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psíquicas elementares
Introdução
Você está na unidade Alterações das funções psíquicas
elementares. Conheça aqui as funções psíquicas básicas,
as definições, os tipos e algumas das alterações
psicopatológicas nos aspectos quantitativo e qualitativo.
Serão descritas, também, as formas de avaliação
mediante o exame psíquico, a entrevista psiquiátrica e a
anamnese dessas funções e das suas alterações pelo
profissional de psicopatologia.
Perceberemos que, embora sejam estudadas de forma
separada, as funções se inter-relacionam e são
interdependentes no funcionamento regular e
psicopatológico.
Bons estudos!
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De acordo com Dalgalarrondo (2019), a definição da neuropsicologia emprega o termo consciência para
designar um estado de vigilância, que é o estado de estar desperto, acordado ou lúcido. Mas para a
psicologia, a definição de consciência é:
Fique de olho
Podemos ter alterações fisiológicas normais da consciência, decorrentes do
sono, do sonho e do cansaço físico e mental.
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Sopo
É um estado de turvação da consciência marcante, no qual o paciente somente pode ser despertado por
um estímulo enérgico, geralmente de natureza dolorosa. É evidente que paciente está sonolento e,
apesar de apresentar reações de defesa, é incapaz de qualquer ação espontânea.
Coma
Grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência, em que não é possível qualquer atividade
voluntária consciente. Há ausência de indícios de consciência, mas alguns sinais neurológicos podem ser
verificados, como movimentos oculares errantes, nistagmo (tremor de pálpebras).
#PraCegoVer: o quadro tem 4 linhas, e em cada linha é definido um tipo de alteração qualitativa da
consciência. Na primeira linha se define o estado crepuscular, que é quando há um estreitamento do campo
da consciência e o paciente parece ter perdido o vínculo com o mundo exterior. Na segunda linha, define-se o
chamado estado segundo, é um estado patológico transitório parecido com o estado crepuscular e
caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada, mas que permanece estranha à personalidade do
sujeito acometido. Na terceira linha, a dissociação de consciência que designa a divisão do campo da
consciência, que perda a sua unidade psíquica natural e, na quarta linha, o transe, é o estado de dissociação
da consciência semelhante ao “sonhar acordado”, com a diferença de que há a atividade motora automática e
estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários.
No exame psíquico, é importante observar as modificações no nível de consciência, registrando as flutuações
nesse nível, além de observar se há um estreitamento da amplitude do campo de consciência, isso pode ser
observado pela capacidade de responder ao ambiente (DALGALARRONDO, 2019).
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Em relação à atenção, pode ser definida como a direção da consciência. A atenção é o processo psicológico
elementar, no qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre o estímulo que a solicita, seja uma
sensação, uma percepção, representação, um afeto ou um desejo, a fim de fixar, definir e selecionar as
percepções, as representações, os conceitos e elaborar o pensamento.
De forma sintética, podemos considerar a atenção como a capacidade de concentração, que pode ser
espontânea ou ativa. Existem duas formas básicas de atenção, a primeira é a atenção voluntária, aquela
derivada de um esforço intencional e consciente do indivíduo em relação a um estímulo ou objeto.
#PraCegoVer: a fotografia mostra um grupo de crianças reunidos em uma sala de aula na frente da
professora. Da esquerda para a direita: a professora, uma mulher negra, veste uma camiseta branca e segura
um livro aberto, ela mostra o conteúdo para as crianças que estão sentadas na frente dela; cinco crianças
estão mais próximas do livro e olham atentamente para ele; duas crianças vestem camisetas em cor vermelha
e outras três em cor azul. O fundo da imagem contém pinturas de plantas na parede da sala de aula.
E a segunda é a atenção espontânea (passiva ou involuntária), trata-se de uma reação automática, não
consciente e não intencional do indivíduo em relação aos estímulos, determinada basicamente pelas
características destes, como em objetos que despertam mais a nossa atenção ou nos estímulos mais intensos,
repentinos e inesperados. Esse tipo de atenção é a tendência natural da atividade psíquica de se orientar para
os estímulos sensoriais e sensitivos do ambiente.
