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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Curso de Pedagogia

César Augusto Rodrigues

José Francisco Costa Filho

Marli Mendes de Oliveira

Tecnologia na Educação: Os Desafios, Benefícios e a Importância


do Uso da Tecnologia no Ensino Fundamental I

São Paulo

2019
César Augusto Rodrigues

José Francisco Costa Filho

Marli Mendes de Oliveira

Tecnologia na Educação: Os Desafios, Benefícios e a Importância


do Uso da Tecnologia no Ensino Fundamental I

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de


Pedagogia do Centro Universitário São Camilo
como requisito parcial para a elaboração do
Trabalho de Conclusão de Curso.

São Paulo

2019
Introdução

A tecnologia deve ser vista com uma ferramenta de estratégia pedagógica,


partindo do pressuposto de que, é na sala de aula que os professores tornam as aulas
mais prazerosas, dando significados para as ações ali realizadas com o objetivo de
propiciar a aquisição de conhecimentos.
Esses espaços escolares podem ser ampliados através do uso da tecnologia,
na busca de novos conceitos, expressões e linguagens.
Vygotsky afima que o desenvolvimento cognitivo não se dá sem que haja a
observância do contexto social e cultural e como focaliza os mecanismos de origem e
natureza sociais e peculiares ao ser humano. E que os processos superiores mentais
têm origem em processos sociais e esses processos mentais podem ser entendidos
por instrumentos e signos que os mediam, como diz Moreira (1985, p. 109).
Sendo assim, a teoria Vygotskyana (sócio-histórico-cultural) concebe a ideia de
que o desenvolvimento do sujeito está ligado diretamente às interações entre o
homem e a sociedade, além da cultura e da sua história de vida, sendo esses os
aspectos que promovem as situações de aprendizagem, oportunidades e as
influências que o indivíduo está exposto externamente.
Vygotsky ressalta com seus estudos que a aprendizagem do indivíduo será
despertada quando houver a mudança de ambiente, pois deste modo haverá o início
do aprendizado.
Para tanto é necessário perceber que o planejamento e controle são
fundamentais para o uso da tecnologia no ambiente escolar e suas metodologias de
ensino definirão as mais diversas possibilidades de se trabalhar com o uso da
tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento do aluno no ambiente escolar.
As maiores dificuldades em relação ao tema são referentes às práticas dos
professores na sala de aula, no que se refere a atuação com o uso das tecnologias,
de maneira efetiva, que contribua no processo de desenvolvimento das capacidades
dos alunos no ambiente escolar, e quais as necessidades primárias para que o uso
dessas tecnologias se torne mediadoras do processo de ensino.
As tecnologias de informação e comunicação são potencializadoras do
processo de construção do conhecimento, mas não basta somente implementar as
ferramentas tecnológicas em sala de aula, é necessário primeiramente uma
transformação digital e cultural no ambiente escolar.
O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em
cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e
coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação
diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para
que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à
descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.
(SAVIANI, 2011 p. 13).

Os professores precisam capacitar-se para o conhecimento destas


tecnologias, para que a sua prática tenha um significado. Precisam ser pesquisadores
constantes para compreender as contribuições científicas sobre o assunto, e com isso
qualificar a sua formação no que tange a prática docente.
A tecnologia não pode substituir o professor, mas sim algumas funções que o
professor tem, como uma ferramenta que contribui para que o professor possa
estimular a curiosidade do aluno para a pesquisa e o conhecimento.

Temos que cuidar do professor, pois todas as mudanças só entram


bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental.
Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias,
e deve se portar como tal. (Apud ANDRADE, p.16)

Há muito tempo a tecnologia existe, no entanto, as escolas não estão


preparadas para inserir as TIC’s no processo de ensino aprendizagem. A sala de aula
é um espaço coletivo de conhecimento, interação e troca de informações. O uso da
tecnologia na sala de aula estreita o relacionamento professor/aluno durante a rotina,
aproximando-os das experiências tecnológicas que os alunos já estão acostumados
na vida real, pois os envolvidos nesse processo passam a compartilhar a mesma
realidade.

