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Guiao Ipc b24
Guiao Ipc b24
O nosso paciente ao ser submetido a esta intervenção cirúrgica chamou-nos à atenção para
alguns focos de possíveis complicações, sendo que para um primeiro momento são
nomeadamente ao nível da presença de uma ferida cirúrgica, presença de dor, vigilância de
hemorragias, possível comprometimento a nível da perfusão dos tecidos e a nível da
capacidade sensorial e também problemas a nível da mobilidade. Como foi submetido a
raquianestesia um dos nossos focos de atenção foram possíveis complicações pós-
raquianestesia. Houve também da nossa parte uma especial atenção aos dispositivos médicos
invasivos, para vigiar a sua funcionalidade e promover a sua otimização.
Atividades: Para isso observamos o penso da ferida cirúrgica externamente para verificar se
havia presença abundante de exsudado. Relativamente à região peri-lesional centramos a
nossa atenção no processo natural e esperado da inflamação. Estas observações foram feitas
de 2h em 2h.
DOR: A presença de dor é algo inerente a todo o processo a que o nosso paciente foi
submetido, pelo que foi alvo da nossa atenção. O sr. Fernando referiu sentir dor no
terço superior da face anterior da coxa direita, grau 2, de frequência irregular e com
sensação de facada.
Atividades: Tendo em conta que o nosso cliente referiu um nível reduzido de dor (2) decidimos
fazer uma avaliação continua da mesma de 3h em 3h sendo relativa ao grau de dor (numa
escala de 0 a 10), à frequência e ao tipo. Para diminuir a dor asseguramos a administração dos
analgésicos prescritos.
HEMORRAGIA: Tendo em conta a intensa manipulação de tecidos (derivado dos cortes
realizados), a vigilância das perdas sanguíneas é uma área a ter em atenção, uma vez
que se a drenagem for muito abundante e o seu conteúdo for totalmente hemático
pode indicar que a hemóstase não esta a ser efetiva mantendo um sangramento
continuo da ferida, isto implica graves consequências para o cliente. A presença do
dreno aspirativo tem como função a exteriorização do conteúdo que se encontra no
interior da ferida para assim possibilitar e potenciar a cicatrização da mesma. Através
do frasco graduado e transparente foi possível avaliar as características do exsudado,
relativamente ao volume e tipo de exsudado.
Atividades: Deste modo mantivemos uma avaliação regular das características do pulso, dos
valores da tensão arterial, avaliamos o penso externamente com o objetivo de perceber se
este se encontrava repassado e ainda avaliamos o volume e conteúdo de exsudato drenado
recorrendo ao saco do dreno aspirativo. Estes parâmetros foram avaliados de 1/1h à exceção
do penso que foi observado de 2/2h.
Atividades: Para realizar esta avaliação questionamos o sr. Fernando se sentia alguma
alteração no membro operado, tais como formigueiro ou dormência.
Intervenções: Otimizar cateter urinário, Avaliar o local de inserção do CVP, Otimizar CVP.
2º MOMENTO
DADOS
No segundo momento achamos por bem, ter como área de atenção a ferida cirúrgica, uma vez
que, quatro dias após a artroplastia esta ainda se encontra em processo de cicatrização. Posto
isto, avaliamos que os bordos da ferida cirúrgica se encontravam unidos e a ferida não
apresentava sinais inflamatórios exacerbados, apenas ligeiro rubor, sem exsudado e cheiro sui
generis. Devemos por bem avaliar também o seu respetivo penso, onde podemos comprovar
que este se encontrava externamente limpo e seco e aderente à pele. Podemos assim, com
estes dados, concluir que o processo de cicatrização estava a realizar-se.
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
ATIVIDADES
ATIVIDADES
DADOS
Ainda relacionado com a ferida cirúrgica, existe uma área de atenção que temos de ter
atenção, que é a cicatrização da ferida e os conhecimentos que o cliente tem sobre esta. Para
isso, questionamos o Sr. Fernando sobre os sinais que devia de estar atento na ferida cirúrgica,
onde foi-nos dito que não sabia quais eram, mas que gostaria de ter mais informação sobre.
Posto isto, teríamos de ensinar o Sr. Fernando sobre como deveria de estar a pele circundante,
ou seja, esta deve apresentar-se integra, sem presença de sinais de inflamação (dor, rubor,
calor, edema) e o penso deve encontrar-se limpo e a ferida deve ter um cheiro suis generis. É
necessário fazer o Sr. Fernando perceber que extremamente necessário estar atento e saber
detetar, complicações na cicatrização da ferida cirúrgica, nomeadamente à presença de sinais
de inflamação (dor, rubor, calor, edema), se o penso se encontra repassado de exsudado
(hemático, sero-hemático, seroso, purulento) e se a ferida apresenta cheiro fétido.
