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BEM VINDO A PLATAFORMA ONLINE DO MODULO 1 SOBRE NECESSIDADE ESPECÍFICA

NECESSIDADE ESPECÍFICA
Trabalhar as necessidades especificas do atleta é um avanço qualitativo quando se trata de esportes
coletivos. Dificilmente alguma instituição esportiva conseguira analisar qualitativamente todos os dados de seus
atletas, principalmente quando o assunto está relacionado a iniciação esportiva. Esse cenário é oriundo de uma
rotatividade muito grande de crianças que estão envolvidas no processo de detecção e seleção dos possíveis
talentos esportivos e falta de profissionais para conseguir dar uma atenção especial para as necessidades especificas
de cada um deles.
Embora sabe-se que existe diversos fatores que opõem a abordagem individual no processo de ensino e
aprendizagem, acredita-se que é possível criarmos mecanismos que viabilizam o preenchimento dessas lacunas
advindas das categorias de base. Em agremiações futebolísticas, os clubes não se dispõem de profissionais para
cuidarem da parte física (apenas da parte técnica e tática), não visam o desenvolvimento motor de forma integral
dentro da premissa longitudinal. Esse cenário acaba gerando possíveis déficits motores, pobre repertório motor,
ausência de conscientização corporal e análise crítica de seus movimentos.

COMO FAZEMOS NA CIÊNCIA DO FUTEBOL


Após a coleta de dados da avaliação da qualidade do movimento da Ciência do Futebol, – conteúdo
ensinado no modulo 4 – identificamos qual é a real necessidade específica de cada atleta para sermos ainda mais
assertivos em nossas prescrições. Nenhum dos atletas envolvidos no programa de treinamento da CdoFutebol é
inserido nos treinamentos sem antes passar pelo processo de avaliação das necessidades especificas, se não fosse
assim, não teria sentido prescrevermos um programa longitudinal de treinamento para o atleta, uma vez que não
sabemos de suas vulnerabilidades motoras. Sendo assim, essa avaliação é aplicada já no primeiro contato do atleta
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com os nossos estúdios e a reavaliação é feita de três em três meses, onde estipulamos uma melhora na qualidade
do movimento juntamente com o atleta para os próximos meses, em especial, trabalhando as necessidades em
maior evidência.
Em termos práticos, nossa metodologia possui um resultado final de 100 pontos, – tendo esse número como o
ápice da qualidade do movimento – e cada atleta recebe sua pontuação logo após o termino das avaliações. A
partir desse ponto, começamos a prescrever junto com os professores e atleta a nossa programação para os
próximos três meses, buscando intervir diretamente na melhora dos movimentos com menor pontuação. O
compromisso de busca pela melhora do movimento já começa a fazer sentido logo após a avaliação, onde
entendemos que educar o futebolista já nas fases iniciais do programa que ele deve realizar bem o movimento, é
um conceito que irá perdurar durante toda a sua carreira esportiva, gerando ainda mais comprometimento com a
programação de médio a longo prazo que será prescrita em conjunto com o seu treinador pessoal.
Contextualizando, vamos imaginar que um atleta de 13 anos, com atividades regulares em seu clube (de 3 a
4 treinos por semana + 1 na Ciência do Futebol), atingiu 65 pontos na avaliação da qualidade do movimento.
Podemos classificar que essa atleta está enquadrada em uma média de 6.5 pontos se fossemos classifica-lo de 0 a
10 e, a partir desse momento, trazemos uma reflexão mais persuasiva em relação ao nível de atleta que ele pretende
alcançar nos próximos anos. Ou seja, acredita-se que um jovem futebolista que sonha atingir o ápice de sua
performance, geralmente não tem como objetivo ficar com uma média consideravelmente baixa em relação ao
ideal. Portanto, estabelecemos uma meta para os próximos três meses de treinamento, buscando atingir uma
pontuação tangível, aumentando de 0.5 á 1.5 pontos e ir aperfeiçoando gradativamente.
Vale uma ressalva muito pertinente em relação a esse contexto descrito, vamos imaginar que esse mesmo
atleta atingiu 80 pontos (8.0) na mobilidade de suas articulações e 30 pontos (3.0) em sua coordenação motora.
Sendo assim, é necessário que a atenção esteja relacionada ao aumento do repertorio motor e maior coordenação
motora de seus movimentos – conscientização corporal – para viabilizar uma melhor facilidade de novas
aprendizagens e fases posteriores, principalmente quando o atleta ainda não atingiu a puberdade. No entanto, não
se deve deixar de lado a sua mobilidade pois, já caímos no erro de focar apenas no problema e descredenciar o
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trabalho do segmento que o atleta estava bem. Ou seja, deixamos de trabalhar a mobilidade para dar atenção
exclusiva a coordenação motora e no dia da reavaliação o atleta ter perdido a mobilidade e, consequentemente,
perder qualidade de movimento e cair drasticamente a sua pontuação geral, gerando frustração por parte do
atleta.
Geralmente, quando algum desses atletas nos procuram para fazer os treinamentos da Ciência do Futebol,
eles já vêm com um pré-conceito definido acerca das habilidades ou capacidades condicionantes que eles
precisam melhorar – geralmente eles vêm acompanhado de seus responsáveis familiar e esportivo. Descrições como:
“eu preciso melhorar a minha força/explosão”, “eu canso muito rápido”, “eu preciso ganhar passa muscular”, “eu
preciso ganhar mais mobilidade ou agilidade” e dentre outros. No entanto, nem sempre a “necessidade” que eles
acreditam ter, de fato são necessidades, possa ser que a “falta de força” seja em decorrência dos seus
adversários/companheiros serem mais desenvolvidos biologicamente do que ele, ou o seu cansaço ser inerente a
sua entrada na puberdade, onde precisa se adaptar as novas estruturas fisiológicas de seu corpo além de não terem
consciência que o ganho de massa muscular é advindo da maior taxa de testosterona durante a após a puberdade.
Sendo assim, quando avaliamos o atleta e trazemos a consciência ao atleta e responsáveis de que o que ele
precisa na verdade são desenvolver e/ou aprimorar outras fases sensíveis, torna-se mais fácil o processo. Logo, aquele
pré-conceito que os trouxeram para a Ciência do Futebol é destruído e um novo conceito começa a ser criado,
gerando maior consciência de suas reais necessidades especificas, onde todos os treinos os atletas vem com uma
definição claro sobre “o que veio buscar na Ciência do Futebol” todos os dias. Analisar as necessidades especificas
e trabalha-las, te colocará em um estado de evidência significativa, além de gerar maior credibilidade na conduta
profissional com o seu atleta e conseguir ganhos substanciais de melhorias em seu futebolista.

