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Alterações das funções

psíquicas elementares
Introdução
Você está na unidade Alterações das funções psíquicas
elementares. Conheça aqui as funções psíquicas básicas,
as definições, os tipos e algumas das alterações
psicopatológicas nos aspectos quantitativo e qualitativo.
Serão descritas, também, as formas de avaliação
mediante o exame psíquico, a entrevista psiquiátrica e a
anamnese dessas funções e das suas alterações pelo
profissional de psicopatologia.
Perceberemos que, embora sejam estudadas de forma
separada, as funções se inter-relacionam e são
interdependentes no funcionamento regular e
psicopatológico.
Bons estudos!

3.1 Alterações na consciência e na atenção


O estudo das funções psíquicas elementares e suas alterações é um procedimento artificial, e segundo
Dalgalarrondo:
É útil porque permite o estudo mais detalhado e aprofundado de determinados fatos da vida psíquica normal e
patológica; e arriscada, porque facilmente se passa a acreditar na autonomia desses fenômenos, como se
fossem objetos naturais. (DALGALARRONDO, 2019, p. 85)
Portanto, é preciso entender que as funções psíquicas elementares, como a consciência, a atenção, a
memória, entre outras, são funções estudadas de forma autônoma, no entanto, não existem funções psíquicas
isoladas e nem alterações psicopatológicas compartimentalizadas, afinal, a pessoa adoece em sua totalidade.
A palavra consciência vem do latim, cum scientia, que deriva da tradução da palavra grega syneidesis, dessa
forma, cum scientia significa “uma ciência acompanhada de outra ciência, ou uma relação cognoscitiva ”
(CHENIAUX, 2015, p, 38). Originalmente, essa palavra possuía o significado de consciência moral, e,
posteriormente adquiriu o significado de consciência psicológica, que é mais amplo e abarca o conceito de
consciência moral.
Podemos considerar que a consciência significa a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se
orientar de forma adequada, ou seja, é estar lúcido. A consciência pode ser considerada, do ponto de vista
psiquiátrico, como um processo de coordenação e de síntese da atividade psíquica.

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De acordo com Dalgalarrondo (2019), a definição da neuropsicologia emprega o termo consciência para
designar um estado de vigilância, que é o estado de estar desperto, acordado ou lúcido. Mas para a
psicologia, a definição de consciência é:

“ A soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado


momento. [...]. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta
para a realidade. Na relação do Eu com o meio ambiente, a consciência é a
capacidade de o indivíduo entrar em contato com a realidade, perceber e conhecer
os seus objetos. (DALGALARRONDO, 2019, p. 88). „
Desse modo, a consciência é uma das funções psíquicas com a qual estabelecemos o contato com a
realidade, e através da qual tomamos conhecimento direto e imediato dos fenômenos que nos cercam.

Fique de olho
Podemos ter alterações fisiológicas normais da consciência, decorrentes do
sono, do sonho e do cansaço físico e mental.

As alterações patológicas da consciência, por sua vez, se dividem em alterações quantitativas e


qualitativas, como veremos adiante.
Nas alterações quantitativas, há uma variação do nível de consciência, ou seja, da forma como os
fenômenos psíquicos são vivenciados. O indivíduo apresenta fala, pensamento e emoções que dificilmente
podemos entender, confunde percepções, não consegue fixar sua atenção e geralmente está desorientado.
Já nas alterações patológicas quantitativas da consciência, que podem ocorrer em quadros neurológicos e
psicopatológicos, o nível de consciência diminui progressivamente do estado normal de vigilância até o estado
de coma profundo, no qual não há resquício de atividade consciente. Os diversos graus de rebaixamento da
consciência são:

Obnubilação ou turvação da consciência


É o rebaixamento da consciência em grau leve ou moderado. No exame, o paciente pode estar sonolento
ou desperto, o que dificulta a avaliação, mas há diminuição do grau de clareza da percepção, com
compreensão lenta e dificuldade de concentração. Nota-se que o paciente tem dificuldade para integrar
as informações sensoriais oriundas do ambiente.

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Sopo
É um estado de turvação da consciência marcante, no qual o paciente somente pode ser despertado por
um estímulo enérgico, geralmente de natureza dolorosa. É evidente que paciente está sonolento e,
apesar de apresentar reações de defesa, é incapaz de qualquer ação espontânea.

Coma
Grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência, em que não é possível qualquer atividade
voluntária consciente. Há ausência de indícios de consciência, mas alguns sinais neurológicos podem ser
verificados, como movimentos oculares errantes, nistagmo (tremor de pálpebras).

Em relação às alterações qualitativas, as variações se referem à mudança parcial ou focal do campo da


consciência, ou seja, à amplitude do campo de consciência. Em outras palavras, uma parte do campo da
consciência está normal e outra parte está alterada (DALGALARRONDO, 2019). As principais alterações
qualitativas de consciência são descritas no quadro abaixo:

Quadro 1 - Alterações qualitativas de consciência

Fonte: Elaborado pela autora, baseado em DALGALARRONDO, 2019.

