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ENTREVISTA

Para a recolha de dados no presente trabalho optou-se, pelas razões adiante


enunciadas, pela realização de uma entrevista, que é “um encontro entre duas pessoas, a fim
de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional”.

Pareceu-nos mais adequado recorrer a este meio de recolha de dados, e não do


questionário, dentre outras razões, pela sua fluidez e fácil adaptabilidade à situação
concreta, para além do facto de o nosso público alvo estudantil ser representativamente
formado por indivíduos com “fraco domínio” da Língua Portuguesa, mostrando-se inviável
o uso de um instrumento documental estático, redigido em Língua Portuguesa e sem que
haja possibilidade de prestar os necessários esclarecimentos.

NOTA IMPORTANTE: Exige-se do entrevistador grande capacidade


comunicativa, adaptação rápida ao contexto e às características específicas dos
entrevistados, sobretudo dos estudantes, porquanto o modelo de entrevista está elaborado
em termos técnicos, tendencialmente ininteligíveis para o público-alvo, sendo
eventualmente necessário que o entrevistador, podendo, recorra à Língua Nacional
Umbundu para melhor compreensão, pelos estudantes, das questões formuladas.

OBJECTIVO

Com o presente instrumento pretende-se aferir, dentre outros aspectos, qual tem sido
a real experiência dos estudantes da 9.ª Classe do Colégio Público Hengue – Bailundo,
averiguando se tem sido eficaz o processo comunicativo entre professores e estudantes, e se
tem sido possível a transmissão – sem ruído e imprecisões – de conhecimento daqueles
(professores) a estes (estudantes).

MODALIDADE

A presente entrevista revestirá a forma de entrevista padronizada, porquanto far-se-á


uso de um modelo de perguntas uniforme previamente organizado, para fins de maior
eficiência e mais fácil tratamento dos dados.
PÚBLICO-ALVO

Como destinatários do presente processo figuram 30 estudantes e 10 professores da


9.ª Classe do Colégio referido, e o instrumento a aplicar será sensivelmente diferente para
cada grupo.

MODELO DE ENTREVISTA – ALUNOS

1. Questões introdutórias, à escolha do entrevistador, visando deixar o


entrevistado confortável. A identificação pessoal do estudante e do
entrevistador são fundamentais.
2. Como se sente o entrevistado por estudar no Colégio Hengue?
3. Como é a interacção entre estudantes, e entre estes e os professores?
4. A comunicação entre professores e alunos, e entre estes últimos, é fluída?
5. Fala alguma língua nacional? Se sim, qual? Com que grau de fluência?
6. Os seus pais e/ou superiores falam frequentemente o Português em casa?
7. Como avalia o seu próprio desempenho em geral?
8. Qual a disciplina em que mais enfrenta dificuldades? E qual acha ser a
razão?
9. Como avalia o seu desempenho em Língua Portuguesa?
10. Sentir-se-ia confortável se as aulas fossem ministradas em língua nacional
Umbundu?
11. Já leu um livro escrito em Português? Se não, por que razão? Se sim, o que
achou?
12. Tem acesso fácil e oportuno a livros escritos em Português?
13. Gostaria de ler mais livros escritos em Português?

MODELO DE ENTREVISTA – PROFESSORES EM GERAL

1. Questões introdutórias, à escolha do entrevistador, visando deixar o


entrevistado confortável. A identificação pessoal do professor e do
entrevistador são fundamentais.
2. Acha fácil a comunicação com os estudantes? Se não, quais acha serem as
razões para que tal aconteça?
3. Viu-se alguma vez na necessidade de recorrer a alguma língua nacional para
uma mais fácil comunicação com os estudantes?
4. É comum os estudantes comunicarem-se entre si por meio da Língua
Portuguesa?
5. O desempenho escolar dos estudantes é, de alguma forma, afectado por
questões linguístico-culturais?

MODELO DE ENTREVISTA – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA

1. Como se comunica com os estudantes?


2. Qual o nível de correcção gramatical dos estudantes no uso da Língua
Portuguesa?
3. Quão confortáveis é que parecem os estudantes no uso da Língua
Portuguesa?
4. Com que frequência usam-se línguas nacionais para a comunicação no
âmbito escolar?
5. Como avalia o desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa?
6. Acha que razões culturais étnico-linguísticas colocam-se como entraves à
fácil e rápida assimilação da Língua Portuguesa pelos estudantes?
7. O que sugere para que tal desempenho seja optimizado?
8. Acha que fazem falta livros para leitura livre dos estudantes, e à sua
contínua disposição?
9. A criação de uma biblioteca escolar, suficientemente equipada, no Colégio
Hengue, é capaz de minimizar barreiras na assimilação do Português pelos
estudantes?

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