Saiba mais
No artigo A atenção como atividade da consciência, de Adriana Mezzasalma e
Almir Tavares, a atenção é descrita como a capacidade de focalizar a atividade
mental sobre um ou vários estímulos presentes em um determinado local, e é
dividida em atenção espontânea ou vigilância, e atenção voluntária ou
tenacidade. Leia o artigo na íntegra: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1535.
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A atenção e o grau desse processo sobre um determinado estímulo ou objeto, depende de fatores como
interesse, ânimo e condições gerais do psiquismo do indivíduo. Cabe destacar, que as alterações da atenção
interferem no processo de aprendizagem, mas tendem a ser secundárias e decorrem de perturbações de
outras funções, das quais depende o funcionamento normal da atenção, como o cansaço, os estados tóxicos e
outros estados patológicos que determinam a incapacidade de concentrar a atenção (DALGALARRONDO,
2019). Podemos conhecer as principais alterações da atenção no quadro abaixo:
#PraCegoVer: no quadro, temos 3 linhas e em cada uma delas está a definição de um tipo de alteração
qualitativa da atenção. Na primeira linha se define a hipoprosexia: é a diminuição da capacidade de
concentração, com fatigabilidade aumentada ou o enfraquecimento acentuado da atenção em todos os seus
aspectos; na segunda linha, a aprosexia: é a total perda da capacidade de atenção; na terceira linha, a
hiperprosexia: é o estado da atenção exagerada, com a tendência de obstinação indeterminada sobre os
objetos, com infatigabilidade.
Sobre o exame psíquico da concentração e atenção, recomenda-se que o profissional de saúde:
• Eventualmente, peça para que o paciente realize algumas operações aritméticas simples (2 + 2 = ?) ou
enumerar os dias da semana e os meses, em ordem normal ou inversa, o que irá exigir mais atenção.
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contexto. Um exemplo da ação de apercepção é: quando vemos na tela da TV um gramado com marcações
brancas e duas traves, uma bola e homens uniformizados correndo, podermos entender que se trata de uma
partida de futebol (CHENIAUX, 2015).
Existem dois tipos de orientação: a autopsíquica e a alopsíquica. A orientação autopsíquica é aquela que se
refere à própria pessoa e que consiste em dos elementos da consciência do Eu, permitindo que a pessoa
seja capaz de comunicar os dados de identidade, como o nome, a idade, nacionalidade, dentre outros.
Já no caso da orientação alopsíquica, ela se refere ao meio externo e se subdivide em orientação temporal
, que nos orienta sobre os dias da dia da semana, meses e anos e é adquirida mais lentamente do que a
orientação espacial; a orientação espacial, por sua vez, nos permite saber em que local estamos, por
exemplo, no caso de uma internação, sabermos se estamos em um hospital; orientação quanto às outras
pessoas, em que é possível reconhecê-las e identificá-las corretamente; orientação situacional, a qual
orienta quanto aos motivos pelos quais estamos em um determinado lugar e qual relação temos com as
pessoas do local, por exemplo, no caso do de uma internação, o indivíduo sabe que está num hospital como
paciente. Esse tipo de orientação está relacionado com as formas de orientação alopsíquica e com a
orientação autopsíquica.
Os distúrbios de orientação podem ser parciais ou totais, e os tipos de orientação não são afetados de
maneira uniforme, já que um tipo de orientação pode estar alterado e outro preservado e vice-versa
(CHENIAUX, 2015).
Um exemplo de distúrbio parcial é quando na orientação temporal, o paciente sabe dizer o mês e o ano, mas
não sabe especificar o dia do mês ou da semana. Se for total, todos os dados serão desconhecidos pelo
indivíduo.
Fique de olho
A orientação no tempo é frágil e se altera de forma mais precoce do que a
orientação a espacial, por isso precisa ser sempre renovada.
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de modo que erros grosseiros sobre as informações pessoais podem significar desorientação no tempo
(CHENIAUX, 2015).
A avaliação mais precisa da orientação espacial pode ser realizada perguntando ao paciente o trajeto que faz
de casa para o hospital e vice-versa, mas sempre considerando que o local onde o paciente se encontra seja
previamente conhecido por ele. Inclusive, o fato de estar desorientado espacialmente na residência é mais
grave do que estar desorientado em um local desconhecido.