#PraCegoVer: o quadro tem 4 linhas, e em cada linha é definido um tipo de alteração qualitativa da
consciência. Na primeira linha se define o estado crepuscular, que é quando há um estreitamento do campo
da consciência e o paciente parece ter perdido o vínculo com o mundo exterior. Na segunda linha, define-se o
chamado estado segundo, é um estado patológico transitório parecido com o estado crepuscular e
caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada, mas que permanece estranha à personalidade do
sujeito acometido. Na terceira linha, a dissociação de consciência que designa a divisão do campo da
consciência, que perda a sua unidade psíquica natural e, na quarta linha, o transe, é o estado de dissociação
da consciência semelhante ao “sonhar acordado”, com a diferença de que há a atividade motora automática e
estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários.
No exame psíquico, é importante observar as modificações no nível de consciência, registrando as flutuações
nesse nível, além de observar se há um estreitamento da amplitude do campo de consciência, isso pode ser
observado pela capacidade de responder ao ambiente (DALGALARRONDO, 2019).

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Em relação à atenção, pode ser definida como a direção da consciência. A atenção é o processo psicológico
elementar, no qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre o estímulo que a solicita, seja uma
sensação, uma percepção, representação, um afeto ou um desejo, a fim de fixar, definir e selecionar as
percepções, as representações, os conceitos e elaborar o pensamento.
De forma sintética, podemos considerar a atenção como a capacidade de concentração, que pode ser
espontânea ou ativa. Existem duas formas básicas de atenção, a primeira é a atenção voluntária, aquela
derivada de um esforço intencional e consciente do indivíduo em relação a um estímulo ou objeto.

Figura 1 - Crianças prestam atenção voluntária

Fonte: Monkey Business Images, Mediapool, 2021.

#PraCegoVer: a fotografia mostra um grupo de crianças reunidos em uma sala de aula na frente da
professora. Da esquerda para a direita: a professora, uma mulher negra, veste uma camiseta branca e segura
um livro aberto, ela mostra o conteúdo para as crianças que estão sentadas na frente dela; cinco crianças
estão mais próximas do livro e olham atentamente para ele; duas crianças vestem camisetas em cor vermelha
e outras três em cor azul. O fundo da imagem contém pinturas de plantas na parede da sala de aula.
E a segunda é a atenção espontânea (passiva ou involuntária), trata-se de uma reação automática, não
consciente e não intencional do indivíduo em relação aos estímulos, determinada basicamente pelas
características destes, como em objetos que despertam mais a nossa atenção ou nos estímulos mais intensos,
repentinos e inesperados. Esse tipo de atenção é a tendência natural da atividade psíquica de se orientar para
os estímulos sensoriais e sensitivos do ambiente.

Saiba mais
No artigo A atenção como atividade da consciência, de Adriana Mezzasalma e
Almir Tavares, a atenção é descrita como a capacidade de focalizar a atividade
mental sobre um ou vários estímulos presentes em um determinado local, e é
dividida em atenção espontânea ou vigilância, e atenção voluntária ou
tenacidade. Leia o artigo na íntegra: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1535.

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A atenção e o grau desse processo sobre um determinado estímulo ou objeto, depende de fatores como
interesse, ânimo e condições gerais do psiquismo do indivíduo. Cabe destacar, que as alterações da atenção
interferem no processo de aprendizagem, mas tendem a ser secundárias e decorrem de perturbações de
outras funções, das quais depende o funcionamento normal da atenção, como o cansaço, os estados tóxicos e
outros estados patológicos que determinam a incapacidade de concentrar a atenção (DALGALARRONDO,
2019). Podemos conhecer as principais alterações da atenção no quadro abaixo:

Quadro 2 - Alterações qualitativas da atenção

Fonte: Elaborado pela autora, baseado em DALGALARRONDO, 2019.

#PraCegoVer: no quadro, temos 3 linhas e em cada uma delas está a definição de um tipo de alteração
qualitativa da atenção. Na primeira linha se define a hipoprosexia: é a diminuição da capacidade de
concentração, com fatigabilidade aumentada ou o enfraquecimento acentuado da atenção em todos os seus
aspectos; na segunda linha, a aprosexia: é a total perda da capacidade de atenção; na terceira linha, a
hiperprosexia: é o estado da atenção exagerada, com a tendência de obstinação indeterminada sobre os
objetos, com infatigabilidade.
Sobre o exame psíquico da concentração e atenção, recomenda-se que o profissional de saúde:

• Observe se o paciente está atento e como se comporta no ambiente.

• Descreva se o paciente responde às perguntas prontamente ou é se necessário repeti-las muitas vezes.

