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Jequié
2023
O uso do livro didático nos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma
análise das abordagens lúdicas dos espaços e formas geométricas.
Introdução
Em contexto de sala de aula, quais são os recursos que o professor tem para ensinar
matemática? O livro didático pode ser um aliado e contribuir com sua prática pedagógica. O
livro didático passou a ser utilizado no Brasil no século XX, seguindo moldes francês. Desde
então, esse instrumento tem servido de contribuição para propagação de conhecimentos, por
se tornarem a principal fonte para aprendizagem escolar. Destacamos que nos processos de
ensino e de aprendizagem os Livros Didáticos (LD) são ferramentas que estão fortemente
ligados aos currículos escolares, eles direcionam “o que se ensina e como se ensina o que se
ensina” (LAJOLO, 1996, p. 4). A participação dos professores de matemática é de extrema
importância, pois eles devem saber das qualidades e limitações dos livros didáticos, para que
possam repensar as práticas pedagógicas conscientes de que o livro ainda apresenta com os
conteúdos matemáticos em questão para que assim possam adaptar por meio da ludicidade,
jogos, brincadeiras e roda de conversas. O ideal é que o professor veja o livro didático apenas
como uma das ferramentas entre tantas outras capazes de lhes propiciar condições de
ministrar um ensino de qualidade. Desta forma, a questão norteadora desta pesquisa é
compreender como os professores abordam a temática espaços e formas geométricas e como
essa temática é apresentada pelo livro didático. Ademais, entender quais são os principais
fatores que impedem a aplicação lúdica desse conteúdo. Esta pesquisa tem como objetivo a
análise desse material didático, o conteúdo apresentado, as metodologias propostas e também
a parte lúdica, com jogos e dinâmicas.
O livro didático é o principal recurso utilizado pelos professores em sala de aula, ele
apresenta os conteúdos a serem aplicados e algumas sugestões de propostas que norteiam a
prática pedagógica do professor. Esta pesquisa tem como objetivo a análise desse material
didático, o conteúdo apresentado, as metodologias propostas e também a parte lúdica, com
jogos e dinâmicas. Por esta perspectiva, o objetivo da pesquisa além de analisar o livro
didático, é entender os fatores que interferem na aplicação do ensino de forma lúdica.
Ludicidade
É comum que com o estilo de vida urbano, cada vez mais marcado pelo ritmo acelerado e
pelo excesso de demandas, os pais encontram dificuldades em conciliar todas as suas
obrigações com o tempo de lazer com os filhos, e recorrem à Internet para entretê-los, dessa
forma, cada vez mais cedo a criança começa a ter acesso às telas. Por este motivo, faz-se
necessário compreender a importância dos aspectos tecnológicos para a construção do
conhecimento, principalmente com o avanço da Internet na modernidade.
Todos os dias somos bombardeados com notícias, informações e propagandas que
sutilmente nos encaminham a seguir ideologias dominantes, embora este benefício não seja
acessível para todos, uma vez que os avanços tecnológicos e o acesso às interfaces da
comunicação não são distribuídos igualmente entre todas as pessoas. Por este motivo, ainda
em muitos contextos de sala de aula, o único recurso que o professor pode contar para
auxiliar a sua prática pedagógica é o livro didático. Isso contribui para um cenário onde o
ensino de ciências seja distante da realidade da criança.
Em uma perspectiva de ensino interativo e lúdico, o livro didático de Matemática precisa
ser utilizado pelo professor com certa diligência. As sugestões de propostas de atividades a
serem desenvolvidas em sala de aula não podem ser apenas teóricas, privando o aluno de ter
uma concepção mais ampla e abrangente do conhecimento matemático. Este fator contribui
para que os alunos ainda tenham uma ideia deformada e limitada da Matemática, se atendo
apenas ao abstrato e desconsiderando a Matemática como algo que se faz presente e útil em
nossas vidas. Tecnologia e Internet assumem um papel importante para o processo de
desenvolvimento educacional, visto que a facilidade do acesso às interfaces da comunicação
têm sido uma ferramenta para a aquisição de saberes. Dessa forma, a criança pode ter o
objeto de estudo e a sua aplicação e funcionalidade na prática.
Para Zabala (1998), a aprendizagem de conteúdos procedimentais ocorre por meio da
reflexão sobre a própria atividade, para que o sujeito tome consciência de sua atuação e reflita
também sobre e a aplicação do procedimento em diferentes contextos. Os recursos
tecnológicos, como vídeos, documentários, jogos em plataformas digitais ou equipamentos de
laboratório, possibilitam que a criança possa aprender na prática, em que as experiências
propostas pelo professor precisam criar situações nas quais a criança possa construir e
apropriar-se do seu conhecimento, livre para experimentar, aprender e participar.
Construções de jogos tecnológicos sobre conhecimentos científicos, como a plataforma
Worldwall é uma outra forma de utilizar a tecnologia ao seu favor, mesmo que a escola não
possua computadores para todos, os jogos podem ser explorados por telões e jogados de
forma coletiva, experiências positivas e inovadoras, propiciando situações em que a ciência
esteja contextualizada com a sua vida, de modo que a criança compreenda a sua
aplicabilidade na vida real. Assim, a criança será capaz de compreender o conceito se ela
também for capaz de utilizá-lo para interpretar, compreender e associar a uma outra situação.
A ciência é para a sala de aula e para além dela, em contrapartida às visões empobrecidas da
disciplina que nos afastam da construção do verdadeiro conhecimento lógico-matemático e
que nos levam a pensar que o ensino da matemática não pode ser autoral, dialógico, lúdico e
interativo.
Conclusão
Referências Bibliográficas