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1.INTRODUÇÃO
As fibras de carbono sozinhas não costumam ter aplicações para a engenharia, porém,
estas quando combinadas com materiais matrizes podem resultar em novos materiais
com propriedades mecânicas apropriadas para diversos ramos industriais. Estes
materiais compósitos, também designados por Materiais Plásticos Reforçados por Fibra
de Carbono ("CFRP -Carbon Fiber Reinforced Plastic)" estão neste momento a assistir a
uma demanda e um desenvolvimento extremamente elevados, pois dependendo de sua
composição, os componentes podem ser utilizados em condições adversas de
temperatura e pressão, atendendo aos requisitos de qualidade específicos de cada setor.
Existem vários processos utilizados para se produzir componentes à base de fibras de
carbono, sendo que geralmente são utilizados processos de modelagem ou moldagem.
Dentre os vários processos podemos citar a Moldagem por Laminação é o mais simples
para a fabricação de peças a partir da fibra de carbono, sendo por isso bastante
empregado caseiramente .O processo se inicia com a construção do molde, sendo o
molde tratado com um desmoldante, quase sempre uma cera. Em seguida é colocada a
fibra sobre o molde e prepara-se uma pequena quantidade de resina catalizada,
suficiente para se trabalhar durante 10 ou 15 minutos e faz-se a aplicação com pincel ou
espátula flexível, impregnando bem a fibra e tendo o cuidado de eliminar todas as
bolhas. Quando a resina endurecer, pode-se repetir o procedimento adicionando outras
camadas de fibra. Finalmente, retira-se a peça do molde e cortam-se os excessos das
bordas. Finalmente a peça passa por um acabamento específico que depende da
aplicação da peça. A laminação também pode ser empregada utilizando vácuo, que é a
forma mais utilizada no meio industrial. Nas moldagens profissionais, onde se busca
maior capacidade estrutural, o molde revestido com a fibra é recoberto com um filme
plástico onde se aplica vácuo, o filme é geralmente de polietileno (plástico comum de
embalagem), que além de barato e amplamente disponível, se solta facilmente da resina
endurecida. A resina é então injetada e preenche o vazio entre as fibras sem excessos,
resultando em peças com o máximo de fibras por peso. O que é bastante vantajoso já
que nas peças de fibra de vidro ou de carbono, quanto maior a relação fibra/resina,
maior a resistência da peça. Outro processo bastante difundido é a Compressão a Quente
(MCQ) que tem atraído muito a atenção dos setores aeroespacial e automobilístico.
Dentre as vantagens que este processo apresenta podem ser citadas a precisa localização
do reforço, o controle do conteúdo volumétrico da matriz e a obtenção de peças com os
mais variados tipos de geometria. Neste processo primeiramente escolhe-se um molde
de modo a atender as normas utilizadas na caracterização mecânica das amostras
processadas. Em seguida colocam-se as camadas do tecido de fibra intercalando-as com
camadas do material matriz, depois os laminados são aquecidos até a temperatura de
fusão das matrizes, à razão de aquecimento de 10 C/min e consolidados utilizando-se a
pressão de 2 MPa. Em ambos os casos, os ciclos térmicos são realizados em duas
etapas: um aquecimento até 220 C, com um patamar de 10 minutos a esta temperatura,
seguido de um novo aquecimento até a temperatura final desejada. Depois de terminado
este ciclo é acionado um sistema de resfriamento por óleo ( 6 C/min) até a prensa atingir
a temperatura ambiente. Laminação dos compósitos termoplásticos submetidos ao
processo de moldagem por compressão a quente. Um problema comum que pode
ocorrer na fabricação de compósitos consiste na formação de defeitos tais como: regiões
ricas em polímero, desalinhamento das fibras e aparecimento de vazios, principalmente
nas regiões de borda desses materiais.
As propriedades das fibras de carbono são determinadas pela estrutura molecular e pelo
grau de tolerância quanto a imperfeição construtivas. Existem dois tipos de fibras de
carbono: a fibra com elevado módulo de elasticidade, denominada Tipo 1, e a fibra com
elevada resistência denominada Tipo 2. As diferenças entre as propriedades das fibras
Tipo 1 e Tipo 2 são decorrentes da microestrutura de cada fibra. Essas propriedades são
decorrentes do arranjo da molécula hexagonal nas camadas entrelaçadas existentes no
grafite. Quando se usa a grafita cristalina de estrutura hexagonal de cadeia fechada com
a forma de lâminas de 3,35 Ângstrons, esta possui propriedades físicas diferentes nos
sentidos longitudinal e transversal do cristal propiciando uma fibra de carbono com alta
resistência mecânica Estes materiais apresentam excelentes propriedades
termomecânicas aliadas à baixa massa específica ( 2g/cm3). Estas características fazem
com que eles possam ser utilizados em componentes estruturais submetidos à altas
temperaturas (T 1000ºC), como por exemplo, componentes de turbinas e componentes
para aplicação em áreas de processo a altas temperaturas. Estas aplicações ocorrem em
ambientes oxidantes. Embora os compósitos CRFC (Carbono Reforçado com Fibra de
Carbono) exibam estas boas características, seu ponto fraco é a baixa resistência à
oxidação para temperaturas maiores que 400ºC, portanto, para que estas aplicações
sejam possíveis é necessária a incorporação de um material refratário na forma de um
inibidor interno, como modificador da matriz, e/ou recobrimento externo, para isolar o
material do contato com oxigênio. O material refratário mais utilizado para
incorporação e/ou recobrimento de compósitos CRFC, para temperaturas até 1500ºC, é
o carbeto de silício (SiC). Com o desenvolvimento do processo de obtenção da fibra
chegou-se à produção de fibras carbônicas de alta resistência à tração e tensão
mecânicas. A resistência das fibras de carbono à presença ou contato direto com
produtos químicos corrosivos, etc, e suas estruturas moleculares têm permitido seu uso
em peças móveis para a indústria automotiva. Dependendo de sua composição, os
componentes podem ser utilizados em condições adversas de temperatura e pressão. Os
materiais reforçados com fibra de carbono possuem ainda extraordinária rijeza,
estabilidade térmica e reológica, baixo módulo de elasticidade, bom comportamento à
fadiga e à atuação de cargas cíclicas, além de não serem afetados por corrosão por se
tratar de um produto inerte bem como ataques químicos diversos.
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