• Eventualmente, peça para que o paciente realize algumas operações aritméticas simples (2 + 2 = ?) ou
enumerar os dias da semana e os meses, em ordem normal ou inversa, o que irá exigir mais atenção.

3.2 Alterações na orientação e nas vivências de


espaço e tempo
A orientação é a capacidade do indivíduo se situar em relação a si mesmo e ao ambiente. É uma função
derivada da integração de outras funções psíquicas, como a percepção, atenção, memória, o pensamento, a
inteligência e o afeto.
Sendo assim, a orientação resulta da chamada atividade de apercepção ou apreensão, que representa a
capacidade de inter-relacionamento das percepções para dar sentido às informações perceptivas de um

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contexto. Um exemplo da ação de apercepção é: quando vemos na tela da TV um gramado com marcações
brancas e duas traves, uma bola e homens uniformizados correndo, podermos entender que se trata de uma
partida de futebol (CHENIAUX, 2015).
Existem dois tipos de orientação: a autopsíquica e a alopsíquica. A orientação autopsíquica é aquela que se
refere à própria pessoa e que consiste em dos elementos da consciência do Eu, permitindo que a pessoa
seja capaz de comunicar os dados de identidade, como o nome, a idade, nacionalidade, dentre outros.
Já no caso da orientação alopsíquica, ela se refere ao meio externo e se subdivide em orientação temporal
, que nos orienta sobre os dias da dia da semana, meses e anos e é adquirida mais lentamente do que a
orientação espacial; a orientação espacial, por sua vez, nos permite saber em que local estamos, por
exemplo, no caso de uma internação, sabermos se estamos em um hospital; orientação quanto às outras
pessoas, em que é possível reconhecê-las e identificá-las corretamente; orientação situacional, a qual
orienta quanto aos motivos pelos quais estamos em um determinado lugar e qual relação temos com as
pessoas do local, por exemplo, no caso do de uma internação, o indivíduo sabe que está num hospital como
paciente. Esse tipo de orientação está relacionado com as formas de orientação alopsíquica e com a
orientação autopsíquica.
Os distúrbios de orientação podem ser parciais ou totais, e os tipos de orientação não são afetados de
maneira uniforme, já que um tipo de orientação pode estar alterado e outro preservado e vice-versa
(CHENIAUX, 2015).
Um exemplo de distúrbio parcial é quando na orientação temporal, o paciente sabe dizer o mês e o ano, mas
não sabe especificar o dia do mês ou da semana. Se for total, todos os dados serão desconhecidos pelo
indivíduo.

Fique de olho
A orientação no tempo é frágil e se altera de forma mais precoce do que a
orientação a espacial, por isso precisa ser sempre renovada.

As alterações da orientação alopsíquica são divididas em quantitativas, como as desorientações e


qualitativas, como as falsas orientações. A desorientação é o resultado do prejuízo da atividade de
apercepção, que causa a dificuldade em não conseguir apreender as informações sensoperceptivas,
produzindo uma sensação de perplexidade e estranheza em relação ao mundo externo. No caso das falsas
orientações, elas são mais complexas e envolvem a diminuição do grau de consciência e da presença de
distúrbios da sensopercepção.
O comportamento do paciente indica a sua orientação e não é necessária a realização da avaliação. Os
pacientes que vão sozinhos à consulta médica e chegam no horário, geralmente, estão bem orientados. Na
orientação temporal, espera-se que o paciente consiga ordenar cronologicamente as informações solicitadas,

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de modo que erros grosseiros sobre as informações pessoais podem significar desorientação no tempo
(CHENIAUX, 2015).
A avaliação mais precisa da orientação espacial pode ser realizada perguntando ao paciente o trajeto que faz
de casa para o hospital e vice-versa, mas sempre considerando que o local onde o paciente se encontra seja
previamente conhecido por ele. Inclusive, o fato de estar desorientado espacialmente na residência é mais
grave do que estar desorientado em um local desconhecido.
Quanto à orientação em relação à situação e outras pessoas, é avaliada através do comportamento do
paciente, se aparenta entender os fatos ao redor, e na observação de seu relacionamento com os familiares e
se os reconhece como tais.
Sobre a orientação alopsíquica, em alguns transtornos mentais existem alterações mais comuns:
1. Demência: a orientação temporal é a mais precocemente perdida e, com a progressão do quadro, os outros
tipos de orientação vão sendo atingidos até chegar na autopsíquica. Podem ocorrer falsas orientações, ou
seja, devido ao rebaixamento do nível de consciência e de apercepção, o indivíduo se orienta de forma
equivocada. A desorientação se deve aos déficits de memória e intelectuais.
2. Delirium: no delirium, existem desorientação confusional e/ou falsas orientações. A orientação alopsíquica
pode estar prejudicada, mas pode haver a preservação da autopsíquica.
3. Esquizofrenia: nos quadros de esquizofrenia paranóide, podem haver falsas orientações delirantes, isto é,
uma orientação verdadeira é substituída por uma não verdadeira, de natureza delirante, como quando o
paciente desconhece que está na enfermaria do hospital e afirmar estar no céu. Se a falsa orientação coexiste
com a verdadeira, é a chamada dupla orientação.
4. Depressão: o paciente relata que o tempo passa vagarosamente e pode ocorrer uma desorientação apática.
5. Intoxicação por alucinógenos: o uso de substâncias como o LSD, mescalina e outros alucinógenos
podem alterar a sensação da passagem do tempo, que pode parecer mais acelerada ou mais lentificada.
Pudemos analisar, então, as alterações na orientação e suas decorrências. Agora, iremos estudar a respeito
da memória, da afetividade e suas alterações.