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
DADOS
Em relação ao conhecimento sobre luxação da prótese, uma vez que, estaremos neste
momento a preparar o Sr. Fernando para a sua alta hospitalar, achamos necessário saber quais
os conhecimentos que o Sr. Fernando tem, de modo a tentar minimizar possíveis riscos que
podem levar à luxação da prótese. É necessário, ter em atenção, se o Sr. Fernando sabe quais
os sintomas aos quais tem de estar atento, como: presença de dor ou desconforto aumentado
na ferida cirúrgica e/ou na virilha, impossibilidade de movimentar a perna, dismetria dos
membros inferiores, rotação externa e interna anormal da articulação coxofemoral direita e a
prótese da cabeça do fémur é possível palpar. Quando questionado o Sr. Fernando apenas
referiu saber do desconforto e da dor local.
Em relação aos movimentos possíveis de realizar, o Sr. Fernando diz não ter noção de quais
são. Assim sendo, devemos informar sobre movimentos a evitar, sendo estes: flexão da anca
superior a 90°; adução que ultrapasse a linha média (ex. cruzar as pernas); rotação interna e
externa da anca; apanhar objetos do chão.
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
a) Avaliar se o Sr. Fernando se levanta pelo lado sadio, endireitando a cama mantendo
sempre o membro operado alinhado e em extensão, devendo rodar o corpo para a lateral
da cama. De seguida, deve colocar o pé sadio no chão com o auxílio das mãos na cama,
colocando-se em pé.
a) Avaliar se o Sr. Fernando se coloca de costas junto à cadeira, com as pernas a tocá-la,
agarrando os braços da cadeira com uma mão de cada vez. De seguida, deve deslizar
ligeiramente a perna operada para a frente, mantendo o joelho esticado, baixando-se
até ficar sentado com as duas mãos na cadeira e encostando-se até ficar confortável. No
caso de a cadeira não ter braços, esta deve ser rodada lateralmente, de modo a que as
costas da cadeira sirvam como apoio para os braços
c) Informar para dormir com uma almofada entre as pernas para evitar movimentos
propícios a luxação.
l) Informar cliente sobre cuidados a ter ao andar de carro: só pode retomar a condução a
partir da 8ª semana após a cirurgia tendo o cuidado para não fazer viagens muito longas
ou fazer períodos de descanso alternando com deambulação; utilizar almofadas para
elevar o assento do carro; recuar e reclinar os assentos de forma a evitar flexão da
articulação coxofemoral abaixo dos 90º.
O vestir/despir e o calçar/descalçar são outras atividades de vida diárias que se tornam mais
difíceis após este tipo de cirurgia e é necessário ter algum tipo de cuidados para não levar a
uma luxação. O próprio Sr. Fernando diz ter dificuldades a vestir calças, cuecas e meias, assim
como calçar assim sendo, iremos ensinar e treinar técnicas para vestir/despir a roupa dos
membros inferiores e calçar/descalçar as meias com o auxílio de pinças de cabo longo assim
como uma calçadeira longa,, para que possa manter o membro inferior em extensão e evitar a
flexão do tronco, de modo a prevenir a luxação da prótese total da anca.
OBJETIVOS
Treinar com o cliente vestir/despir e calçar/descalçar com recurso aos dispositivos de apoio.
A higiene é uma área de grande atenção neste caso, visto que devido aos movimentos
que estão contraindicados, não é possível realizar a higiene pessoal da forma que a
maioria de nós consegue. O Sr. Fernando, mostra dúvidas em saber como a pode realizar
de forma independente. Ao transmitirmos a informação, devemos recomendar a
utilização de um antiderrapante no poliban, de uma pega onde se possa agarrar, remoção
de possíveis tapetes e obstáculos existentes na casa de banho e instruir sobre o uso de
banco alto dentro do poliban, sendo que o cliente deve estar sentado mantendo a perna
operada em extensão.
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
Estas devem ter determinadas características, como como punho, protetor de punho
(opcional), ponteira de borracha antiderrapante para maior segurança, altura regulável, clip de
segurança e aro articulado. As canadianas devem estar em bom estado de conservação e
posicionadas corretamente, tendo em conta a distância chão-cotovelo. O apoio do antebraço
deve estar posicionado no terço proximal do antebraço da pessoa, aproximadamente 2 a 3
dedos abaixo do cotovelo. O apoio de mãos deve permitir uma flexão do cotovelo cerca de 15º
a 30º. Deve ser utilizado calçado fechado e antiderrapante. O chão deve estar livre de tapetes
e outros objetos que possibilitem a queda devido a tropeçar. Tomar também precauções para
não apoiar o peso corporal na perna operada, mantendo-a em extensão e evitar a inclinação
do tronco para a frente.
