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SEPSE

CURSO DE URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

Luciana Medeiros
Infectologista - HUB
CASO CLÍNICO
▪ ID: CJMC, 54 anos, casada, natural e procedente de Brasília
▪ HMA:
Dor abdominal de forte intensidade há um dia em abdome superior com irradiação para dorso.
Refere 03 episódios de vômitos nas últimas 06hrs, sem diarreia ou febre. Já teve crises de dor
semelhante anteriormente, porém menos intensas e com alívio espontâneo. Comorbidades:
colelitíase.
▪ EXAME FÍSICO:
PA: 90 x 50 mmHg - FC: 120bpm - FR: 25 irpm
AR, ACV: ndn
ABD: RHA diminuídos, depressível, com dor difusa à palpação, fígado palpável no rebordo costal
com consistência normal, baço não palpável, DB positivo difusamente
▪ EXAMES COMPLEMENTARES:
Laboratório: Leuco 20.000 sem DE – PCR: 40 – Amil: 1000 – Lipase 2000
TC ABD: pâncreas difusamente espessado com borramento da gordura adjacente
HIPÓTESES?
É SEPSE?
QUAL É ASEPSE?
DEFINIÇÃO DE
SEPSE:Ddesregulada
isfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta
do organismo à infecção
FISIOPATOLOGI
A: • Vasodilatação
• Aumento da
permeabilidade vascular
• Efeitos pró-coagulantes
• Hipoperfusão periférica
• Aumento do metabolismo
anaeróbico
CASO CLÍNICO
▪ Paciente PMT, 40 anos, feminina, residente/procedente de Brasília
▪ HMA:
Paciente iniciou quadro de disúria,
5 dias. Negava febre ou dor lombar. polaciúria e dor em baixo ventre há aproximadamente
Antecedentes: HAS, em uso de Losartana, com mal controle pressórico
▪ Exame físico:
📫 BEG, corada, hidratada, anictérica, acianótica. PA: 160 x 90, FC: 80, FR: 14 irpm
📫 AR e ACV: ndn
📫 ABD: dor em baixo ventre, sem sinais de peritonite
HIPÓTESES E CONDUTA
CONTINUAÇÃO...
▪ Solicitado EAS e URC pela suspeita de cistite:
EAS:
O que dizer desse
EAS?
Aguardamos a
urocultura para
tratar?
Se for tratar...o que
> 1.000.000
prescrever?
> 1.000.000
Bactérias ..........................: inúmeras
CONTINUAÇÃO...
▪ Paciente foi para casa em uso de Ciprofloxacino 500mg 12/12h, porém no 3º dia
de antibiótico evoluiu com febre alta, dor lombar, hiporexia e queda do estado
geral. Retornou ao PS apenas no dia seguinte, dando entrada com os seguintes
achados:
▪ Sinais vitais: PA: 100 x 50, FC: 120, FR: 30 irpm
- REG, pele pegajosa, normocorada, desidratada 1+/4+, sonolenta
- AR: MVF sem RA
- ACV: RCR 2T BNF sem sopros. TEC > 5 seg
- ABD: Giordano positivo à direita
COMPARAÇÃO DOS
QUADROS CLÍNICOS
• PA: 160 x 90, FC: 80, FR: 14 irpm, • PA: 100 x 50, FC: 120, FR: 30 irpm,
vigil sonolenta
• BEG, corada, hidratada, anictérica, • REG, pele pegajosa
acianótica
• AR: MVF sem RA
• AR: MVF sem RA
• ACV: RCR 2T BNF sem sopros. TEC >
• ACV: ausculta normal, TEC < 2seg 5 seg
• ABD: dor em baixo ventre, sem sinais • ABD: Giordano positivo à direita
de peritonite
É SEPSE?
QUAIS SÃO
CRITÉRIOSOS
DIAGNÓSTICOS?
DEFINIÇÕES ANTIGAS X

NOVAS:
Survinving Sepsis Campaign (2012): ▪ Sepsis – 3 (2016):
Sepse Sepse
Sepse Grave Choque séptico
Choque séptico
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS –
SCC (2012):
• PAS < 90 mmHg OU
• PAM < 70 mmHg OU
• Queda da PAS > 40mmHg OU
• PAS menor que 02 DP do valor normal para
idaide
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – SEPSIS
3 (2016):
▪ Sepse:
- Rastreamento: qSOFA
- Diagnóstico: aumento SOFA > 2pts
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS –
SEPSIS 3 (2016):
⚫ Choque séptico: alterações circulatórias e celulares/metabólicas
Diagnóstico: necessidade de DVA para manter PAM > 65mmHg e lactato
sérico > 2mmol/L (18mg/dL) apesar de ressuscitação volêmica adequada
QUAL É A
POLÊMICA?
POSIÇÃO DO ILAS
▪ Concordam:
Sem necessidade dos critérios de SIRS para diagnóstico de sepse
Triagem da infecção
Abolição do termo “sepse grave”: infecção sem disfunção, sepse, choque séptico
▪ Não concordam:
Critérios adotados para definir de “disfunção orgânica”
Seleção apenas de uma população mais gravemente doente perda de sensibilidade
Sepsis-3: compararam SIRS x SOFA e não SIRS + disfunção orgânica x SOFA
qSOFA: alto risco de óbito x alto risco de deterioração
DIFERENTES RESULTADOS PARA DIFERENTES
CONTEXTOS

Conclusion: SIRS was associated with organ dysfunction and mortality, and abandoning the
concept appears premature. Although qSOFA≥2 showed high specificity, poor sensitivity may
limit utility as a bedside screen
Diferentes resultados para diferentes contextos
SSC 2021
▪ We recommend against using qSOFA compared with SIRS, NEWS, or MEWS as a
singlescreening tool for sepsis or septic shock;
▪ For adults with suspected sepsis or septic shock, we suggest against using
procalcitonin plus clinical evaluation to decide when to start antimicrobials, as
compared to clinical evaluation alone.
COMO MANEJAR A
SEPSE?
EGDT SCC 2018
▪ Bundle de 1hr:
S
S
C
2
0
2
1
S
S
C
2
0
2
1
S ▪ Escolha do ATB:

S
o MRSA

o BGN MDR

C ▪
o Pseudomonas

o Fungos

Otimização de dose
2 conforme PK/PD

0
▪ Descalonamento
▪ Controle de foco
2 ▪ Uso pelo menor

1
tempo necessário
▪ PCT
o Desafio nº 1: efeitos da doença crítica na farmacocinética dos antimicrobianos
- Extravazamento de líquidos para o 3º espaço, hipoalbuminemia;
- Alteração da função renal ( ou do clearance) e hepática;
- Penetração da droga no local de ação (ex: pneumonias).
o Desafio nº 2: redução da sensibilidade dos microrganismo
o Possível solução: doses individualizadas para pacientes críticos
- Formas otimizadas de administração;
- Ajuste da dose com base no nível sérico
S
S
C
2
0
2
1
OUTRAS CONDUTAS...
▪ Controle de glicemia (> 180)
▪ Transfusão sanguínea (restrito – Hb < 7)
▪ Uso de corticoide no choque
▪ Uso de imunoglobulina (contra)
▪ Uso de vitamina C (contra)
▪ Profilaxia de úlcera de estresse (IBP)
▪ Profilaxia de TVP
OBRIGADA!

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