3.3 Alterações na memória e na afetividade


De modo geral, podemos definir a memória como o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o
mundo, pois, proporciona o armazenamento das informações que levam à produção da aprendizagem, e a
relaciona às experiências perceptivas, motoras e às vivências internas, como os pensamentos e as emoções.
Portanto, a capacidade mnêmica (relativa à memória) preservada é fundamental para a percepção (gnosia) e
para a orientação do indivíduo (CHENIAUX, 2015).
As fases do processo mnêmico são: fixação, aquisição ou codificação; conservação, retenção ou
armazenamento; e evocação, rememoração ou recuperação. Conforme podemos observar:

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Figura 2 - Fases do processo mnêmico

Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CHENIAUX, 2015.

#PraCegoVer: na figura, temos as fases do processo mnêmico. A imagem apresenta um esquema em que a
partir da frase “fases do processo mnêmico”, seguem três flechas que apontam para as frases fixação,
conservação e evocação.
A fase de fixação está relacionada à preservação do nível da consciência, atenção, sensopercepção e
apreensão ou apercepção. Informações facilmente fixadas são aquelas mais interessantes e mais emocionais,
mais inovadoras, associadas às informações já adquiridas e que envolvem o uso de vários canais sensoriais
simultaneamente (a visão e olfato, audição e visão).
Na fase de conservação, ocorre a manutenção de informações que foram fixadas, mesmo as que ainda
estão em estado de latência. As informações conservadas se desintegram lentamente com o decorrer do
tempo, e as informações armazenadas são perdidas das mais recentes para as mais antigas, das mais
sofisticadas para as mais simples, e das mais desorganizadas para as menos desorganizadas (CHENIAUX,
2015).
Sobre a fase de evocação, significa o retorno (espontâneo ou voluntário) das informações armazenadas na
consciência. Os fatores afetivos podem influenciar a evocação, como no caso da angústia, que nos faz
esquecer mais facilmente o que nos desagrada. A evocação de uma ideia nunca é idêntica à imagem
perceptiva que foi fixada, pois a cada vez que evocamos, ela é reconstruída com alterações.
A respeito da classificação das memórias, elas são divididas em memória sensorial, icônica, imediata ou de
curtíssimo prazo; memória de curto prazo ou recente; e memória de longo prazo ou remota. Vejamos:

Figura 3 - Classificação das memórias

Fonte: CHENIAUX, 2015, p. 74

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#PraCegoVer: na ilustração, temos um esquema para explicar a classificação das memórias. Da esquerda
para a direita: temos em primeiro lugar a palavra “memórias”, dela saem três termos (sensorial, de curto prazo
e de longo prazo); em seguida, do termo “de longo prazo” saem outras duas palavras (explícita e implícita); na
palavra “explícita” estão ligados os termos “episódica” e “semântica”; por último, na palavra “implícita”, estão
ligados os termos “de procedimento”, condicionamento clássico”, “condicionamento operante”, “aprendizagem
não associativa” e “pré-ativação”.
A memória sensorial permanece por menos de um minuto e fica ativa somente o necessário para ocorrer a
percepção, além disso, é considerada mais uma função da atenção do que da memória.
Quanto à memória de curto prazo, ela tem uma capacidade de armazenamento limitada e dura de
segundos a alguns minutos. A memória de trabalho corresponde à memória de curto prazo e é o
armazenamento temporário de informações para a realização de tarefas intelectuais, como a compreensão, o
raciocínio, a tomada de decisões e o planejamento de ações (CHENIAUX, 2015). Já a memória de longo
prazo, tem como objetivo armazenar permanentemente as informações que foram fixadas há alguns minutos e
que poderão ser evocadas por muitos anos ou até pela vida toda, portanto, a sua capacidade de
armazenamento é enorme, ademais, as memórias de longo prazo são divididas em memórias explícitas e
implícitas:

• Explícitas: são as informações sobre o mundo e são acessíveis à consciência, podendo ser evocadas
voluntariamente e expressas em palavras.

