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Introdução
A percepção, a atenção, a concentração e a tomada de decisão, são aspectos muito
importantes no esporte, visto que ao se sentirem sob pressão, muitos atletas cometem erros
em habilidades básicas devido à perda de foco.
Sendo assim, essas habilidades cognitivas necessitam ser treinados, ou até mesmo
aprendidas, para otimizar os resultados esportivos. Porém, na maioria das vezes, não se sabe
o que significa cada conceito desse, e muito menos como utilizá-los de forma precisa e
adequada.
Para tal, este capítulo tratará do conceito de cada uma dessas habilidades psicológicas para
uma melhor compreensão dos processos inerentes à percepção, a atenção, a concentração
e a tomada de decisão, em virtude das características específicas das diversas modalidades
esportivas.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que seja capaz de:
• Entender de que maneira o atleta pode treinar e ativar todo esse processo de foco e
decisão.
Esquema
7.1 Percepção no Esporte
7.2 Atenção no Esporte
7.3 Concentração no Esporte
7.4 Tomada de Decisão no Esporte
7.5 Conclusão
7.1 Percepção no Esporte
Muitas vezes questionamos grandes feitos no esporte e nos perguntamos: o que levou
determinado atleta a tomar aquela decisão? Será que ele percebeu algo diferente ou primeiro
que os demais? O que ele percebeu antes, durante e após a jogada?
Eysenk e Keane (1994, p.43) conceituam a percepção como “os meios pelos quais a
informação adquirida do meio ambiente através dos órgãos sensoriais é transformada em
experiência de objetos, eventos, sons, etc.” Assim, a informação do ambiente é percebida
pelos órgãos do sentido, através da audição, visão, paladar, olfato e tato, que irão gerar uma
determinada reação.
No esporte, os sentidos que costumam ser mais ativados são a audição, o tato, e em especial
para os videntes, a visão. Mas, há uma variação dependendo da modalidade esportiva em
questão.
Para exemplificar essa questão, temos dois exemplos, fora do âmbito esportivo, mas que
podem nos ajudar a entender melhor a percepção visual. Para tal, fixe seus olhos nos textos
abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.
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Marina (1994, p.43) cita que a percepção “permite dar significado às coisas e aos objetos”, ou
seja, não basta identificar o ambiente ou a situação, mas reconhecer suas semelhanças e/ou
diferenças com o que já foi vivido, ou mesmo interpretá-lo como algo novo.
Neste sentido, a percepção está atrelada à memória, às experiências vivenciadas, tornando-
se um processo complexo, visto que as informações sensoriais não são vivenciadas de forma
isolada, mas como um todo. E a partir disso, as experiências passam a ser classificadas.
Por conseguinte, é necessário filtrar e analisar as informações que chegam de forma tal que
possamos fazê-lo previsível, para nos organizarmos, agirmos e quando necessário, nos
adaptarmos.
Vale salientar que a percepção difere da sensação, à medida que a sensação se refere
apenas ao registro dos estímulos sensoriais, enquanto a percepção, através de recursos
mentais, organiza e interpreta as sensações.
No esporte, a percepção está presente em toda a ação, pois auxiliam nas possíveis mudanças
de velocidade, de espaço, de movimentos do corpo, da posição em relação ao adversário, de
controle de equipamentos (bola, carro, cavalo), entre outros.
Para isso, a percepção deve ser um processo de “filtrar e analisar as informações que chegam
de forma tal que possamos entender as características e relações do mundo, para dessa
forma fazê-lo previsível, e poder nos organizar e adaptar a ele” (SCHUBERT, 1981, p.227).
4) Ação: é a tomada de decisão, que junto com a avaliação, irá definir o comportamento do
atleta.
