Você está na página 1de 21

INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.

) 1

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA


(LARGO DO SOWETO – TELEF. 343200/444044/432843 – caixa postal 2513)

CAPITULO 1- CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA

1.1.Conceitos

A percepção do conceito de empresa obriga à sua análise. Esta análise, por


sua vez, conduz-nos à compreensão de outros conceitos, designadamente a
explicação dos recursos e dos mercados.
O termo empresa significa realização, empreendimento. É disso efectivamente
que se trata, de realizar determinadas actividades em prol da satisfação das
necessidades e da concretização de finalidades específicas. É também o termo
vulgarmente utilizado para designar um determinado estabelecimento pertença
de uma ou mais pessoas. Em suma, no quotidiano, é um termo frequentemente
utilizado, sem, contudo, se ter real consciência de toda a informação que este
termo encerra em si.

Organização: é uma entidade técnico_social, isto é, um grupo de indivíduos


em interacção prosseguindo objectivos comuns na prestação de bens e
serviços.

Noção de empresa

Uma empresa é uma organização de recursos que, combinados, visam a


concretização de determinados objectivos e a satisfação dos seus interesses,
bem como dos interesses e necessidades dos mercados em que concorre.

Se considerarmos que uma organização é um grupo social em que existe uma


divisão do trabalho que visa atingir determinados objectivos, podemos concluir
que também a empresa é uma organização.

1
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 2

1.2. Noção de objectivo

No seguimento do que já foi referido anteriormente, a empresa pretende


alcançar objectivos que lhe permitem sobreviver, desenvolver-se ou estabilizar
nos mercados em que concorre.

Um objectivo é um propósito que a empresa deseja alcançar num


determinado período de tempo.

A definição de objectivos dependerá também das características da empresa,


da sua postura no mercado e dos objectivos das pessoas que nela trabalham.

Uma meta é o fim último que a empresa pretende atingir, daí que se possa
dizer que uma meta engloba a concretização de vários objectivos e encerra em
si todas as características que os objectivos devem apresentar.

Classificação dos objectivos quanto ao prazo de execução

Prazo < 1 ano Objectivo de curto prazo

1 ano ≤ prazo < 5 anos Objectivos de médio prazo

Prazo ≥ 5 anos Objectivo de longo prazo

Noção de Missão

A missão da empresa baseia-se num documento (texto ou frase) que identifica


a postura da empresa e os objectivos que se quer ver cumpridos.

Exemplos:McDonald´s: Satisfazer o apetite do mundo por boa comida, bem


servida, a um preço que as pessoas possam pagar.

Boeing: A nossa missão a longo prazo é tornarmo-nos na primeira companhia


aeroespacial do mundo e estar entre as primeiras empresas industriais, de
acordo com padrões de qualidade, rentabilidade e crescimento.

2
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 3

Declarar uma missão dá um novo ânimo à organização, descrevendo futuras


possibilidades motivadoras em que todos podem participar.

A missão assinala os pontos fortes e fracos que serão o fundamento para o


sucesso no mercado.

A declaração de missão é a descrição do futuro que falta percorrer.

1.3. Factores de Produção (Natureza, Trabalho, Capital) e Recursos da


Organização

Recursos

A empresa utiliza recursos que são essenciais ao desenvolvimento da sua


actividade, seja ela de produção de bens ou de prestação de serviço.

Os recursos da empresa são, por isso, variados:

1. Recursos materiais

2. Recursos imateriais (Financeiras e Humanas)

3. Recursos tecnológicos

4. Tempo

5. Informação

Recursos materiais; Estes recursos referem-se às instalações, aos


equipamentos, às matérias-primas, entre outros, que contribuem para o
desenvolvimento da actividade da empresa.

Recursos Humanos; representam as pessoas que estão ao serviço da


empresa e que, com o seu trabalho, garantem o seu funcionamento.