Quanto à orientação em relação à situação e outras pessoas, é avaliada através do comportamento do
paciente, se aparenta entender os fatos ao redor, e na observação de seu relacionamento com os familiares e
se os reconhece como tais.
Sobre a orientação alopsíquica, em alguns transtornos mentais existem alterações mais comuns:
1. Demência: a orientação temporal é a mais precocemente perdida e, com a progressão do quadro, os outros
tipos de orientação vão sendo atingidos até chegar na autopsíquica. Podem ocorrer falsas orientações, ou
seja, devido ao rebaixamento do nível de consciência e de apercepção, o indivíduo se orienta de forma
equivocada. A desorientação se deve aos déficits de memória e intelectuais.
2. Delirium: no delirium, existem desorientação confusional e/ou falsas orientações. A orientação alopsíquica
pode estar prejudicada, mas pode haver a preservação da autopsíquica.
3. Esquizofrenia: nos quadros de esquizofrenia paranóide, podem haver falsas orientações delirantes, isto é,
uma orientação verdadeira é substituída por uma não verdadeira, de natureza delirante, como quando o
paciente desconhece que está na enfermaria do hospital e afirmar estar no céu. Se a falsa orientação coexiste
com a verdadeira, é a chamada dupla orientação.
4. Depressão: o paciente relata que o tempo passa vagarosamente e pode ocorrer uma desorientação apática.
5. Intoxicação por alucinógenos: o uso de substâncias como o LSD, mescalina e outros alucinógenos
podem alterar a sensação da passagem do tempo, que pode parecer mais acelerada ou mais lentificada.
Pudemos analisar, então, as alterações na orientação e suas decorrências. Agora, iremos estudar a respeito
da memória, da afetividade e suas alterações.
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Figura 2 - Fases do processo mnêmico
#PraCegoVer: na figura, temos as fases do processo mnêmico. A imagem apresenta um esquema em que a
partir da frase “fases do processo mnêmico”, seguem três flechas que apontam para as frases fixação,
conservação e evocação.
A fase de fixação está relacionada à preservação do nível da consciência, atenção, sensopercepção e
apreensão ou apercepção. Informações facilmente fixadas são aquelas mais interessantes e mais emocionais,
mais inovadoras, associadas às informações já adquiridas e que envolvem o uso de vários canais sensoriais
simultaneamente (a visão e olfato, audição e visão).
Na fase de conservação, ocorre a manutenção de informações que foram fixadas, mesmo as que ainda
estão em estado de latência. As informações conservadas se desintegram lentamente com o decorrer do
tempo, e as informações armazenadas são perdidas das mais recentes para as mais antigas, das mais
sofisticadas para as mais simples, e das mais desorganizadas para as menos desorganizadas (CHENIAUX,
2015).
Sobre a fase de evocação, significa o retorno (espontâneo ou voluntário) das informações armazenadas na
consciência. Os fatores afetivos podem influenciar a evocação, como no caso da angústia, que nos faz
esquecer mais facilmente o que nos desagrada. A evocação de uma ideia nunca é idêntica à imagem
perceptiva que foi fixada, pois a cada vez que evocamos, ela é reconstruída com alterações.
A respeito da classificação das memórias, elas são divididas em memória sensorial, icônica, imediata ou de
curtíssimo prazo; memória de curto prazo ou recente; e memória de longo prazo ou remota. Vejamos:
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#PraCegoVer: na ilustração, temos um esquema para explicar a classificação das memórias. Da esquerda
para a direita: temos em primeiro lugar a palavra “memórias”, dela saem três termos (sensorial, de curto prazo
e de longo prazo); em seguida, do termo “de longo prazo” saem outras duas palavras (explícita e implícita); na
palavra “explícita” estão ligados os termos “episódica” e “semântica”; por último, na palavra “implícita”, estão
ligados os termos “de procedimento”, condicionamento clássico”, “condicionamento operante”, “aprendizagem
não associativa” e “pré-ativação”.