De acordo com Samulski (2002), deve-se, ainda, analisar a percepção sob o aspecto externo
e interno, que se interrelacionam e se completam. A percepção externa relaciona-se ao tipo e
a forma como as informações do meio ambiente são percebidos, como por exemplo, perceber
o espaço, a forma, o tamanho, a distância e a direção da ação. Já a percepção interna ou
autopercepção, engloba a informação sobre a própria pessoa, relacionadas aos sistemas
cinestésico e vestibular/equilíbrio, como o atleta perceber em qual perna está se equilibrando
ou qual a sua velocidade no movimento.
Desta forma, a percepção não é uma descrição passiva do ambiente, mas vivida, que é
acumulada e arquivada na memória. E isso, faz com que atletas mais experientes tenham o
melhor percepção do que atletas iniciante.
Kozang e Kozang (1980, p.22), trazem um exemplo sobre a percepção nos esportes coletivos,
que está demonstrada na Figura 1.
- Percepção dos movimentos dos colegas e dos adversários: tipo de movimento, direção,
velocidade e aceleração, duração e amplitude, frequência e sequência.
Fica evidente que nem todos os esportes utilizarão todos esses tipos de percepção, inclusive
algumas modalidades necessitarão de outras que nem ao mesmo foi citada por aqui. Sendo
assim, cabe analisar cada contexto esportivo para que essa habilidade seja desenvolvida a
contento.
Um exemplo disso, seria desenvolver no jogador de basquete a percepção do som que o tênis
faz na quadra, assim seria uma maneira de ajuda-lo a perceber movimentações ao seu redor,
sem ser necessário usar a visão, que poderia estar focada em outro aspecto.
Quando não há uma boa percepção, a análise e a síntese daquilo que tem que ser feito fica
prejudicado e isso erroneamente é interpretado pelos técnicos como falta de concentração.
Porém, muitas vezes, o que gera o erro é a falta de compreensão do comando ou mesmo o
atleta não ouviu, representado pela Figura 2. Portanto, o processo de percepção deve ser
analisado de forma integral e detalhada.
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Schimdt (1993), aponta as seguintes características da atenção: é seriada, muda de uma fonte
para outra ao longo do tempo; é limitada em capacidades; requer esforço e está relacionada
com a excitação; limita a capacidade de fazer certas partes da tarefa ao mesmo tempo.
Samulski (2002) cita alguns processos para a atenção: identificar informações primariamente
(percepção); selecionar informações entre diversas do ambiente (atenção seletiva); ativar o
foco para se agir ativamente em situações de exigências específicas; rejeitar estímulos
relevantes.
Assim, para um atleta ser bem-sucedido, é necessário que ele seja capaz de perceber e
integrar simultaneamente as informações de diferentes aspectos do ambiente esportivo e agir
adequadamente. Para tal, a atenção requer treinamento para que se utilize uma melhor
energia psíquica disponível para melhorar a qualidade da tarefa, e sem atenção, a ação fica
sem qualidade e intensidade, e perde a coerência. Portanto, é importante, tanto nos treinos
quanto nas competições, avaliar os processos de atenção do atleta.
Ainda, sobre o treinamento, vale ressaltar que durante determinados exercícios, a variação
de estímulos é bastante importante para que o atleta se prepare para as situações adversas
que ocorrem no contexto de cada modalidade, pois quando o ambiente se altera de forma
rápida, consequentemente, o foco de atenção também será alterado.
Alguns são os fatores que influenciam a atenção são apontados por Cratty (1989):
Desta forma, esses aspectos precisam ser avaliados para otimizar o treinamento desta
habilidade cognitiva.
Como exemplos, podemos citar: o atleta no momento da partida em uma corrida de 100
metros rasos (atenção concentrada); o jogador de voleibol durante a partida, que irá observar
seu colega de time, o adversário, a bola, a rede, as linhas da quadra, o árbitro, entre outros
(atenção distributiva); o maratonista durante a longa prova, que ora se concentra em sua
passada na corrida, alternando com a observação dos demais atletas, do percurso, dos
pontos de apoio, entre outros (alternância da atenção).
Uma atenção ampla requer atenção simultânea a diferentes informações percebidas, permite
a percepção de diversas situações ao mesmo tempo. Isso é especialmente importante em
esportes em que os atletas precisam estar conscientes e sensíveis a um ambiente que se
altera rapidamente, como um armador de basquetebol que está conduzindo um contra-
ataque.