Recursos Financeiros (próprios e alheios); representam os meios monetários


e financeiros de que a empresa dispõe para o seu desenvolvimento ou
estabilidade.

3
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 4

Recursos Tecnológicos; Relacionam-se com os recursos materiais e dizem


respeito às opções de utilização dos métodos e dos instrumentos mais
adequados à realização de uma actividade.

O Tempo; Tempo útil (Trabalho real); Tempo inútil (Conversa, prejuízo, etc.)
É um recurso não renovável, tem que fazer-se recurso do preço, custo de
oportunidade; quer dizer que quando se perde o compromisso ou o tempo já
não será possível recupera-lo. O tempo é um recurso que compartilha-se.

A informação é outro recurso importante da organização que participa na


tomada de decisão.
A informação irriga a organização, é uma liberdade e tem um feedback, isto
porque pode decidir a vida ou o estado da empresa.
A informação é tratada, copilada, difundida e utilizada.

Exemplo: A internet em relacionamento no trabalho e racionaliza o tempo e


espaço.

1.3.1 Administração da produção

Os recursos de que as empresas dependem, necessitam de (boa


administração) porque se conseguem os objectivos estabelecidos. Dai a
administração de produção. (A.P)

Esta área cuida dos recursos físicos e materiais de que a empresa depende
(concretização), o seu processo produtivo.

Tem como objectivo a eficiência e a eficácia

A eficiência tem a ver com os meios, processamento de trabalho,


melhoramento na aplicação dos recursos;

Já a eficácia tem a ver com os objectivos. Quando a produção é eficiente a


tendência é alcançar maiores índices de produtividade.

4
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 5

“A produtividade é a relação óptima entre os recursos aplicados, e só


volumes de bens produzidos”.

Um operário será mais produtivo que o outro se, no mesmo período de


tempo e dispondo-se dos mesmos recursos, produz mais que o outro.

EFICIÊNCIA EFICÁCIA

- Ênfase nos meios, métodos - Ênfase nos resultados e fins

- Fazer correctamente as coisas - Atingir objectivos

- Procura a melhor aplicação dos - Procura o melhor alcance dos objectivos


recursos e resultados

- Salvaguardar os recursos - Optimizar a utilização de recursos

- Cumprir tarefas e obrigações - Obter resultados e agregar valor

- Resolver problemas - Atingir resultados

- Jogar futebol com arte - Marcar golos e ganhar

1.4. Mercados
A actividade da empresa deverá ser desenvolvida no mercado que lhe
permita receber os materiais de que necessita, o trabalho, os meios
monetários e a informação, bem como fornecer produtos, sejam bens ou
serviços, remunerações, sob a forma de ordenados e salários. Neste
âmbito, e de acordo com a actividade a que se dedica, poderá definir o seu
mercado (mercado de matérias-primas e componentes, mercado de bens
de equipamento, mercado de trabalho, mercado financeiro, e o mercado de
produto final).

5
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 6

1.5. Funções principais de Gestão (ciclo e processo administrativo)

Recursos tarefas (funções) Resultado


objectivos

Humanos

 Planificar Produção de
 Organizar bens e
Materiais:
 Dirigir serviços
Instalações
 Controlar
Máquinas
 Avaliar

Financeiros

Tempo

Informação

As quatro tarefas do gestor considera-se como funções principais de gestão


e quando formam uma sequência cíclica e analisada isoladamente é
denominada de ciclo administrativo.

Planeamento

Controlo e Organização
avaliação 6
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira

Direcção
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 7

Por outro quando visualizamos numa abordagem integral, tendo em


vista o alcance dos objectivos a que a empresa se propôs, estas tarefas
constituem o processo administrativo.

As tarefas encontram-se intimamente relacionada numa interacção


dinâmica em que cada uma afecta as demais e em que todo é maior que a
soma das partes.

Planeamento

Controlo e Direcção
avaliação

Organização

 Planificação

Consiste em prever, escutar o futuro. É o domínio do sonho, uma visão.