A memória sensorial permanece por menos de um minuto e fica ativa somente o necessário para ocorrer a
percepção, além disso, é considerada mais uma função da atenção do que da memória.
Quanto à memória de curto prazo, ela tem uma capacidade de armazenamento limitada e dura de
segundos a alguns minutos. A memória de trabalho corresponde à memória de curto prazo e é o
armazenamento temporário de informações para a realização de tarefas intelectuais, como a compreensão, o
raciocínio, a tomada de decisões e o planejamento de ações (CHENIAUX, 2015). Já a memória de longo
prazo, tem como objetivo armazenar permanentemente as informações que foram fixadas há alguns minutos e
que poderão ser evocadas por muitos anos ou até pela vida toda, portanto, a sua capacidade de
armazenamento é enorme, ademais, as memórias de longo prazo são divididas em memórias explícitas e
implícitas:
• Explícitas: são as informações sobre o mundo e são acessíveis à consciência, podendo ser evocadas
voluntariamente e expressas em palavras.
A respeito das alterações quantitativas da memória, existem a amnésia, hipomnésia e hipermnésia, que
significam a abolição, diminuição e o aumento da capacidade de memória, respectivamente (CHENIAUX,
2015). E a alteração qualitativa é a alomnésia ou ilusão de memória, quando as recordações de um evento
real são deturpadas ou distorcidas pela pessoa, involuntariamente. Essa alteração é frequente no delirium, na
demência e em estados crepusculares, na mania e na esquizofrenia.
Sabe-se que a paramnésia, também denominada de alucinação de memória, por ser uma recordação de algo
que não ocorreu realmente, ou seja, uma falsa lembrança, embora pareça verdadeira para o paciente. É
frequente na esquizofrenia, em virtude dos processos delirantes.
O déjà vu (já visto), ocorre quando a pessoa acredita ter vivido uma situação inteiramente nova como se já a
tivesses vivido antes. Acontece frequentemente quando visitamos um local pela primeira vez. Já no jamais vu
(nunca visto) ocorre o oposto, pois existe a falta da sensação de familiaridade mesmo que a situação tenha
sido vivida no passado. Um exemplo é o não reconhecer pessoas muito próximas. O déjà vu e o jamais vu
ocorrem na epilepsia do lobo temporal, na esquizofrenia, em síndromes de ansiedade e, até mesmo, em
pessoas sem transtornos.
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Nesse caso, a avaliação da memória pode ser realizada em um diálogo simples com o paciente e na coleta
dos dados da anamnese, pois, nessas situações é possível ter uma estimativa sobre a capacidade de
evocação, e a precisão de detalhes dos fatos da ordenação cronológica.
Desse modo, é importante observar a forma como a pessoa soluciona as questões do dia a dia, pois isso
indica a existência de déficit mnêmico, por exemplo: se há perda constante de objetos, ideias repetitivas nos
diálogos, desorientação no tempo e espaço, além da dificuldade de reconhecer pessoas.
Podem ser feitas, também, testagens da memória de fixação, apresentando-se ao paciente, verbal ou
visualmente, numerais, palavras ou sílabas desconexas, que devem ser repetidas imediatamente e, depois de
algum tempo, novamente. Entre a primeira e a segunda repetição, introduz-se uma atividade interferente,
como solicitar a memorização de uma segunda série ou a realização de um teste de concentração.
Outros testes incluem a testagem da evocação de dados recentes, como “Quem é o presidente do Brasil?” ou
“O que você comeu ontem no almoço?”, e a testagem da evocação de dados remotos com questões sobre
informações autobiográficas, com respostas confirmadas por familiares ou pelos registros do prontuário
(CHENIAUX, 2015).
Sobre a afetividade, ela envolve modalidades de vivências afetivas semelhantes: humor, emoções e
sentimentos (DALGALARRONDO, 2019). Existe, contudo, uma variedade muito grande de afetos, emoções e
sentimentos, o que caracteriza a afetividade humana como uma das mais ricas e diversas.