Objetivos
O objetivo geral desta pesquisa é investigar a importância da tecnologia na
educação do ensino Fundamental I, sob uma nova perspectiva de ensino e
aprendizagem, abordando as transformações decorrentes na sociedade através das
novas tecnologias e como os professores podem atuar em uma nova prática docente.

[...] o exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o


conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o
para quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quê, o contra
quem são exigências fundamentais de uma educação democrática à
altura dos desafios do nosso tempo (FREIRE, 2000, p. 102).

Os demais objetivos desta pesquisa estão concentrados em perceber a


importância das tecnologias no ambiente escolar do Ensino fundamental I; contribuir
com sugestões para o enfrentamento dos possíveis problemas vivenciados por
professores para o uso das tecnologias na sala de aula, refletir sobre o papel da escola
e do professor além da função do currículo e a prática pedagógica em sala de aula.

Metodologia

A metodologia usada para esta pesquisa será através de levantamentos


bibliográficos de diversos autores que tratam do assunto, utilizando sites científicos
na internet, artigos, livros e revistas especializadas em educação.

Plano de Trabalho
Bibliografia

ALMEIDA, M. E. Informática e formação de professores. Brasília: Ministério da


Educação, 2000.
ANDRADE, Ana Paula Rocha de. Uso das tecnologias na educação:
computador e internet. Universidade Estadual de Goiás. Brasília, 2011.
BRITO, G. S; Purificação, I. Educação e Novas Tecnologias: um repensar.
Curitiba: IBPEX, 3772 2006.
COBURN, P. Informática na educação. São Paulo. Ed. Limitada. 1988.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros
escritos. São Paulo: UNESP, 2000.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11.
ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2011. 137 p.
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Curso de Pedagogia

Cesar Augusto rodrigues

José Francisco Costa Filho

Marli Mendes de Oliveira

Tecnologia na Educação: Os Desafios, Benefícios e a Importância


do Uso da Tecnologia no Ensino Fundamental I.

São Paulo

2019
Cesar Augusto rodrigues

José Francisco Costa Filho

Marli Mendes de Oliveira

Tecnologia na Educação: Os Desafios e Benefícios e a Importância


do Uso da Tecnologia no Ensino Fundamental I

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Pedagogia do Centro Universitário
São Camilo, orientado pela Profa. Camila
Rezende Alba Cuadrado Proença, como
requisito parcial para conclusão do Curso.

São Paulo

2019
Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
2. DESENVOLVIMENTO..................................................................................................... 13
2.1 A importância do uso das tecnologias no Ensino Fundamental I: ........................ 13
2.2 Os benefícios das tecnologias no ensino Fundamental. ........................................ 16
2.3 Os desafios do uso das tecnologias na educação ................................................... 17
2.4 O papel do professor como mediador do uso das tecnologias: ............................ 18
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 20
4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 22
1. INTRODUÇÃO

A pesquisa apresenta a importância das tecnologias no ambiente escolar do


ensino fundamental I.

