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EXPERIMENTO 07
Leis de Fresnel para reflexão
Dayvison Costa
Ítalo Figueiredo
Objetivos: referente ao caso da luz de um laser incidindo sobre um prisma, produzir
um gráfico do coeficiente de reflexão em função do ângulo de incidência e, a partir
dele, determinar o ângulo de Brewster e o índice de refração do material, comparando
também as curvas experimentais obtidas com as curvas teóricas para o índice de
refração encontrado; verificar, dessa maneira, a validade das equações de Fresnel.
1. Introdução
Fresnel, em 1821, estabeleceu o comportamento da luz atravessando uma
interface de dois meios isotrópicos. Posteriormente, as “equações de Fresnel” foram
verificadas pela equação de Maxwell. Neste experimento, a intensidade de luz
refletida por uma interface de dois meios transparentes à luz (ar e vidro) será investiga
em função do ângulo de incidência e da polarização.
A reflexão do feixe luminoso se dá conforme a Figura 1, quando o vetor campo
elétrico da luz incidente oscila perpendicularmente ao plano incidência-reflexão.
Figura 1 – Representação da reflexão da luz de um feixe incidente
FONTE: Guia de Laboratório AII, Departamento de Física – UFMG
2. Procedimentos experimentais
Primeiramente, ajustamos o zero do fotômetro e posicionamos o polaroide
colocado na entrada na fibra de modo que seu eixo de polarização fosse
perpendicular ao plano de incidência-reflexão. Em seguida, colocamos a fibra ótica
na posição 180° do ganiômetro e alinhamos o laser, o ganiômetro e a fibra de modo
que o feixe de luz incidisse diretamente sobre ela. Medimos a intensidade máxima do
laser nessa configuração.
Colocamos o prisma sobre o ganiômetro de modo que o feixe de luz incidisse
paralelamente à normal da superfície de seu maior lado, com seu vértice oposto
centralizado na posição 180° . Depois, giramos o prisma sobre o ganiômetro de forma
que a normal do prisma fizesse um ângulo 𝛼 = 15° com o feixe incidente. Esse é o
ângulo de incidência. Posicionamos a fibra aproximadamente na posição 2𝛼 e
procuramos medir o máximo de intensidade da luz refletida do laser naquela posição,
usando a menor escala possível. Variamos algumas vezes o ângulo 𝛼 e medimos a
intensidade do feixe refletido, mudando de escala e reajustando o zero do fotômetro
quando a intensidade medida ultrapassava o limite de leitura.
Como a intensidade é o quadrado do campo elétrico, tomando a raiz dos
valores de intensidade medidos e dividindo pela raiz da intensidade máxima, obtemos
a razão dos campos elétricos do feixe refletido e do feixe incidente para cada ângulo
𝛼 , a qual é igual ao coeficiente de reflexão.
normalizado!!
Tabela 2 – Coeficiente de reflexão em função do ângulo de incidência
(perpendicular)
α |𝜁 ⊥ |
15° 0,220
20° 0,235
25° 0,249
30° 0,261
35° 0,263
40° 0,275
45° 0,288
50° 0,311
55° 0,352
60° 0,390
65° 0,455
70° 0,512
75° 0,605
80° 0,670
15,0° 7,2500
20,0° 6,6000
25,0° 5,5000
30,0° 4,7000
35,0° 3,7000
40,0° 2,5000
45,0 1,3500
50,0° 0,5600
52,5° 0,2400
55,0° 0,0550
57,5° 0,0014
60,0° 0,1400
65,0 0,8600
70,0 3,4000
75,0° 7,4000
80,0 15,000
85,0° 27,000
normalizado!!!
Tabela 2 – Coeficiente de reflexão em função do ângulo de incidência (paralelo).
α |𝜁 ∥ |
15,0° 0,301
20,0° 0,287
25,0° 0,262
30,0° 0,242
35,0° 0,215
40,0° 0,177
45,0° 0,130
50,0° 0,084
52,5° 0,055
55,0° 0,026
57,5° 0,004
60,0° 0,041
65,0° 0,104
70,0° 0,206
75,0° 0,304
80,0° 0,433
85,0° 0,581
𝑛 = (1,56 ± 0,09)
4. Conclusão
A partir da prática experimental realizada, conseguimos medir a intensidade da
luz que atingia a fibra ótica para vários ângulos de incidência do laser e, dessa
maneira, produzimos um gráfico dos coeficientes de reflexão em função desse
ângulo, tanto para o eixo de polarização do polaroide perpendicular ao plano de
incidência-reflexão, quanto para o eixo paralelo. Com isso, obtemos o ângulo de
Brewster do prisma e o seu índice de refração.
Acerca da comparação dos gráficos, percebemos que nossas medidas, no
caso paralelo, têm ótima correspondência com o a curva teórica nos ângulos próximos
ao ângulo de Brewster. Para os menores e maiores ângulos, onde a intensidade de
luz medida foi mais alta, a curva se distancia do esperado. Isso provavelmente se
deve à utilização de escalas menos sensíveis no fotômetro para a medição dessas
intensidades. No caso perpendicular, a curva experimental apresenta valores
menores que a teórica. Percebemos também que as curvas experimentais se cruzam.
A verdade é que as intensidades, em cada caso, foram medidas com o laser estando
posicionado de maneiras diferentes (o ângulo do feixe com a superfície do ganiômetro
foi ajustado após as medições da Tabela 1), de modo que o sistema não é exatamente
o mesmo para as duas curvas.
Apesar das discrepâncias, ainda é possível observar o comportamento
crescente do coeficiente de reflexão no caso perpendicular e a presença de um
mínimo no caso paralelo (que corresponde, justamente, ao ângulo de Brewster).
Logo, foi possível observar a validade das equações de Fresnel, tal que os objetivos
estabelecidos no início deste relatório foram alcançados satisfatoriamente.