• Implícitas: referem-se à aprendizagem sobre como “fazer as coisas” e implicam a melhora do


desempenho de uma atividade que necessita de informações de experiências anteriores. É um uma
memória automática e reflexa, que não é expressa em palavras e é independente da recuperação
consciente das experiências que produziram aquela aprendizagem.

A respeito das alterações quantitativas da memória, existem a amnésia, hipomnésia e hipermnésia, que
significam a abolição, diminuição e o aumento da capacidade de memória, respectivamente (CHENIAUX,
2015). E a alteração qualitativa é a alomnésia ou ilusão de memória, quando as recordações de um evento
real são deturpadas ou distorcidas pela pessoa, involuntariamente. Essa alteração é frequente no delirium, na
demência e em estados crepusculares, na mania e na esquizofrenia.
Sabe-se que a paramnésia, também denominada de alucinação de memória, por ser uma recordação de algo
que não ocorreu realmente, ou seja, uma falsa lembrança, embora pareça verdadeira para o paciente. É
frequente na esquizofrenia, em virtude dos processos delirantes.
O déjà vu (já visto), ocorre quando a pessoa acredita ter vivido uma situação inteiramente nova como se já a
tivesses vivido antes. Acontece frequentemente quando visitamos um local pela primeira vez. Já no jamais vu
(nunca visto) ocorre o oposto, pois existe a falta da sensação de familiaridade mesmo que a situação tenha
sido vivida no passado. Um exemplo é o não reconhecer pessoas muito próximas. O déjà vu e o jamais vu
ocorrem na epilepsia do lobo temporal, na esquizofrenia, em síndromes de ansiedade e, até mesmo, em
pessoas sem transtornos.

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Nesse caso, a avaliação da memória pode ser realizada em um diálogo simples com o paciente e na coleta
dos dados da anamnese, pois, nessas situações é possível ter uma estimativa sobre a capacidade de
evocação, e a precisão de detalhes dos fatos da ordenação cronológica.
Desse modo, é importante observar a forma como a pessoa soluciona as questões do dia a dia, pois isso
indica a existência de déficit mnêmico, por exemplo: se há perda constante de objetos, ideias repetitivas nos
diálogos, desorientação no tempo e espaço, além da dificuldade de reconhecer pessoas.
Podem ser feitas, também, testagens da memória de fixação, apresentando-se ao paciente, verbal ou
visualmente, numerais, palavras ou sílabas desconexas, que devem ser repetidas imediatamente e, depois de
algum tempo, novamente. Entre a primeira e a segunda repetição, introduz-se uma atividade interferente,
como solicitar a memorização de uma segunda série ou a realização de um teste de concentração.
Outros testes incluem a testagem da evocação de dados recentes, como “Quem é o presidente do Brasil?” ou
“O que você comeu ontem no almoço?”, e a testagem da evocação de dados remotos com questões sobre
informações autobiográficas, com respostas confirmadas por familiares ou pelos registros do prontuário
(CHENIAUX, 2015).
Sobre a afetividade, ela envolve modalidades de vivências afetivas semelhantes: humor, emoções e
sentimentos (DALGALARRONDO, 2019). Existe, contudo, uma variedade muito grande de afetos, emoções e
sentimentos, o que caracteriza a afetividade humana como uma das mais ricas e diversas.

Fique de olho
Em relação ao afeto, ele é definido como “a qualidade e o tônus emocional que
acompanha uma ideia ou representação mental. ” (DALGALARRONDO, 2019,
p. 157)

Os afetos são os componentes emocionais de uma ideia e, mais amplamente, usa-se o termo afeto ou
afetividade para designar qualquer estado de humor, sentimento ou emoção (DALGALARRONDO, 2019).
No que diz respeito às alterações psicopatológicas da afetividade, elas são variadas e iremos nos ater às mais
apresentadas nos quadros de transtornos psiquiátricos:

• Apatia: é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. A queixa dos pacientes é a incapacidade de


sentir alegria, tristeza, raiva, ou seja, qualquer coisa. É um estado afetivo característicos de quadros
depressivos, podendo ocorrer de forma inespecífica em diversos transtornos mentais.

• Hipomodulação do afeto: é a incapacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a situação, o


que indica rigidez na relação do paciente com o mundo.

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• Inadequação do afeto ou paratimia: é a reação incongruente dos afetos às situações e conteúdos
ideativos, o que revela desarmonia da vida psíquica e contradição entre a esfera das ideias e a esfera
afetiva.

• Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: é a perda patológica e progressiva de vivências


afetivas, com poucas alternâncias e variações na esfera afetiva. Comum nas demências e em algumas
formas de esquizofrenia.

• Embotamento afetivo e devastação afetiva: é a perda de todo tipo de vivência afetiva, mas diferente
da apatia, que é subjetiva; o embotamento afetivo é observável e constatável pela postura e atitude do
paciente. Ocorre nas esquizofrenias.

