisa?
Sigo-a até a cozinha, pegando um biscoito que minha mãe enviou para casa
com Lexi e as meninas. Lexi prepara as coisas na mesa e volto para a sala de estar. O
primeiro andar desta casa é um conceito aberto. Posso olhar sobre o sofá e ver Lexi
trabalhar.

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Ela tem o cabelo loiro torcido em um coque no topo da cabeça, segurando

uma caneta. Seus olhos se movem para frente e para trás de suas notas impressas
para a tela do computador, e então ela pega seu telefone e escreve uma mensagem.
Apenas um segundo depois, alguém escreve de volta.
Eu a observo por um minuto. Ela está muito concentrada, fazendo caretas e
murmurando para si mesma enquanto lê. Sinto-me tão sortudo que ela seja minha,
que me deu mais de uma chance de provar que a amo.
Isso é o que fazem os casais normais. Estamos juntos, ainda fazendo coisas
diferentes. Uma rotina está sendo estabelecida, e é mais reconfortante do que
imaginava definitivamente. Estamos juntos. E nada vai nos separar.

.

— Dia. — diz Lexi, desligando o alarme e virando para me encarar. —

Desculpe se isso o despertou.
— Está tudo bem. Eu levanto com você de qualquer maneira. Porque posso
voltar a dormir quando você sair.
Os olhos de Lexi reviram.
— Isso é tão injusto. Estou tão cansada que já estou ansiosa para dormir.
— Você vai acabar ficando de novo. — Eu provoco e afasto seu cabelo
bagunçado de seu rosto.
— Eu vou.
— Eu ainda acho que ligar e dizer que está doente não vai doer. — Apenas
uma vez.
— Temos reuniões na segunda-feira de manhã. Eu não posso perder, a
menos que eu realmente esteja doente. — Ela coloca seu rosto em seu travesseiro e
geme. — Cole dirige as reuniões. Talvez ele conte a todos no trabalho sobre nós no
balcão. Como ele sabe disso? Oh meu Deus, ele viu?
— Não. Eu disse a ele.
— Por que você diria a ele? — Lexi rola, levando uma perna de baixo dos
cobertores.
— Eu não sabia que vocês se conheciam. Ele estava enlouquecendo que o
sofá estivesse contaminado com nossa procriação de amor. Então, eu disse que não
foi no sofá, mas no balcão porque ele estava sentado lá comendo.

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Seus olhos caem novamente.

— Me desperte em cinco minutos?
— Quer que coloque 10 minutos?
— Eu quero dormir mais, mas tenho que preparar as meninas para a escola.
Eu planto um beijo na sua testa.
— Eu ajudo.
— Obrigada. — Ela murmura.
Eu não sei a que horas ela foi dormir na noite passada. A TV continuava
distraindo Lexi, então subi as escadas e liguei a TV aqui no quarto. Acabei
adormecendo antes que Lexi se juntasse a mim. Tinha que ser depois das duas da
manhã quando ela finalmente se arrastou para a cama. E aqui está ela, antes das seis,
e seu alarme já está tocando.
Lexi levanta e se arrasta para o chuveiro. Eu me visto e desço as escadas. A
rotina da manhã é muito caótica para realmente ser uma rotina, mas eu sei o básico.
A primeira coisa que faço é deixar Pluto sair, encho sua tigela de ração e o deixo
entrar. Abro a geladeira, preparo almoços para as meninas e vejo que Lexi já os fez a
noite passada.
Ela trabalha duro. Pego as lancheiras com o almoço e as coloco no balcão. A
roxa não está fechada e um guardanapo está saindo. Estou prestes a empurrá-lo para
fechar quando percebo uma mensagem escrita sobre ele.
Te amo até a lua e de volta! Tenha um ótimo dia na escola!
Eu sorrio para a nota que Lexi escreveu para Grace. Ela é uma ótima mãe, e
quero ter algum dia um bebê com ela. Eu serei o homem mais sortudo do mundo se
tiver um filho com ela.
Fazer café da manhã é o próximo passo. Lexi me disse que as meninas
adoram ovos mexidos e torradas, mas raramente tem tempo para fazê-lo. Enquanto
ela estava ocupada se vestindo e depois acordando as meninas, faço o café da manhã
e o coloco na mesa quando todos descem.
— Eu gosto dessa vibe de bibliotecária sexy, que você está vestindo. — Eu
sussurro para Lexi, olhando ela de cima a baixo. Ela está vestindo uma saia preta e
uma blusa cor-de-rosa e seu cabelo está puxado para cima em um coque bagunçado
no topo da cabeça. Sua maquiagem está pronta e ela está usando brincos de pérola.
— Não é muito sexy, não é?

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— Não diga tal coisa. Você vai ter que marcar um horário de almoço comigo
no nono andar hoje.
Lexi se serve de uma xícara de café.
— Isso poderia ser organizado. Mas terá que ser rápido. Estou encontrando
um agente no almoço para conversar sobre um novo lançamento de livro.
— Seu dia parece emocionante.
Ela balança a cabeça.
— A menos que algum documentário milagroso tenha acontecido, vou
rejeitar este livro. Embora eu tenha obtido um exemplar de um autor com quem
trabalhei anteriormente. Ela é ótima com um romance doce e cheio de vapor, mesmo
que ela goste de terminar o primeiro livro de sua série em duas partes.
— Duas partes?
— Sim e isso me deixa louca. Estou muito impaciente. Eu só quero saber se
os personagens ficam felizes para sempre ou não. Seu último livro teve o casal mais
fofo e ela terminou com um livro com tantas perguntas sem resposta. Demorou uma
eternidade para descobrir o que aconteceu com eles. Eles chegaram ao final, mas foi
uma jornada angustiante para chegarem lá.
Eu rio.
— Você fala sobre eles como se fossem reais.
Lexi arregala os olhos.
— Você está querendo dizer que eles não são? — Ela abaixa seu café e se
junta às meninas na mesa para comer. — Vocês garotas agradeceram a Luke por
fazer o café da manhã?
— Obrigada. — Elas dizem em som uníssono. Paige está meio adormecida.
Lexi disse que ela não é uma pessoa da manhã, e sei que ela se sente culpada por
fazê-la ir à creche quando ela não teve que fazer isso com Grace.
— Você quer ficar aqui? — Lexi me pergunta. — É bom voltar para casa e
saber que você estará aqui.
— Eu quero. Será uma boa maneira de evitá-lo, sabe quem. Porque não posso
prometer que não vou matá-lo se o ver.
Lexi acena com a cabeça.
— Entendo. Se você receber uma chamada da delegacia, atenda. Você
precisará me libertar da prisão.

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— Eles geralmente não estabelecem fiança por assassinato.

— Droga. — ela murmura.
Eu rio e a ajudo a retirar os pratos. O resto da manhã passa em um borrão.
Lexi faz o cabelo das meninas, carrega o carro e em seguida, todos nos organizamos
para encontrar o caderno de Grace que ela precisa para a escola. Eu roubo outro
beijo antes que Lexi saia. Então arrumo a casa o melhor que posso para que Lexi
aprecie quando chegar. Levo Pluto para caminhar, depois tomo um banho e vou
para a cama. Eu adormeço apenas para ser despertado pelo telefone tocando.
É Caroline.
Meu coração cai dolorosamente. Estou prestes a desligar o telefone quando
as palavras de Lexi tocam na minha cabeça. Se eu quiser que as coisas funcionem
entre nós, tenho que falar com Caroline. Eu tenho que dizer a ela que vou ficar aqui
com Lexi e as meninas.
Fecho meus olhos e atendo o telefone.
— Olá?
— Luke?
— Sim, sou eu.
— Estou surpresa que você tenha atendido. — Diz Caroline. — Eu tenho
ligado por dias desde que conversamos da última vez.
— Eu sei. Por que você está... — Eu sigo, não querendo ser insensível. — Eu
preciso falar com você. Eu... Eu quero ficar aqui. Com minha namorada. Eu a amo.
— As palavras derramam de mim, e é um alívio ter dito, mas ainda me sinto mal.
No dia em que me sentei e falei com José, falei sobre Lexi e as meninas. Caroline
estava no quarto e ouviu tudo. Ela sabia que eu estava em um relacionamento, mas
ela ainda me pediu para voltar para Chicago.
— Eu quero que você fique também. — Suas palavras são lentas e dolorosas.
Algo não está certo.
Eu me sento.
— O que aconteceu?
— José não está indo bem. — Diz ela, com voz tensa e aguda. — Ele sofre de
febre por dias e não conseguiram faze-la ir embora. E a infecção nas feridas continua
voltando. Sua pele está apodrecendo.
— Porra.

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— Sim. — Caroline interrompe, chorando. Eu fecho meus olhos, com o

coração partido. — Isso não é tudo. Eu vi um especialista... Ele estuda pessoas em
coma e faz isso com ondas cerebrais e perguntas... Eu realmente não sei. Mas, ele me
disse que José está ciente do que está acontecendo. Ele fez perguntas que poderiam
ser respondidas com sim ou não e obteve respostas com base na atividade cerebral
medida por um computador. Eu não entendo isso. — Caroline está chorando de
novo. Pressiono o telefone contra o meu ouvido, desesperado por saber o que está
acontecendo com meu melhor amigo. — Quando ele perguntou a José se ele estava
sofrendo ou com dor, ele disse que sim.
Minhas mãos tremem e eu sinto que vou vomitar.
— Ele fez mais perguntas e... E José não quer mais viver assim. Quando eles
perguntaram sobre tirá-lo das máquinas, ele disse que sim. O médico disse que
estava claro. Então, falei com uma enfermeira no hospital hoje. Ela acha que é hora.
— Hora. Hora para o quê?
— Hora de deixá-lo ir.
Suas palavras me golpeiam tanto que tenho que me inclinar contra os
travesseiros. Meu estômago aperta e a bile sobe na minha garganta. É o que José
quer e ele finalmente está conseguindo. Foi o que ele queria, o que eu pedi a
Caroline para fazer meses atrás.
Deixá-lo ir. Deixá-lo seguir em frente.
Mas agora que está acontecendo, eu não quero.
— Você tem certeza?
— Sim. — Caroline diz outra coisa, mas não consigo entendê-la através de
seus soluços. Espero pacientemente que ela se acalme. — O médico interrompeu
todas as máquinas hoje. Então ele não está sofrendo agora.
— Eu sinto muito. Sinto muito, Caroline.
— Luke, ninguém culpa você. Saiba isso. Quando falei sobre você, partes de
seu cérebro mostraram um sinal de felicidade. Ele não culpa você. Então, não se
culpe.
Fecho meus olhos e respiro timidamente.
— Sim.
— A enfermeira disse que poderia acontecer em breve ou demorar alguns
dias. Talvez mais desde que ele tem respirado sem o ventilador.

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Jogo minhas pernas para fora da cama, me sentindo tonto enquanto paro.
— Estou indo. Estarei aí assim que puder.

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CAPÍTULO 2 1

Alexis
— Derrame. — Jillian se apoia na borda da minha mesa, tocando seus
bonitos sapatos vermelhos contra a perna de madeira da minha cadeira. — Algo
aconteceu naquele jantar e estou um pouco irritada por você não ligar e me contar.
— Ah, sim... O jantar. — Eu abaixo meu café e balanço minha cabeça. — Cole
disse a seus pais que Luke me levou para casa depois do bar com toda a intenção de
ter uma foda de uma noite.
— Você está brincando, certo?
— Eu desejaria que estivesse. E ele disse isso na frente de Grace. Ela me
perguntou o que era uma foda de uma noite.
A boca de Jillian se abre.
— Esperava drama, mas não isso. O que Luke fez?
— Ele estava segurando Paige, ela estava dormindo em seus braços e foi a
única coisa que o impediu de bater em Cole. Ele ficou na minha casa para evitar
Cole. — Eu balanço a cabeça e suspiro, pegando o café. — Eu não sei como vou
passar pela reunião, Jill. Estou tão enojada e bastante envergonhada.
— Estou realmente sem palavras. Você sabe como isso nunca acontece. Mas
eu não posso falar com outras palavras além de, porra! Por que ele disse isso?
— Eu realmente não sei. Para envergonhar Luke? Ele está tão confiante que
eu não acho que ele se importaria, se alguém perguntasse como nos encontramos,
tenho certeza de que ele falaria a verdade. Não na frente das minhas filhas. Talvez
Cole tenha feito isso para me envergonhar. Porque foi tão estranho. Como, “oi estou
namorando seu filho e você esperava que nos instalássemos e tivéssemos bebês

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algum dia, mas eu realmente sou uma puta gigante que foi para casa com ele depois
de cinco minutos de conversa”.
— Foram mais de cinco minutos. Cole é apenas um bastardo. — Ela olha pela
porta, se certificando de que ninguém esteja espiando. — Você acha que ele gosta de
você? Eu sei que é ridículo e é uma cultura total dizer que os meninos escolhem as
garotas quando eles gostam, mas você acha que isso poderia ser parte disso? Ele não
quer você com Luke porque ele a quer.
— Ele nunca mostrou interesse em mim até Luke e eu namorarmos. E confie
em mim, eu teria notado. Houve um tempo que eu esperava mais do que qualquer
coisa que ele me desse sua atenção. Embora eu não quisesse assim, isso é para ferrar
com certeza.
Estou nervosa e quente. Minhas bochechas estão vermelhas, e a coloração
desce para meu peito. Pego um livro na minha mesa e o uso para me abanar.
— Posso dizer que estou com cólicas horríveis ou algo assim para não ir a
essa reunião.
— Essa pode ser uma boa ideia desta vez. Mas, ele não vai dizer nada na
frente de todos nós. E se ele fizer isso, eu a defenderei, garota.
— Obrigada. — Eu solto um suspiro. — É uma coisa após a outra. Eu não
contei, mas Luke e eu tivemos uma pequena e áspera desavença e as coisas não
pareciam boas por um tempo. Agora elas estão bem e eu só quero me concentrar em
nós e não neste estúpido drama.
— Entendo você. Cole não vai parar. Você nunca descobriu por que ele odeia
tanto a Luke?
— Não, até perguntei a sua mãe.
— Isso é estranho, Lex. Estranho e complicado.
Eu suspiro.
— Eu sei. Mas Luke vale a pena.
— E a desavença que você não me contou? Que merda foi essa?
Eu agito minha mão no ar.
— Sim. No entanto, estamos trabalhando nisso. Nós ficaremos bem.
— É melhor vocês ficarem. Vocês dois são meu casal favorito. Estou
começando a gostar de vocês mais do que eu gosto do status do meu

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relacionamento. Ohh! Encontro duplo neste fim de semana? Eu realmente quero ir a

um clube e dançar!
— Isso parece divertido. Kara quer fazer algo também. — Eu olho pela porta
aberta. — E é hora de ir ao meu destino.
Nós ficamos de pé e Jillian passa o braço através do meu para dar apoio. Cole
já está na sala de conferência, e se volta para o outro lado quando entro. Sento no
meu lugar habitual e cruzo meus braços, olhando para o caderno na minha frente.
Melissa do marketing começa, passando uma folha com as datas dos
lançamentos atualizadas e planos de promoção. De imediato percebo que algo está
errado.
— Katie James não está pronta para publicar isso logo. — Eu digo, o coração
pula na minha garganta. — Ela ainda não encontrou um novo título. E por que seu
orçamento está cortado ao meio?
Melissa olha para mim como se eu soubesse isso, e como editora de Katie, eu
deveria.
— Ninguém te disse?
— Não. Não sei nada sobre marketing e mudanças de orçamento.
— Ah, bem, os chefes dos departamentos falaram, e alguns acham que não é
o momento certo para esse tipo de livro. Temos uma série de outros que são mais
comercializáveis.
— Romance paranormal está em ascensão, e as redes de TV chegaram a nós
procurando manuscritos exatamente como este.
— Não foi minha ideia. — Melissa confessa e coloca os olhos em Cole.
— Você fez isso? — Pergunto. Meu tom áspero pega todos de surpresa.
— Sim. Como seu chefe, tenho autoridade para fazer.
— Mas, o livro é bom. Muito bom. Vai vender bem.
Cole não encontra meus olhos.
— Tenho uma intuição sobre isso e não acho que valha a pena gastar a verba
de marketing.
Minha boca abre, mas nenhuma palavra sai. Cole está olhando sobre minha
cabeça, e seu evitar é óbvio.
— Por que você está fazendo isso? — Eu finalmente sussurro. — Você sabe
que o livro vai vender.

