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1.

2 Moral e Historia
1.2.1 O carácter histórico da Moral

moral= conjutas das normas e regras (livremente e conscientemente) destinadas a regular as


relaçoes dos individuos numa dada comunidade social

A seguir

variam historicamente nas diferentes

Sociedades

A Moral é um facto historico (a ética, como ciencia da moral nao pode concebe-la como dada uma
vez para sempre – é um aspecto da realidade hna mutavel com tempo)

A moral é historica porque é um modo de comportar-se de um ser hno que por natureza é
historicamente um ser cuja caracteristica é a de estar-se fazendo, autoproduzindo constantamente,
tanto no plano da sua existencia material, como da sua vida espiritual (incluindo nesta a moral)

Direcçôes fundamentais do historicismo Moral

Deus como origem ou fonte da moral

Os mandamentos constituem as normas morais fundamentais!

A natureza como origem ou fonte da moral

A conduta moral do homem nâo seria senâo um aspecto da conduta natural biologica. As qualidades
morais têm a sua origem nos instintos

homem

É dotado de uma essência eterna e imutàvel, inerente a todos os individuos, sejam quais forem as
vicissitudes historicas ou a situaçâo social

A moral constituiria um aspecto desta maneira de ser que permanece e dura atraves das mudanças
historicas e ssociais

O comportamento moral encontra-se no homem desde que existe como tal, mas a moral muda e se
desenvolve com a mudança e o desenvolvimento das diversas sociedades concretas (moral é
temporal)

reconhecimento destes mudanças historicas na moral levanta 2 problemas importantes:

Causas ou factores que determinam essa mudança

O seu sentido ou direcçâo

1.2.2 Mudanças historico-sociais e mudanças da moaral (origens da moral)

Surgem quando o homem supera a sua natureza puramente natural, instintiva e possui uma
natureza social: quando jà é membro de uma colectividade
Moral é regulamentaçâo do comportamento dos individuos entre si e destes com a comunidade

Exige que o homem esteja em relaçâo para que se possa comportar de acordo com as normas ou
prescriçôes que o governam.

1.2.3 O progresso Moral

A historia nos apresenta uma sucessâo de morais que correspondem às diversas sociedades que se
sucedem no tempo

O progresso moral nâo se pode conceber independentemente do progresso historico-social

O progresso moral nâo se reduz ao progresso historico nem este por si proprio acaneta um
progresso moral (esclavagismo, canibalismo, respeito a vida dos anciâos, estabelecer relaçôes
sexuais monogâmicas

1.2.3.1 Progresso historico

O homem é um ser criador, transformador da natureza, produtor, o nivel de desenvolvimento das


forças produtivas pode considrar-se como indice ou critério do progresso humano

O homem é um ser social. O tipo de organizaçâo social e o grau correspondente de participaçâo dos
homens na sua praxis social podem considerar-se como indice ou critério do progresso humano

homem

Nâo produz apenas materialmente, mas tbm espiritualmente (ciência, arte, direito, educaçâo, etc.

A produçâo de bens materiais é indice ou critério do progresso humano

O progesso historico resulta da actividade produtiva, social e espiritual dos homens

Nâo é igual para todos os povos e todos homens

A seguir

Numa sociedade nem todos os individuos ou grupos sociais participam dele da mesma maneira

O progresso historico-social cria condiçôes necessàrias para o progresso moral

O progresso historico-social afecta (de maneira positiva ou negativa) os homens de determinada


sociedade sob o ponto de vista moral: ex. aboliçâo da escravatura

O grau de articulaçâo e coordenaçâo dos interesses colectivos e pessoais

Colectivismo: obsorçâo total dos interesses pessoais pela da comunidade

Invidualisme: dissociaçâo entre os interesses do individuo e os da comunidade

Livre desenvolvimento do individuo supôe necessariamente livre desenvolvimento da comunidade

Progresso social verifica-se sobre a base de um progresso historico-social


Negaçâo radical de velhos valores: a vingança de sangue, o egoismo das relaçôes morais burguesas

Conservaçâo dialectica de alguns: solidariedade, amizade, lealdade, tbm hà riscos da hipocrisia e a


perfidia que sâo rejeitados pelas vàrias morais

Incorporaçâo de novos valores e virtudes morais: o trabalho (livremente e com vontade)


A Essência da Moral

Moral

Conjunto de normas, princípios e valores que regulamentam as relações mútuas entre os indivíduos
ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um carácter histórico e
social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira
mecânica, externa ou impessoal.