A palavra tecnologia nos remete algo atual ligado ao uso de computadores,


internet e produtos eletrônicos, criado para facilitar nossa sobrevivência, no entanto
perante esta perspectiva pode-se dizer que a tecnologia surgiu desde o momento que
o homem descobriu que poderia utilizar de recursos naturais em seu benefício. Para
tanto ao valer-se dessas novas tecnologias o homem se modifica culturalmente,
fisicamente e monetariamente.
O uso de instrumentos tecnológicos pode ter inúmeras funções como a mesma
arma que é fabricada para caçar pode ser usada para lutar ou se defender.
Na era glacial, por exemplo, foi de suma importância a descoberta do fogo, da
pedra lascada para a caça com o intuito de manter a espécie. A escrita desenvolvida
séculos após modificou a estrutura das cidades e pode perpetuar a cultura. As
caravelas possibilitaram a expansão do comércio e a descoberta de novas terras. As
fábricas surgiram para atender as necessidades de consumo da sociedade
propiciando um maior acumulo de capital na mão de poucos.
No final do século XX surge a sociedade da informação impulsionada pelo uso
do computador e da internet ampliando e agilizando em proporções jamais vistas a
proliferação de informações com alcance até mesmo na educação.
A escola passou e passa por diversas adequações para adaptar seus
conteúdos com as necessidades exigidas para que se formem cidadãos capazes de
se encaixar em diversas situações. Contudo a tecnologia não substitui o professor,
altera algumas das suas funções propiciando ao docente estimular a curiosidade do
aluno para querer conhecer, pesquisar e buscar informações mais relevantes
possibilitando o professor a indagar os resultados encontrados transformando a
informação em conhecimento.
Vivenciamos atualmente a era tecnológica onde os avanços têm beneficiado
toda a sociedade em diversas áreas. Na educação também podemos utilizar a
tecnologia em benefício do processo do ensino-aprendizagem.
O uso da tecnologia no Ensino Fundamental I, permite que o professor trabalhe
de forma lúdica e interdisciplinar, pois o aluno se reconhece como parte importante e
ativa do processo, através da interação entre eles.
De acordo com: Moran, Masseto e Behrens (2006):

Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos.


Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços,
entre o que estava solto, caótico disperso, integrando-o em um novo
contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido.
Aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assunto, de uma
mídia de uma pessoa. O jogo, o ambiente agradável, o estímulo
positivo podem facilitar a aprendizagem.(p.23,24).

Aulas atrativas despertam nos alunos o interesse, fazendo com que estes
envolvidos consigam interagir nas aulas realizadas, propiciando a socialização entre
todos os envolvidos. Beneficiando à interação até mesmo entre os alunos tímidos, os
jogos despertam nestes, o foco necessário para praticarem atividades lúdicas que
abordem temas significativos para o cotidiano do aluno.

As escolas precisam se estruturar, integrando a cultura tecnológica em seu


cotidiano, utilizando a tecnologia como uma ferramenta importante para o
desenvolvimento dos alunos, buscando recursos para que o acesso à internet seja um
mecanismo viável no ambiente escolar. A tecnologia não exclui o professor do
processo de ensino aprendizagem, mas sim funciona como um recurso a mais para
que os alunos sejam instigados à busca pelo conhecimento.

Computador e internet na sala de aula nas mãos de professores


treinados formam um importante instrumento de ensino. Ter acesso à
internet não é mais uma questão de aumentar a capacidade de
raciocínio. Passou a ser vital. É como saber ler e escrever nos anos
50.” (SCHWARTZ 1999 p.32).

Partindo deste pressuposto a escola precisa disponibilizar dos recursos


necessários, para que haja uma rede de conexão com a rede, e professores
qualificados para ser mediador entre a tecnologias e as práticas pedagógicas.
O objetivo geral desta pesquisa é investigar a importância da tecnologia na
educação sob uma nova perspectiva de ensino e aprendizagem abordando as
transformações decorrentes na sociedade através das novas tecnologias e como os
professores podem atuar em uma nova prática docente.

Os demais objetivos desta pesquisa estão concentrados em perceber a


importância das tecnologias no ambiente escolar do Ensino fundamental I; contribuir
com sugestões para o enfrentamento dos possíveis problemas vivenciados por
professores para o uso das tecnologias na sala de aula, refletir sobre o papel da escola
e do professor além da função do currículo e a prática pedagógica em sala de aula.
A metodologia utilizada para a construção desta pesquisa consiste em
levantamentos bibliográficos de autores que tratam do assunto. Os levantamentos
serão realizados através de livros, revistas, sites e base de dados disponíveis na
internet assim como livros sugeridos ao longo do tralho.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A importância do uso das tecnologias no Ensino Fundamental I:

A BNCC destaca em suas diretrizes a inserção da tecnologia, e o protagonismo


do aluno na sociedade em que vive, essas fazem partes das orientações que norteiam
as competências (gerais e específicas) dos componentes curriculares da BNCC na
educação básica. Também trata dos recursos tecnológicos no ambiente escolar em
conjunto com as práticas pedagógicas, objetivando a formação das competências
essenciais para o século XXI como um agente essencial para a formação do
educando.