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— Eu não confio em seu julgamento.

— Eu tenho um ótimo histórico com os livros que escolhi.
Cole balança a cabeça, ainda não olhando para mim.
— Talvez no passado, mas ultimamente, eu questiono isso.
Eu me inclino para trás na minha cadeira e cruzo meus braços.
— Isto é ridículo.
Cole bate o caderno na mesa.
— No meu escritório. Agora.
A raiva brilha através de mim. Eu cerro meus dentes e levanto. Passo por
Cole e chego ao escritório primeiro, indo para a janela. A porta fecha e eu me viro,
encarando Cole.
— Não questione minha autoridade. — Ele começa.
— Eu não estou! — Ergo minhas mãos, totalmente exasperada. Meus nervos
estão formigando. Odeio o confronto de qualquer tipo. — Isso não tem nada a ver
com sua autoridade, mas sim com você ficando louco porque eu voltei com Luke.
Você está descontando isso em Katie, o que é totalmente injusto.
— Ela ainda está conseguindo o livro dela e acredito que ganhou um avanço
muito decente para um autor de estreia.
— O livro merece mais! Você está bravo comigo, entendi. Ok, atire isso em
mim e não no livro. Vai vender. Nunca estive errada sobre um livro antes.
— Há uma primeira vez para tudo e realmente duvido de seu julgamento.
Obviamente, você não consegue olhar para nada sem suas emoções ficarem no
caminho.
— Cole, pare! Não há emoções neste livro. Bem, há, mas você sabe o que
quero dizer. Você foi um grande problema para mim...
— Olhe seu tom. Eu sou seu chefe.
Olho através de olhos cheios de lágrimas.
— Sim, você é. E você contou a minha filha que sua mãe teve uma foda de
uma noite no balcão da cozinha. Você sabe o quão divertido será quando ela
mencionar isso para o pai dela? Seu pai que tem me ameaçado com a custódia. Luke
estava certo sobre você, e não sei se posso trabalhar mais aqui.
O rosto de Cole está pálido.

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— Eu não pensei em seus filhos...

— Não merda! Você só pensa apenas em você. — Eu levo a mão ao meu
rosto, estourando em lágrimas. Eu choro quando estou com raiva, e eu odeio isso. —
Eu disse a você... O que quer que você e Luke tenham entre vocês que fique entre
vocês dois. Deixe-me longe disso.
— Meu Deus, Alexis, quando você vai perceber que ele não é uma pessoa
boa? É tão fácil ficar bravo com você, mas na verdade, eu apenas sinto muito por
você. Ele puxou você. Fez você pensar que ele a amava. Você não é a primeira
mulher com quem fez isso, e eu prometo a você, você não será a última.
— Você está errado sobre ele.
— Estou? — Ele balança a cabeça e olha pela janela. — Você não sabe a
metade.
— Então me diga. Porra. Porque esta ameaça vazia realmente está ficando
velha.
Cole gira ao redor.
— Minha noiva me deixou por ele.
As palavras são como um soco no rosto.
— O que?
— Minha noiva me deixou por ele, — Cole repete, cada palavra. Ele não quer
admitir isso. Não quer que ninguém saiba que ele foi derrubado por Luke.
— Isso... Isso não é do feitio de Luke. Ele pode não ter tido nada a ver com
isso.
— Ele negou isso também. Perguntei se eles estavam envolvidos e ele disse
que não. Mas quando Luke estava nesse acidente, ela estava lá. Cheguei ao hospital
para vê-la em seu quarto, sentada ao lado da cama, segurando a mão de Luke. Como
ela saberia o que aconteceu se eles não estivessem envolvidos? Como ela entrou na
UTI se ela não tivesse um relacionamento com Luke? Ela mentiu. Ele mentiu. Ela
voou de Nova York a Chicago para estar com ele. Ela chegou lá antes de mim, e eu
vim logo que pude. Você não entende? Luke jogou com você apenas como fez
comigo. Ele fez com que minha noiva cancelasse o casamento porque achava que ele
a amava. Não está mal o suficiente, ele me machucou, mas também a machucou.
Porque eu viro e lá está você, pendurada como sua próxima vítima.
— Isso não pode ser verdade. Luke não faria isso.

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— Ele fez. É hora de vê-lo pelo que ele é, Alexis! Ele não é o bom homem que
você acha que é. Ele é um asno egocêntrico que leva o que quer sem
arrependimentos.
De repente estou de volta ao bar na primeira noite em que conheci Luke. Ele
me disse que não se arrependia de nada de seu passado. Ele me disse que pegava o
que queria.
E ele sempre obtém o que ele quer.
Odeio que isso faça sentido. Luke disse que Cole nunca foi visita-lo, mas sua
própria mãe disse o contrário. Ela não tinha motivos para torcer a verdade.
— Não. — Eu digo, mas minha voz morre na minha garganta. — Não... Não.
— Desculpe, demorou tanto tempo para você ver. Desculpe, suas filhas
estarem envolvidas. Mas eu avisei. Isso é quem ele é. Ele sai. Vem quando é
conveniente para ele. Então sai novamente. Toma tudo o que quer, porque é quem
ele é. Ele não é uma boa pessoa.
As lágrimas rolam em meu rosto.
— Você também não é.

.

Sento no meu escritório, fecho a porta, e olho para o meu computador. As

lágrimas correm livremente pelas minhas bochechas e eu não me importo. Eu tenho
repetido tudo na minha mente, e faz sentido. E agora que eu sei a verdade, não
consigo ver nada além das conexões.
Dobro meus braços sobre minha mesa e abaixo minha cabeça. Luke não está
mentindo para mim. Ele não vai se esquivar de repente e encontrar outra mulher.
Ele me ama. Eu sei que ele faz.
Eu rolo pelo Instagram e Twitter, precisando de uma distração. Meu coração
não vai parar de correr e meu estômago está torcendo de nervoso. Abaixo o telefone
e tento me concentrar no trabalho.
Abro minha caixa de entrada apenas para fechá-la novamente. Quanto mais
tempo passa, mais doente eu me sinto. Eu solto uma respiração e tento meu e-mail
novamente. Há um e-mail do agente que eu deveria encontrar hoje. Ela foi atingida
pela gripe e não conseguiu vir. Ela pediu para reprogramar para a próxima semana.
Não há nada me mantendo no escritório hoje.

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— Porra! — Eu digo e levanto. Eu desligo meu computador e pego minha

bolsa. Cerro minha mandíbula e saio do escritório. As pessoas param de falar e
desviam o olhar. Sim, é estranho, já que todos do escritório sabem que bati de frente
com Cole. Ninguém sabe sobre o que é, no entanto.
Eu continuo caminhando, não parando até estar no metrô. Eu olho para
frente, tentando o meu melhor para não pensar em nada. Eu só preciso ir para casa.
Eu preciso ver Luke. Sentir seus lábios contra os meus. Ouvi-lo dizer que ele me
ama.
Tudo ficará bem.
Ligo para Luke e cai na caixa postal. Isso não significa nada. Seu telefone
poderia ter acabado a bateria. Ele não está me ignorando. Ele não faria isso. De novo
não.
No segundo que estou estacionada na minha calçada, corro fora do carro e
entro em casa. Pluto salta na porta, pulando com entusiasmo. Espero Luke vir, pegar
o cachorro e esperar por mim. Mas ele não faz.
— Luke?
Ele não responde.
— Luke, você está aqui?
Apresso-me pelas escadas. Ele poderia estar dormindo.
Ele não está.
Nem está no chuveiro.
Isso não significa nada. Ele gosta de trabalhar e deve ter saído para obter
comida. Isso não significa que algo ruim aconteceu. Eu volto lá embaixo e percebo
que meu laptop foi movido e está balcão da ilha. Abro e meu coração cai do meu
peito.
O navegador de internet foi aberto. Eu olho para ele, pisco e me sinto doente
novamente. Se essa informação estiver correta, então, Luke comprou um bilhete de
avião de ida para Chicago agora.

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CAPÍTULO 2 2

Luke
Engulo o nódulo na minha garganta pela milionésima vez. Meu coração não
parou de disparar desde que recebi a ligação, e quanto mais perto chego de Chicago,
mais sinto que vou vomitar. Olho pela janela do avião, observando o chão entrar em
cena. Estamos nos preparando para pousar.
Não arrumei uma mochila, e minha falta de bagagem me fez ser parado pela
segurança. Eu quase perdi meu vôo, o que fez a chamada para Lexi antes do
embarque impossível. Eu olho para a minha tela. Meu telefone está em modo avião e
não posso ligar para ela ainda. Está me matando não fazê-lo. Eu decidi esperar até
depois do encontro com esse agente para soltar essa bomba sobre ela. Não faz
sentido irritá-la, e se ela não conseguir responder, esse não é o tipo de coisa que eu
quero que ela ouça em uma mensagem.
O avião pousa na pista, e estou sentado na minha cadeira, esperando para
me levantar e fugir daqui.
Preciso ligar para Lexi.
Preciso chegar a José antes de ele morrer.
Volto com emoção novamente, e uma onda de náusea vem sobre mim. Eu
fecho meus olhos e inclino para trás. O pensamento de Lexi me acalma. Desejo que
seus braços estivessem em torno de mim, para ouvi-la rir, para sentir seus lábios.
Demora uma eternidade até eu sair do avião e chegar ao aeroporto. É depois
do meio dia, então ligo para Lexi. Seu telefone vai direto para o correio de voz.
Talvez ela ainda esteja no almoço. Eu desligo e ligarei mais tarde. Eu preciso ouvir
sua voz. Porra. Eu esfrego minha testa, mas continuo indo, pegando um táxi para

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levar-me à instalação de cuidados prolongados. Lexi me ligará quando puder, e

prefiro esperar até que ela não esteja ocupada para dar essa má notícia.
Eu pago o taxi e me movo em direção às portas duplas do prédio. Meu peito
aperta e, de repente, não consigo me mexer. Não é possível alcançar a porta. Eu olho
para o meu reflexo no vidro.
Esta é a última vez que vou ver José.
A emoção me acerta e não tenho certeza de que posso fazer isso. Tento Lexi
mais uma vez. A chamada vai direto para o correio de voz novamente. Respiro
profundamente e reprimo como costumo fazer, me permitindo entrar. Eu atravesso
o lobby e viro à direita, descendo pelo corredor até o quarto de José.
Está vazio.
Estou muito atrasado.
Coloco minha mão na porta, a dor irradiando no meu coração.
— Luke? — Alguém chama. Eu viro e vejo o Chefe dos Bombeiros do nosso
departamento vindo pelo corredor. — Ele está aqui embaixo.
Eu pisco, não tenho certeza se eu imaginei isso ou não. Eu não o vi em meses.
Não vi nenhum dos caras do departamento. Não desde que fui embora.
— Eles o moveram para um quarto maior. — Diz ele. Eu aceno com a cabeça
e me movo em direção a ele. — Estamos todos aqui. — Ele me bate nas costas em
um meio abraço. — É bom te ver. Gostaria que fosse em circunstâncias diferentes. —
Ele dá um passo para trás e me olha para cima e para baixo. — Você parece bem.
Nova York está te tratando bem.
— Uma certa mulher em Nova York trata. — Eu olho para Jeff. — O que
houve... O que está acontecendo?
— Eles o doparam. Ele não está sentindo nenhuma dor. Então, estamos
esperando.
— Como está Caroline?
Jess solta uma respiração.
— Ela tem seus momentos. Ela está ocupada se certificando de que ele está
confortável até... Até chegar a hora.
— Porra.
— Sim. Sempre gostei de vocês, rapazes. Lembro do primeiro dia em que
entraram juntos, tão jovens e confiantes. Eu pensei que vocês dois juntos seriam

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adversários. Amigos da faculdade, trabalhando juntos... Era uma receita para o

desastre. Mas vocês não foram. — Seus olhos se enchem de lágrimas e os meus
também. — Vocês dois eram bons bombeiros. Você sabe que sempre será bem-
vindo.
Eu aceno com a cabeça, sabendo que se eu começar a falar sobre Lexi, eu
poderia ter meu primeiro colapso emocional. Mudo meu telefone para o silencioso,
desapontado quando vejo não ter recado de Lexi e entro na sala.
José parece pior do que quando o vi por último. Pálido. Mais magro.
Miserável.
Caroline está certa: é hora.
Tudo parece surreal. A sala está cheia de amigos e familiares. Conversamos
com ele, sobre ele, lembramos dos bons momentos. Eu conto histórias sobre nós dois
na faculdade, criando o inferno e nos divertindo. Pessoas riem. As pessoas choram.
Caroline não sai de seu lado.
É a coisa mais estranha, estar sentado aqui, esperando que ele morra.
A enfermeira vem a cada duas horas para verificá-lo, vira-lo e dar mais
medicação para a dor. O tempo passa devagar, mas é muito passageiro. Não quero
que demore, ainda assim. Isso acabará com a dor e o sofrimento. Ele pode seguir em
frente.
Um dos caras do departamento de bombeiros traz comida em torno das seis.
Estou surpreso ao ver quanto tempo passou quando eu saio da sala. Parece que
fiquei sentado ao lado do meu melhor amigo por uma eternidade, enquanto parece
que acabei de chegar aqui minutos atrás.
Eu pego meu telefone da cadeira onde eu o deixei, e vejo que tenho uma
mensagem de texto de Lexi.

Lexi: Eu não sei o que aconteceu, mas sei que você se foi. Você prometeu que não iria
embora, mas foi. E eu sei sobre Heather, e como ela deixou Cole por você. Eu tentei ligar e
você não atendeu. Sinto sua falta e amo você. Mas acho que não posso fazer isso. Eu pensei
que estávamos na mesma página, mas acho que não estamos. Eu quero você na minha vida,
mas parece que você não me quer na sua.

Eu olho para o meu telefone, lendo até o fim da mensagem com muita
rapidez, esperando ver algo que me faça saber que este texto não significa isso. Eu

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leio a mensagem mais uma vez. Duas vezes. A bile ergue novamente na garganta, e
de repente estou tonto. Eu dou alguns passos rápidos em uma área de estar e afundo
em um sofá de espuma dura.
Não consigo respirar.
O que está acontecendo? Por que Lexi pensa que Heather deixou Cole por
mim? Eu não vi Heather desde o Dia de Ação de Graças antes que ela terminasse as
coisas. Ela tinha uma queda na escola por mim quando eu era mais jovem, mas
deixei muito claro que eu não queria estar com ela, e certamente não agora.
Cole. Tem que ser Cole, sempre Cole.
Muitas emoções circulam por mim. Meu melhor amigo está morrendo.
Acabei de perder o amor da minha vida. E meu estupido e fodido irmão cometeu a
traição final. Meus ouvidos tocam e pequenos pontos negros enchem minha visão.
Fecho meus olhos e balanço minha cabeça. Tento recuperar a respiração.
Eu quero assassinar Cole.
— Luke? — Pergunta Caroline suavemente. Abro os olhos e a encontro a
poucos metros de distância. Ela está segurando a barriga, me olhando com
preocupação.
— Estou bem. — Eu digo e balanço minha cabeça. — Bem, não é exatamente,
mas...
— Eu sei o que você quer dizer. Sua namorada está chegando?
— Não. — A palavra deixa um buraco no meu coração. — Não, ela não está.
Caroline assente com a cabeça.
— Posso sentar perto de você?
— Sim, é claro. — Eu tropeço, dando mais espaço. Ela lentamente se senta,
recostando-se e apoiando as mãos sobre a barriga.
— Uma vez que José... Uma vez que ele não estiver mais aqui, vou morar
com meus pais em Iowa por um tempo.
— Oh... Isso provavelmente é bom.
— Sim. Eu não quero estar sozinha, e minha mãe está em pleno modo de
vovó. A mãe de José disse que ela também pode vir me visitar sempre que eu
precisar dela. Nós estaremos bem. De alguma forma.
— Você irá. E você sabe que sempre pode me ligar. Vou atender a partir de
agora. Eu sinto muito...

