OBJETIVO: Geração de H2 a partir de biomassa (glicerol proveniente da
indústria de biodiesel para abastecer a cadeia de fertilizantes nitrogenados
JUSTIFICATIVA: A utilização do glicerol como matéria-prima para geração de
H2, em relação ao metano, na reforma a vapor apresenta maior rendimento a H2, visto que para cada mol de composto alimentado, 7 mols de hidrogênio são gerados na reforma a vapor do glicerol, enquanto apenas 3 mols são gerados para a reforma a vapor do metano. Além disso, para a reforma a vapor do metano, um combustível é consumido para a geração de outro combustível, o que não é verdade para o glicerol. Existem também outros processos para geração de hidrogênio a partir do glicerol (reforma autotérmica, oxidação parcial, reforma em fase líquida e reforma com água supercrítica), no entanto, como já existe um aparato industrial estabelecido para a reforma a vapor do metano, a mudança da carga de alimentação seria mais simples, sem a necessidade de uma nova planta de processamento.
DESAFIOS: O processo de reforma a vapor do glicerol ainda apresenta alguns
desafios que precisam ser superados para atingir o nível comercial, como a vaporização da carga e a ocorrência de reações paralelas, como as reações que levam à formação de metano e monóxido de carbono, reduzindo a pureza do hidrogênio e sua taxa de produção. Outros desafios são a produção de coque que leva a desativação do catalisador ao longo do tempo, afetando a taxa de produção de hidrogênio, e a produção de CO₂, cuja liberação é alvo de preocupação ambiental e é restringida pela legislação.
Conceitos
A reforma a vapor do glicerol é uma reação endotérmica e que ocorre com
aumento do volume molar de gás, portanto deve ser conduzida idealmente em altas temperaturas e baixas pressões. Além disso, a alimentação de excesso de água, ou seja, uma alimentação com alta razão vapor/carbono é desejada, tanto pelo deslocamento do equilíbrio para os produtos, quanto pela minimização da formação de coque sobre os catalisadores, principal problema enfrentado. Os principais gases gerados na reforma a vapor são o hidrogênio (H₂) e o dióxido de carbono (CO₂). Outros gases também são gerados como o monóxido de carbono (CO), devido à reação incompleta de shift e o metano (CH₄), devido às reações de metanação. Produtos oxigenados (alcoóis, aldeídos e ácidos) e outros alcanos também podem ser gerados como subprodutos.
Passos do projeto:
1) Purificação do glicerol
2) Geração de H2
TEMPERATURA: 500°C
CATALISADOR: Ni-Cu/Al2O3
ALIMENTAÇÃO: 30% v/v GLICEROL EM ÁGUA (H2O/GLICEROL=4)
REAÇÕES ENVOLVIDAS: 1) reação de reforma a vapor
2) reação de shift
3) reação global
A reforma a vapor do glicerol, reação estudada nesse trabalho, é uma reação
limitada pelo equilíbrio, que é composta por duas etapas: a decomposição do glicerol seguida da reação de shift.
- RAZÃO H2O/GLICEROL: A razão água/glicerol na alimentação também é um
fator importante para o processo, pois influencia consideravelmente o rendimento e seletividade em hidrogênio, além de ser um parâmetro importante para minimizar a formação de coque, que leva à desativação dos catalisadores. Esses parâmetros de reação devem ser ajustados não somente para aumentar o rendimento em hidrogênio, mas também reduzir a formação de coque. Reações de formação de coque.
PRESSÃO: Por fim, a pressão também é um fator importante a ser
considerado para a reação de reforma a vapor, visto que é uma reação em fase gasosa e ocorre com aumento de volume molar, 4 mols de reagente para 10 mols de produto. Dessa forma, pelo princípio de Le Chatelier, a reação de reforma é favorecida a baixas pressões. Próxima tarefa:
Baseado no esquema acima (dissertação de mestrado)
Construir fluxuograma e diagrama de blocos do processo.
Lembrando que os equipamentos HPLC e CG não estarão no fim da linha e sim no início.