A atenção estreita dirige o foco a um único aspecto da situação esportiva, como um goleiro
que se prepara para um pênalti.
Na atenção externa, a pessoa dirige o foco somente a estímulos externos, como o disco no
hóquei, os movimentos de um adversário no tênis.
Segundo Murray (2002) há quatro tipos de focos de atenção: amplo interno, amplo externo,
estreito interno e estreito externo.
- Amplo interno: ótimo para se adaptar a situações complexas que variam rapidamente.
Exemplo: ao idealizar o seu desempenho técnico e tático dos próximos jogos, o sujeito está
exercitando o foco amplo e interno da atenção.
Cuidados: tendência a analisar os fenômenos em formas exageradas; fixação de estratégias
mentais; falta de flexibilidade no comportamento.
- Estreito interno: ótimo para perceber e regular o nível de tensão interna e o próprio estado
emocional.
Exemplo: as equipes costumam exibir sessões de vídeos de jogos de seus próximos
adversários com o intuito de desenvolver estratégias de jogo, e se sentirem mais seguras de
sua atuação.
Cuidados: fixação e processos internos; perder o contato com o meio ambiente; sensibilidade
aumentada na presença de esforço e dor.
Diante de tudo isso, para exigirmos níveis adequados de atenção é fundamental que o atleta
conheça suas características e seja flexível para se ater aos estímulos relevantes das
situações esportivas mais comuns em sua modalidade.
Essa flexibilidade se faz necessária, ainda, diante de uma competição de alto rendimento,
onde a atenção a determinados estímulos constitui-se aspectos fundamentais para o sucesso
do atleta, que deverá ser capaz de associar todas estas informações ao estilo de jogo do
adversário, suas potencialidades e limitações para traçar seu plano de ação.
Além do mais, devemos nos ater para o apontamento de Weinberg e Gould (2008) sobre o
desvio da atenção para sinais irrelevantes, ou seja, momentos de desconcentração,
frequentemente levam a erros de desempenho, logo, a importância de manter-se atento é
reforçada no âmbito do esporte.
No entanto, Moran (2004, p.103) aponta que a “concentração refere-se à capacidade de uma
pessoa exercer esforço mental deliberado sobre o que é mais importante, em qualquer
situação”.
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3) Manutenção do foco: comparar e avaliar a “cena” atual com aquilo que é semelhante e está
arquivado em sua memória.
4) Consciência do foco: pensar (cognição) exatamente qual a melhor tomada de decisão para
o que tem que ser feito.
A harmonia de excitação emocional pode ser melhor entendida pela fala do nadador Adam
Peaty, “se eu ficar pensando sobre meu desempenho, vou ficar focado nisso a noite toda, o
que significa que estarei gastando energia quando eu deveria estar me recuperando”. Isso
demonstra, a necessidade de o atleta saber o momento de concentrar e ainda se manter em
equilíbrio emocional.
No esporte, existem situações que exigem do atleta maior sensibilidade diante de vários sinais
presentes no ambiente (percepção), enquanto outras requerem que o atleta dirija a sua
atenção a um aspecto específico da situação (atenção concentrada). Em outros contextos, o
atleta precisa concentrar-se nos próprios sentimentos e/ou pensamentos (fatores internos)
para um rendimento assertivo. E ainda, há momentos em que o atleta deve focalizar sua
atenção ao que está acontecendo externamente no ambiente (externos) e reagir
adequadamente a esses estímulos.