• Sentimento de falta de sentimento: é a incapacidade de sentir emoções, em que o declara estar


“intimamente morto. ” Ocorre em quadros depressivos graves.

• Labilidade afetiva e incontinência afetiva: Estados em que há mudanças abruptas de humor,


sentimentos ou emoções, com oscilações rápidas e inesperadas. Na incontinência afetiva, o indivíduo
não consegue conter as suas reações afetivas. É comum ocorrer nas esquizofrenias.

A partir de agora, iremos analisar as alterações na conação, ou seja, na vontade e no agir.

3.4 Alterações na vontade e no agir


Por conação, define-se o conjunto de atividades psíquicas direcionadas para a ação, vontade ou o agir. Aqui
estão incluídas as funções conativas, os impulsos e também a vontade.
Os impulsos, chamados de estados motivacionais ou pulsões, representam um estado interno e afetivo
que induz o indivíduo a agir para satisfazer uma necessidade, especialmente orgânica ou biológica. Mas os
impulsos não podem ser confundidos com os instintos, pois esses consistem em “predisposições inatas à
realização de comportamentos complexos e estereotipados, compartilhados pelos animais de uma mesma
espécie. ” (CHENIAUX, 2015, p. 155)
Por vontade, entende-se o processo psicológico de escolha consciente entre diversas possibilidades de
ação. Além disso, o processo volitivo ou da vontade se divide em quatro fases:
1. Intenção ou propósito: tendência para a ação relacionada aos impulsos.
2. Deliberação ou análise: ponderação consciente sobre as alternativas de ação, analisando-se aspectos
positivos e negativos e as implicações de cada uma.
3. Decisão: opção por uma das alternativas de ação.
4. Execução: se refere à atividade psicomotora propriamente dita.
As alterações quantitativas da vontade são a hipobulia e a abulia, que significam a diminuição e abolição
da atividade conativa. Tanto na hipobulia como na abulia, há uma sensação de indisposição, desânimo ou
falta de energia; diminuição ou perda da iniciativa, espontaneidade e interesse pelo mundo externo;

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indecisão e/ou dificuldade para transformar decisões em ações; inibição da psicomotricidade. Essas
alterações são muito frequentes na depressão, esquizofrenia, e em alguns casos de demência ou quando há
uso crônico de medicamentos neurolépticos.
O enfraquecimento de impulsos específicos se dá nos distúrbios de diminuição ou perda do apetite (a
anorexia), da sede, da libido e do sono (insônia).
No caso da hiperbulia, ela é definida como um sentimento subjetivo de energia e disposição, há um aumento
da iniciativa, espontaneidade e interesse do indivíduo em relação ao meio ambiente e costuma existir muita
desinibição e um aumento da psicomotricidade do sujeito. É comum, principalmente, em síndromes maníacas.
A intensificação de impulsos específicos, como é o caso da bulimia, caracteriza-se como um aumento
patológico do apetite e é comum em distúrbios hipotalâmicos, na síndrome de abstinência do uso de
anfetamina, em casos de depressão e em quadros de ansiedade. É relacionada à hiperfagia (ingestão
excessiva de alimentos) e à obesidade (CHENIAUX, 2015).
Já a hipersonia (ou letargia) é o sono excessivo e é observado em casos de depressão, como efeito colateral
de medicamentos do uso de benzodiazepínicos, antipsicóticos e antidepressivos.

Fique de olho
O desejo sexual patologicamente aumentado no homem é chamado satiríase e,
na mulher, ninfomania, e são muito típicos de casos de mania.

Os atos impulsivos são incontroláveis e desprovidos de finalidade consciente. As etapas de deliberação


e decisão do processo volitivo são ignoradas. Os atos impulsivos ocorrem em função do aumento da
intensidade dos impulsos ou do enfraquecimento dos mecanismos de inibição e refreamento (CHENIAUX,
2015). Existem outras alterações da vontade, são os atos impulsivos e os atos compulsivos.
Os atos impulsivos são realizados sem fase prévia de intenção, deliberação e decisão. Estão geralmente estão
relacionados a impulsos patológicos ou à incapacidade de tolerância à frustração, e tornam-se patológicos
quando são incompreensíveis para o observador. Alguns comportamentos heteroagressivos (comportamentos
agressivos direcionados a um objeto externo), autoagressivos (comportamentos agressivos direcionado a
própria pessoa), atos suicidas e ataques de hiperingestão alimentar (como na bulimia nervosa) têm
características de atos impulsivos. Os comportamentos heteroagressivos impulsivos sem premeditação e
muitas vezes, sem motivação, podem, ainda, resultar em homicídios.

Figura 4 - Atitude heteroagressiva

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Fonte: Pressmaster, Mediapool, 2021.