1.4.1 Dois planos na moral

Plano normativo (moral)

Plano factual (moralidade)

Plano normativo

Normas, regras de acção e imperativos que enunciam o que deve ser feito

Exemplos:

Ama o teu próximo;

Não mintas;

Não sejas cúmplice de uma injustiça.

Plano factual

Actos humanos que efectivamente se realizam independentemente de como pensemos que


deveriam ser.

Exemplos:

Pedro não cabula;

Luíz é amigo de todos;

António é bom.

As normas existem para serem realizadas, o que não significa que se realizem necessariamente.

O facto de que a norma não se realiza não invalida a exigência da sua realização.

As normas existem e valem independentemente da medida em que se cumpram ou violem.

1.4.2 Moral e Moralidade

Moralidade (real): conjunto dos actos concretos que adquirem um significado moral com respeito à
moral em vigor.
O termo moral é derivado do latim mores, que significa relativo aos costumes.

A moralidade pode ser definida como a aquisição do modo de ser conseguido pela apropriação ou
por níveis de apropriação, onde se encontram o caráter, os sentimentos e os costumes. Alguns
dicionários definem moral como "conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, éticas,
quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa determinada"
(Aurélio Buarque de Hollanda), ou seja, regras estabelecidas e aceitas pelas comunidades
humanas durante determinados períodos de tempo.

Portanto, o termo moral significa tudo o que se submete a todo valor onde devem predominar na
conduta do ser humano as tendências mais convenientes ao desenvolvimento da vida individual e
social, cujas aptidões constituem o chamado sentido moral dos indivíduos

1.4.3 Carácter social da Moral

a) A moral manifesta-se somente na sociedade.O comportamento moral não é o comportamento de


um indivíduo isolado. A sua conduta tem consequências para os demais e, por isso, é objecto de
aprovação e reprovação.

b) Uma mudança radical da estrutura social provoca uma mudança fundamental de moral.

c) Não é o indivíduo que inventa as normas morais. Ele depara-se com o normativo, como algo já
estabelecido e aceite por determinado meio social.

d) A moral tem uma função social: regula as relações entre os seres humanos e, assim, contribui para
manter uma determinada ordem social.

Os indivíduos aceitam, por convicção pessoal, os fins, princípios, valores e interesses da sociedade.

A moral tende também a fazer que os indivíduos harmonizem voluntariamente (de forma consciente
e livre) os seus interesses pessoais com os interesses colectivos da sociedade

1.4.4 Regulação do comportamento moral (o individualismo e o colectivo na moral

a) Hábitos e costumes

Têm tal força que sobrevivem mesmo quando, depois de surgir uma nova estrutura social, domina
outra moral.

O indivíduo sente sobre si a pressão do colectivo.

b) A responsabilidade pessoal no comportamento moral

O progresso moral caracteriza-se por um aumento do grau de consciência e de liberdade (e portanto


de responsabilidade pessoal) no comportamento moral.

O sujeito do comportamento moral é uma pessoa singular.

A consciência individual é onde se operam as decisões de carácter moral (mas está condicionada
socialmente, reflecte uma situação social concreta).
1.4.5 A estrutura do acto moral (Actos humanos)

Actos do ser humano enquanto ele exerce o domínio sobre esses actos, através da razão e da
vontade.

São actos conscientes e livres.