Visto que o ambiente esportivo se altera de forma constante em diversas modalidades, para
se atingir o estado de concentração, haverá a utilização da atenção associativa ou da atenção
dissociativa, ou mesmo a alternância delas. A atenção associativa é utilizada na monitoração
das funções e sensações corporais, como a frequência cardíaca, a tensão muscular e a
frequência respiratória, ou seja, o atleta durante a corrida, por exemplo, foca sua atenção em
determinados momentos na coordenação da respiração com seus movimentos corporais. Já
a atenção dissociativa, é entendida como um momento de distração ou dessintonização, em
que o foco de atenção momentaneamente “sai” da corrida em si e o atleta, por exemplo, para
se atentar em uma música que está tocando no percurso, que na prática não tem relação
direta com a habilidade de correr, mas que por outro lado pode tanto motivar o atleta quanto
trazer emoções negativas.
Nesta perspectiva, o atleta que tem sua concentração treinada, é capaz de se autocontrolar
e logo reestabelecer o foco de atenção para o que é necessário naquele momento da
competição. Pois, aquele que não treina, pode ter seu rendimento esportivo comprometido ao
priorizar estímulos que o atrapalhem.
- Esportes em que a competição tenha curta duração, deve-se priorizar a atenção associativa;
Samulski (2002) evidencia alguns pontos necessário para desenvolver nos atletas a
capacidade de concentração:
- Identificar os estímulos relevantes: analisar as situações esportivas da modalidade e a
escolha adequada da forma de atenção;
Além disso, podemos aconselhar que o atleta se concentre nos momentos decisivos de sua
ação esportiva, concentre-se na situação presente, e se concentre na tarefa a ser realizada,
evitando pensamentos negativos, pensamentos sobre o sentido de suas ações ou sobre
resultados futuros e sobre consequências negativas futuras.
Para Rúbio (2000), o treinamento da concentração constitui a melhoria da capacidade de
focalizar a atenção em um ponto específico do campo da percepção e a capacidade de manter
um bom nível de concentração durante um longo período de tempo (resistência de
concentração).
Segundo Samulski (2002), a concentração pode ser aprimorada por meio de técnicas como a
visualização ou exercícios de relaxamento. Essas técnicas podem ser utilizadas
periodicamente, durante o período de treinamento e antes de uma competição.
E ainda...
• Auto fala
• Rotinas/Ritual
• Treinamento Mental/Visualização
• Jogos Cerebrais (Lumosity/PEAK/Switched On)
• Jogos utilizando a modalidade
Seguem alguns artigos para que você possa se aprofundar ainda mais sobre o assunto:
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/48561
https://www.scielo.br/j/rbce/a/n9cfsYHPrrCTpHBbJRq5qJH/abstract/?lang=pt
http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/315
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Samulski (2002) complementa que a tomada de decisão está relacionada com o pensamento
que antecede qualquer movimento realizado de forma consciente que associe o pensamento
e a ação. Utilizando, portanto, de processos cognitivos, de representações mentais, do
conhecimento, da memória. Quando o episódio é entendido como novo, não existe uma
elaboração mental, a decisão é intuitiva.
Um atleta de basquete que está com a posse de bola, faltando 6 segundos para finalizar a
partida, precisa tomar a decisão, entre deslocar com a bola, passar para um companheiro ou
mesmo tentar o arremesso da posição que estiver em quadra. Neste momento, terá que
analisar toda a situação, processos já vividos ou não, para que a opção escolhida seja
assertiva. Mas, para além disso, precisa pensar nas possíveis consequências de cada
decisão.
O vídeo a seguir traz uma matéria do Jornal da Globo a respeito da tomada de decisão no
futebol e sua interferência no rendimento do atleta. Um bom exemplo para avançarmos nesta
temática da Psicologia do Esporte.
https://www.youtube.com/watch?v=5xjnyZMzo7E
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A tomada de decisão não é uma simples seleção de reposta, mas a compreensão da relação
causa-efeito entre a quantidade de incerteza numa dada tarefa e o subsequente
comportamento de decisão.
Desta forma, a tomada de decisão é composta por três fases: a antecipação, a execução e a
avaliação, como demonstrado na Figura 3.
Alguns aspectos auxiliam o atleta na tomada de decisão, são eles (ANDERSON, 2004):
- Conhecimento declarativo: é verbalizado através de conhecimento das ações, como
posicionamento dos jogadores, estratégias básicas de defesa e ataque, entre outros. O atleta
deve saber “o que fazer” nas situações de jogo.