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva. (BNCC, 2018)

Quando os gestores e professores se baseiam nos eixos e habilidades que são


propostos na BNCC eles são norteados a implementar o uso das tecnologias no
contexto escolar, que automaticamente não apenas promovem apenas a
aprendizagem ou forma de estimulo dos estudantes, contudo promovem também
conhecimento nas esferas pessoais dos alunos.

O aluno precisa ser orientado pelo professor, despertando o senso crítico sobre
a utilização das tecnologias, refletindo criticamente de maneira que traga ao aluno a
consciência do uso responsável das tecnologias.

Necessariamente o professor precisa não depende de adquirir um


conhecimento técnico das ferramentas, mas necessita ter conhecimentos necessários
prévios para mediar o processo de ensino aprendizagem, trabalhando conceitos que
são relacionados ao uso responsável relacionados a segurança na rede,
cyberbullying, onde os alunos aprendem a fazer uma checagem dos fatos ali
divulgados enfatizando as Fake News.
Os computadores nas escolas devem ser vistos como uma dinâmica de
interação atendendo o ritmo de cada criança, onde elas fazem as com isso serem
capazes de observar, pensar, comunicar e criar.

O homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na interação com


outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da
apropriação do saber da comunidade em que está inserido o sujeito.
(OLIVEIRA, MARTA KOHL DE. Vygotsky, 1988.)

Assim podemos afirmar que as tecnologias na escola precisam ser mediadas


por atitudes pedagógicas onde a criança possa assumir seu lugar nesse novo espaço.
O aluno se apropriará dos conhecimentos exteriorizados através da sua interação com
o meio, interação essa que se dá no momento em que os signos e sistemas simbólicos
estão internalizados pelo indivíduo, pois este contribuirá para o desenvolvimento
mental.

Vygotsky, afirma através da sua teoria sócio-histórico-cultural que o indivíduo


se desenvolve através da interação com o meio e demais indivíduos pela interferência
do meio em que vive.

Os estudos de Vygotsky à cerca dos processos de aprendizagem, surgem da


compreensão do homem como ser que se forma através da interação com a
sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem". Ele repudiava
as teorias inatistas, que concebe o ser humano como quem já carrega desde ao
nascer as características que desenvolverá ao longo da vida. Segundo Vygotsky, a
formação se dá em uma relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor –
o que quer dizer que, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem.
Para que Vygotsky o que interessa é a interação que cada pessoa estabelece com
determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.

As tecnologias inseridas na atualidade, tendem impulsionar um conhecimento


mais amplo, é nesse sentido que se pode utilizá-las como instrumento auxiliar no
processo de ensino-aprendizagem

Quando as tecnologias são inseridas pedagogicamente, contribui de forma


eficaz no estimulo do processo de ensino-aprendizagem, dialogando ativamente com
o mundo do conhecimento, onde os alunos tornam-se elementos importantes e ativos
no processo e ao serem desafiados pela problematização, passam a assumir uma
postura de responsabilidade com relação à sua própria aprendizagem e à do grupo
de forma geral.

Desde o momento inicial, o professor precisa envolver os alunos e buscar o


processo de colaboração. As contribuições individuais serão relevantes e
imprescindíveis para o sucesso do grupo. A atitude de entreajuda precisa ser
implementada procurando ultrapassar o espírito individualista e de competitividade. O
professor precisa estar atento para que na contextualização estejam presentes dados
da realidade, os aspectos sociais, históricos, econômicos, e outros referentes à
problemática levantada.

Deve ficar claro para o aluno que o problema proposto advém de um


contexto maior e que naquele momento pode-se apresentar dessa
maneira, mas que as respostas que possam ser alicerçadas não são
absolutas e inquestionáveis. (MORAN, 2007, p.113)

A escola deve atentar-se para proporcionar aos alunos uma aprendizagem


mediada por novas tecnologias, mas de forma prazerosa. A utilização de longos
vídeos apenas para passar o tempo da aula ou a desvinculação dos conteúdos nas
atividades que se utilizam de determinadas tecnologias é um erro comum no espaço
educacional.