Propriedades dos actos humanos

São actos morais = feitos consciente e livremente com o conhecimento da sua conformidade (ou
não) com uma lei emitida pela razão.

A liberdade do acto humano implica:

Imputabilidade, responsabilidade;

Moralidade;

Abilidade do homem alcançar o seu fim último não por determinismo ou compulsão mas pela sua
própria vontade e escolha. (Este é o carácter moral do homem e revela a sua dignidade e
proeminência neste mundo).

A estrutura do acto moral

Ou os determinantes da moralidade

Motivo

Consciência do fim visado

Consciência dos meios

Resultado ou consequências da acção.

Circunstâncias

Motivo

Aquilo que impulsiona a agir ou a alcançar determinado fim.

Um mesmo acto pode realizar-se por motivos diferentes.

O motivo pode ser consciente ou inconsciente. (Os motivos inconscientes não determinam o
carácter moral do acto).

Consciência do fim visado

O fim proposto pela consciência implica a decisão de alcançá-lo (e estes dois factores – escolha de
um fim e decisão de realizar o fim escolhido – dão ao acto moral a qualidade de acto voluntário).

Implica a escolha entre vários fins possíveis que, por vezes, se excluem reciprocamente

Consciência dos meios


Os fins nunca podem justificar os meios.

Resultado

É importante considerar a realização ou concretização do fim desejado.

Para avaliar o acto moral deve levar-se em consideração as consequências objectivas do resultado
obtido, ou seja, o modo como este resultado afecta os demais.

As intenções não bastam, é necessário avaliar os meios usados e os resultados obtidos.

Circunstâncias

Não tornam um acto bom ou mau, mas aumentam ou diminuem a responsabilidade do agente.

A reflexão ética eleva o homem acima das circunstâncias e das necessidades, para indagar
racionalmente sobre o bem da vida humana vista no seu conjunto.

Opção fundamental

Os actos não revelam a totalidade da pessoa, têm de ser inseridos na opção fundamental.

O valor moral da vida de uma pessoa depende sobretudo da qualidade da sua opção fundamental:

é expressa através de actos concretos;

os actos morais vão exprimindo e desenvolvendo a opção fundamental e podem mudar essa opção.
Actos Humanos

Actos livres e deliberados da vontade

Natureza dos actos humanos

Actos próprios do homem enquanto homem, enquanto ele exerce o domínio sobre os seus actos,
através da razão e da vontade.

Actos livres que procedem da própria determinação da vontade, sem necessitação

Actos deliberados

Quando há deliberação no entendimento, há liberdade na vontade e o consequente acto é livre.

Quando o acto procede da vontade sem deliberação, não é livre mas necessário.

Os actos humanos podem ser mais ou menos humanos. A liberdade da vontade pode ser aumentada
ou diminuida:

Pela ignorância que torna o acto involuntário. O que não é conhecido não é querido.

Pelas paixões que intensificam a inclinação da vontade mas diminuem a deliberação e por isso a
liberdade

Propriedades dos actos humanos

São actos morais = feitos consciente e livremente com o conhecimento da sua conformidade (ou
não) com uma lei emitida pela razão.

A liberdade do acto humano implica:

Imputabilidade, responsabilidade;

Moralidade;

Abilidade do homem alcançar o seu fim último não por determinismo ou compulsão mas pela sua
própria vontade e escolha. (Este é o carácter moral do homem e revela a sua dignidade e
proeminência neste mundo).

Outras visões sobre o livre arbítrio

O livre arbítrio não é capacidade de auto-determinação, pois qualquer acto da vontade é


determinado pelo carácter do agente e pelos motivos que fazem com que a acção seja desejável (ex:
a bondade da acção ou do objecto ou o ambiente externo).

Acto humano = acto voluntário

Um acto livre provém da razão e da personalidade do homem mas não está imune de qualquer
necessitação.

Liberdade:
o controle que a própria pessoa exerce sobre si mesmo;

estado no qual o homem deseja apenas o que é conforme à sua verdadeira personalidade.

