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Resenha dos textos de Santo Tomás de Aquino-16-08-2022

Ir Gaudium Maria- N°15- Filosofia Política- Padre Rodrigo


Capítulo XIII:

Santo Tomás acredita que se operamos algo, é graças a razão, no


entanto essa capacidade está sujeita ao governo divino, que governa todas as
coisas, ele acrescenta dizendo que assim como está a razão para o homem,
está Deus para o mundo, é a razão que governa, lembro me nesse dado a
ideia platônica onde a alma é tripartida e quem governa o homem é a alma
racional, tendo isso em vista, ele acredita quem deve governar a cidade deve
ser os mais sábios, Santo Tomás também partilha dessa ideia de que a
multidão deve ser regida pela razão de um só homem, assim como no mundo
animal, como por exemplo as abelhas que quem governa é uma abelha de
destaque. Para os homens quem recebe esse múnus régio afim de ser no reino
como a alma no corpo e Deus para o mundo e o santo exorta dizendo que esse
rei deve governar com zelo pela justiça, considerando assim cada um dos
subordinados ao seu governo, como seus próprios membros.

Capítulo XIV:

Deus é exemplo a ser seguido pelo rei, duas obras de Deus devemos
considerar, primeiro Ele cria o mundo e depois governa o mundo criado, assim
também acontece em nós, primeiro o corpo é formado pela virtude da alma;
depois, é o corpo regido e movido pela alma. Destas duas obras entendemos
que a segunda pertence à função real, ou seja que o rei, governe.

Seguindo esse pensamento podemos dizer também que deve ao rei


criar, instituir, fundar novas cidade e do reino, temos alguns exemplos de reis
fundadores, como o Rei Rômulo que funda Roma. Tendo em vista que
compete ao Rei criar e governar, desse modo ele é chamado a conservar o que
é governado e dele usar para o fim para o qual foi constituído, podemos ver
esse exemplo da parte de Deus em Gn1,1s. Com essa passagem o doutor
angélico nos ensina que o rei deve até mesmo pensar no local da instituição da
nova cidade e por fim, o que cabe à função do rei, na instituição da cidade ou
do reino, tirado da semelhança da criação do mundo.
Capítulo XV:

Nesse capítulo Santo Tomás define a função de governar dizendo “é


conduzir convenientemente ao devido fim o que é governado”, ou seja ele deve
ter em mente a causa final desse governo, sempre em suas ações deve ter em
mente o fim devido para os seus súditos, assim como deve o médico conservar
o homem em vida, ou o professor, de fazê-lo conhecer a verdade.

Para confirmar essa asserção o santo doutor nos coloca a citação de


São Paulo em 2cor5,6 que diz sobre a vida do cristão é uma peregrinação a
Deus e deve ao sacerdote cuidar e proporcionar ao fiel a salvação. Já o fim
para uma multidão segundo Tomás de Aquino é a boa vida segundo a virtude;
portanto, a vida virtuosa ´´e o fim da associação humana e através da vida
virtuosa, chegar à fruição divina, mas fica em nossa mente o pensamento o
que tem a ver o rei com a vida virtuosa de seu povo? Conseguimos responder
a essa questão, quando em Jeremias 23,5 “Reinará um rei, e será sábio”; por
isso, d’Ele deriva o sacerdócio real. Na igreja o povo cristão está submisso ao
Papa assim como devemos a submissão ao próprio Jesus, Santo Tomás
acredita também que o reinado temporal deve estar submisso aos sacerdotes,
ele utiliza para dar base a isso a própria sagradas escrituras, por isso podemos
constatar na história que muitos reinados tinham grandes influências da própria
igreja.

Capítulo XVI:

O rei deve estar sempre atento para que a sua obra esteja de acordo
com o seu fim, ele sempre deve buscar a virtude na vida dos seus súditos,
através da Lei de Deus, dessa maneira colocando em prática de três maneiras:
1° instaurando a boa vida na multidão, 2° conservar a boa vida já instaurada e
3° buscar o melhoramento dessa boa vida. O Rei só conseguirá atingir esse
objetivo se ele somar a ação com a virtude, já para instaurar a boa vida é
necessário três condições: 1° a multidão se estabeleça na unidade da paz, 2°
ser unida pelo vínculo da paz e a multidão ser dirigida a proceder bem e 3°
Haja abundância suficiente do necessário para o bem viver. No entanto temos
três obstáculos contra o bem público1° A morte, já que os homens tendem a
morrer, nem sempre estão aptos para realizar as funções humanas, 2° A
perversidade das vontades interiores é um grande risco para o bem público e
3° A incursão ou invasão dos inimigos pode derrubar o bem público. Para
combater a esses obstáculos podemos ter os seguintes cuidados, 1° A
sucessão dos homens e daqueles que estão à frente de alguma função, 2°
Deve-se promover a instrução acerca das virtudes e induzindo as obras de
virtude e por fim 3° O rei deve promover a segurança a multidão, para defender
o povo dos inimigos exteriores. Através de todas essas ponderações o doutor
angélico nos revela como o rei deve tratar com diligência o seu povo.

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