Precisa também conscientizar-se de suas ações pedagógicas, revisando


permanentemente seu planejamento, seu currículo e seus métodos de ensino para
permitir que haja mudanças significativas em sua prática, visto que a sociedade está
em constante transformação. Neste sentido tende a corresponder as novas realidades
da sociedade do conhecimento possibilitando diversificar o conteúdo das aulas,
aumentando sua absorção de informações úteis em sua vida se valendo de um
contato direto e prático com as mídias.

Paulo Freire mesmo sem direcionar seus estudos para o uso da tecnologia na
educação, já considerava alguns aspectos como fundamentais para um ensino que
tinha por finalidade propiciar ao educando as múltiplas formas do aprender.

Em seu livro “Pedagogia da Autonomia”, Freire menciona que não há docência


sem discência, e faz uma crítica à concepção bancária na educação onde apenas o
professor é o detentor do conhecimento. Ele considera que os discentes não são
meros receptores do saber, mas contribuintes ativos nesse processo, onde
professores e alunos estão relacionados a todo momento num conhecimento mútuo.

Reforça ainda que ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, visto
que o aluno possui suas experiências e que essas podem em conjunto com o currículo
estabelecido pela escola, contribuir para um ensino mais proveitoso.

É necessário que o professor desenvolva uma interminável


inquietação sobre a sua prática e permitir que essa se adeque as
necessidades de seus alunos. A prática deve se conceber de forma
flexível e revista quando necessária, visto que as informações estão
em constante crescimento e consequentemente a sociedade está em
pleno desenvolvimento. Por isso é que, na formação permanente dos
professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a
prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se
pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico,
necessário à reflexão crítica, tende a ser de tal modo concreto que
quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento”
epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela
“aproximá-lo” ao máximo. (FREIRE, 1996, p.39)

2.2 Os benefícios das tecnologias no ensino Fundamental.

A tecnologia oferece possibilidades para a sala de aula, aproximando os alunos


de diversas fontes de informação, permitindo também que os professores tenham
essa vivencia, para que possam transmitir os conhecimentos adquiridos através de
uma prática docente que colabore para o desenvolvimento das potencialidades e
conhecimento dos alunos.

Ao explorar novos recursos tecnológicos de aprendizagem tanto os alunos


como os professores ampliam as possibilidades, interagem mais e através disso as
aulas ficam mais motivadoras e inspiradora.
A tecnologia em inserida no ambiente escolar estimula a busca pelo
conhecimento. Podemos elencar este fator como um dos maiores benefícios da
tecnologia empregada no processo de ensino-aprendizagem, pois além de formar um
indivíduo mais investigativo através da ampliação das possibilidades, o permite
adquirir mais conhecimentos se estendendo para fora do ambiente escolar.

Podemos atribuir a internet o título de fonte inesgotável aproximando os


conteúdos didáticos da realidade. No entanto vale novamente destacar que a internet
não substitui o professor, sendo ele um mediador do processo de aprendizagem o
qual irá atuar como um guia após ter avaliado as fontes dos conteúdos
disponibilizados aos alunos.

O uso das tecnologias traz à tona as experiências previas que os alunos já


possuem, como também permite adequar o conteúdo ou atividade de acordo com as
necessidades de cada aluno e com isso o aluno tem o sentimento de ser parte mais
ativa e importante desse processo.

2.3 Os desafios do uso das tecnologias na educação

Estamos vivenciando um período de grandes mudanças na educação no que


se refere ao uso da tecnologia e com isso podemos ver o surgimento de alguns
paradigmas de aprendizagem.

Os professores necessitam de uma transformação cultural em relação ao uso


da tecnologia como ferramentas para o auxiliar em sua pratica pedagógica. O
professor tem se valido do uso das tecnologias apenas para a preparação de materiais
para as aulas.

As formações iniciais e continuadas dos professores devem ser voltadas para


essa tendência tecnológica tendo em vista que os alunos já estão inseridos
cotidianamente num mundo onde a tecnologia está empregada em quase tudo.

