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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

NOME: MATHEUS BOTTOCIM DE SOUZA

PERÍODO 2022/2

ENSAIO

TÍTULO: “PRO DIA NASCER MELHOR”

Dentre tudo que pude observar, o que mais me chamou a atenção foram os
relatos e o comportamento indiferente e aparentemente sem alteração
comportamental das crianças e jovens mostradas no documentário, o que me faz
acreditar que não disfarçam sua natureza. Não porque é certo ou errado agir como
outrem espera, mas sim porque é “sua realidade”, que convenhamos, não é
diferente da minha ou da sua, leitor.
E isso me levou a outro ponto imediatamente em menos de dez minutos de
conteúdo, um que diz respeito da liberdade de cada indivíduo. Confesso que passei
o restante do longa com tal ideia martelando em minha cabeça, mas tentando me
desvirtuar da mesma, pois como poderia observar com naturalidade e permitir que
meus próprios pensamentos me levassem ao que eu sentia e não ao que estou
acostumado a fazer; uma análise fria e metódica de qualquer área do conhecimento.
O inconformismo de alguns alunos e conformismo de outros me remeteu a
amarra técnica do meu passado estudantil, que foi recheado de métodos do
famigerado modelo tradicional de ensino, que embora funcional, hoje vejo como uma
saída para casos onde a procura pelo aprendizado por prestígio é baixo, afinal,
acesso à educação é um direito e como tal, aproveita-se quem quiser e da forma
como convém.
Posso dizer que refleti sobre as crianças que percebiam sua realidade e
teciam críticas incisivas, embora a esperança dos inconformados parecesse ter sido
esvanecida enquanto os conformados estavam a passeio pela escola, sem explorar
o que ela tem a oferecer.
. Se fosse cabível “culpar” uma criança daquela idade por não ser diligente
com o famigerado “estudo” que os mais velhos dizem eu diria que falta noção de
autoavaliação.
Devo admitir, porém, que ao passo que me sinto confortável com uma
metodologia dinâmica e direta de avaliação onde há a necessidade de se atender
pré-requisitos para obtenção de nota, que há muitos gênios incompreendidos e até
mal avaliados, pois esta métrica tradicional já não é bem aplicada para todos os
estudantes.
Isso é comparável ao trecho do livro The Rhythm of Life: Living Every Day
with Passion and Purpose que menciona a famosa frase que diz que se julgar um
peixe por sua capacidade de subir em uma árvore este há de ser considerado como
idiota
O sentimento de frustração de uma adolescente que aparece no vídeo por
ser mal avaliada por descrença do professor da competência de seu trabalho,
embora tenha se esforçado para que isso não me ocorresse por receio de obter um
número baixo como nota.
O modelo tradicional de ensino é funcional até certo nível, pois ele cumpre o
papel de estabelecer médias, mas acredito que o educador deva se atentar ao que o
aluno lhe solicita e corresponder com o mesmo nível, pois defendo que, pelo fato de
o acesso à educação ser um direito constitucional, ela deve existir para que qualquer
um que queira explorar o conhecimento a tenha disponível a todo momento, mas
com a consciência de que não necessariamente ela será fundamental para qualquer
coisa que alguém faça na vida.
Quanto a parte psicológica do educador, eu sinto que o desafio mais
trabalhoso de se lidar é com a correspondência ou a falta dela na relação aluno para
com seu professor. É defendido no documentário que se há uma experiência boa
para o professor, as aulas ficam mais interessantes porque o docente se sentirá
comovido pela causa e dará o seu melhor para que o ensinamento seja proveitoso,
mas quando há uma carga negativa há o efeito contrário e que desgasta ambas as
partes.
Assim como para o aluno o excesso de desestímulo o provoca a desistir
gradualmente de estudar com ímpeto, o excesso de conforto o joga para uma zona
de conforto, onde eu costumo dizer que os sonhos e propósitos vão para morrer.
Mas isso é apenas um reflexo do seu nível de comprometimento com sua causa,
afinal, ambientes de ensino permitem aprender, mas cada indivíduo possui senso de
disciplina diferente um do outro e é isso que deve ser observado pelo professor,
caso haja interesse por aprender mais ou menos (a variar por aluno) e corresponder.
Atualmente carrego comigo uma ideia parecida com a senhorita que faz
parte do núcleo de cultura de um dos colégios apresentados no vídeo que eu
reconheci como a explicação sobre a complexidade de se envolver filosofia na
didática, apesar de necessário justamente porque a ideia de mostrar os
fundamentos do pensamento o professor é também educador nesse universo, pois
além de direcionar informações de forma que o aluno compreenda, ele também
necessita demonstrar e auxiliar seus espectadores como a “maneira de pensar” é
fundamental para o pensar propriamente dito, excluindo qualquer viés pessoal, claro.
Se hoje eu preciso me avaliar com um critério idôneo e que faça sentido com
meu aproveitamento de aprendizado, por exemplo, afirmo que o mais profundo
pensamento que pude canalizar do vídeo em questão é que o pensamento crítico e
disciplina podem ser apresentados e instigados num ambiente escolar.
Porém, com o devido respeito à integridade dos membros da instituição,
uma boa proposta didática que faça os alunos interessados se apaixonarem mais
pelo saber e atender as limitações e dos que não se importam tanto para que
saibam o mínimo necessário acredito definitivamente que a educação transcenderia
seu campo.
E como meu desejo é me tornar docente, que verdadeiramente ensina,
preciso dizer sinceramente que absorvo como principal mensagem do curta a ideia
subentendida de que “nossos estudantes” que são o “futuro melhor do mundo” que
nunca chega, seriam reconhecidas como realizadoras de um presente longo, bom e
contínuo com uma base rica educacional caso todos, todos, todos dessem mais
valor, embora eu ainda defenda que um cenário ideal seja um onde as pessoas
identifiquem o ambiente estudantil como um lugar para explorar o saber e cada um
cm seu nível de interesse explorar o que for cabível.

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