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EMILY GOODWIN

— Não se desculpe. Todos lidamos com as coisas de maneiras diferentes. —

Ela está de pé. — Você deve comer, mesmo se não estiver com fome.
Minha cabeça se move para cima e para baixo e eu paro. Colocar comida no
meu estômago provavelmente não é uma boa ideia agora. Ainda sinto que vou
vomitar. Tudo desmoronou. Tudo se foi, tudo está quebrado.

.

Eu chego ao meu apartamento de Chicago à meia-noite. A enfermeira

incentivou todos a irem para casa, tomar banho e descansar um pouco. José estava
firme, a fazendo pensar que poderia ter mais alguns dias antes de passar desta para
melhor. A porta fecha atrás de mim e acendo as luzes.
Limpei esse lugar da última vez que estive aqui. Não está bom, e há uma
coleção de garrafas de cerveja vazias na mesa. Solto minhas chaves no chão e
caminho até a mesa. A raiva brota através de mim, solto um grito enquanto as
empurro para o chão. Viro e soco a parede, meu punho atravessando-a. Minhas
juntas estão sangrando, mas não sinto nenhuma dor.
Ou talvez eu sinta, mas é tão menor em comparação com meu coração
quebrado, nem se compara. Eu vou para a janela e olho para a cidade abaixo. Eu
ando de volta para a porta, o vidro quebrado espatifando sob a sola das minhas
botas. Pego meu telefone e ligo para Cole. Para minha surpresa, ele responde.
— O que você fez? — Exijo.
— Nada.
— Então, por que Lexi pensa que Heather te deixou por mim?
— Porque ela deixou! — Exclama Cole. Um silêncio passa entre nós. — Ela
fez.
— Isso não é minha culpa. — Eu digo com os dentes cerrados. — Não tive
nada a ver com isso.
— Você está cheio de merda! Tinha a ver com você o tempo todo! Você sabia
que ela gostava de você, nem pode negar isso.
— Eu tinha dezesseis anos quando ela gostou de mim! O que você queria que
eu fizesse? Eu nunca fiz uma maldita jogada.
— Você sabia que ela gostava de você, e toda vez que eu a aproximava de
mim, lá estava você, tentando levá-la embora.

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EMILY GOODWIN

— Isso não é verdade. Eu nunca a quis assim. Nunca.

— Então agora ela não é boa o suficiente para você?
— Não. — Eu grito. — Ela não é!
— Você é um maldito mentiroso, Luke. Se você nunca a quis, então por que
ela estava no hospital?
— Do que você está falando?
— O hospital, Luke. Depois que você se acidentou... Eu fui ver você e ela
estava lá. Sentada ao lado da sua cama, segurando sua mão. Como ela sabia que
você estava lá? Como ela entrou?
— Ela nunca esteve lá.
— Eu a vi, porra! Pare de mentir. Não importa mais. Lexi sabe a verdade. Ela
está bem. Você não precisa mentir mais. Não há mais ninguém para enganar.
— Mas, ela nunca esteve lá. Nunca a vi.
— Engraçado. Eu acho que conheço como é a minha ex-noiva.
Eu agito minha cabeça.
— Quando você veio?
— Você está perdendo totalmente o ponto aqui, Luke! Não importa quando.
Ela estava lá. Depois de ter jurado que vocês não estavam envolvidos. Ela estava lá.
Eu vi a maneira como ela olhou para você. Do jeito que ela tocou sua mão e chorou.
Não é assim que as pessoas que não estão envolvidas agem! Porra, Luke. Você
conseguiu exatamente o que mereceu. Não venha aqui esta noite. Eu mudei o código
do alarme. Você vem aqui, e eu digo à polícia que está invadindo.
Ele desliga e fico tremendo. Minha cabeça dói e meu coração dói ainda mais.
Eu tento lembrar. Fiquei inconsciente nos primeiros três dias e depois com
medicação para dor intensa nos próximos. Não lembro da primeira semana. Se ela
tivesse vindo me ver, não saberia disso.
Eu me afundo no sofá e coloco minha cabeça entre minhas mãos. Tudo faz
sentido. Cole teve seu coração quebrado e teve que lidar com a bagunça e o
constrangimento de cancelar um casamento. Ele nunca gostou de mim. Pensar que
Heather o deixou para ter um romance secreto comigo, bem... Explica seu ódio.
E se Lexi acredita que eu tive um caso com a mulher comprometida do meu
próprio irmão, ela nunca me perdoará. Ela deixou bem claro quanto a família é

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importante para ela, e sei como ela se sente sobre pessoas que enganam... E ela veria
essa traição como completamente imperdoável.
E não tenho ideia de como fazê-la ver a verdade.

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CAPÍTULO 2 3

Alexis
Eu trago meus joelhos para o meu peito, a dor irradiando através de mim.
Estive chorando desde que escrevi a mensagem para Luke há algumas horas. Meu
coração está em um milhão de pedacinhos e cada fenda quebrada e afiada perfura
minha alma.
Não entendo como as coisas podem ficar tão erradas. Como eu poderia me
apaixonar por um homem que teve um caso com a noiva de seu irmão. Um homem
que prometeu que nunca me deixaria, e se foi.
Um homem que disse que me amava. Um homem que eu acreditei que me
amava.
As meninas sabiam que Luke era mais do que meu amigo. Elas gostavam
dele. Confiavam nele. Elas vão ficar tão decepcionadas e vão me ver chateada. Por
mais duro que eu tente, não consigo parar de chorar.
Quero gritar e jogar coisas. Mas não consigo me levantar. Não posso me
mover. Eu mal consigo respirar. Meus olhos ardem de chorar. Eu quero me enrolar
na minha cama com uma garrafa de vinho, não sair debaixo do edredom até a dor
desaparecer.
Eu nunca sairei de lá.
Luke era o amor verdadeiro. O amor da minha vida. Aquele que fez todo o
mal no meu passado fazer sentido, porque sem ele não teria encontrado o meu
caminho. Mas, agora estou aqui quebrada e sozinha.
Estou sozinha, estou tremendo e assustada e tenho que enfrentar o fato de
que será sempre assim.
Quebrada.

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Sozinha.
Não há ninguém lá fora que possa se comparar a Luke. Mesmo que existisse,
eu não gostaria deles. Eu quero Luke.
Eu o amo.
Não estar com ele dói. Dói mais do que jamais imaginei, e não sei se posso
lidar com isso. Eu o amo e o quero, eu desejo que mesmo com as coisas ruins, isso
possa funcionar.
Mas elas não vão.
Ele prometeu que não me deixaria de novo e ele fez.
Eu quebro em soluços, pressionando meu rosto em uma almofada do sofá.
Pluto salta no sofá ao meu lado, lambendo minhas lágrimas.
— Obrigada, garoto. — Eu o afago. Envolvo os braços ao redor dele e fecho
meus olhos encharcados de lágrimas. Eu respiro lentamente e trago Pluto mais perto
de mim. — Pelo menos eu tenho você, certo? — Imagens de Luke me atingem e sinto
outra onda de dor tão intensa que acho que meu coração pode parar de bater.
O que eu tive com ele foi épico. Nós nos conectamos em todos os níveis. O
sexo era fenomenal. Poderíamos falar sobre qualquer coisa. Ele se deu bem com
minhas filhas. Tudo parecia tão perfeito. Eu deveria saber. Eu deveria ter imaginado
que nunca permaneceria tão perfeito.
Pluto empurra, ouvindo alguém na porta traseira. Eu congelo, coração
acelerado. Alguém abre a porta da cozinha. Eu sento. Luke. Tem que ser Luke. Ele
está de volta e se arrependeu e tudo ficará bem!
— Pluto! — Uma voz feminina chama. Oh, certo. É a Poppy, e ela está aqui
para levar Pluto para sua caminhada diária. Eu me inclino no sofá, não querendo
que ela me veja. Não há como possa fingir que estou bem agora.
— Ei, amigo. — Diz ela a Pluto. — Pronto para dar um passeio? Eu recalibrei
o dispositivo para que eles não consigam ouvir meus pensamentos. Eu também
estou trabalhando em um para você. Isso bloqueará quaisquer implantes que
colocarem sob sua pele.
Mantenho a respiração e espero que ela vá embora. Eu gosto de Poppy. Ela
acredita que o governo está observando cada movimento dele, mas ela foi um salva-
vidas para Pluto, uma vez que comecei a trabalhar em tempo integral. A porta se
fecha e eu levanto do sofá, enxugando meus olhos e subo para meu quarto no andar
de cima.

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Minha cama está arrumada, e é só porque Luke a fez. Eu olho para ela,
lágrimas enchem meus olhos, me viro e ando pelo corredor. Não consigo me deitar
na minha cama. Eu compartilhei essa cama com Luke esta manhã. Eu pensei que
estaria compartilhando com ele novamente esta noite.
Eu subo na cama de Grace em vez disso, afastando seus bichinhos de pelúcia
do caminho. Enrolo minhas pernas e mordo meu lábio, tentando segurar minhas
lágrimas.
Eu falho.

.

Meu telefone toca, sento, me sentindo desorientada. Eu ainda estou na cama

de Grace e não tenho certeza se adormeci e sonhei. Luke estava comigo, dizendo que
estava arrependido, e de alguma forma, eu sabia que ele queria dizer isso.
Estar acordada é o pesadelo.
Por uma fração de segundo, espero que seja Luke. Eu quero dizer como estou
zangada e quero que ele me diga que ele me ama e está voltando para casa.
Casa.
Esta não é sua casa. Ele disse isso mesmo, ele nunca pretendia ficar aqui.
Acho que ele se deu conta disso esta manhã.
Então lembro que bloqueei o número de Luke. Ele poderia me ligar de outro
telefone e sim, estou esperando que seja ele.
Mas não é, porque Russell está aparecendo na tela. Suspiro e atendo. Ele
provavelmente vai me incomodar sobre o tempo com as meninas neste fim de
semana ou algo assim.
— Olá? — Digo com a voz rouca de chorar.
— Ei, Lex. Você está ocupada?
— Não, na verdade não. Por quê?
Um segundo passa.
— Você está bem?
As lágrimas enchem meus olhos. Novamente.
— Sim. Só estou cansada. Está tudo bem?

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— Minha mãe acabou de ligar. Papai não vai sair do hospital hoje, como ele
pensou que iria.
— Oh, isso é horrível. Ele está bem?
— Sim, mamãe disse que os médicos precisam ajustar uma medicação, mas
pode levar alguns dias para obter os resultados que eles precisam antes que ele
possa ir para casa. Ele está para baixo, então mamãe perguntou se eu poderia levar
as meninas depois da escola para vê-lo.
— Certo.
— Mesmo? Você não vai discutir comigo?
— Não. Basta ligar e mandar o professor deixar Grace e Paige com você.
Traga-as para casa antes do jantar.
— Isso é inesperado.
— O que quer que seja, Russ. — Já estou me sentindo derrotada e discutir
com Russel só piorará.
— O que, você está querendo algum tempo sozinha com aquele seu novo
brinquedinho?
As lágrimas derramam sobre minhas bochechas.
— Ele não pode ser um brinquedo porque ele é mais velho que eu. — Digo
calmamente. E ele não pode ser um brinquedo, porque ele não está aqui. Ele me
deixou, assim como você fez.
— Você tem certeza que está bem, Lex?
— Você por acaso se importa? — Eu grito, a voz quebrando. — Quando você
já se importou?
— Whoa, não fique histérica.
— Tchau, Russell. Não se esqueça de ligar para a escola.
— Lex, espere.
— O que? O que mais você poderia querer?
— Eu quero saber se você está bem.
Balanço a cabeça.
— Você gostaria que eu dissesse que não estou, não é? Você gostaria de ouvir
como estou lutando ou triste ou como as coisas não estão funcionando para mim,
certo?

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— Lex... Não. Sei que tivemos nossas diferenças...

— Diferenças? Hah! Você tem sido nada além de um idiota para mim há
anos!
— Você não é santa.
— Oh pare com isso! Não estou discutindo com você, Russ. Você vai ligar
para a escola ou não?
— Sim, e Lex?
— O que?
— Eu sinto muito.
Eu reviro meus olhos.
— Certo. Qualquer outra coisa que você gostaria de adicionar?
— Não.
— Bom. Diga ao seu pai que espero que ele fique melhor em breve. — Eu
desligo e jogo o telefone no colchão. Agora sinto saudades das garotas, e saber que
passarão mais algumas horas até que eu as veja de novo machuca. Mas, eu preciso
dessas horas para me recompor. Elas não gostam de me ver chorar, e ambas ficam
assustadas, me vendo desabar. Elas já viram o suficiente. A vida não é um arco-íris e
contos de fada, mas elas ainda são tão jovens e inocentes. Eu não quero que elas
tenham mais dor que elas já têm.
Saio da cama de Grace, a deixando do jeito que estava e desço as escadas.
Pluto está dormindo no sofá, cansado após a caminhada de uma hora com Poppy.
Sento ao lado dele, acariciando seu pelo dourado e apenas olhando pela janela, sem
olhar para nada em particular. Lágrimas caem dos meus olhos, e é uma maravilha
que eu ainda tenho a menor vontade de chorar.
Não sei quanto tempo passa. Meu peito dói, minha cabeça lateja, e meu
coração foi esmagado e deixado em uma poça sangrenta. Meu telefone toca, e
demora alguns segundos para que o toque registre.
É Jillian. Eu atendo automaticamente e coloco o telefone no meu ouvido. Mas
não posso falar. Porque se eu abrir a boca, os soluços sairão.
— Lexi? — Ela diz. — Você está aí?
— Sim. — Eu respondo.
— O que aconteceu hoje? Estou a caminho com vinho e do bolo.

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O meu lábio inferior estremece. Eu inalo, aperto minha mão no meu peito
para me estabilizar.
— Obrigada.
— Merda, você está chorando. Isso é por causa de Cole?
— Não completamente. Luke e eu terminamos.
— Oh, docinho. Que se foda o vinho. Estou levando whisky. Estarei aí em
breve. Eu já estou a caminho. Aguenta aí, querida.
— Vou tentar. — Eu desligo o telefone e perco minha batalha para não
chorar até Jillian chegar aqui. Ela me abraça e a emoção bruta no rosto me faz chorar
ainda mais. Ela me segura, esfregando suavemente as costas até estar calma o
suficiente para sentar no balcão da ilha. Ela abre a caixa de bolo, pega dois garfos e
me derrama uma dose de uísque.
— O que aconteceu?
Eu coloco meu garfo no bolo, conseguindo um pedaço da lateral com mais
glace.
— Ele se foi.
— Luke?
— Sim.
— Por quê?
Eu balanço a cabeça, os dentes cerram.
— Isso tem a ver com Cole, certo? Todo mundo está chateado com a maneira
como ele falou com você, por sinal. E ele ficou em seu escritório o resto do dia. Ele
ainda estava lá quando eu saí.
Eu pego outra garfada de bolo.
— Eu sei por que Cole odeia Luke, e não posso dizer que eu o culpo. — Eu
coloco o garfo no prato e pego o uísque. Encho meu copo, bebo e estremeço com o
sabor. — Cole estava noivo, e sua noiva o largou por Luke.
— Que merda é essa?
— E acho que Luke negou tudo, mas quando Cole foi ver Luke no hospital,
quando ele ficou seriamente ferido, ele disse que sua ex-noiva estava lá com Luke.
Jillian desliza o uísque na frente dela, precisando de mais uma dose para
processar tudo isso.