Fique de olho
Em relação ao afeto, ele é definido como “a qualidade e o tônus emocional que
acompanha uma ideia ou representação mental. ” (DALGALARRONDO, 2019,
p. 157)
Os afetos são os componentes emocionais de uma ideia e, mais amplamente, usa-se o termo afeto ou
afetividade para designar qualquer estado de humor, sentimento ou emoção (DALGALARRONDO, 2019).
No que diz respeito às alterações psicopatológicas da afetividade, elas são variadas e iremos nos ater às mais
apresentadas nos quadros de transtornos psiquiátricos:
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• Inadequação do afeto ou paratimia: é a reação incongruente dos afetos às situações e conteúdos
ideativos, o que revela desarmonia da vida psíquica e contradição entre a esfera das ideias e a esfera
afetiva.
• Embotamento afetivo e devastação afetiva: é a perda de todo tipo de vivência afetiva, mas diferente
da apatia, que é subjetiva; o embotamento afetivo é observável e constatável pela postura e atitude do
paciente. Ocorre nas esquizofrenias.
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indecisão e/ou dificuldade para transformar decisões em ações; inibição da psicomotricidade. Essas
alterações são muito frequentes na depressão, esquizofrenia, e em alguns casos de demência ou quando há
uso crônico de medicamentos neurolépticos.
O enfraquecimento de impulsos específicos se dá nos distúrbios de diminuição ou perda do apetite (a
anorexia), da sede, da libido e do sono (insônia).
No caso da hiperbulia, ela é definida como um sentimento subjetivo de energia e disposição, há um aumento
da iniciativa, espontaneidade e interesse do indivíduo em relação ao meio ambiente e costuma existir muita
desinibição e um aumento da psicomotricidade do sujeito. É comum, principalmente, em síndromes maníacas.
A intensificação de impulsos específicos, como é o caso da bulimia, caracteriza-se como um aumento
patológico do apetite e é comum em distúrbios hipotalâmicos, na síndrome de abstinência do uso de
anfetamina, em casos de depressão e em quadros de ansiedade. É relacionada à hiperfagia (ingestão
excessiva de alimentos) e à obesidade (CHENIAUX, 2015).
Já a hipersonia (ou letargia) é o sono excessivo e é observado em casos de depressão, como efeito colateral
de medicamentos do uso de benzodiazepínicos, antipsicóticos e antidepressivos.
Fique de olho
O desejo sexual patologicamente aumentado no homem é chamado satiríase e,
na mulher, ninfomania, e são muito típicos de casos de mania.
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Fonte: Pressmaster, Mediapool, 2021.
#PraCegoVer: na fotografia, temos um homem branco, usando uma camisa social e uma gravata em cor azul,
ele demonstra uma postura exaltada e olhar agressivo, a expressão facial dele é de quem está gritando com
as três pessoas que estão sentadas na frente dele. As pessoas estão sentadas à mesa, sobre a mesa tem
dois copos d’água e uma caneta em cor azul. O fundo da imagem é branco e tem uma grande janela de vidro.
Os atos impulsivos heteroagressivos são observados nos transtornos da personalidade antissocial, borderline
e explosiva, e em alguns casos de surto esquizofrênico.
Em relação aos atos compulsivos, podemos considerar que são as ações motoras complexas que podem
envolver ações simples ou rituais complexos. Há um sentimento de desconforto subjetivo e a tentativa de
resistir à ação, mas um intenso alívio após a realização do ato que está, frequentemente, associado a ideias
obsessivas.
Nesse caso, o exame psíquico da conação ou vontade é realizado por meio da observação do
comportamento e da observação da sua iniciativa, espontaneidade, interesse e capacidade de tomar decisões.
O grau de cooperação do paciente na entrevista ajuda na identificação de alterações, como o negativismo, que
é a resistência não deliberada, imotivada e incompreensível de atender às solicitações externas.
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Diante da variedade de funções, devemos lembrar também que a linguagem auxilia na elaboração e
expressão estética, ou seja, na linguagem poética e na literatura. E ainda, a linguagem é um sistema de
signos arbitrários, como o signo linguístico e as palavras.
Considerando tal informação, os signos, então, adquirem significados específicos por meio do sistema de
convenções historicamente determinado. Portanto, a linguagem é uma criação social dos indivíduos e dos
grupos humanos.