 Organização

É a adaptação ou adequação, tem que combinar os meios materiais e


imateriais.

 Direcção

É o acto de dirigir, quer dizer mandar, coordenar esforço destes (pessoas).

 Controlo e avaliação
7
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 8

Controlar que tudo ocorre conforme as regras e ordem previamente dadas, ou


tudo ocorre de acordo aos objectivos planeados.

Noção de Gestão: é o processo de conseguir resultados com organização de


todos ou uma parte dos recursos da organização.

Noção de Gestor: é o indivíduo dotado de autoridade e capacidade para


mobilização e utilização de recursos postos a sua disposição pela organização.

Aptidões do gestor

1- Aptidão conceptual
Capacidade em apanhar a causalidade, ter grande visão de evidência

2- Aptidão técnica
Tem que ser competente.

3- Aptidão em relações inter-pessoais


Tem que ser líder diante as circunstancia.

4- Aptidão de comunicação
Saber comunicar-se verbal e escrita de forma sucinta, objectiva e clara.

Papéis do gestor

1- Empreendedor
Tem que procurar melhor adaptar permanentemente a organização em
função do meio envolvente.
É um inovador (distribuição, criador), tem muito a ver com os métodos
de trabalho de forma a ganhar tempo. Está na razão da produtividade.

2- Regulador
Tem que corrigir as disfunções ocorridas (observadas) no decorrer da
actividade.

3- Distribuidor
É preciso saber distribuidor, conhecer completamente a organização,
distribuidor dos recursos.

4- Negociador
Na aplicação de decisões, o gestor tem que saber negociar caso surjam
complicações ou impasses.

8
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 9

1.6.Fases da criação da empresa

Regime jurídico

As empresas podem também classificar-se segundo o seu regime jurídico, daí


que, na sua classificação, se utilize o código comercial e o código das
sociedades comerciais.

Definição

Capital social; representa o valor que os seus detentores acordam em atribuir


à empresa (ao negocio) e que serve de garantia a terceiros.

Definição

O Património; É o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma


determinada pessoa (património particular) ou a uma empresa (património
comercial)

Fases da criação da empresa:

Motivações
Após a apresentação da empresa e das suas principais características, torna-
se agora necessário conhecer as razões que poderão levar uma pessoa, ou um
conjunto de pessoas, a criar essa organização tão singular.
Como já deves estar a pensar, as razões são variadas e diferem consoante a
pessoa ou as circunstâncias em que a ideia surge.

1- Condições prévias (Surge a ideia);


Ideia sólida o que fazer; conhecimento mercado.

2- Desenvolvimento da ideia (Elabora-se o estudo de viabilidade);


Ter noção clara quanto ao produto, mercado, tecnologia, equipamento,
pessoal; o que é que dizem os nºs? Negócio é rentável?

9
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 10

3- Constituição legal (Procede-se à sua constituição legal);


o Escolher tipo da empresa a constituir;
o Elaborar estatutos;
o Formalizar escritura;
o Divulgar diário da República.

Tendo para efeito recorrer os serviços através do:

 Guiché Único da Empresa; 30.000 kz


 Direcção nacional de impostos; 11.667 kz
 Cartório Notarial do GUE; 74.231 kz
 Conservatória Registo Comercial do GUE; 50.038 kz
 Instituto Nacional de Estatística; 8.000 kz
 Imprensa Nacional; 20.000 kz
 Instituto Nacional de segurança Social. 10 kz.

4- Implementação do projecto/ Inicio da actividade


 Obter recursos necessários;
 Contratar pessoa e dar-lhe formação;
 Adquirir equipamento.

10
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 11

1.7. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

Classificar uma empresa significa englobar essa empresa numa determinada


categoria, na qual poderá ser comparada com outras semelhantes, ou seja,
com outras empresas que possuem características idênticas e que visem
também objectivos idênticos.