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— Você tem certeza?

— Eu acho que sim. Luke disse que Cole nunca foi vê-lo no hospital, mas sua
mãe disse que Cole foi. Por que ela mentiria ou inventaria isso? Ela não teria razão e
não sabia que Luke me contou que Cole não veio visita-lo.
— Então, você confrontou Luke sobre isso e é por isso que você terminou
com ele?
— Eu não posso confrontá-lo porque ele não está aqui. Liguei e ele não
atendeu, essa é a verdadeira razão pela qual não podemos estar juntos. Não é que
trapacear com a noiva de seu irmão não fosse ruim o suficiente.
— O que você quer dizer?
Pego o computador e abro. A internet ainda está na página da companhia
aérea.
— Luke comprou uma passagem de ida para Chicago.
— Por que ele faria isso?
Eu balanço minha cabeça.
— Não tenho ideia. — Coloco minha cabeça em minhas mãos e suspiro. — A
nossa ruptura... Foi porque ele se foi e me deixou por uma semana. — Eu digo e
então me sinto mal. Luke não me deixou para fazer festa com amigos ou ter um fim
de semana solteiro. Ele tinha uma razão legítima para ir a Chicago, e emparelhado
com a ansiedade e as emoções reprimidas, eu entendi essa saída.
Mas isso... Isso não.
— Ele prometeu que não voltaria a fazer isso. Disse que se precisasse voltar e
ver seu amigo doente, me avisaria primeiro. Ele me disse que queria ficar em Nova
York comigo. Ele falou sobre como conseguir um emprego e uma casa aqui. Ele
prometeu que estaria comigo. E ele se foi. Quantas vezes posso perdoá-lo?
— Porra, Lex. Eu sinto muito. Gostaria de ter alguma sabedoria divina para
conforta-la e fazer você se sentir melhor. Mas eu não tenho.
Meu rosto se parte, e as lágrimas seguem.
— Dói. — eu suspiro, levando minhas mãos no meu peito. — Isso machuca
muito.
Jillian se aproxima e envolve seus braços em volta de mim.
— Eu sei, eu sei que dói querida.
— Como eu pude ser tão estúpida? Eu pensei que ele me amava.

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— Eu achei também.
— Eu não era o suficiente para ele. Eu não era suficiente para Russ. Nunca
serei o suficiente para ninguém.
— Shhhh. — Jillian acalma. — Isso não é verdade.
— Sim, é. — eu soluço. — É minha culpa. Eu o deixei entrar. Eu o deixei
entrar, e ele me destruiu. E você sabe o que eu mais odeio? Odeio que ainda estou
esperando ele voltar. Eu odeio que eu estivesse com tanta fome de amor, que comi
todas as mentiras com as quais ele me alimentava. Eu quero odiá-lo, mas não posso.
— Tudo vai ficar bem. — diz Jillian, engasgada na emoção. — Hoje não.
Amanhã também, mas você ficará bem. Você é a pessoa mais forte que conheço.
— Estou cansada de ser forte. Estou cansada de segurá-lo. Por uma vez eu
queria que alguém me abraçasse.
Jillian pega o whisky. Eu aceno.
— Não. — Eu digo. — Meu estômago dói.
— Quer água? — Diz ela. — Você bebeu rápido demais.
— Não é isso. São as borboletas... É como se todas elas simplesmente
tivessem morrido.
— Oh, Lex... — Jillian limpa as lágrimas de seus próprios olhos.
Respiro e balanço minha cabeça.
— Eu sabia que era muito cedo. Muito bom para ser verdade. Talvez eu
soubesse, no fundo, muito no fundo, que não funcionaria. Mas, me pareceu tão real.
— E foi, Lex. Eu acho que foi. E eu acho que ele te amava.
Eu olho para ela através das minhas lágrimas.
— Eu acho que ele também fez. Mas ele ainda assim saiu e não me falou.

.

Abro os olhos, a luz do sol brilhante atravessa a janela. Minha mente ainda
não está acordada, e por uma fração de segundo, tudo está bem.
E então isso me atinge.
Meu coração se parte em dor e coloco minha mão na boca, abafando um
soluço. Todo o meu corpo dói, e me tira o fôlego. Choro silenciosamente, lágrimas

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caindo implacavelmente, fazendo uma poça no meu travesseiro. Meu alarme

dispara, eu o alcanço e desligo, mas não saio da cama.
Eu posso ser forte, mas mesmo as pessoas mais fortes têm pontos de ruptura.
Não era assim que era suposto terminar, mas não posso imaginar isso de outra
maneira. Estou começando a pensar que estou destinada a estar romanticamente
sozinha.
Lentamente, eu sento e coloco meus pés no chão. Talvez devesse agradecer
pelo pouco tempo que tive com Luke. Ele me amava então. Eu tenho que acreditar
que ele fez. Porque eu o amava.
Eu ainda o amo.
Minha cabeça está me dizendo para esquecê-lo, e meu coração está
sussurrando para manter essa esperança e nunca deixar ir. Não sei o que ouvir.
Sempre confiei no meu coração, e sempre me levou a um mundo de feridas.
Eu acho que preciso aguardar que meu coração aceite o que minha cabeça já
sabe que é a verdade.
Preciso deixar Luke ir. Preciso perdoá-lo, seguir em frente e não me
perguntar por que eu não fui suficiente. Não ficar louca pensando em como as coisas
correram bem durante a noite para fazê-lo partir.
— Saia do meu quarto! — Grita Paige, sua voz sonolenta ecoa pelo corredor.
Volto à realidade e me levanto, uma tontura me atinge quando me movo. Jillian
ficou ontem à noite até Russ trazer as garotas para casa.
— Querida, o que há de errado? — Pergunto.
Paige está sentada, os olhos meio fechados e está olhando para a parede.
Suspiro e me afundo na cama com ela. Envolvo os braços em volta dela e a puxo
suavemente para meu peito. Paige balança e resmunga, mas estabelece.
— Está tudo bem, querida. Você está tendo um pesadelo novamente.
Paige abre os olhos.
— Mamãe. Fique aqui no meu quarto.
— Eu vou. Estou aqui. Eu sempre estarei aqui.
Meu coração está quebrado e estou sangrando de dentro para fora, mas
minhas meninas são meu torniquete.

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CAPÍTULO 2 4

Luke
Enrolo meus braços ao redor de mim no banheiro e me inclino. Tudo o que
bebi sai e meu corpo estremece. O gosto rançoso da bile queima minha boca, mas
não consigo beber água. Agora não. Ainda não.
Tudo dói e não é por causa do álcool barato que bebi. Meu melhor amigo
estará morto em questão de horas ou dias. E Lexi se foi.
Não tenho certeza do que dói mais: perdê-la ou saber que está machucada.
Que ela pensa que eu a deixei novamente, que eu quebrei minha promessa e
arruinei o relacionamento do meu irmão.
Talvez eu tenha feito.
Não deixei Lexi. Não nesse sentido, mas estou aqui. Peguei aquele avião e
voei para Chicago. Esperei para ligar, não querendo arruinar mais o seu dia. Mas
talvez eu devesse ter arruinado. Estou condenado se fizer e maldição se eu não fizer.
Não queria perder a chance de me despedir do meu melhor amigo.
E agora eu perdi os dois.
Eu vomito novamente, meu estômago contrai dolorosamente. Não há mais
nada depois disso. Eu inclino contra a parede do banheiro, sentindo que estou
morrendo.
E Heather deixou Cole? Talvez eu pudesse ter feito mais lá também. Eu
sempre pensei que ela era um pouco louca, mas encaixa perfeitamente com o meu
irmão idiota. Ela gostou de mim uma vez e sempre foi um pouco amigável demais.
Mas ela era a maldita noiva de Cole, então eu era legal. Nunca disse nada. Talvez eu
devesse ter dito a ela que para ir se foder.

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Eu alcanço o beiral da banheira para levantar. Eu deveria levantar, tomar

banho e voltar para o centro de cuidados. O meu telefone está ao meu lado, e se
alguma coisa mudar na estabilidade de José, alguém ligará. Não estou longe, apenas
a 5 minutos de táxi.
Eu levanto, mas em vez de entrar no banho, tropeço na sala de estar. Eu
desmaio no sofá, acordando algumas horas depois. Eu ainda sinto os efeitos do
álcool, mas estou mal o suficiente para entrar em pânico. Verifico o meu telefone e
fico aliviado e triste por não ver chamadas ou textos perdidos.
Eu fecho meus olhos novamente e durmo por mais uma hora ou duas. O
efeito do álcool desapareceu quando acordo. Eu me arrasto para o banheiro. Há uma
toalha limpa debaixo da pia. Ligo o chuveiro, deixando correr um minuto antes de
entrar e me lavar rapidamente. É estranho, como tudo está aqui.
Sabonete, shampoo, toalhas. Roupas no meu armário. Calças e sapatos
limpos. Eu acho que é bom, que deixei tudo aqui. Como um sinal universal de que
minha vida estava destinada a voltar para cá, sozinho e quebrado.
Eu me sinto muito doente para comer. Mal pelo sofrimento. Mal da bebida. E
mal por um coração partido.

.

— Você não é um fã dos Yankee’s agora, é? — Gabe, outro bombeiro de

nosso departamento pergunta. Volto à cabeceira de José. Ele parece pior e pior com
o passar do tempo. Eu não estou querendo apressar sua morte, mas não quero que
ele sofra mais. Estamos todos aqui. O que ele está esperando?
— De jeito nenhum. Cubbie para toda vida.
— Malditamente certo!
Falamos sobre esportes por um tempo, lembrando o quanto José era fã dos
Bears. Nós dois nos distraímos com alguns jogos e ficamos de fora em temperaturas
inferiores à zero para ver a equipe e dar a mão para eles. Pouco tempo depois, os
enfermeiros do hospital entram para limpar e reposicionar José. Todos nos
movemos da sala e entramos na área de estar no corredor.
— Eu ouvi que você finalmente se estabeleceu. — Gabe me diz.
— Por um tempo, sim.
— Você não está mais?

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— Não. — É tudo o que posso dizer sobre isso sem quebrar. Eu sinto falta de
Lexi pra caralho. Eu uso o banheiro e pego um pouco de água. Quando volto,
Caroline está de pé na porta do quarto de José.
— Eu pensei ter ouvido você dizer que não está mais com sua namorada.
— Não se preocupe com isso. — Eu digo a ela.
— Luke. — ela começa. — O que aconteceu?
— Nada. Realmente, Caroline. Você não precisa nem pensar em mim agora.
Ela franze a testa.
— Você ainda é meu amigo, e você me disse que vocês dois estavam felizes.
O que aconteceu? Oh meu Deus, é por causa do que eu pedi?
— Não, nada. Simplesmente... Não funcionou.
— Você sente falta dela?
— Sim.
Seus olhos vão para a porta fechada.
— Volte atrás. A vida é muito curta para passar sozinho.
— Eu quero, mas houve muitas mentiras torcidas. Cole fez com que ela
acreditasse que sua noiva o abandonou porque eu a queria e que nós o enganamos
enquanto estavam noivos.
— Você nem vivia em Nova York enquanto eles estavam noivos.
— Exatamente. Só a vi nas férias.
— Diga isso a sua namorada.
— Ela não quer falar comigo. — Fecho meus olhos e balanço minha cabeça.
Não vou mencionar que vir até aqui foi a gota final. Não adianta de nada perturbar
Caroline mais do que ela já está. — Por favor, não se preocupe comigo. Eu vou ficar
bem.
Caroline assente com a cabeça.
— Certo.
Ela não acredita em mim. E eu também não acredito em mim.

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CAPÍTULO 2 5

Alexis
Entro no elevador e vou para a parte de trás. Eu olho para o café em minhas
mãos, fazendo o meu melhor para não pensar. Grace quase perdeu o ônibus e Paige
chegou atrasada na escola. Apenas estou tentando segurar as pontas.
Não é justo como tudo ao meu redor está caindo aos pedaços e, no entanto, o
mundo continua girando. A vida ainda está acontecendo ao meu redor e estou
lutando para continuar e não desmoronar completamente.
O elevador para no meu andar e é preciso esforço para sair. Vai ser
constrangedor depois da briga de ontem lidar com o chefe. Abaixo minha cabeça e
entro no meu escritório, fechando a porta assim que entro.
Vou direto ao trabalho, dando boas-vindas à distração. No entanto, não é
suficiente para uma distração. Não posso pensar em nada além de Luke. Eu olho
para o meu computador, subindo e descendo pela minha caixa de entrada. Passa
uma hora e não fiz nada.
Pego meu café. Está frio, e saio do meu escritório para reaquecê-lo. Puxo uma
respiração e coloco uma música. Eu tenho diferentes listas de reprodução para se
adequar ao meu humor com base no tipo de livro que estou lendo. Eu não deveria,
mas vou para minha lista de “Triste”. Eu faço isso através de vinte e dois segundos
de Let's Hurt Tonight do OneRepublic antes de começar a chorar.
Limpo meus olhos e puxo meu espelho compacto da minha bolsa. Eu não me
importo com a aparência, e meu cabelo sujo e desordenado prova isso, mas não
quero que as pessoas façam perguntas.
Eu só aplico rímel nos meus cílios superiores, tentando esconder minha dor.
Limpo tudo e inclino na minha cadeira, olhando para o teto. Eu vou me sentir assim

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EMILY GOODWIN

pelo resto da minha vida? Quantas vezes posso ter meu coração partido assim antes
que ele pare de funcionar?
E Luke... Eu nem deveria me perguntar. Eu não gostaria de saber se ele está
triste. Estou preocupada que algo aconteceu com José para fazer Luke partir assim.
Mas ele prometeu. Ele prometeu que não iria simplesmente sair de novo. E além do
fato de ele ser a causa da noiva de seu irmão deixá-lo. Deus, sou tão estúpida
quando se trata de amor.
Eu trabalho na hora do almoço. Meu estômago resmunga, e em um nível
físico estou morrendo de fome, embora não tenha vontade de comer. Eu termino
meu café frio e tenho que fazer xixi. Ignoro esse desejo pelo tempo que posso, e
depois tenho que correr rapidamente para o banheiro.
Meus olhos estão no chão o tempo todo, não querendo arriscar entrar em
contato visual com alguém. No caminho de volta, cruzo com Cole. Nós ficamos
paralisados no meio do escritório. Eu levanto meus olhos e olho para ele, desejando
instantaneamente que não fizesse.
Eu automaticamente vejo as semelhanças que ele compartilha com seu irmão
e meu coração partido não pode aceitar. Ranjo os dentes e dou a volta em Cole.
— Alexis. — Ele diz e eu olho para trás, balançando a cabeça. Uma única
lágrima cai e eu viro, me apressando para chegar ao meu escritório. Fecho a porta e
limpo os olhos, respiro profundamente para tentar ficar calma.
Alguém bate suavemente na porta.
— Lexi? — Jillian chama antes de entrar. — Como você está segurando? —
Ela fecha a porta atrás dela.
— Eu não estou. Eu sinto falta dele, Jill. Eu sinto falta dele e estou
preocupada com ele simplesmente sair assim. E se algo ruim aconteceu? Talvez eu
esteja sendo muito dura. Mas, ele prometeu... E ele fez a noiva do irmão terminar
com ele. Mas talvez não. Eu... Eu não sei.
Eu desmorono apesar de quão difícil estou tentando não fazer.
Jillian me abraça.
— Eu também não sei, Lexi. Quando se trata de amor vale tudo, não?
— O amor é estúpido. — Eu digo através das minhas lágrimas.
Jillian me dá um sorriso simpático.
— É realmente. A coisa mais estúpida que podemos fazer com os nossos
corações é dá-lo a outra pessoa. No entanto, nós fazemos.