As alterações da linguagem relacionadas aos transtornos psiquiátricos primários são a logorréia, a taquifasia e
a loquacidade. Sendo que a logorréia aumenta exageradamente a produção da linguagem verbal e a acelera,
o que se denomina de taquifasia, levando a um fluxo incessante de palavras e frases, podendo levar à perda
da lógica do discurso. Está associada, desse modo, a quadros de mania. Já a loquacidade é o aumento da
fluência verbal, mas sem perda ou prejuízo da lógica do discurso.
No casoda bradifasia, trata-se de uma alteração da linguagem oposta à taquifasia, levando o paciente a falar
de forma excessivamente vagarosa, com as palavras seguindo-se umas às outras de forma lenta e difícil. Está
associada a quadros depressivos graves, estados demenciais e esquizofrenia crônica.
Há também, o mutismo, ou seja, a falta de resposta verbal por parte do paciente que não responde ao
entrevistador, mesmo podendo fazê-lo. Os fatores causais associados ao mutismo são variáveis, indo dos
fatores neurobiológicos aos psicogênicos. Nos transtornos psiquiátricos ocorre como uma forma de
negativismo verbal e pode ser observado nos em casos de esquizofrenia catatônica e nas depressões graves.
O mutismo seletivo é comum na infância e causado por dificuldades de relacionamento familiar, conflitos
interpessoais, frustrações, medos, ansiedade social e/ou intensa timidez.
Estudo de caso
O artigo apresenta um estudo de caso o Mutismo Seletivo em uma menina em
idade escolar, adotando a Terapia Cognitivo-Comportamental como base para
a formulação e intervenção terapêutica. O Mutismo Seletivo se refere a um
distúrbio de ansiedade na infância, cuja característica principal está na recusa
em falar com algumas pessoas. Leia o estudo na íntegra: http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100003.
A perseveração e estereotipia verbal são condições em que “há repetição automática de palavras ou trechos
de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido ” (DALGALARRONDO, 2019, p. 240).
Diferentemente, a ecolalia é a repetição da última ou últimas palavras que as pessoas do ambiente falaram.
Por exemplo “qual o seu nome? ”, e o paciente fala “nome, nome, nome”, é comum ocorrer na esquizofrenia
catatônica.
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O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais que fornecem a base para o processo do pensar, e
são as imagens perceptivas e as representações mentais ou ideias. Os elementos que constituem o
pensamento são o conceito, o juízo e o raciocínio das diferentes dimensões do processo de pensar, definidas
como curso, forma e conteúdo do pensamento (DALGALARRONDO, 2019).
• Fuga de ideias: a pessoa não consegue ter um pensamento lógico por muito tempo.
• Roubo de pensamento: é a sensação de que as ideias estão sendo apossadas por seres ou entidades.
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Quadro 3 - Classificação do conteúdo de alguns delírios
#PraCegoVer: o quadro possui 9 linhas, contendo em cada uma a descrição de delírios de acordo a
classificação de seu conteúdo: delírios de referência, de prejuízo, de perseguição, erótico, de ciúmes ou
infidelidade, de grandeza ou enormidade, de ruína ou niilista, místico ou religioso e hipocondríaco.
Portanto, o delírio se caracteriza pela certeza subjetiva e absoluta, e é impossível ser modificado, mesmo
diante dos fatos. Além disso, os delírios são divididos em ideias delirantes, que são as que ocorrem na
imaginação da pessoa, e percepções delirantes, que são percepções verdadeiras interpretadas de forma
anormal pela pessoa (CHENIAUX, 2015).
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Encerramento
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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CHENIAUX, E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2015.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2019.
JASPERS, K. Psicopatologia Geral. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
MEZZASALMA, A.; TAVARES, A. A atenção como atividade da consciência. Revista Médica de Minas Gerais
, MG, v. 13, n. 4, 2003. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1535. Acesso em: 07 maio 2021.
PEIXOTO, A. C. A.; CAROLI, A. L. G.; MARIAMA, S. R. Mutismo seletivo: estudo de caso com tratamento
interdisciplinar. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org
/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 07 maio 2021.
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