QUANDO APLICAMOS A NECESSIDADE ESPECÍFICA


A necessidade específica está inserida em nosso segundo pilar da pirâmide metodológica visto na primeira
aula desse modulo. Após aplicarmos a mobilidade, ativação neural e aquecimento inteligente, começamos a
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separar os atletas e trabalhamos individualmente de acordo com as suas necessidades reais descobertas através da
análise qualifica do movimento específico da Ciência do Futebol. Nessa fase, todos os atletas já estão devidamente
aquecidos – tanto a nível neural como motor – e tem total consciência das suas vulnerabilidades que precisam ser
trabalhadas, sem perder o foco nos potenciais que já desenvolvem bem.
O trabalho da necessidade específica nunca deve ser igual para todos, isso variável mediante o nível em que
cada atleta se encontra (nível 1, 2, 3 etc), sendo que, para cada nível, existe educativos específicos para serem
estimulados. Ou seja, dependendo do nível em que o futebolista se encontra, pode acontecer do mesmo já saber
exatamente os exercícios que deve ser feito, juntamente com as correções, sem deixar de contar com a orientação
profissional do professor supervisor da aula. Dentro dessa concepção, também se acredita que o atleta começa a
desenvolver um senso crítico e de auto-responsabilidade em relação aos seus movimentos e possíveis correções que
devem ser observadas durante o treino.
Nesse segundo pilar da pirâmide metodológica, todos os atletas passam a fazer as suas correções e trabalhar
as vulnerabilidades de forma individualizada. Esse pilar é um dos que acreditamos ter maior relevância em nosso
programa de treinamento, para isso, viabilizamos de 30min á 60min de “necessidade específica” em cada sessão
de treinamento, esse momento é crucial, não pode faltar. É aqui onde realmente podemos colher os resultados,
atingir metas e, de fato, conseguir gerar valor ao trabalho, onde a essência da Ciência do Futebol se alicerça pata
aquisição de seus resultados.
Sempre quando vamos identificar a necessidade específica de cada futebolista, primeiro analisamos aquelas
que estão relacionadas a maior risco de lesão e, em segundo plano, identificamos as necessidades relacionadas as
fases sensíveis. Na prática funciona da seguinte forma, vamos imaginar um atleta púbere da categoria Sub14 de
uma grande agremiação esportiva, naturalmente esse futebolista está na fase do crescimento acelerado – novas
adaptações ás suas estruturas como peso e altura – e começa a perder equilíbrio e coordenação motora, logo
identificamos que essa atleta está passando por uma fase sensível e precisa passar a ser submetido a estímulos
relacionados a essa necessidade o quanto antes pois, sabe-se que o último estágio sensível para se trabalhar
equilíbrio e coordenação motora é antes da pôs puberdade. Pensando nesse mesmo atleta, vamos imaginar que
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além da perda de equilíbrio e coordenação motora, ele também apresenta indícios de desequilíbrio muscular e
amnesia glútea, culminando em uma rotação interna da patela – valgo de joelho – e maior incidência de lesão do
ligamento cruzado anterior. O que fazer??? Sempre buscamos trabalhar com as necessidades com maior grau de
influência relacionada a lesão e, a partir disso, com aquelas relacionadas a fase sensível. Contudo, obviamente que
ambas as necessidades especificas apresentadas podem ser trabalhadas no mesmo dia de treinamento.
É de interesse nosso, despertar em você a consciência de avaliar o atleta e começar a identificar suas
necessidades especificas com ênfase nas fases sensíveis e aspectos relacionados a lesões. Esse é o pilar que nos
seguimos sempre quando vamos buscar as necessidades especificas dos atletas, sempre com a premissa de estimular
os conteúdos que transitam a sua fase de crescimento e desenvolvimento com o olhar também direcionado a menor
incidência de lesões.

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