#PraCegoVer: na fotografia, temos um homem branco, usando uma camisa social e uma gravata em cor azul,
ele demonstra uma postura exaltada e olhar agressivo, a expressão facial dele é de quem está gritando com
as três pessoas que estão sentadas na frente dele. As pessoas estão sentadas à mesa, sobre a mesa tem
dois copos d’água e uma caneta em cor azul. O fundo da imagem é branco e tem uma grande janela de vidro.
Os atos impulsivos heteroagressivos são observados nos transtornos da personalidade antissocial, borderline
e explosiva, e em alguns casos de surto esquizofrênico.
Em relação aos atos compulsivos, podemos considerar que são as ações motoras complexas que podem
envolver ações simples ou rituais complexos. Há um sentimento de desconforto subjetivo e a tentativa de
resistir à ação, mas um intenso alívio após a realização do ato que está, frequentemente, associado a ideias
obsessivas.
Nesse caso, o exame psíquico da conação ou vontade é realizado por meio da observação do
comportamento e da observação da sua iniciativa, espontaneidade, interesse e capacidade de tomar decisões.
O grau de cooperação do paciente na entrevista ajuda na identificação de alterações, como o negativismo, que
é a resistência não deliberada, imotivada e incompreensível de atender às solicitações externas.

3.5 Alterações na linguagem


A linguagem, em sua forma verbal, é uma atividade especificamente humana, e a mais característica das
nossas atividades mentais. É considerado, portanto, o principal instrumento de comunicação dos seres
humanos, sendo fundamental na elaboração e na expressão do pensamento. As funções da linguagem são:
1. A função comunicativa: garante a socialização do indivíduo.
2. A linguagem como suporte do pensamento: em sua forma evoluída possibilita o pensamento lógico e
abstrato.
3. A linguagem como instrumento de expressão: expressa os estados emocionais, as vivências internas e
subjetivas do ser humano.
4 A linguagem como afirmação do eu: auxilia na afirmação e instituição das oposições entre eu e mundo, eu
e tu, eu e outros.

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Diante da variedade de funções, devemos lembrar também que a linguagem auxilia na elaboração e
expressão estética, ou seja, na linguagem poética e na literatura. E ainda, a linguagem é um sistema de
signos arbitrários, como o signo linguístico e as palavras.
Considerando tal informação, os signos, então, adquirem significados específicos por meio do sistema de
convenções historicamente determinado. Portanto, a linguagem é uma criação social dos indivíduos e dos
grupos humanos.
As alterações da linguagem relacionadas aos transtornos psiquiátricos primários são a logorréia, a taquifasia e
a loquacidade. Sendo que a logorréia aumenta exageradamente a produção da linguagem verbal e a acelera,
o que se denomina de taquifasia, levando a um fluxo incessante de palavras e frases, podendo levar à perda
da lógica do discurso. Está associada, desse modo, a quadros de mania. Já a loquacidade é o aumento da
fluência verbal, mas sem perda ou prejuízo da lógica do discurso.
No casoda bradifasia, trata-se de uma alteração da linguagem oposta à taquifasia, levando o paciente a falar
de forma excessivamente vagarosa, com as palavras seguindo-se umas às outras de forma lenta e difícil. Está
associada a quadros depressivos graves, estados demenciais e esquizofrenia crônica.
Há também, o mutismo, ou seja, a falta de resposta verbal por parte do paciente que não responde ao
entrevistador, mesmo podendo fazê-lo. Os fatores causais associados ao mutismo são variáveis, indo dos
fatores neurobiológicos aos psicogênicos. Nos transtornos psiquiátricos ocorre como uma forma de
negativismo verbal e pode ser observado nos em casos de esquizofrenia catatônica e nas depressões graves.
O mutismo seletivo é comum na infância e causado por dificuldades de relacionamento familiar, conflitos
interpessoais, frustrações, medos, ansiedade social e/ou intensa timidez.

Estudo de caso
O artigo apresenta um estudo de caso o Mutismo Seletivo em uma menina em
idade escolar, adotando a Terapia Cognitivo-Comportamental como base para
a formulação e intervenção terapêutica. O Mutismo Seletivo se refere a um
distúrbio de ansiedade na infância, cuja característica principal está na recusa
em falar com algumas pessoas. Leia o estudo na íntegra: http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100003.

A perseveração e estereotipia verbal são condições em que “há repetição automática de palavras ou trechos
de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido ” (DALGALARRONDO, 2019, p. 240).
Diferentemente, a ecolalia é a repetição da última ou últimas palavras que as pessoas do ambiente falaram.
Por exemplo “qual o seu nome? ”, e o paciente fala “nome, nome, nome”, é comum ocorrer na esquizofrenia
catatônica.

