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Fratura da Tíbia

Epidemiologia.
- fratura mais comum dos ossos longos.

- homens 41/100000 e mulheres 12/100000.

- idade média fratura = 37 anos. Idade media homens = 31 anos e mulheres = 54 anos.

Anatomia.
- 4 compartimentos.

- suprimento sangüineo: ateria tibial posterior penetra canal medular dá origem à 3 ramos
ascendentes e 1 descendente, que se anastomosa com os vasos periosteais que vem da tibial
anterior.

- fíbula é responsável por 6 a 17% da carga.

Mecanismo de lesão.
- Direto

- Alta energia = acidente automobilsticos = traço transversais, cominutivas, com desvio


e gde lesão de partes moles.

- Penetrantes por projeteis de arma de fogo.

- Alavanca = 3 ou 4 pontos (por botas de esqui) = oblíquas curtas, transversais com um


possível fragmento em asa de borboleta.

- Indireto

-mecanismo de torção: geralmente espirais com mínimo de cominuição e pca lesão de


partes moles.

Avaliação Clínica.
- avaliar neurovascular, lesão de tecidos moles, monitorar pressão intracompartimental (difícil
diagnóstico do posterior profundo).

- tem elevada incidÊncia de lesão ligamentar do joelho associada.


Avaliação radiológica.
- incluir toda tíbia na radiografia do joelho até o tornozelo em AP e P.

- oblíquas podem caracterizar melhor as fraturas.

- tomografia e RM geralmente são desnecessárias.

- cintilografia com tecnécio e RM podem ser úteis nas fx por estresse.

- angiografia na suspeitade lesão arterial.

Classificação.
- Descritivas: aberta X fechada, localização anatômica: 1/3 proximal, médio e distal, numero e
posição dos fragmentos, configuração do traço, angulação da fratura, encurtamento,
percentagem de contato cortical e lesões associadas.

- OTA/ AO (42)

A (simples)  A1(Espiral), A2(Oblíqua), A3(Transversa)

B (cunha)  B1(Cunha de Torção), B2(Cunha de Flexão), B3(Cunha Fragmentada)

C (cominutiva)  C1(Espiral Complexa), C2(Segmentar), C3(Cominutiva)

- Gustilo e Anderson – fx expostas.

- Tscherne das fraturas fechadas.

-GO- lesão por forças indiretas, dano mínimo às partes moles.

-GI: fratura fechada por energia baixa ou moderada, abrasões ou contusões superficiais.

-GII: contusão muscular significativa, enegia moderada a grave, alto risco de sd compartimental.

- GIII: esmagamento extenso, com desluvamento ou avulsão subcutâneo, ruptura arterial ou sd


comparmental estabelecida.

Tratamento
- Conservador:

- red da fx +aplicação de gesso longo com sustentação progressiva de carga par:

-fx de baixa energia, isoldas, fechadas, com desvio e cominição mínimos.

-gesso com joelho com 0 a 5 graus de flexão, sustentação de carga plena da 2ª a 4ª semanas.
- após 4 a 6 semanas substuir para PTB ou pelo brace.

- taxas de consolidação de 97%, embora o atraso da carga esteja relacionado com demora na
consolidação ou consolidação viciosa.

- redução aceitável: - varo/valgo <5 graus

- retro ou antecurvo <10 graus.

- rotação <10 graus, RE melhor tolerada que RI.

- < 1 cm de encurtamento.

- 5 mm de distração pode atrasar a consolidação me 8 a 12 meses.

- é recomendado >50% de contato cortical.

- Cirúrgico.

- Hastes intramedulares: preserva suprimento ósseo periosteais e lesa pouco os tecidos moles.

-Bloqueio X sem bloqueio: bloqueada =controle rotacional, do encurtamento. Sem


bloqueio permite impacção do foco, raramente utilizadas.

- Frasadas X não fresadas: fresadas indicadas na maioria das fraturas fechadas e


expostas, melhor estabilidade e maior resistência (haste mais grossa). Não fresadas: preserva o
suprimento sanguineo nas fraturas expostas que a irrigação periosteal foi destruída, maior risco de falha
por fadiga.

- Hastes flexíveis: raramente utilizadas. Recomendadas para crianças e adolescentes com fise
abertas.

- Fixação externa: utilizada em fraturas expostas graves ou fechads com sd compartimental, TCE
concomitante ou queimaduras. Taxa de consolidação mais de 90%, media de 3,6 meses. Infecção no
trajeto do pino = 10-15%.

- Placas e parafusos: para fraturas que se estendem para metáfise e epífise. Taxas de sucesso <
97%. As complicações aumentam com padrões de alta energia = infecção, má cicatrização da ferida e má
ou ausência de consolidação.

- fraturas da tíbia com a fíbula integra:

- Se não desviada = tto não cirúrgico = gesso longo e sustentação de peso precoce.
Acompanhamento minucioso por risco de desvio em varo.

- alguns recomendam HIM, mesmo sem desvio.

- risco potencial de desvio em varo principalmente em pacientes com mais de 20 anos.

Complicações.
- Consolidação viciosa.
- Pseudoartrose. Tempo médio de consolidação é de 16 semanas. Retardo consolidação >20semanas.
Pseudoartrose = perda do potencialde consolidação por sinais clínicos e radiográficos (ex bordas
escleróticas, lacuna inalterada por semanas). Também foi definida por 9 meses sem cicatrização.

- infecção

- perda de tecidos moles: uma cobertura tardia por mais de 7 a 10 dias em fx exposta tem sido associada
a maiores taxas de infecção.

- Pode ocorrer rigidez no joelho e/ou tornozelo.

- dor no joelho é a principal complicação pós HIMB (57%). Outra são alterações neurológicas (2-30%)

- quebra do material.

- necrose térmica pós fresagem, associada a fresas cegas e uso de garrote.

- distrofia simpático reflexa: em pacientes que não sustentam peso precocemente.

- Síndrome compartimental (4,3%).

- lesão neuro vascular.

- embolia gordurosa.

- deformidade em garra dos dedos: assoca sd compartimental posterior profundo ou cicatrização dos
tendões.

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