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UC42 – Urgência e

Emergência
Prof. José Augusto Ferreira
Professor
JOSÉ AUGUSTO FERREIRA

Médico pela Universidade Federal de


CRM-PE 24581 / RQE 13269
Pernambuco – UFPE

Especialista em Medicina de
Emergência – AMB/ABRAMEDE

Mestre em Medicina pela Medical


School da Universidade NOVA de Lisboa
OMP-Centro 75525
CASO 1 – J.C.S, 40 anos, masculino, 75kg
● Paciente chegou ao pronto socorro com grande dificuldade
para respirar e dores no peito. Ao ser colocado em repouso
pelo plantonista, que suspeitou rapidamente de IAM, foi
observado que o mesmo se se encontrava com intenso prurido,
associado ao relato de náuseas, episódios de vômito e
lipotímia. Informou ainda que ingerira camarões fritos há cerca
de 1h antes do início do quadro e que anteriormente já havia
sentido sintomas parecidos, mas que cessavam em cerca de
1~2h.
Exame físico:
• Dados vitais: PA: 110/65mmHg FC: 114 bpm FR: 22ipm
SatO2 94%
• Palidez e sudorese, com “rashes” cutâneos pruriginosos,
dilatados e disseminados, com extremidades quentes.
• Em conjunto, o exame otorrinolaringológico revelou ligeiro
edema na região aritenoidea com lúmen glótico reduzido e
moderada macroglossia.
• Demais sistemas sem alterações.
Exame físico
Diagnóstico?
CHOQUE DISTRIBUTIVO - ANAFILÁTICO
• O diagnóstico da anafilaxia habitualmente é clínico e, de
modo geral, a história é característica.

• O diagnóstico conclusivo de anafilaxia se dá


laboratorialmente pela confirmação de IgE específicas para
determinados alérgenos, associando-os à participação na
indução dos sintomas.
• Vale salientar que o Fator ativador de plaquetas (PAF) é
produzido por algumas populações de mastócitos. Sua ação
está envolvida na agregação plaquetária, liberação de
histamina, broncospasmo, aumento da permeabilidade
vascular e vasodilatação e, em altas concentrações,
sensibilização das células inflamatórias, explicando assim
sinais como a dificuldade para respirar e a presença dos
“rashes” cutâneos dilatados e quentes
TRATAMENTO?
Tratamento:
• OXIGENOTERAPIA
• ADRENALINA INTRAMUSCULAR
• VIA AÉREA
• FLUIDOTERAPIA ENDOVENOSA
• CORTICOTERAPIA ENDOVENOSA
• ANTIHISTAMÍNICOS
• DROGA VASOATIVAS
• BRONCODILATADORES
• POSIÇÃO TRENDELENBURG
• OXIGENOTERAPIA*
• MÁSCARA NÃO REINALANTE 8-10L/min ENQUANTO é PROVIDENCIADO O
MATERIAL DE IOT

• ADRENALINA INTRAMUSCULAR*
• 0,5MG por dose, a cada 5-15 MINUTOS
• No paciente em colapso, adrenalina endovenosa – 01 ampola +
249mL SG 5% em BIC iniciar em 0,1 mcg/kg/min

• VIA AÉREA:
• IOT PREVENTIVA POR SINAIS EVIDENTES DE EDEMA DE GLOTE
• Punção da membrana cricotireoidea e ventilação a jato
• Cricotireoidostomia cirúrgica podem ser
• FLUIDOTERAPIA ENDOVENOSA e POSIÇÃO TRENDELENBURG
• 20mL/kg SF 0,9% Gotejamento rápido (volume total em 30 a 60 minutos)

• CORTICOTERAPIA ENDOVENOSA (atenuar possíveis reações tardias)


• Metilprednisolona 125mg – 01 ampola + 48mL SF 0,9% (6/6h)
• Hidrocortisona 100mg – 300mg + SF 0,9% 10mL (6/6h)

• ANTIHISTAMÍNICOS
• Dinfenidramina 50mg – 01 ampola + SF 0,9% 100mL (4/4h)
• Cimetidina 300mg – 01 ampola EV (6/6h)
• Ranitidina 50mg – 01 ampola + 48mL de SG 5%