Além de servir de termo de comparação, a classificação das empresas visa a


sua caracterização em termos do sector de actividade onde se insere, da sua
dimensão, da propriedade e gestão dos meios de produção e do regime
jurídico que regula a sua actuação.

1.7.1 QUANTO SECTOR ACTIVIDADE (PRODUÇÃO)

Sector Neste sector incluem-se as empresas industrias ou extractivas.

Primário Ex: As actividades de agricultura, de pesca, Geologia e minas.

Sector Neste sector incluem-se as industrias transformadoras, ou seja,

Secundário aquelas que transformam matérias-primas em produto acabado.

Sector Neste sector incluem-se o comércio e a prestação de serviços, ou

Terciário seja, a actividade de comprar e vender produtos acabados ou a


actividade de prestar serviços.

A cada um destes sectores corresponderá um determinado código, o código


das actividades económicas. (CAE).

11
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 12

Definição

Noção de classificação das actividades económicas (CAE)

A classificação das actividades económicas (CAE) é um sistema de


classificação e agrupamento das actividades económicas (produção, emprego,
energia, investimento, entre outras) em unidades estatísticas de bens e
serviços.

1.7.2 QUANTO PROPRIEDADE E GESTÃO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

Definição

Noções de empresa Pública, Privada e Mista

As empresas privadas são propriedades de pessoas particulares que gerem


os meios de produção e dividem, entre si, o lucro. Ex: Damistrela, lda;
Luzofarma.

As empresas públicas são propriedade da Administração pública, cuja gestão


está a cargo de pessoas nomeadas pelo estado. Ex: Taag, Sonangol E.P.

As empresas Mistas são de propriedade da administração do estado e de


pessoas particulares, sendo a gestão atribuída a entidade com maior
participação. (acções). Ex: Cimangola, Movicel, etc.

Definição

Noção de privatização

Privatização é o processo de transferência da propriedade e gestão dos meios


de produção de uma empresa, outrora pública, para uma entidade privada,
através de aquisição (compra).

12
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 13

A privatização é um dos meios de obtenção de receitas que aumentam os


cofres do estado e diminuem o seu deficit.

1.7.3 QUANTO SUA DIMENSÃO

Definição

Noção de efectivo

Para classificar uma empresa quanto à sua dimensão consideram-se os


trabalhadores ou colaboradores que permanecem na empresa há pelo
menos um ano consecutivo, sem interrupções, bem como o volume de
negócios e o critério de independência.

De acordo com a recomendação 2003/361/CE, adoptou uma nova definição de


microempresas, pequenas e de médias empresas, com o objectivo de
promover o espírito empresarial, incentivar o investimento e o crescimento,
reduzir os encargos administrativos e aumentar a segurança jurídica.

Microempresa A microempresa emprega menos de 10 efectivos. Ex:


Cantinas Mamadu, Lanchonetes,etc.

Pequena empresa Emprega um número de efectivo inferior a 50. Ex:


Restaurantes, Hoteis,etc.

Média empresa Emprega menos de 250 efectivos. Ex:Hoteis,Sistec,etc

Grande empresa Emprega acima de 250 efectivos.Ex: Sonangol, IMIL,


Endiama, Cimangola,etc

13
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 14

1.7.4 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS NA FORMA JURIDICA

REGIME JURIDICO

SOCIEDADES COMERCIAIS

As sociedades gozam de personalidade jurídica, logo, serão regidas por um


contrato de sociedades. Este contrato é também denominado de Estatuto ou
pacto social.

È nos estatutos ou contrato de sociedades que se estabelecem as regras de


funcionamento de sociedade (empresa) e que devem contemplar a vontade
das pessoas envolvidas e sempre de acordo com o estipulado na lei.

Os estatutos devem conter, entre outros, os seguintes elementos:

 Os nomes ou formas de todos os sócios e outros dados de identificação


destes;
 O tipo de sociedade;
 A firma da sociedade;
 O objecto da sociedade;
 A sede da sociedade;
 O capital social, quota de capital e a natureza da entrada de cada socio;
 Órgãos sociais (eleição, composição e função);
 Direitos e deveres dos sócios (accionistas);
 Forma de aplicação de resultados (lucros ou dividendos).

