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– Enfatiza a ação centralizadora da metrópole, que, segundo ele, foi bastante eficaz
visão oposto à de Caio Prado
• Estado como o empreendedor da empresa ultramarina
• Para tanto, criação de um sistema administrativo racional e coeso que controla,
por meio do estamento burocrático, todas as instâncias locais de poder.
• Fiscais e Meirinhos (1985): esforço para dar inteligibilidade à confusão de órgãos e cargos
da administração colonial
– Ponto de partida: colônia, como extensão da ordem jurídico-institucional metropolitana,
submetia-se à mesma lógica dos padrões administrativos peculiares ao Estado
absolutista (p. 16)
– Autores enxergam uma tendência contínua à centralização administrativa entre XVI e
XVIII
• A despeito das idas e vindas, comprovadas pela subperiodização adotada
• A despeito da dificuldade de elaborar os cronogramas = aplicação de uma lógica de
classificação administrativa, hierárquica, racional e burocratizada que é completamente
estranha ao Antigo Regime)
• António Manuel Hespanha (As vésperas do Leviathan, 1984)
– “A constituição do Império português” in: Fragoso, Bicalho e Gouvêa, Antigo Regime nos Trópicos
– “As estruturas políticas em Portugal na Época Moderna” in: Tengarrinha, História de Portugal.
– O poder real partilhava o espaço político com poderes de maior ou menor hierarquia;
– O direito legislativo da Coroa era limitado e enquadrado pela doutrina jurídica (ius
commune) e pelos usos e práticas jurídicos locais;
– Os deveres políticos cediam perante os deveres morais (graça, piedade, misericórdia,
gratidão) ou afetivos, decorrentes de laços de amizade, institucionalizados em redes
de amigos e de clientes;
– Os oficiais régios gozavam de uma proteção muito alargada dos seus direitos e
atribuições, podendo fazê-los valer mesmo em confronto com o rei e tendendo, por
isso, a minar e expropriar o poder real.’
• Administração militar
• Caio Prado Jr. (FBC, 324-7): ordenanças é que “tornaram possível a ordem legal e
administrativa neste território imenso, de população dispersa e escassez de funcionários
regulares”
– “capilaridade” do poder, auxiliando
• Na manutenção da ordem pública
• Na realização de obras públicas
• Na organização da força necessária à extração fiscal
• Administração fazendária
• Como conclusão:
• A interação entre poder local e agentes coloniais que representam o centro do poder é
negociada. Trata-se de uma estratégia deliberada da Coroa portuguesa, que difunde sua
autoridade por diferentes instâncias (governadores, câmaras, ouvidor, provedor da fazenda,
juiz de fora, bispo) como forma de manter o controle sobre o Império.
• Para muitos brasileiros, especialmente das áreas rurais, a justiça estava na ponta do
chicote ou da bota do fazendeiro. A existência de tal situação era possibilitada em parte
pela aquiescência da Coroa e em parte pela capacidade da elite colonial em integrar os
funcionários da Coroa no sistema de relações primárias. (Schwartz, Burocracia e
Sociedade no Brasil Colonial, 1973, 293-4)
Anexo
• A organização administrativa
• A organização judiciária
• Alden, Dauril. Royal Government in Colonial Brazil, with special reference to the
administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-1779. Berkeley: University
of California Press, 1968.
• Aranha, Graça (org.) Fiscais e Meirinhos. A Administração no Brasil Colonial. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira-Arquivo Nacional, 1985.
• Bicalho, Maria Fernanda. “As câmaras ultramarinas e o governo do Império”. In: Maria
Fernanda Bicalho, Maria de Fátima Gouvêa, João Fragoso (org.) Antigo Regime
nos Trópicos. A dinâmica imperial portuguesa (séc.XVI-XVIII). Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
• Boxer, Charles. O Império Marítimo Português. (1ª.ed: 1969). Lisboa: Edições 70, 1995.
• Boxer, Charles. Portuguese Society in the Tropics. The municipal councils of Goa, Macau,
Bahia and Luanda, 1510-1800. Madison: The University of Wisconsin Press, 1965.
• Faoro, Raimundo. Os donos do poder. Formação do patronato político brasileiro.
(2ª.edição revista: 1975). Rio de Janeiro: Globo, 1989.
• Gouvêa, Maria de Fátima Silva. “Administração” In: R.Vainfas (dir). Dicionário do Brasil
Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
• Hespanha, António Manuel. “A constituição do Império português”. In: Maria Fernanda
Bicalho, Maria de Fátima Gouvêa, João Fragoso (org.) Antigo Regime nos
Trópicos. A dinâmica imperial portuguesa (séc.XVI-XVIII). Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
• Hespanha, António Manuel. “As estruturas políticas em Portugal na Época Moderna”. In:
José Tengarrinha (org.). História de Portugal. 2ª.ed. Bauru: Edusc-Unesp, 2001.
• Mello, Evaldo Cabral de. A Fronda dos Mazombos. Nobres contra mascates, Pernambuco,
1666-1715. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
• Prado Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. (1ª.ed: 1942). São Paulo:
Brasiliense, 1973.
• Schwartz, Stuart. Burocracia e Sociedade no Brasil Colonial. A Suprema Corte da Bahia e
seus Juízes, 1609-1751 (1ª.ed: 1973). São Paulo: Perspectiva, 1979.
• Souza, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro. A pobreza mineira no século XVIII. Rio
de Janeiro, Graal, 1983.
• Vieira, Dorival Teixeira. “A Política Financeira”. In: Sérgio Buarque de Holanda (org.)
História Geral da Civilização Brasileira. t.1. A Época Colonial, v.2, Administração,
Economia, Sociedade. São Paulo: Difel, 1960.