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Meu telefone toca e eu giro para pegá-lo da minha mesa. Eu não pretendo
atender, a menos que seja sobre as meninas. Eu olho para o número e meu coração
morto se ilumina.
— Três-um-dois, — eu digo. — Esse é um número de Chicago.
— Atenda. Eu conheço você e se arrependerá de não responder.
Eu aceno com a cabeça, minhas mãos tremendo. Eu respondo a chamada e
coloco o telefone no meu ouvido.
— Olá?
— Lexi?
— Sim.
— É Caroline. Nós precisamos conversar.

.

Empurro os ombros para trás e abro a porta de vidro. Uma campainha toca e
eu entro na loja de roupas de luxo.
— Boa tarde. — Diz uma mulher atrás do balcão. — Posso ajudá-la a
encontrar alguma coisa?
— Uh. — Eu digo, os olhos se espalham pelas roupas. — Eu realmente estou
procurando por alguém. Heather está aqui hoje?
— Ela está. Eu irei buscá-la.
— Obrigada. — Eu viro, olhando para uma exibição de vestidos de verão
realmente bonitos. Se eles não custassem cem dólares por peça, eu consideraria
conseguir um para as meninas.
— Oi. — Diz Heather, vindo dos fundos. — Posso ajudar?
Engulo meus nervos.
— Espero que sim. Eu tenho que falar com você sobre algo e vai parecer
loucura. Por favor, fale comigo.
Heather ergue as sobrancelhas e sorri.
— OK.
— É sobre Luke e Cole.

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O sorriso desaparece.
— Oh. Eles estão bem?
— Estou esperando que possam ficar. É por isso que estou aqui.
Heather pisca e acena para eu segui-la até a parte de trás da loja.
— Você é Lexi, não é?
— Uh, sim. Como você…?
— Eu costumava ir aos eventos com Cole. Eu sempre achei você linda, então
lembro de você. Desculpe isso pareceu realmente assustador. Estou nervosa. Tem
certeza de que Luke está bem?
Aperto o suporte na minha bolsa. Ela perguntou sobre Luke. Não sobre Cole.
Isso não parece estar indo bem.
— Fisicamente, ele está bem.
— E Cole? — Ela olha para baixo, culpada, enquanto fala sobre ele. — Eu não
o vejo há algum tempo.
— Mas, você viu Luke.
Ela balança a cabeça e desembaraça seus cabelos castanhos em seus dedos.
— Eu não tenho muito tempo. — Eu digo a ela. — Então, vou simplesmente
cortar isso e ir direto ao assunto. Você e Luke tiveram um caso enquanto estava
noiva de Cole?
Os olhos dela se alargam.
— Não.
— Mas você gostava dele, certo?
— Sim. Eu sempre gostei.
Meu coração está martelando.
— Então, você terminou com Cole por Luke?
Ela olha para mim, olhos nebulosos.
— Você deve pensar que eu sou uma pessoa terrível.
— Não, eu só preciso saber o que aconteceu. Por amor ao Luke. Por favor, eu
sei que isso é estranho, mas por favor, apenas me diga.

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— Uh, está bem. E isso é estranho. Eu, eu... Estive apaixonada por Luke
desde o ensino médio. — As palavras deixam a boca e o choque assume seu rosto. —
Nunca disse isso a ninguém.
— Mas você estava noiva de Cole.
Ela assente com a cabeça.
— Eu também o amei. E pensei que as coisas poderiam funcionar. Depois
que Luke deixou claro que não me queria do mesmo jeito, pensei que poderia seguir
em frente. Cole era ótimo... Tudo o que eu poderia pedir. Mas ele não era Luke. Eu
tentei. Eu realmente, realmente tentei. Mas toda vez que eu via Luke nas férias, eu
sabia. Eu sabia que estava me acomodando e que não era justo com Cole. Eu não o
amava do jeito que ele merecia ser amado.
— Você falou com ele?
— E dizer o quê?
— Que você amou Luke.
Heather fecha os olhos.
— Sim. Eu não deveria ter falado, mas pensei que ser honesta era o melhor.
Dizer que você é o segundo melhor dói. Isso realmente machuca. Imagino
como eu me sentiria se Luke me dissesse que ficou comigo porque não podia estar
com a mulher que realmente amava... Minha irmã. Acho que eu odiaria Kara tanto
quanto Cole odeia Luke.
— E você foi ver Luke após o acidente?
— Por que você está me perguntando isso?
— Eu vou explicar mais tarde. Por favor. Eu preciso saber.
— Sim.
— Luke sabia que você estava lá?
Ela balança a cabeça.
— Ele estava inconsciente, então não.
Um alivio bate sobre mim.
— Como você chegou lá tão cedo?
Ela brinca com a exibição de roupas em nossa frente, dobrando e
desdobrando uma camiseta rosa.

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— Estava em Indiana para o chá de bebê de uma amiga e estava a poucas

horas de distância da cidade. A mãe de Luke e Cole, Martha, postou um pedido de
oração no Facebook para Luke. Continuo seguindo a página dela. — ela admite. —
Eu só queria ter certeza de que ele estava bem, você sabe.
— Cole viu você lá. — Eu digo a ela. — Ele viu você sentada com Luke e
odeia Luke desde então. Quando ele a viu lá com ele, isso o machucou. Muito. E ele
acha que você e Luke estiveram juntos e que você terminou com ele para que você e
Luke pudessem continuar juntos. Ele pensa que você terminou com ele para estar
com Luke.
O rosto de Heather está pálido.
— Luke nunca fez nada. Acho que ele sabia que eu ainda tinha sentimentos
por ele, porque ele sempre me evitava nas férias. — Ela balança a cabeça. — Eles não
se entendiam antes... Oh meu Deus. Eu me sinto mal.
— Você precisa conversar com Cole. Diga o que realmente aconteceu. — Eu
retiro minhas chaves da minha bolsa. — Obrigada, Heather. Você tem que fazer a
coisa certa.
— Espere. — Ela diz quando eu me viro para ir embora. — Por quê? Por que
você me perguntou tudo isso?
— Porque eu também amo Luke.

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CAPÍTULO 2 6

Luke
O sol está começando a se pôr, mas o quarto já está escuro. A respiração de
José ficou irregular, o que nos foi dito é um sinal de que o fim está mais próximo. Ele
não queria viver assim. Ele sofreu por meses. Mas vê-lo morrer lentamente é muito
doloroso. Ver Carolina dizer suas últimas despedidas é ainda mais difícil.
Ela está na cama com ele, e move a mão dele em cima de sua barriga para
sentir o bebê chutando. A sala ficou em silêncio, os únicos sons são os solitários
soluços dos entes queridos de José. Minha cabeça está em minhas mãos e estou
lutando duramente para não pensar em nada.
E então meu telefone toca, vibrando no meu bolso traseiro. Não me permito
sentir esse vislumbre de esperança. Porque não será ela.
Mas é.
Eu levanto e saio da sala.
— Lexi. — Eu respiro.
— Luke. — Ela diz e sua voz traz lágrimas aos meus olhos. — Eu sinto
muito. Você me deixou e não me disse o porquê e... E eu pensei... Eu pensei que você
não me queria mais.
— Eu sempre vou querer você. Merda, Lexi, eu te amo tanto.
— Venha aqui fora.
— O que?
— Venha aqui fora. Por favor.
— Como você... — Eu fujo. Não importa como ela sabe onde estou. E agora
não posso sair rápido o suficiente. Eu abro as portas e lá está ela. O sol está atrás

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dela, e seu cabelo loiro está brilhando com a luz dourada. Eu corro para ela e ela
corre para mim. Meus braços a rodeiam e ela me mantem tão apertado quanto pode.
Meu coração incha e estou beijando-a o máximo que posso.
— Você veio para Chicago por mim. Novamente.
— Eu irei ao fim do mundo por você. — Ela sussurra. Eu abaixo Lexi e corro
as mãos sobre ela. Tenho que ter certeza de que ela está realmente aqui, que não
estou imaginando isso. — Eu te amo, Luke.
Eu a levanto novamente, mascarando minhas emoções e enterrando meu
rosto em seus cabelos. Posso sentir as lágrimas de Lexi na minha camisa.
— Sinto muito. — Ela chora, e não tenho certeza pelo que ela pede desculpas.
Não importa. Porque também tenho que me desculpar.
— Eu deveria ter dito a você. — Eu digo a ela. — Eu não queria deixar uma
mensagem com más notícias. E então não consegui ligar para você. Nunca me
ocorreu que você pensaria que eu tivesse deixado você de novo. Eu quis dizer isso
quando disse que nunca mais quero deixar você ir.
— Eu sei. Eu sei agora.
— Por que você está aqui? — Pergunto. — Como…?
Lexi inala e limpa os olhos.
— Caroline me ligou. Ela disse que conseguiu meu número do seu telefone.
Ela disse que você largou tudo para dizer adeus e as coisas com Heather não são
verdadeiras. E eu sei que não são, porque encontrei Heather e falei com ela. Ela
parece ser muito boa em rastrear endereços aleatórios, acho. Ela me contou tudo, e
eu disse que ela precisava conversar com Cole. Ela precisa dizer que vocês dois não
agiram por trás de suas costas. Ela precisa falar a verdade.
Pego sua mão na minha e a levo aos meus lábios. Não consigo parar de olhar
para Lexi. Ela é muito bela, por dentro e por fora.
— Eu não mereço você. — Eu sussurro.
— Sim, merece. — Ela se aproxima e passa o braço em volta de mim. — Senti
sua falta.
— Também senti sua falta. Não há ninguém nesse mundo para mim além de
você. Não posso sobreviver sem você, Lexi. Desde o momento em que a vi no palco
cantando, eu sabia que havia algo especial sobre você, e sabia que a queria. Mas não
sabia o quanto precisava disso. Eu não sabia o quanto estava faltando até encontrar
você.

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— Eu pensei que talvez o universo estivesse tentando me dizer algo, porque

toda essa má sorte continuava acontecendo e nos separando. E estava tentando me
dizer algo. Mas não estava dizendo que não deveríamos estar juntos. Estava me
dizendo que nosso amor é mais forte do que qualquer coisa que possa nos separar.
Eu mais uma vez abraço Lexi.
— Eu nunca vou deixar você ir.
— Eu não vou deixar você ir mesmo se você tentar. — Ela olha nos meus
olhos. — Devemos entrar ou ele...
Eu balanço minha cabeça.
— Ainda não. Ele está debilitado. A enfermeira nos disse que às vezes as
pessoas permanecem por um tempo, mesmo depois que o suporte de vida é
interrompido. Negócios inacabados ou estão esperando que um ente querido venha.
Pode levar alguns dias.
— Vou ficar. Enquanto você precisar de mim.
— Onde estão as meninas?
— Meus pais estão com elas agora, e então Russ vai leva-las para um longo
fim de semana. Pluto também.
Pego a mão de Lexi e volto para dentro e para o quarto de José. Caroline olha
para cima e eu encontro seus olhos. Eu dou um pequeno sorriso e um aceno de
cabeça, a deixando saber o quanto eu sou grato. Lexi olha ao redor do quarto e as
lágrimas enchem seus olhos quando ela vê José. Eu não preciso perguntar para saber
que seu coração está machucando por eu ter que lidar com isso. Esse é o tipo de
pessoa que ela é.
Sentamos em um banco ao lado da cama. Lexi passa o braço através do meu,
segurando firmemente. Pego a outra mão na minha. Estar aqui é difícil. Estar aqui
está doendo.
Mas ter Lexi comigo torna mais fácil.
Eu olho para o meu melhor amigo e luto contra a emoção. Você teria gostado
dela, eu mentalmente falo com ele. Você realmente teria gostado dela. Ela está aqui, ela
está comigo. Esta é a pior maneira para você conhecê-la, mas ela está aqui.
José dá um último suspiro e deixa o corpo com um estremecimento. Ele não
dá outro.
— Querido? — Caroline chora. Ela se senta, os olhos arregalados e as
lágrimas roçando suas bochechas. — Não. Ainda não. — Sua mandíbula treme e ela

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cai para frente, abraçando o corpo de José enquanto soluça. Lexi se vira para mim e
envolve seus braços ao redor dos meus ombros. Eu fecho meus olhos e repouso
minha cabeça contra a dela e me lembro do quanto eu a amo, quanto preciso dela.
Ela está aqui. Ela está comigo. E ficarei bem. Um momento passa e então abro os
olhos, olhando para o meu melhor amigo.
Era isso que você estava esperando?

.

— Você está bem? — Diz Lexi com um pequeno sorriso, alisando minha
jaqueta. Ela pisca as lágrimas. — E eu vou estar aqui o tempo todo.
Eu lentamente solto uma respiração e pego suas mãos na minha.
— Eu sei.
— Eu te amo. Nós vamos passar por isso.
Suspiro, sentindo que a barragem que eu tentei manter poderia quebrar a
qualquer momento. Hoje será um longo dia entre a procissão e o funeral. Vou ler um
discurso.
Há uma certa sensação de paz em saber que ele não está sofrendo mais. E
essa paz me faz sentir culpado por algum motivo. Lexi diz que é culpa de
sobrevivente e acho que ela está certa. Ela permaneceu em Chicago comigo todo esse
tempo. Estamos empacotando as coisas do meu apartamento e enviando para Nova
York, o que foi uma distração bem-vinda nos últimos dias. Eu vou voltar com Lexi, e
vou viver com ela “não oficialmente” até encontrar meu próprio lugar.
Lexi ainda segura minha mão quando chega a hora ir, ela não a deixa até que
seja hora de eu ir ao altar e ler. A igreja está repleta, cheia de cidadãos de Chicago,
que nem conheciam José, mas querem honrar sua memória e mostrar seu respeito ao
departamento de bombeiros.
Quando levanto e encaro a multidão, olho para todos aqui para lembrar José.
A mulher idosa que tiramos do fogo está sentada em uma cadeira de rodas, lágrimas
escorrem pelo seu rosto. Ela me chama a atenção e sua boca gesticula um "obrigado".
Eu olho além dela, precisando ver Lexi. Meus pais estão lá com ela, e atrás deles está
outro rosto familiar. Um rosto que eu não esperava ver aqui.
Cole.

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CAPÍTULO 2 7

Alexis
— Paige, espere. Não, querida, me deixe ajudar...
Os mirtilos caem no chão e rolam em todos os lugares. Pluto corre para ver o
tipo de comida que ele pode roubar e pisa nos mirtilos, sujando de azul todo o chão
da cozinha. Paige olha para baixo, horrorizada e começa a chorar.
— Meus mirtilos! Eles estão todos perdidos! — Diz ela colocando suas mãos
em seu rosto.
— Não, não, eles não estão todos perdidos. — Coloco minha xícara de café
na mesa e me apresso, agarrando a coleira de Pluto. — Volte Pluto.
Paige começa a se afastar da geladeira e pisa em um mirtilo.
—Meu pé doí!
— Está tudo bem com seu pé Paige, já vai passar. — Eu digo e me ajoelho,
tentando juntar a sujeira. — Apenas vá sentar.
Paige dá outro passo e bate a cabeça na porta aberta da geladeira. Ela grita
como se tivesse visto um assassinato. Tenho certeza de que dói, mas Paige é
escandalosa. Não é como se ela estivesse sangrando. Oh merda, ela está. O sangue
escorre pelo nariz e eu entro em pânico, deixando cair todos os mirtilos e lutando
para pegar uma toalha. Puxo Paige no meu colo e levo a toalha para seu rosto. Meu
coração está acelerado e não lembro do que fazer para estancar sangramentos de
nariz.
Inclinar a cabeça? Apertar o nariz?