3.6 Alterações no pensamento e no juízo de realidade

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O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais que fornecem a base para o processo do pensar, e
são as imagens perceptivas e as representações mentais ou ideias. Os elementos que constituem o
pensamento são o conceito, o juízo e o raciocínio das diferentes dimensões do processo de pensar, definidas
como curso, forma e conteúdo do pensamento (DALGALARRONDO, 2019).

“ O curso do pensamento é a maneira como o pensamento flui, ou seja, como se dá


a sua velocidade e ritmo ao longo do tempo. [...] A forma do pensamento é a sua
estrutura básica, que é formada pelos diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
[...] O conteúdo do pensamento é o que dá a fundamentação ao pensamento, isto
é, os temas, assuntos, crenças e preocupações; os conteúdos do pensamento
serão tantos quantos forem os temas de interesse do indivíduo.
(DALGALARRONDO, 2019, p. 195) „
O processo de pensamento é a maneira como uma pessoa associa as ideias e se divide em modo lógico
/coerente ou modo ilógico/incoerente. Quanto à forma, existem as seguintes alterações psicopatológicas:

• Fuga de ideias: a pessoa não consegue ter um pensamento lógico por muito tempo.

• Neologismos: é a criação de palavras inexistentes na linguagem para se referir às suas ideias.

• Lentificação ou aceleração do pensamento: opostos relacionados ao ritmo do pensamento.

• Roubo de pensamento: é a sensação de que as ideias estão sendo apossadas por seres ou entidades.

As alterações referentes ao conteúdo do pensamento se relacionam às crenças, assuntos, temas,


preocupações e obsessões da pessoa e se referem aos chamados de delírios de pensamento. De forma
geral, delírios são falsos juízos da realidade.
Entende-se como juízo, a afirmação de uma relação entre dois conceitos. A função básica do juízo é
formular uma relação entre um sujeito e um predicado. Um exemplo citado por Dalgalarrondo (2019) é o
juízo sobre os conceitos de “cadeira” e de “utilidade”: pode-se formular que a cadeira é útil e que esse juízo
estabelece, portanto, uma determinada relação entre esses dois conceitos.
Karl Jaspers (1995), afirma que as os delírios são juízos patologicamente falsos, e possuem as seguintes
características: acompanham-se de uma convicção extraordinária, não são susceptíveis à influência de outras
ideias e possuem um conteúdo impossível de ser provado. De outro modo, Cheniaux (2015) afirma que o
delírio é uma alteração relacionada à formação de juízos de realidade, pois, é por meio deles que
distinguimos o que é real ou fruto de nossa imaginação. Nem todos os juízos falsos são patológicos, afinal, o
erro também é considerado um juízo falso. O que diferencia um juízo falso de um delírio é sua origem na
ignorância, julgamento apressado ou premissas falsas, e a possibilidade de correção por dados da realidade, o
que não é possível no caso dos delírios.
Os delírios, ainda, são classificados pelos temas de seu conteúdo, como veremos no quadro a seguir:

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Quadro 3 - Classificação do conteúdo de alguns delírios

Fonte: Elaborado pela autora, baseado em DALGALARRONDO, 2019.

#PraCegoVer: o quadro possui 9 linhas, contendo em cada uma a descrição de delírios de acordo a
classificação de seu conteúdo: delírios de referência, de prejuízo, de perseguição, erótico, de ciúmes ou
infidelidade, de grandeza ou enormidade, de ruína ou niilista, místico ou religioso e hipocondríaco.
Portanto, o delírio se caracteriza pela certeza subjetiva e absoluta, e é impossível ser modificado, mesmo
diante dos fatos. Além disso, os delírios são divididos em ideias delirantes, que são as que ocorrem na
imaginação da pessoa, e percepções delirantes, que são percepções verdadeiras interpretadas de forma
anormal pela pessoa (CHENIAUX, 2015).

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Encerramento
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conhecer as funções psíquicas elementares, os


conceitos, tipos, as alterações quantitativas e
qualitativas, e a inter-relação entre elas;

• entender o conceito de consciência e atenção;

• compreender os aspectos da vontade e do agir e


seus respectivos transtornos;

• conhecer o conceito de orientação espacial,


temporal, em relação aos outros e às situações;

• estudar a memória e a afetividade, seus tipos e


suas alterações;

• aprender sobre a linguagem, o pensamento, o


juízo da realidade e suas principais alterações.

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CHENIAUX, E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2015.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2019.
JASPERS, K. Psicopatologia Geral. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
MEZZASALMA, A.; TAVARES, A. A atenção como atividade da consciência. Revista Médica de Minas Gerais
, MG, v. 13, n. 4, 2003. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1535. Acesso em: 07 maio 2021.
PEIXOTO, A. C. A.; CAROLI, A. L. G.; MARIAMA, S. R. Mutismo seletivo: estudo de caso com tratamento
interdisciplinar. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org
/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 07 maio 2021.

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