As escolas dependem muito de apoio financeiro vindo dos governos, para que
a tecnologia possa de forma integral e apropriadamente fazer parte das ferramentas
auxiliadoras nos processos de aprendizagem dos alunos.
Atualmente o que podemos afirmar é que, existem países em que o
investimento em educação é elevadíssimo se comparado ao Brasil, onde a educação
sofre pela falta de investimento e descaso.

A pouca tecnologia que hoje existem nas escolas, não estão disponíveis para
o acesso dos alunos. Em muitas delas computadores sucateados, impossibilitando a
aquisição do conhecimento pelo aluno, limitando o professor ao uso da lousa, do giz,
e do papel,

O uso do computador por exemplo não pode ser feito de modo aleatório pelos
alunos, mas sim sob de uma estratégia pedagógica, oferecendo novas perspectivas
pedagógicas e metodológicas.

O currículo da escola pode determinar o uso dos computadores para projetos


ao invés de aulas, pois assim o aluno aprende significativamente durante o processo
e pode aprender interdisciplinarmente.

A tecnologia avança de forma ilimitada, estamos abordando possibilidades que


num futuro bem próximo poderá ser diferente em razão das diversas transformações
tecnológicas, sendo esse o motivo pelo qual muitos professores veem o uso da
tecnologia na escola de forma assombrosa.

2.4 O papel do professor como mediador do uso das tecnologias:

O professor deve ter o papel do mediador em orientar e informar como


deve ser a utilização das mídias sociais, ajudar sobre as vantagens e desvantagens
que acontecem através deste meio de comunicação.

Antes de tudo é necessário planejar o conteúdo das aulas de modo significativo


e se fazer valer das tecnologias não apenas para aplicar matérias, mas utilizá-las
pedagogicamente a seu favor. O profissional que se utiliza de requintadas e
intermináveis apresentações de power points, vídeos longos e sem valor educativo ou
aquele que vê a internet apenas como um banco de pesquisas, não se diferencia
daquele que apresenta os conteúdos utilizando o giz e a lousa ou que lê todo conteúdo
da aula para a turma.
Os professores não precisam ter um conhecimento técnico das ferramentas,
mas necessita adquirir conhecimentos necessários prévios para mediar o processo
de ensino aprendizagem, trabalhando conceitos que são relacionados ao uso
responsável relacionados a segurança na rede, cyberbullying, onde os alunos
aprendem a fazer uma checagem dos fatos ali divulgados enfatizando as Fake News.

O docente exerce um papel muito importante como mediador do processo de


ensino aprendizagem, pois ele cria situações de aprendizagem para que os alunos
com a tecnologia adquirem conhecimento através da interação (troca de ideias
experiências).
Segundo o filósofo Vygotsky:

O homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na interação com


outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da
apropriação do saber da comunidade em que se está inserido o
sujeito. (OLIVEIRA, MARTA KOHL DE. Vygostsky, 1988.)

De acordo com Martins:

O educador é, sem dúvida, o elemento fundamental da comunidade


educativa, pois desempenha a missão de formar a alma do educando.
Em função disso, não pode limitar-se ao mero transmissor de
conhecimento [...] para cumprir bem sua missão o educador deve ser
um estudioso permanente e ter um bom caráter isto é, seu
comportamento em momento algum deve contradizer seus preceitos
[...] por causa do processo de tecnologia e dos meios de comunicação,
a sociedade está em transformação permanente, o que exige de
verdade educador atualização constante por meio de cursos,
congressos, simpósios, muita leitura enfim o educador deve ser um
estudioso constante (2007, p.149).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os desafios em inserir a tecnologia na sala de aula consistem na falta de


estruturação da escola e professores para adequar e apropriar-se dos recursos
tecnológicos de modo que favoreça os alunos. Segundo o autor Schwartz:

Computador e internet na sala de aula nas mãos de professores


treinados formam um importante instrumento de ensino. Ter acesso à
internet não é mais uma questão de aumentar a capacidade de
raciocínio. Passou a ser vital. É como saber ler e escrever nos anos
50. (SCHWARTZ 1999 p.32).