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— O que está acontecendo? — Pergunta Luke, correndo pela escada e

entrando na cozinha. — Oh merda. — Ele diz, me vendo segurar a toalha
ensanguentada. — O que aconteceu?
— Ela bateu na porta da geladeira.
— Incline para frente. — Ele diz e coloca a mão nas costas de Paige. — Dessa
forma, o sangue não vai descer para sua garganta.
— Tudo bem. — Trago o pequeno corpo de Paige perto do meu e a levo para
frente. Ela está assustada, com dor e se esquiva, o que resulta em um banho de
sangue. Todo o sangue acaba caindo em mim, é claro. Luke me traz uma toalha
limpa para trocar a ensanguentada. Solto um suspiro e balanço minha cabeça.
— Feliz Segunda-feira. — Eu murmuro. Luke ri e começa a pegar os mirtilos,
recuperando o que consegue. Ele os coloca em um pote e os lava, depois limpa a
bagunça no chão e os pés de Pluto. É a primeira segunda-feira desde que voltamos.
O funeral de José foi sexta-feira e voltamos para Nova York ontem à noite. Estou
cansada e provavelmente deveria ter aproveitado hoje, mas uma semana de trabalho
perdido está me matando.
— Grace! — Eu chamo. — Onde você está docinho?
— Ela estava escovando os dentes. — Diz Luke e coloca alguns mirtilos em
uma tigela para Paige. Então ele agarra uma bolsa de gelo do congelador e um pano
úmido. Ele se ajoelha e coloca a mão em Paige.
— Você pode ser corajosa como Rapunzel e me deixar olhar seu nariz? Eu sei
como conserta-lo.
— Tudo bem. — Ela chora, a voz abafada pela toalha. Eu cuidadosamente o
observo, esperando que o sangue continue a derramar de seu nariz. Luke envolve a
bolsa de gelo no pano úmido e a mantém presa no rosto de Paige por um minuto
antes de limpar o sangue.
— Você pode ter um pequeno ferimento, mas acho que vai ficar bem.
Eu solto a respiração, tão feliz que Luke esteja aqui.
— Obrigada, querido — Eu digo a ele.
Ele puxa suavemente Paige para fora dos meus braços.
— Você está coberta de sangue, Lexi.
Eu olho para minha blusa marfim.

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— Pelo menos as manchas de sangue cobrem as manchas de café. Eu vou

trocar.
Luke senta e Paige fica sentada em seu colo, segurando a bolsa sobre o nariz.
Ele aproxima a tigela de mirtilos e ambos começam a comê-los. Eu troco de roupa,
desistindo da minha camisa. Eu a jogo no cesto do banheiro e puxo uma camiseta
rosa sobre minha cabeça. Jillian vai me dar o inferno pela minha roupa, eu sei. Mas
eu não ligo.
— Quase pronta querida? — Pergunto a Grace, espreitando no banheiro. Ela
está escovando os cabelos, observando-se no espelho.
— Sim. Você vai me pegar hoje?
— Vou. Pegue o ônibus com Taylor e irei lá assim que puder.
— Luke pode me pegar?
Tecnicamente, ele poderia, no sentido de estar aqui e disponível para ir à
escola no momento certo.
— Ele não está em sua lista de pessoas que podem buscá-la.
— Você pode colocá-lo?
— Um... Você sabe o que? Talvez eu possa. Em breve. Mas novamente, a
escola está quase terminando. Você está pronta para o verão?
A mudança de assunto faz Grace sorrir. Faltam apenas duas semanas para as
férias de verão e as garotas não podem esperar. Eu também.
O resto da manhã passa da habitual forma caótica, mas eu recebo um beijo
de Luke antes de partir, o que me deixa muito animada para voltar para casa hoje à
noite.

.

— O que você está fazendo aqui? Você não deveria estar em casa de luto ou
ter sexo triste, emocional ou algo assim? — Jillian diz no momento em que me vê. —
E por causa de sua perda, não vou comentar sobre sua falta de estilo. Uma camiseta?
Mesmo? E está amassada.
— Isso é um comentário. — Digo com um meio sorriso. — E eu não sei,
talvez? — Luke está bem. Eu acho que ele está pronto para voltar a uma rotina
normal também. Ou, em nosso caso, estabelecer uma.

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Paramos na sala de descanso para nos abastecer de café e frutas.

— Então, ele está indo bem, isso significa que vocês dois também estão?
— Eu diria isso.
— Você está tentando não sorrir.
— É errado sorrir. Acabamos de voltar do funeral de seu melhor amigo. Eu
não deveria estar feliz.
— Você não está feliz que seu amigo esteja morto. Está feliz que vocês dois
estão se entendendo novamente.
Isso me faz sorrir.
— Eu gostei de seu apartamento em Chicago. Mas realmente... É bom ter
tudo ao ar livre. Não há mais surpresas, nem segredos escondidos para torcer em
mentiras ou rumores. Sou só eu e ele e estamos felizes juntos. Ainda temos algumas
coisas para trabalhar, mas por enquanto, estamos levando isso um dia de cada vez. E
queremos estar juntos não importa o que.
— Ele está morando com você?
— Eu acho que tecnicamente sim, mas não oficialmente. Cole apareceu no
funeral. Ele e Luke conversaram e ninguém ameaçou se matar, então é um começo.
Mas depois de tudo o que aconteceu, Luke não quer voltar a viver com Cole. Ele está
tentando manter a paz. Ele está procurando por lugares no Brooklyn, na verdade.
— Oh, uau. Por que você não quer que ele fique com você?
Eu encolho os ombros e despejo café na minha caneca para viagem.
— Esse é um grande passo e não temos pressa. É muito cedo para morarmos
juntos.
— Você diz isso, mas eu ouço a pergunta em sua voz.
— Eu gosto dele estando lá. — Confesso. — Eu gosto de deitar com ele ao
meu lado. Eu gosto de acordar com seus braços ao meu redor. E tê-lo ajudando a
preparar as garotas de manhã me mantém sensata. Sã, eu acho. Eu sei que sempre
vou ficar um tanto louca.
— Eu não vejo você de outra maneira, Lexi.
— Obrigada, porque acho que eu não posso ser de outra maneira.
Nós encaixamos as tampas em nossos cafés, enchemos uma tigela de frutas
para compartilhar e nos dirigimos à sala de conferências. A última vez que estive
aqui é como sempre, embora o embaraço da última reunião me acerte com força

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assim que entro. Sento em meu lugar e me concentro em comer as frutas, o que
realmente não é tão difícil. Esses morangos são deliciosos.
Cole entra e me chama a atenção. Ele me dá um pequeno sorriso e toma o
assento na cabeceira da mesa.
— Ei, Lexi. — Diz ele. É uma das poucas vezes que ele não me chamou pelo
meu nome completo. — Estou surpreso ao vê-la aqui. Como você está?
— Apesar de tudo, estou bem. Cansada, mas tudo bem.
— Isso sempre é bom de ouvir. E como está... Como está Luke?
— Ele também está bem.
Cole balança a cabeça e volta para as anotações. É difícil para todos nós, mas
estamos tentando. Entendo a raiva de Cole e os sentimentos doentes em relação a
Luke agora. Eu ainda não nos vejo saindo para jantarmos ou noites de jogo em nosso
futuro previsível, mas seria bom estar na mesma sala juntos sem me perguntar como
eu vou encontrar um álibi crível para Luke quando ele matar seu irmão.
A reunião começa, o livro de Katie James está de volta ao seu plano original e
tenho dez anos de atraso em tudo. Eu sei, eu só perdi uma semana e ainda assim me
atrasou anos. É a vida de um editor.
Depois que a reunião termina, me apresso para o meu escritório e passo pela
maioria dos meus e-mails. Em seguida, pego as últimas notícias no Twitter e no
Instagram enquanto falo com um agente no telefone. Estou enviando um e-mail para
Katie para outro capítulo, além de uma lista de sugestões para a mudança de título
antes do almoço.
Eu deveria encontrar Lori, Erin e Jillian no bar hoje. Jillian e eu caminhamos
para o lobby juntas onde Lori está esperando. Erin está segurando uma mesa desde
que, naturalmente, estamos atrasadas. Em vez de ver minha amiga, vejo Luke.
— Divirta-se! — Diz Jillian com um sorriso e começa a caminhar em direção
à porta. Pego seu braço.
— Você sabia que ele estava vindo, não é?
— Eu sabia. Ele queria garantir que você estivesse livre para o almoço. — Ela
ergue as sobrancelhas. — Tenho a sensação de que você estará muito satisfeita
quando você voltar.
— Você é terrível. Mas está certa. E não seria a primeira vez que eu fiz isso
durante o almoço.

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— Você teve sexo no escritório e não me disse? Eu pensei que éramos

amigas.
— Eu não faço e saio contando. Mas Luke me pegou literalmente em cima de
uma mesa no nono andar vazio. Tchau! — Eu me apresso para chegar até Luke, que
está esperando perto da porta. Ele me puxa para um abraço e me beija, sem se
importar quem veja.
— Como está indo o trabalho? — Ele pergunta, afastando a boca da minha.
Tivemos dificuldade em manter nossas mãos para nós mesmos desde que nos
conhecemos, mas depois da semana passada, está ainda pior. Às vezes, você não
sabe o que tem até que ele tenha desaparecido, e o pensamento de perder Luke para
sempre foi assustador.
— Eu acho que está bem. Estou tentando recuperar o atraso. Ok, na verdade
não, mas vou chegar lá. Embora eu tenha que dizer que esta é uma boa surpresa.
Definitivamente, está melhorando o meu dia. Muito.
— Esse nono andar ainda está vazio?
— Está. — Eu sorrio e pego sua mão, levando para o elevador. Nós vamos
até o oitavo andar e escorregamos para a escada para nos elevar mais um nível.
Atravessamos a porta fechada e passamos pela zona de construção para encontrar
um lugar isolado.
Luke me agarra e beija meu pescoço, nos ligando em apenas alguns
segundos. Eu desafivelo suas calças, sentindo seu pênis endurecer contra minhas
mãos.
— Você pode me prometer uma coisa? — Pergunto e mergulho minha mão
dentro de suas boxers e envolvo meus dedos em torno de seu pênis.
— Continue fazendo isso e eu prometo a você qualquer coisa. — Ele
desengancha meu sutiã.
— Prometa que não vai deixar essa faísca desaparecer.
Luke move a cabeça para trás e sorri.
— Se eu dissesse que isso era um incêndio que eu não apagarei, isso iria
atiçar você?
Eu rio e abaixo suas calças.

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— Você tem que me ensinar como usar sua grande mangueira também. Ah, e
diga algo sobre salvar meu gatinho5. Então nós atingimos todos os níveis clichés em
nossa relação.
— Deus, eu te amo.

5
Também pode ser traduzido como boceta, por isso o tracadilho.

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CAPÍTULO 2 8

Luke
— Lex, venha para a cama.
Ela olha por cima do computador, os olhos meio fechados.
— Mais um capítulo. Ou quando este elefante der à luz. O que ocorrer
primeiro.
Eu levanto do sofá, estendendo meus braços sobre minha cabeça. São duas
da manhã e Lexi está sentada no balcão da cozinha trabalhando em suas edições
desde que as crianças foram para a cama. Eu amo o quanto ela é uma trabalhadora,
mas odeio que tenha que trabalhar tantas horas. Ela merece um tempo para si
mesma. E egoisticamente, eu quero mais tempo com ela.
— Estou feliz por ter te encontrado no trabalho esta tarde. — Digo, indo até
ela. Coloco minhas mãos nos ombros e começo a massagear seus músculos rígidos.
Tirar uma semana de folga a colocou realmente em atraso. Eu realmente não pensei
nisso, mas ao contrário de outros trabalhos, onde outra pessoa pode entrar e cobrir
sua ausência ou pegar uma folga, Lexi está sozinha com suas edições. Se ela não
conseguir adiantar hoje, apenas estará empurrando mais trabalho para amanhã ou
no dia seguinte.
— Eu vou fazer sexo com você. — Ela diz, sem olhar para cima do
computador.
— Você soa tão entusiasmada. — Digo com uma risada. — Você vai estar
exausta pela manhã.
Ela suspira.
— Eu já estarei. Já é mais de uma hora?

BURNED
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— Você estará desejando ter mais uma hora pela manhã.

Ela se vira.
— Eu sei. Eu realmente quero fazer isso, então não vou me estressar neste
fim de semana. Quinn está enlouquecendo ainda mais agora, pensando que vai
falhar na sua auto publicação. A garota é uma loucura talentosa e faz uma
quantidade insana de dinheiro, mas não sei se vale a pena pressionar. Eu seria uma
insana caso eu liberasse um livro.
— Você quer escrever?
Lexi boceja e volta para a internet, verificando um vídeo ao vivo de um
elefante no zoológico que está em trabalho de parto. Ela e sua irmã estavam falando
sobre isso durante toda a noite, apostando quando o bebê nascerá. É estranho, mas
adoro isso com Lexi.
— Não. Eu tenho ideias, mas não posso colocá-las de uma maneira que faça
sentido. Eu gosto muito mais de ler e revisar os livros. Além disso, não lido bem
com todo o foco e pressão.
— Faz sentido. Vem para a cama?
— Sim. Estarei aí em um minuto. — Ela abre um documento no Word
novamente, o salva e depois levanta. Subimos as escadas juntos, escovamos os
dentes e deitamos na cama. Lexi se aconchega perto de mim e fecha os olhos. Corro
as mãos para cima e para baixo pelos braços, sabendo que ela está cansada e
adormecerá rapidamente.
Também estou cansado, mas não digo nada. Posso dormir depois que as
meninas e Lexi partirem. Bem, se eu conseguir adormecer. Eu sei que é normal ter
dificuldade após a morte de alguém. A culpa de sobreviver ainda me atinge e sou
tão agradecido que Lexi me trouxe de volta à sua vida. Posso falar com ela sobre
isso. Posso falar com Lexi sobre qualquer coisa.

.

Sento nas escadas de pedra da minha casa em Manhattan, checando a hora

no meu telefone. É sexta-feira à noite e espero que Cole esteja em casa para me
deixar entrar. Ele pode estar blefando sobre mudar o código do alarme, mas não
quero arriscar e envolver a polícia. Não está noite, pelo menos. Lexi e eu vamos a
um encontro com a irmã dela e ser preso estragaria nosso plano.