A estrutura do acto moral

Ou os determinantes da moralidade

1. Motivo

Aquilo que impulsiona a agir ou a alcançar determinado fim.

Um mesmo acto pode realizar-se por motivos diferentes.

O motivo pode ser consciente ou inconsciente. (Os motivos inconscientes não determinam o
carácter moral do acto).

2. Consciência do fim visado

O fim proposto pela consciência implica a decisão de alcançá-lo (e estes dois factores – escolha de
um fim e decisão de realizar o fim escolhido – dão ao acto moral a qualidade de acto voluntário).

Implica a escolha, deliberação, entre vários fins possíveis que, por vezes, se excluem
reciprocamente.

Através da inteligência, a vontade procura o bem como bem; em cada bem singular e parcial, a
vontade procura sempre algo mais: o bem como tal, o bem integral da pessoa considerada na sua
unidade e totalidade.

Assim, a vontade humana torna-se causa de inquietação;

Assim, a vontade não está determinada por nenhum bem (está indiferente, indeterminada).

A liberdade, além de oferecer ao acto humano um sentido moral, de modo a poder ser qualificado
como bom ou como mau, justo ou injusto, tem no homem a missão de o levar a realizar-se a si
mesmo, o seu próprio ser.

A liberdade permite ao homem ser o artífice de si mesmo.

O valor moral da vida de uma pessoa depende sobretudo da qualidade da sua opção fundamental:

é expressa através de actos concretos;

os actos morais vão exprimindo e desenvolvendo a opção fundamental e podem mudar essa opção;

os actos não revelam a totalidade da pessoa, têm de ser inseridos na opção fundamental

3. Consciência dos meios


Os fins nunca podem justificar os meios.

4. Resultado

É importante considerar a realização ou concretização do fim desejado.

Para avaliar o acto moral deve levar-se em consideração as consequências objectivas do resultado
obtido, ou seja, o modo como este resultado afecta os demais.

As intenções não bastam, é necessário avaliar os meios usados e os resultados obtidos.

5. Circunstâncias

Não tornam um acto bom ou mau, mas aumentam ou diminuem a responsabilidade do agente.

A reflexão ética eleva o homem acima das circunstâncias e das necessidades, para indagar
racionalmente sobre o bem da vida humana vista no seu conjunto.

Singularidade do acto moral

O acto moral possui qualidade normativa: tem significado moral em relação a uma norma

A norma tem carácter universal mas singulariza-se no acto real.

Não podemos determinar de antemão, com toda a certeza, o que se deve fazer em cada caso.

O problema de como nos devemos comportar moralmente apresenta dificuldades quando nos
apresentamos numa situação nova.

Mas não estamos totalmente desamparados. Temos um código moral.

Conclusão: traços essenciais da moral

1. Forma de comportamento humano que compreende tanto um aspecto normativo como um


aspecto factual.

2. É um facto social. Verifica-se somente na sociedade, em correspodência com necessidades sociais


e cumprindo uma função social.

Traços essenciais da moral


3. O indivíduo desempenha nela um papel fundamental, porque exige a interiorização das normas e
deveres em cada homem individual, o reconhecimento interior das normas estabelecidas e
sancionadas pela comunidade.

4. O acto moral é unidade indissolúvel dos elementos que o integram: motivo, intenção, decisão,
meios e resultados.

5. O acto moral concreto faz parte de um contexto normativo (código moral) que vigora numa
determinada comunidade, o qual lhe confere sentido.

6. O acto moral, como acto consciente e voluntário, supõe uma participação livre do sujeito na sua
realização, que, embora incompatível com a imposição forçada das normas, não o é com a
necessidade histórico-social que o condiciona.

Definição de moral

Sistema de normas, princípios e valores, que regulamentam as relações mútuas entre os indivíduos
ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um carácter histórico e
social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira
mecânica, externa ou impessoal.

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