Nesta trajetória percorrida com dedicação, entrosamento e entusiasmo


podemos refletir com maior profundidade sobre a importância do trabalho conjunto na
elaboração e desenvolvimento de um texto inquietador. Para tanto ao chegar à etapa
final, é importante ressaltar alguns pontos fundamentais que compõem este trabalho
de conclusão de curso, que teve como objetivo investigar e mostrar a importância de
trabalhar sobre uma nova perspectiva em relação ao uso de recursos tecnológicos no
Ensino Fundamental I.
Dentro desta proposta os principais questionamentos deste trabalho foram:
Quais foram às aplicações do homem ao longo de sua história? A importância do uso
da tecnologia no Ensino fundamental I? Qual o papel do professor? Vale enfatizar a
importância da compreensão de como os aspectos culturais, por estar em todo ato
humano e em suas expressões contribuem como um norteador.
Tratamos da necessidade de ambientes com a infra-estrutura que contribua
para que o aluno possa explorar diversas possibilidades de apropriação de
conhecimento, ressaltando o conceito de currículos contextualizados, inovadores e
criadores desvinculados de preconceitos e fórmulas prontas de ensinar, cumprindo o
importante papel de promover espaços de aprendizagens, reflexões e
questionamentos que motivem os indivíduos na tomada de atitudes mais conscientes
na sua vida que certamente refletirão no meio social. Por este caminho chegamos ao
olhar ideológico do docente, como foco na sua atividade profissional.
O professor, como uma peça fundamental dentro de uma instituição escolar,
precisa perceber quando começa perder a sua crença no trabalho com os discentes
para não cair na armadilha da desvalorização da categoria docente. Este aspecto
pode refletir numa desorientação das práticas e na perda de qualidade das mesmas
na própria categoria profissional. Os teóricos José Manoel Moran, Vani Moreira Kenski
e Paulo Freire ressaltaram aspectos importantes a serem considerados na escola
apresentando um olhar crítico de como as mudanças da sociedade interferem no
cotidiano escolar.
Quanto mais o aluno adquire conhecimento, maior será o olhar crítico. A escola
pode ser um grande recurso que propicie um ambiente estimulador, valorizando e
desenvolvendo as potencialidades dos alunos. Sendo assim, neste consenso
acreditamos que o uso do computador e da internet dá sua contribuição para a
Educação, pois a mesma estimula professores e alunos a serem imaginativos na
escolha das diferentes estratégias para ensinar, determinando assim como o
conhecimento do aluno será demonstrado e consequentemente avaliado.
As instituições educativas devem providenciar mecanismos para que a escola
forneça acesso a Internet, para realização de atividades que necessitem estar
conectadas a rede. Sabe-se que hoje é fundamental possuir recursos para conectar
as informações que estão disponíveis na rede digital. A escola como meio
democrático, precisa buscar junto aos meios competentes, recursos para que
havendo necessidades da Internet tenha este acesso. Uma educação democrática
efetiva, possui uma estrutura e condições para que a educação tenha o básico
garantido por leis de acordo com as legislações vigentes.
4. REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir, Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com o
sentido.Curitiba-PR: Ed.Positvo, 2005.

ALMEIDA, M. E. Informática e formação de professores. Brasília: Ministério da


Educação, 2000.

ANDRADE, Ana Paula Rocha de. Uso das tecnologias na educação: computador e
internet. Universidade Estadual de Goiás. Brasília, 2011.

BRITO, G. S; Purificação, I. Educação e Novas Tecnologias: um repensar. Curitiba:


IBPEX, 3772 2006.
COBURN, P. Informática na educação. São Paulo. Ed. Limitada. 1988.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos.
São Paulo: UNESP, 2000.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed.
rev. Campinas: Autores Associados, 2011. 137 p.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky – Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-
histórico. São Paulo: Scipione, 1997.
ALMEIDA, M. E. B. de.Informática e Formação de professores. Brasília: Ministério da
Educação, 2000.
MOREIRA, M.A; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David
Ausubel. 2001

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