BURNED
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Uma sirene explode na distância e sinto um aperto no meu coração. Viro os

olhos para o céu e penso em José. Parecia que ele estava morto antes e em algum
nível, estava. Mas o corpo dele estava lá. Agora não há nada, e é como se eu o tivesse
perdido de novo.
— Luke? — Eu olho para cima, vendo Cole parar de andar na calçada. — O
que está errado?
— Nada. — digo e repito. — Eu preciso das minhas coisas. Você disse que
mudou o código de alarme.
— Oh. — Os olhos castanhos de Cole encontram os meus por meio segundo
antes de olhar para baixo. — Sim. Eu mudei. O novo código é meu aniversário.
Eu aceno com a cabeça e coloco a chave na porta.
— Quando é seu aniversário mesmo?
— Engraçadinho. — Diz Cole, secamente. Eu digito o código e
imediatamente subo as escadas e entro no meu quarto. — Luke. — Cole chama
novamente. Paro, com uma mão na porta. Eu viro para olhar para o meu irmão. —
Você pode voltar se quiser. É sua casa também.
É um alívio ouvir isso, porque tanto quanto eu adoro viver com Lexi,
morarmos juntos oficialmente é muito cedo.
— Isso é bom. Eu não tenho que transportar minha merda então. — Eu
começo a subir as escadas novamente.
— E Luke?
— Sim?
— Eu hum... Desculpe.
Durante toda a minha vida, Cole fez coisas apenas para me irritar. E não
consigo lembrar uma única vez que ele pediu desculpas por conta própria. O que a
mamãe diz não conta.
— Obrigado. Eu também.
Ele balança a cabeça.
— Você não precisa pedir desculpas. Eu fui um irmão de merda. Porra, eu
ainda sou.
— Sim. Você foi. Mas não é muito tarde. Você pode deixar de ser um irmão
de merda.
Cole me dá um meio sorriso.

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— Vou trabalhar nisso.

Entro no meu quarto e começo a arrumar um saco com as coisas para o final
de semana. As meninas estão indo para o pai delas, então planejei ficar sexta-feira e
sábado à noite de qualquer maneira. Tenho outras coisas adultas para fazer
enquanto estou aqui, como lavar roupa.
Levo algumas sacolas para baixo e volto para o andar de cima para pegar
meu laptop. Eu afundo na minha cama, computador no colo e abro a internet. É
hora, e desde que vou ficar aqui de verdade, sei que tenho que fazer isso.
Eu olho os trabalhos do departamento de bombeiros que marquei algumas
semanas atrás e completo o aplicativo on-line. Lexi liga logo depois de eu os enviar,
dizendo que está a caminho de casa. Posso dizer que Russell disse algo que ficou
debaixo de sua pele e ela está tentando não se deixar chatear. Eu quero tanto dar um
soco naquele maldito cara. Embora, ao mesmo tempo, eu não possa. Porque ele é o
pai de Grace e Paige, e elas o amam. Ele é um idiota para Lexi, mas é bom para
aquelas garotas.
É complicado.
Eu aviso Lexi que ainda estou aqui na casa, mas vou sair assim que acabar de
jogar minhas roupas na secadora. Ela me diz para não me preocupar porque precisa
tomar banho e se preparar de qualquer maneira.
Assim que eu desligo, minha mãe liga. Ela vem ligando sem parar a semana
inteira, e também está incomodando Lexi para me verificar.
— Oi, mãe. — Eu digo.
— Ei, Luke. Como você está indo?
— Estou bem.
— Mesmo?
— Mesmo. Estou meio triste. — Admito. — Mas estou trabalhando nisso
dessa vez.
— Eu sabia que Lexi seria boa para você. — Posso dizer que ela está sorrindo
enquanto fala. — Como está ela, por sinal?
— Tenho certeza que você falou com ela hoje, não foi?
— Enviei uma mensagem de texto. Você me disse para parar de ligar tanto e
eu ouvi. E não posso controlar. Você ainda é meu bebê e eu me preocupo. Você está
bem?

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— O melhor que posso. Lexi e eu vamos sair esta noite com sua irmã e seu
marido. — Eu digo a ela, sabendo que, se ela ouvir que tenho planos que não
envolva me esconder em um quarto escuro, ela vai relaxar.
— Ohh, você está saindo com sua família! Você conheceu seus pais?
— Sim, há algum tempo, na verdade.
— Eles gostaram de você?
— Bem, eles não disseram que me odiaram, então eu tomei isso como um
sim. — Eu desço as escadas para verificar quanto tempo ainda demora a secadora.
— Eu não vou te atrasar, querido.
— Espera. — Eu digo e me inclino contra a máquina de lavar. Falta apenas
três minutos. Vou aguardar aqui. — Com quantos dias de antecedência preciso
reservar uma viagem para a Disney?

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CAPÍTULO 2 9

Alexis
— Ei, querido. — Digo quando Luke entra pela porta.
— O que você ainda está fazendo? — Ele tira suas botas e casaco, jogando
sobre a parte de trás de uma cadeira da cozinha. Pluto deixa o sofá e se aproxima,
abanando seu rabo como louco. Luke se aproxima para acariciá-lo, então vai direto à
geladeira para as sobras do almoço.
— Eu terminei os capítulos que Emma me enviou e estou enlouquecendo.
Pode ou não ser real. Tudo isso pode ser uma dimensão demoníaca e estou sendo
torturada.
Luke ri e pega um prato de assado no micro-ondas.
— Você precisa fazer alguém editar esses livros para você.
— De jeito nenhum! — Eu levanto e atravesso a cozinha indo ao encontro
dele. Luke envolve seus braços em volta de mim e me inclino contra seu corpo
quente. Ele cheira um pouco a gasolina, e sei que houve um acidente grave na
estrada que o departamento de bombeiros respondeu. Ser a namorada de um
bombeiro não é tão sexy quanto nas novelas.
Nos seis meses que estamos juntos desde que Luke começou a trabalhar
como bombeiro novamente, aprendi que algumas noites ele chega em casa e não
quer falar sobre isso, ou apenas quer tomar banho e ir para a cama. Ele vê coisas
realmente horríveis, coisas que ele não pode mentalmente deixar para trás quando
seu turno acaba.
Algumas semanas atrás, ele estava trabalhando em um acidente que
envolveu meninas perto da idade dos meus bebês. Ele não me deu detalhes, mas sei
que isso o deixou totalmente assustado por um tempo e ele queria que eu

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telefonasse sempre que dirigíamos para algum lugar, então ele sabia que chegamos
lá e voltamos com segurança.
— Eu tenho um segredo sobre esses livros. — Estou de pé para dar um beijo
em Luke. Ele me beija de volta, a língua escorregando para dentro da minha boca.
Eu me derreto contra ele, reprimindo um arrepio. A faísca não foi a qualquer lugar.
— Eu não deveria contar, mas vou te contar. Eu sou ruim em manter segredos.
— Já reparei. O que é?
— Emma vendeu para ser filme.
— Isso é fantástico.
— É! — Eu balanço minha cabeça e aperto meus dedos através dos passantes
do cinto de Luke. — Mas, isso não significa que ela ainda terá um filme. É um
processo de vários passos. Embora esteja bastante confiante que ela conseguirá algo
extraordinário. O CW também está interessado em sua série e, uma vez que a
palavra final sair, a concorrência estará acontecendo, um produtor deve entrar e o
produzir.
O micro-ondas emite um sinal sonoro. Luke me dá mais um abraço e um
beijo antes de virar para pegar a comida. Eu coloco meu computador na mesa e
sento com Luke, fazendo algumas edições enquanto ele come. Nós compartilhamos
uma tigela de sorvete, em seguida, levanto para tomar banho e ir para a cama.
Eu caio sob as cobertas, e Luke cola seu corpo ao redor do meu. Fecho meus
olhos, e o mundo parece tão certo.

.

— Merda!
Eu me sento, olhando a fresta de luz que está passando pela janela aberta. Eu
não tenho que olhar para o meu alarme para saber que dormi demais. Pego meu
telefone e verifico a hora.
— Que diabos? — Eu murmuro. Meu telefone não está na minha mesa de
cabeceira. Eu sei que o coloquei lá na noite passada. Eu sei disso.
— Luke! — Estou perto do modo pânico. — Luke, eu preciso que você
levante! Estou atrasada! Merda, as meninas estão atrasadas! — Eu tiro a coberta e
começo a levantar para sair da cama. Luke me agarra pela cintura e me traz de volta,

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se movendo em cima de mim. Seu corpo quente em cima do meu parece tão certo,
mas estou nervosa demais para aproveitar agora.
— Estou falando sério! Olhe para aquele raio de sol!
Luke ri.
— Eu amo você e sua boca suja.
— Eu também te amo, mas estou atrasada!
— Não, você não está.
— Sim! Meu alarme não tocou. — Eu movimento para a mesa de cabeceira.
— Eu pensei que tivesse colocado meu telefone aqui, mas não está. Talvez esteja em
uma dimensão alternativa. Ou finalmente fiquei louca!
Luke pressiona seus lábios contra os meus.
— Você não está ficando louca. Você colocou seu telefone aqui e configurou
seu alarme. Mas eu desliguei.
Estou aborrecida.
— Por que você faria isso? Eu tenho que ir trabalhar hoje. E as meninas têm
escola! Você ficou louco?
— Apenas por você.
— Não é engraçado, Luke! — Eu tento empurrá-lo.
— Lex, relaxe. Tudo vai ficar bem. Desliguei seu alarme porque você não vai
trabalhar hoje e as meninas não vão à escola.
Meus braços caem de volta no colchão. Eu olho para os olhos azuis de Luke.
— Então, hoje é o dia em que você finalmente se transforma nesse psicopata.
Você vai matar todos nós. Eu sabia. Maldito seja você e seu rosto bonito.
Luke sorri e me beija novamente. Ele move seus lábios para o meu pescoço e
desliza sua mão ao longo da minha coxa.
— Luke! O que está acontecendo?
— Oh nada. Nós apenas estamos indo para a Disney.
Eu pisco.
— O que?
— Nós vamos para a Disney World.
— Não, não vamos. — Digo asperamente.

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Ele acena com a cabeça.

— Sim, nós vamos. — Ele me puxa para junto dele abre a primeira gaveta em
sua mesa de cabeceira e puxa uma caixa de tamanho médio. Ele teve que esvaziar
essa gaveta para que ela se encaixasse. Ele se senta e me dá.
Não estou acordada o suficiente para processar isso. Lentamente, abro a
caixa e olho para baixo para quatro faixas da Magic Disney com as passagens. Eu
olho para Luke. Depois, para a caixa. E depois em Luke novamente.
— O que?
Luke ri.
— Nós vamos para a Disney. O avião sai esta tarde.
Estou sorrindo agora, balançando a cabeça com descrença.
— Como? Não podemos simplesmente sair assim e nos dar ao luxo desse
capricho.
— Não é um capricho. — Ele tira a caixa das minhas mãos e me puxa para
ele. — Eu planejei isso no início do verão. Estava me matando guardar esse segredo.
E tudo foi cuidado. Cole está trabalhando para você. Seus pais contataram a escola e
falaram com seu ex e sua irmã me ajudou a arrumar as mochilas das meninas ontem.
Eu também juntei coisas para você, mas sei que você vai querer verificar tudo de
qualquer maneira.
Os olhos azuis de Luke estão brilhando. Ele está tão animado, tão feliz por
fazer isso por nós. Todos os quatro. E então eu explodo em lágrimas.
— Lexi? — Ele coloca as mãos nos meus ombros. — Fiz algo de errado?
— Não, não, você não fez. — Eu soluço. — Estas são lágrimas de alegria. É
só... Você é tão bom para mim. Para nós. Eu te amo.
Ele me envolve em seus braços.
— Eu também te amo. — Seus lábios pressionam contra os meus. — Tanto.

.

Coloco minhas mãos na grade e olho pela varanda.

— Essa visão é incrível! Meninas venham olhar! Há uma zebra! — Grace e
Paige estão nas nuvens com essa viagem. Elas tiveram seu primeiro passeio de avião

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e agora estamos ficando loucas com as novidades do nosso hotel. — Não muito
perto. — Eu digo e as afasto da grade. Estamos a três andares de altura.
— Mãe, está tudo bem. — Ironiza Grace.
Luke aparece atrás de mim e envolve o braço em volta da minha cintura.
— Isso é muito bom. Você gosta disso?
— Você está falando sério? Eu amo isso! Nós adoramos! — Eu me viro e dou
um beijo rápido. — Eu sempre sonhei em ficar aqui com um quarto com vista para a
Savannah, mas não pensei que poderia ter isso. Luke, isso é... — Paro e fecho os
olhos. Sou uma bagunça emocional para se dizer o mínimo.
— A visão é legal. — diz Luke — Mas o parque é ainda mais frio. Temos uma
reserva no castelo da Cinderela esta noite.
As meninas começam a gritar e as afasto para que não assustem os animais
que passam abaixo de nós. Demoramos alguns minutos para nos instalar no quarto e
nos refrescarmos antes de sairmos. As garotas avançam, correndo pelo caminho,
animadas por estarem aqui. Luke e eu seguimos trás, andando de mãos dadas. Não
consigo parar de olhar para ele, não posso acreditar que este homem prestativo,
amável e amoroso tenha feito tudo isso por mim.
Para nós.
— O que vocês querem fazer primeiro? — Eu pergunto às meninas.
— Ver as princesas! — Grita Paige.
— Vamos passear! — Grace grita ainda mais alto.
— Temos tempo para ambos. — Diz Luke. Ele se vira para mim. — Eu meio
que adivinhei em fazer as reservas adiantadas para as atrações. Minha mãe reservou
para a semana. Espero que esteja tudo bem.
— Eu ficaria bem sem as atrações. Obrigada, Luke. Muito obrigada por fazer
isso.
— Você já me agradeceu o suficiente. — Ele se aproxima. — A menos que
você me agradeça mais tarde.
— As meninas estão compartilhando um quarto conosco.
— O hotel tem área de recreação para crianças.
Eu levanto minhas sobrancelhas.
— Sim, vamos levar as crianças para que possamos fazer sexo. — eu
sussurro.

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— Fico feliz por você ter sugerido e não eu.

Eu rio e balanço minha cabeça. Luke me puxa para ele, envolvendo os braços
em volta da minha cintura. Eu descanso a cabeça contra o peito dele, ouvindo seus
batimentos cardíacos por um minuto. Então me endireito e chamo as garotas. Nós
nos aglomeramos enquanto tentamos tirar algumas selfies, mas acabamos cortando
a cabeça de Luke em diversas tentativas. Ele é muito alto.
— Com licença, querida. — Uma mulher mais velha que está esperando o
ônibus de turismo diz. — Você gostaria que eu tirasse uma foto para você?
— Isso seria perfeito. Obrigada. — Eu dou o meu telefone. Luke pega Paige e
coloco minhas mãos nos ombros de Grace. Luke desliza seu braço livre ao meu
redor no último minuto.
— Você tem uma bela família. — A senhora diz com um sorriso amplo,
devolvendo o meu telefone. Não é a primeira vez que alguém viu Luke e pensou
que ele era o pai das minhas meninas.
— Obrigada. Eu também penso assim, mas estaria sendo tendenciosa.
A senhora ri e percebe alguém por cima do meu ombro.
— Aí está você, Howard! Eu pensei que teria que sair sem você. — Ela se
move para um homem idoso, que está lentamente descendo. Eles ligam os braços e
sentam juntos no banco enquanto esperam pelo ônibus.
— Eu quero que sejamos assim. — Eu me viro para Luke. — Velhinhos e
ainda apaixonados.
Ele entrelaça os dedos nos meus.
— Nós seremos.
— Esse é o ônibus? — Grace pergunta, pulando com emoção.
— Eu acho que sim. — Estou fazendo o meu melhor para não pular de um
lado para o outro com ela. Nós chegamos ao Magic Kingdom pouco tempo depois. É
uma corrida louca para nos encaixarmos em tantos passeios quanto podemos antes
do jantar e se eu pensava que as meninas estavam ansiosas antes, estava equivocada.
Tendo as princesas chegado à mesa durante o jantar, tudo ficou perfeitamente
mágico.
Está escuro quando voltamos para o hotel, e as meninas estão implorando
para ir à piscina. Luke e eu estamos cansados, mas ainda estamos no topo da viagem
surpresa. Nós colocamos nossos maiôs e vamos lá fora.