Ao instruir sobre a forma correta de andar com as canadianas devemos de instruir o Sr.
Fernando para que se desloque avançando primeiro as canadianas e o membro operado
enquanto o membro sadio suporta o peso corporal, sendo de seguida o peso transferido para
as canadianas de modo a que o membro sadio avance. Este processo deve ser repetido
sequencialmente as vezes necessárias, treinando no mínimo 6 metros.
Para subir escadas com duas canadianas: instruir o Sr. Fernando para apoiar o seu peso
corporal nas canadianas, subindo primeiro a perna sadia, seguindo-se a perna operada e as
canadianas, sendo que durante o segundo movimento o peso corporal deve ser apoiado na
perna sadia. O processo deverá ser repetido sequencialmente as vezes necessárias para subir
as escadas.
Para descer escadas com duas canadianas: instruir o Sr. Fernando para descer primeiro a perna
operada juntamente com as canadianas, apoiando nelas o seu peso corporal e de seguida
descer a perna sadia. O processo deverá ser repetido sequencialmente as vezes necessárias
para descer as escadas.
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
A prevenção da queda, é um assunto que deve ser abordado junto com o Sr. Fernando, de
modo a perceber se este já tem alguma informação sobre isto e se percebe a importância
desta área de atenção. Após uma breve entrevista deu para perceber que este não sabia que
medidas deveria de tomar para prevenir a queda, mas que considera importante saber.
Tivemos atenção em saber mais sobre o tipo de casa onde habita, como se mora numa casa ou
apartamento onde os acessos têm de ser feitos através de escadas, onde podemos perceber
que vive num apartamento com elevador. O Sr. Fernando deve ter especial atenção aos
tapetes e obstáculos propícios de tropeçar, assim como deve utilizar calçado fechado e
antiderrapante.
OBJETIVOS
Prevenir queda.
INTERVENÇÕES
É necessário ter especial cuidado quando anda de carro, como já falamos posteriormente,
principalmente no entrar e no sair.
Para entrar no carro é necessário: Entrar de costas para o carro apoiando a região poplítea na
soleira da porta do carro; apoiar as mãos no assento; sentar-se mantendo o membro operado
com o joelho em extensão; utilizar a força das mãos e do membro não operado para se chegar
para trás no sentido do banco contrário (sempre com o membro operado em extensão); rodar
sobre o assento e colocar as pernas para o interior do carro (com o membro operado em
extensão); ajustar a posição de forma a ficar confortável, sendo que o ângulo entre o tronco e
a coxa não deve ser inferior a 90º.
Já para sair no carro é necessário: Girar o tronco colocando a perna operada para o exterior
em extensão; apoiar-se no banco e elevar o tronco fazendo ligeira flexão do mesmo; recorrer à
ajuda do acompanhante sendo que este auxilia na elevação da cintura do cliente; não apoiar
peso sobre a perna operada.
Para além de ter cuidado na forma de entrar e sair, é preciso também informar que não deve
fazer viagens muito longas ou fazer períodos de descanso alternando com deambulação; deve
utilizar almofadas para elevar o assento do carro; recuar e reclinar os assentos de forma a
evitar flexão da articulação coxofemoral abaixo dos 90º
OBJETIVOS
INTERVENÇÕES
Ensinar sobre técnicas para prevenção da luxação da prótese total da anca, ao utilizar o
automóvel.
Apoio familiar
A nosso ver, o apoio familiar é um assunto de deveras importância numa artroplastia total da
anca, uma vez que, todos os pacientes sujeitos a esta cirurgia necessitarão de ajuda em vários
momentos do seu dia a dia, muitos eles já mencionados anteriormente. O Sr. Fernando diz que
a sua esposa se encontra disponível para o auxiliar no que fosse necessário. No entanto,
achamos por bem questionar à própria D. Maria, esposa do Sr. Fernando, de modo a tentar
assegurar que realmente este cliente teria a ajuda necessária. Após uma breve entrevista
podemos concluir que esta se encontra pronta para auxiliar o seu marido, assim como
preparar a casa para a chegada do Sr. Fernando com todas as condições necessárias e já
faladas anteriormente.
Posto isto, podemos com estas informações negar hipóteses de diagnóstico, face ao cenário
inicial.