O contrato de sociedade deve ser celebrado por escritura


pública. A escritura é um acto notarial com vista ao registo
dos estatutos e sua divulgação posterior (Diário da
República).

14
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 15

Empresas

Singulares

Comerciante
E.I.R.L.
E.I.R.L. Em Nome

Individual

Sociedades

Comerciais

Sociedade Sociedades Sociedades Sociedades Sociedades

Unipessoal Por Quota Anónima em Nome em


Colectivo Comandita

15
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 16

E.I.R.L. (Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada)

Tem por base a constituição de um capital, com valor mínimo de 600.000


kzs, que é autónomo, ou seja, o património comercial não se confunde com o
património individual. O valor do capital poderá ser constituído por dinheiro ou
por objectos que possam ser penhorados (convertidos em dinheiro para pagar
dividas). Este capital é pertença do seu proprietário e administrador, cuja
responsabilidade é limitada ao valor investido e aos bens afectos à empresa.

Esta empresa deverá ser constituída através de escritura pública e divulgada


aos agentes económicos e público em geral em diário da República.

Comerciante em Nome Individual

A personalidade jurídica dum comerciante em nome individual confunde-se


com a personalidade jurídica do seu proprietário, isto é, não há distinção entre
o seu património particular e o património da empresa, o património comercial.

Esta empresa é pertença de um único proprietário que detém o capital


que resolveu investir, sem limite mínimo, e que afecta todos os seus bens
à exploração da actividade económica. A responsabilidade é ilimitada,
uma vez que, em caso de dívidas, responde com o património da empresa
e com o seu património.

SOCIEDADE UNIPESSOAIS

A sociedade unipessoal por quota é constituída por um sócio único que é o


titular do capital social. Numa sociedade Unipessoal há uma separação clara
entre o património particular do seu único sócio e o património comercial.
16
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 17

Embora seja pertença d e um único proprietário que detém o capital mínimo,


dividido em quotas, este denomina-se sócio único. A sua responsabilidade é
limitada ao valor das quotas que investiu e aos bens afectos à empresa.

Sociedade por Quota

A sociedade por quota é constituída por mais de um sócio.


O capital está dividido em quotas e os sócios são solidariamente
responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato social, logo, a
sua responsabilidade é limitada.
A sociedade é administrada e representada por um ou mais gerentes e possui
uma assembleia-geral de sócios.

* Sociedade mista de pessoas e capitais, cuja responsabilidade é limitada ao


valor da quota subscrita pelo valor não realizado das quotas dos sócios.

* Apenas o património da empresa responde perante os credores;

* Nº mínimo de 2 sócios;

* Não são admitidos contribuições de industriais;

Sociedade Anónima

A sociedade anónima não pode ser constituída por um numero de sócios


inferior a cinco (5), salvo quando a lei o dispense, os quais se denominam
accionistas.
O capital está dividido em acções e cada sócio limita a sua responsabilidade
ao valor das acções que subscreveu, logo, a sua responsabilidade é limitada
ao valor das acções subscritas.
A sociedade anónima não pode ser constituída por um capital inferior a
7.200.000 kzs e, tal como na sociedade por quotas, não são admitidas

17
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 18

contribuições de indústria. O capital social e as acções devem ser expressas


num valor nominal com um mínimo de um cêntimo. A acção é indivisível.

A administração e a fiscalização da sociedade cabem ao conselho de


administração e ao conselho fiscal. Ela tem também uma Assembleia-geral
de accionistas.

* Baseia-se não na pessoa do sócio; mas sim nos capitais por ele investidos;

* Cuja responsabilidade é limitada pelas acções subscritas;

* Não pode ter um nº de sócios inferior a 5;

* Não admite sócios de indústria.