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— Esta é a primeira vez que eu mostro você. — Eu pulo para os braços de

Luke.
— Você não parece muito mal.
Olho para baixo e encolho os ombros.
— Não sou ruim para uma mãe que não faz exercícios ou acredita em dietas.
Luke ri e beija o topo da minha cabeça. Nós ficamos na piscina por uma hora,
e Paige adormece nos braços de Luke no caminho de volta para o quarto. Ela quase
não acorda enquanto a mudo para seus pijamas e Grace adormece rápido também.
— Meus pais querem nos encontrar aqui amanhã. — Diz Luke quando nos
colocamos na cama. — Você não se importa, não é?
— De modo nenhum. Eles moram em Orlando, certo?
— Certo. Eles vêm aqui semanalmente.
— Estou com ciúmes.
— Minha mãe ama a Disney. De qualquer forma, eles estão nos encontrando
para o café da manhã aqui no resort e suponho que voltaremos ao Magic Kingdom
novamente.
Eu concordo.
— Esse é o favorito das meninas.
Luke apenas acena com a cabeça e está estranhamente inquieto. Ele joga, vira
e depois se desloca para finalmente se estabelecer com a perna em cima da minha.
Adormeço com um sorriso no meu rosto. A manhã chega muito rápido, e estou
cansada, mas com uma adrenalina alta para acordar as crianças e lembrá-las onde
elas estão.
Nós nos vestimos a nossa moda caótica normal, um total caos. Os pais de
Luke estão esperando por nós. Nós comemos e nos dirigimos ao parque, aonde
vamos a alguns passeios antes que a grande multidão chegue.
— Lexi. — Diz Martha. Estamos na fila do passeio da Mansão Assombrada.
— Eu quase esqueci! Tenho um horário reservado para esta tarde no Grand
Floridian. Nós podemos fazer massagens e termos nossas unhas feitas!
Outra vez, eu pularia em ter uma massagem. Tem momentos em que meus
ombros estavam tão tensos que fui tentada a oferecer ao cara louco que fica na
esquina vinte dólares em troca de um esfregaço nas costas. E não lembro a última
vez que fiz minhas unhas. No casamento da minha irmã, talvez?

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— Os homens podem levar as meninas a um show. Elas ficarão bem. Será

divertido ter um tempo de garotas, não é?
Bem. Não posso dizer não a isso, posso?

.

— Ei, garotas! — Digo, me curvando para abraçar meus bebês. — Como foi o
show?
— Nós fomos na Splash Mountain! — Anuncia Paige.
— Paige! Você não deve falar com ela! — Grace diz com os dentes cerrados.
Olho para Luke, que faz um trabalho muito bom, evitando o contato visual. Em vez
disso, ele toma minha mão e começa a andar.
— Devemos ir antes de perder a nossa reserva.
— Já estamos indo comer? Eu acabei de almoçar.
— Estou com fome. — Luke mantém seus olhos em frente e anda muito
rápido. Paige não consegue nos alcançar. Para e balança a cabeça. — Desculpa.
Apenas ansioso para chegar lá.
— Onde estamos indo?
— Uh, vamos.
Levanto uma sobrancelha, pronta para provocá-lo por não saber para onde
vamos. Estamos parados em frente ao castelo e Luke coloca o braço à minha volta.
— Você está se divertindo?
— Estou. Ainda não posso acreditar que você fez isso por nós.
— Talvez eu tenha tido um motivo secreto que me beneficie também.
— Ok. — Eu rio. Atrás de nós, Martha e Ed estão conseguindo que um dos
fotógrafos da Disney venha e tire fotos das crianças. Luke pede que Grace e Paige
venham. Grace e Paige pegam algo da bolsa de Martha.
— Você precisa ver nossa foto da Splash Mountain! — Ela diz.
— Oh, certo. Eu ainda não as vi.
Abro o envelope, olhando para a imagem. Não percebo que Luke dá um
passo atrás. A primeira coisa que vejo na foto são os rostos sorridentes das meninas.
Ed e Paige estão sentados, e Luke e Grace estão atrás.

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Então eu vejo que eles estão segurando mensagens. O que Paige segura diz:
“Você quer” e o de Grace diz: “Casar comigo?” Com uma grande flecha apontando
para Luke. Minhas mãos tremem.
— Lexi. — Diz Luke. Olho para encontrá-lo de joelho, segurando o anel mais
bonito. — Eu te amo. Eu sei que só faz sete meses, mas não preciso de outro dia para
saber que não há mais ninguém neste mundo para mim. Você quer casar comigo?
As lágrimas enchem meus olhos. Minha mandíbula cai, mas nenhuma
palavra sai. Movo minha cabeça para cima e para baixo.
— Sim. — Eu finalmente sussurro. — Sim, sim, sim!
Luke está de pé e me beija. Pessoas que nos rodeiam torcem, e relâmpagos de
luz da câmera do fotógrafo nos atinge.
— Você me disse para encontrar a beleza no caos. — Ele sussurra. — E eu
encontrei. É você.
Eu pisco e as lágrimas caem.
— Eu te amo.
Ele puxa o anel da caixa e desliza no meu dedo. Uma grande pedra redonda
está no centro, cercada por um halo de diamantes menores. Os diamantes também
correm ao longo da banda. É lindo.
— Ele se encaixa perfeitamente. — Eu digo, segurando o anel. — É lindo.
— Sua irmã me contou o tamanho do seu anel. Quando ela levou o seu para
limpar na semana passada, nós realmente estávamos vendo o tamanho.
— Ela estava a par de tudo?
Luke sorri.
— Seus pais também sabiam. Eu fui antiquado e pedi a permissão ao seu pai.
Apesar de que eu faria você minha mesmo se ele dissesse não.
— Venha aqui e me beije.
Luke avança e está prestes a colocar seus lábios nos meus quando percebo
que toda a ida ao salão também era uma armação.
— Meu Deus! É por isso que você me fez fazer minhas unhas porque sabia
que eu teria isso! E as meninas sabiam! Elas o ajudaram a me pedir! Oh, Luke! — E
agora estou chorando novamente à medida que a emoção me atinge. Luke me
abraça e estende o braço para Grace e Paige. Todos nos abraçamos, e as garotas
apreciam meu novo anel.

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— Parabéns. — Nos diz uma pessoa qualquer. — Você vai fazer uma bela
família!
Olho minhas meninas e depois Luke. Em breve, logo seremos uma família.

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Alexis
Dois Anos Depois...

— Você quer uma sopa com esse queijo? — Pergunta Cole, me observando
despejar o queijo ralado na minha sopa de legumes.
Levanto uma sobrancelha.
— Você quer me testar agora?
— Certo. Desculpa. Se a minha sobrinha ou sobrinho quer queijo, então
coloque queijo.
— Obrigada. — Eu digo, tomando algumas colheradas antes de me sentir
satisfeita. Eu clico a minha caneta e abro o caderno, tentando agilizar um pouco de
trabalho durante o almoço. Eu olho para minha lista de tarefas, feliz, quando vejo
que mais da metade já está feita. Eu risco mais dois afazeres concluídos.
— Lex! — Lori e Christine caminham pela sala de descanso. — Oh meu
Deus, olhe para você!
Eu sorrio, nem tentando me levantar.
— Como vocês estão? — Pergunto. Voltei a trabalhar em horário parcial na
Black Ink, e não vejo todos com a frequência que costumava fazer. Eu tenho uma
carga de trabalho leve ultimamente, o que se equilibra com as mesmas horas loucas
que eu tinha antes, considerando que edito mais livros independentes agora.
— Estou bem. — Diz Lori. — Você está maravilhosa!
— Eu acho que ela parece miserável. — Diz Jillian, pegando uma colherada
de seu iogurte. Ela acabou de voltar de sua lua de mel em Bali e está bronzeada,

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magra e bem descansada, parecendo exatamente o oposto de alguém que tem o que
parece ser um bebê de 15 quilos pressionando todos os seus órgãos vitais.
— Estou grávida de trinta e oito semanas. Estou miserável. — Admito. —
Estive miserável no último mês. Ou dois. As mulheres agem como se a gravidez
fosse esse tempo maravilhoso e é, mas estou muito cansada.
Christine ri.
— Eu concordo com você. Lembro de dizer o mesmo quando estava grávida
do meu último, e as pessoas me olharem como se eu fosse uma mãe horrível. Chega
ao ponto em que você quer apenas encerrar esse assunto.
— Estou lá agora.
— Você está tão perto de ganhar! — Os olhos de Lori se ampliam. — Você
não está preocupada em estar aqui?
Eu balanço a cabeça.
— Com as outras meninas foi até depois da data. Ficarei encantada de entrar
em trabalho de parto algum dia a partir de agora.
— Não pense nisso. — Diz Christine.
Ambas me dão um abraço e seguem com seus afazeres. Eu termino de
almoçar e Cole me ajuda a ficar de pé.
— Você parece desconfortável. — Ele diz com atenção. — Você sabe que não
precisa estar aqui, certo?
— Sim. Mas eu quero cuidar de algumas coisas que não posso fazer em casa.
Você recebeu as edições que enviei para o livro final da Emma, certo?
— Eu recebi. Aquele fim desastroso. Não vi que isso aconteceria.
— Eu sei! — Nós chegamos ao escritório. — Ela insinuou sobre isso, mas... —
Eu o cortei, mão voando ao meu estômago.
— Lexi? — Os olhos castanhos de Cole se arregalam de medo. — Você está
tendo o bebê?
— Não. — Eu digo e faço uma careta. — Eu acabei de ser chutada no colo do
útero.
— Eu poderia ter vivido toda a minha vida sem saber disso.
Suspiro e pressiono suavemente minha grande barriga, tentando fazer o bebê
se mover.

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— Isso acontece o tempo todo. E machuca.

— Eu posso imaginar.
— Mas sim, esse fim foi louco. Não posso esperar para ver como isso se
transfere para o filme.
— O primeiro filme foi intenso. Só melhorará.
— Eu não posso esperar! — Eu vou ao meu escritório e sento, arrancando
meus sapatos e colocando meus pés para cima. Estou seguindo o fluxograma do
meu dia através dos e-mails quando começo a ter cólicas. Inclino a minha perna
debaixo de mim e mudo meu peso. Assim está melhor.
Quinze minutos depois, meu abdômen contrai. E acontece novamente cerca
de dez minutos depois disso. Porra.
Eu coloco meus pés em meus sapatos e seguro minha mesa, me preparando.
Pego meu telefone e ligo para Luke. Ele trabalhou ontem à noite e provavelmente
está dormindo agora.
— Por favor, tenha o seu telefone com você, tenha seu telefone com você. —
Eu sussurro repetidamente. — Porra. Respiro fundo e ligo novamente para Luke. Eu
sento e conto um total de vinte minutos antes de outra contração surgir.
E isso dói.
Ligo para Luke de novo, então lembro de ver seu telefone na ilha da cozinha
antes de sair esta manhã. Eu levanto, com os ombros inclinados para frente e vou ao
escritório de Jillian. Ela não está lá. Eu me seguro no corredor, caminhando o mais
rápido que posso antes de outra contração me atingir.
Cole está no telefone, e ele não parece feliz. Ele arregala os olhos quando me vê.
— Eu vou ter que te ligar outra hora. — Ele diz e desliga. — O há de errado?
— Você pode me levar para casa? Agora.
Ele me olha fixamente, se assustando internamente.
— Sim. — Ele não se move.
— Cole?
Ele pisca e agarra suas chaves. Ele me ajuda no elevador e no carro dele. Ligo
para Luke novamente, murmurando obscenidades. Passaram vinte e cinco minutos,
e acho que talvez eu esteja tendo o meu bebê.
E então tenho outra contração, ainda mais dolorosa do que a última.

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— Eu não lembro de dores tão fortes. — Grito, cavando minhas unhas no

assento de couro no caro carro de Cole.
— O que eu faço? — Pergunta Cole, à beira de um ataque de pânico.
— Apenas me leve ao hospital. Luke ainda está dormindo e seu telefone está
lá embaixo. Eu nem pensei nisso quando saí. É muito cedo, não pensei que estivesse
tendo ela tão breve.
— Ela?
Eu solto um suspiro de alívio à medida que a dor diminui.
— Não conte a Luke. Ele não quer saber o sexo até o bebê nascer. — Já tive
duas meninas. Eu sei o que significam essas três pequenas linhas no ultrassom. Eu
não disse a ninguém que sei. É bom arrancá-lo do meu peito, não é querida? — Eu
acaricio meu estômago, dizendo mentalmente a Harper para aguardar pelo menos
mais duas horas.
Estamos fora da cidade quando Luke me liga de volta.
— Pegue a bolsa do bebê e me encontre no hospital. — Digo sem esperar ele
falar.
— Você está brincando? — Ele questiona. — Você está brincando certo?
— Não. Cole está me levando agora. Estou tendo contrações, mas elas estão
muito esporádicas.
— Elas estão separadas por cinco minutos?
— Eu tive algumas que ficavam a dois minutos de intervalo, merda. — Eu
fecho meus olhos e trinco meus dentes, esperando que a contração pare. — OK.
Estou de volta.
— Isso foi de quarenta segundos de duração. Merda. Merda, Lex.
— Acalme-se. Pegue as coisas do bebê. As minhas estão no meu armário.
Ainda estamos à meia hora de distância.
— Você pode fazer isso? Devo te encontrar no meio caminho?
— Eu vou ficar bem. Chame minha mãe para mim e informe, por favor? E
então, vá para o hospital.
— OK. Te amo, Lexi.
— Amo você também. — Eu desligo e fecho meus olhos.

BURNED
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— Como você está? — Pergunta Cole, agarrando o volante tão forte que seus
dedos estão ficando brancos.
— Estou bem. — Eu murmuro. Eu descanso minhas mãos na minha barriga e
me concentro na minha respiração. — Você está indo o mais rápido que você pode?
O carro acelera, e vinte minutos depois, estamos no estacionamento do
hospital. Luke está lá. Entre ele e Cole, você pensaria que eles estavam tendo o bebê.
— Obrigada, Cole, — Digo antes que a enfermeira me leve ao andar de cima,
na sala de trabalho de parto.
— Disponha.
Luke se volta para o irmão.
— Sim, obrigado por cuidar de Lex.
— Me avise quando puder vir ver ela. Ou ele. — Acrescenta. — Boa sorte. É
isso que você deve dizer? Boa sorte e parabéns. — Ele dá a Luke um abraço. — Você
vai ser um ótimo pai.
Eu olho para o meu marido.
— Ele já é.

.

— Eu não posso deixá-la ir — sussurra Luke. — Posso segurá-la para sempre?

É o meio da noite, e nossa filha nasceu há apenas algumas horas. Faz cinco
anos desde a última vez que tive um recém-nascido em meus braços. Esqueci o
quanto eles são pequenos. Eu inclino contra os travesseiros na cama do hospital,
observando Luke com lágrimas nos meus olhos.
— Depois de você e as irmãs de Harper, eu vou segurá-la. — Digo com um
sorriso.
— Não. Ela é toda minha. — Luke beija suavemente as bochechas de Harper.
— Ela é perfeita. — Ele cuidadosamente a leva ao peito e fica na beira da cama ao
meu lado. Ele olha de Harper para mim e depois de volta para ela. — Lembra do
que eu falei há alguns anos atrás?
— Você disse muitas coisas há alguns anos atrás.
— Eu disse que você faz belos bebês.

BURNED
 LOVE IS MESSY 02
EMILY GOODWIN

Eu sorrio novamente e olho para Grace e Paige, que estão dormindo no sofá-
cama. Elas não queriam deixar sua irmãzinha.
— Eu lembro. E nós formamos uma bela família.

FIM

BURNED