- Conhecimento processual: difícil de ser verbalizado, mas observado pelo conhecimento do
atleta de como utilizar suas ações.
Sendo assim, os treinos devem privilegiar a formação do atleta com autonomia, a fim de
resolver problemas decorrentes da competição, evitando a utilização exclusiva de exercícios
que se limitem às jogadas ensaiadas e táticas de prova exclusivas, que não apresentem
possibilidades de adaptação.
Até porque em situações competitivas em que o atleta se sente sob pressão nem todos os
esquemas de representação mental são ativados, e quando o atleta fica limitado á um único
tipo de resposta nas tomadas de decisão, tendem a não saber reagir diante de situações
adversas aquelas que foram treinadas.
Assim, a tomada de decisão para ser operacionalizada de forma rápida e eficaz necessita de
uma prática extensa, assim como, da experiência vivida. O que acaba distinguindo os atletas
mais experientes e de sucesso, que conseguem aplicar um determinado conhecimento, pois
recorda e manipula de maneira eficiente a informação relevante em cada momento, daqueles
mais jovens e inexperientes, que têm dificuldade de focar naquilo que é relevante.
Ademais, a tomada de decisão, de acordo com Greco (2003), possui alguns fatores que
interferem diretamente no processo:
3) Tempo requerido para a tomada de decisão: no salto em altura não há pressão do tempo
para executar a ação, porém no futebol há.
4) Nível de incerteza com que se toma a decisão: quanto maior o nível de incerteza ou
imprevisibilidade da modalidade, mais complexa será a tomada de decisão.
5) Ordem sequencial das decisões: pré-determinadas e utilizadas na mesma ordem (fixa, ex.:
natação) ou não apresenta ordem fixa e possui caráter irrepetível (alterada, ex.: basquete).
Diante disso, Roth (1992) indica algumas questões importantes durante o treinamento da
tomada decisão no esporte:
- Possibilitar que as exigências motoras sejam simples para que o atleta concentre na tomada
de decisão;
- Demonstrar para o atleta que a sobrecarga de exigência pode levar a falta de planejamento
na estratégia da ação;
- Incentivar que a ação executada seja baseada na experiência anterior e não em sequências
treinadas e preestabelecidas;
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212010000100020
Boa leitura!!
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7.5 Conclusão
Esse conhecimento pode beneficiar não apenas praticantes de alto rendimento, mas também
equipes em formação, pois favorece a aprendizagem de competências psicológicas que
ajudarão os atletas a aprimorar o autocontrole e atuação esportiva.
Resumo
Este capítulo tem a intenção de discutir alguns conceitos e apresentar aspectos relevantes
para o treinamento da percepção, da atenção, da concentração e da tomada de decisão no
esporte.
Para desenvolvermos essas habilidades cognitivas não basta simplesmente dizer: “preste
atenção!” ou “concentre-se na competição!”, mas isto deve fazer parte de seu treinamento,
visando uma maior ênfase na preparação dos atletas para o alto rendimento, com o intuito de
otimizar o desempenho e a regularidade nas competições.
É fundamental que o atleta conheça essas características e seja flexível para ater-se aos
estímulos relevantes das situações de jogo mais comuns em cada modalidade, que irá auxiliar
na tomada de decisão assertiva diante das diversas situações esportivas.
Referências
ANDERSON, R. J. Acquisition of Cognitive Skill. Psychological Review, v. 89, p. 369-406.
2004.
GRECO, Pablo Juan. Processos cognitivos: dependência e interação nos jogos esportivos
coletivos. Temas atuais em educação física e esportes VIII. Belo Horizonte: Health, p.
41-59, 2003.
MASTERS, Kevin S.; OGLES, Benjamin M. Associative and dissociative cognitive strategies
in exercise and running: 20 years later, what do we know?. The sport psychologist, v. 12,
n. 3, p. 253-270, 1998.