- Em nome colectivo

* 2 Ou mais pessoas com responsabilidade ilimitada e solidária.

* Tipo de sociedade assenta na mútua confiança dos sócios;


Porque todos os bens respondem ou servem de garantia as obrigações da
sociedade na assunção das dívidas.

- Em comandita

* É uma sociedade mista de pessoas e capitais.

1* Comanditados; com responsabilidade ilimitada contribuem com bens e


serviços e assumem a direcção da gestão da sociedade.

2* Comanditários; com responsabilidade limitada respondendo apenas pelo


capital de entrada.

Comandita: - Simples
- Por acções “STILLER TEILNEHMER” alemão
Associado Tranquilo

18
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 19

Economicamente as sociedades
Distinguem-se, sobretudo pelo modo porque nelas se acham regulares
1- O financiamento;
2- A atribuição dos sócios;
3- A divisão dos lucros.

Diferença entre as Cooperativas e sociedades comerciais


1- Variabilidade do capital social;
2- || do nº de sócios;
3- Objectivo ñ lucrativo.

* Nas sociedades as (acções), não são as acções que se associam, mas sim
os homens que as detêm.

- Juridicamente o que mais diferencia as sociedades comerciais uma das


outras é a responsabilidade dos sócios;

1- Ilimitada nas sociedades em nome colectivo;


2- Limitada nas sociedades anónimas e por quota;
3- Mista nas sociedades em comandita.

19
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 20

1.7.5 Cooperativas

Definição

Noção de cooperativa

As cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de


capital e composição variáveis, que, através da cooperação e entreajuda dos
seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam, sem fins
lucrativos, a satisfação das suas necessidades e aspirações económicas,
sociais ou culturais.

As cooperativas não revestem a natureza de verdadeiras sociedades


Comerciais, pelo que não se encontram reguladas no código das Sociedades
Comerciais, mas sim no código Cooperativo, como já foi referido
oportunamente em assuntos anteriores.

O número de membros de uma cooperativa é variável e ilimitada, mas não


poderá ser inferior a cinco (5) nas cooperativas do primeiro grau e a dois (2)
nas cooperativas de grau superior.

O capital social das cooperativas é variável, podendo os respectivos estatutos


determinar o seu montante mínimo inicial.

O capital subscrito pode ser realizado em dinheiro, bens ou direitos,


trabalho ou serviços e deve ser integralmente realizado, no prazo máximo de
cinco (5) anos.

A responsabilidade dos cooperadores é limitada ao montante do capital


subscrito, sem prejuízo de os estatutos da cooperativa poderem determinar que
a responsabilidade dos cooperadores seja ilimitada ou ainda limitada em
relação a uns e ilimitada quanto aos outros.

Deve ser celebrada através de escritura pública.

20
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira
INSTITUTO MÉDIO INDUSTRIAL DE LUANDA (I.M.I.L.) 21

1.8.Órgãos sociais

Definição

Órgãos sociais; Os órgãos sociais de uma empresa representam os vários


conjuntos de pessoas (ou uma só pessoa) ou entidades que tomam decisões
de direcção, fiscalização, e de gestão de empresa.

Assembleia-Geral Conselho de Conselho fiscal


administração

Composição Composto por Composto por uma Composto por 3


sócios da empresa equipa eleita pela membros eleitos
e seus Assembleia-Geral pela Assembleia
representantes Geral
- Discutir, modificar
e aprovar o - Órgão de gestão por - Examinar a
relatório de gestão; excelência; escritura;

- Substituir
administradores e - Tomando decisões
Funções membros do de natureza - Verificar o
conselho fiscal; económica e cumprimento
financeira. dos estatutos;
- Deliberar sobre a
aplicação de - Elaborar relatório de
resultados. gestão - Dar parecer
sobre o balanço
o relatório de
gestão.

21
O.G.E./I. 3.ªediçao João Vieira

Você também pode gostar