• BRONCODILATADORES
• Salbutamol 5mg/mL – 15 gotas + 3 mL de SF 0,9% em Nebulização 3x
• DROGA VASOATIVAS
• Noradrenalina 4mg – 05 ampolas + 180mL SG 5% em BIC 0,1 a 3mcg/kg/min
• Adrenalina - 01 ampola + 249mL SG 5% em BIC iniciar em 0,1 mcg/kg/min

• SINTOMÁTICOS
• Se Nauseas: (Metoclopramida 10mg 8/8h) (Bromoprida 10mg 8/8h)
• Se Febre: (dipirona 1g) (paracetamol 750mg
CASO 2 – F.OB, 65 anos, masculino, 70kg, trabalhador
rural, analfabeto, 4 doses para COVID-19.
O paciente compareceu à unidade de emergência do Hospital Geral
com queixa de dor em flanco direito e parte superior direita do dorso
há 2 dias. Refere que a dor é de intensidade 8 (0-10), sem irradiação
e sem fatores de melhora ou piora.
Relata que nos últimos 06 meses vem apresentando episódios
intermitentes de febre, associados à anorexia e mal-estar. Relata ser
tabagista (30 maços/ano), etilista e sedentário. Possui diagnóstico de
Hipertensão Arterial Sistêmica há 20 anos e Diabetes Mellitus tipo 2
há 15 anos. Nega outras patologias prévias.
Exame físico:
• Estado geral regular, lúcido e algo desorientado com tempo e espaço,
emagrecido, mucosas hipocrômicas 1+ , anictérico e febril 38,5ºC, palidez
cutânea, pele fria e sudoreica, sem demais alterações.

• ACV: Bulhas taquicárdicas e normofonéticas em dois tempos. Ausência de


sopros. FC= 120bpm, PA= 90x65mmHg

• AR: FR = 25ipm, SatO2 92% em A.A, tórax de formato normal, simétrico,


com expansibilidade preservada bilateralmente. Frêmito toracovocal sem
alteração. Murmúrio vesicular bem distribuído, sem ruídos adventícios.

• ABD: Plano, ausência de lesões cutâneas, equimoses, circulação colateral


ou herniações. Ruídos hidroaéreos presentes, sem sopros arteriais.
Timpânico difusamente, presença de macicez em loja hepática e espaço de
Traube livre. Palpações superficial e profunda sem alteração.
Hipótese Diagnóstica?
Conduta imediata?
Exames?
Diagnóstico:
Hipótese Diagnóstica?
Conduta imediata?
Exames?
• MONITORIZAÇÃO NÃO INVASIVA
• OXIGENOTERAPIA
• RESSUSCITAÇÃO VOLÊMICA
• EXAMES LABORATORIAIS + CULTURAS
• ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA
• DROGAS VASOPRESSORAS
• ACESSO VENOSO CENTRAL?
• VIA AÉREA DEFINITIVA?
•Após administração da ressuscitação
volêmica (???mL/kg) de cristaloides,
paciente persiste com manutenção da
hipotensão arterial sistêmica.

•Droga Vasoativa???

•Alguma outra medicação??


Diagnóstico?
Conduta imediata?
Exames?
• Hemograma,
• Ureia e creatinina,
• Eletrólitos/ionograma,
• Glicemia
• AST, ALT e bilirrubinas,
• Gasometria arterial,
• Lactato arterial,
• Proteína C-reativa,
• Radiografia de tórax
• Eletrocardiograma.
• Dois pares de hemocultura
• Sumário de urina e urocultura,
• Cultura de local suspeito*
Radiografia de Tórax em PA
• Opacificação abrangendo
80% do hemitórax direito,
sendo levantada a suspeita
de Pneumonia associada à
presença de derrame
parapneumônico.
Ultrassonografia de Abdome:
• Ultrassonografia à beira do leito:
Múltiplas coleções de fluídos
loculados, hipoecóicos, dentro do
parênquima hepático, compatível
com abscessos hepáticos.
Diagnóstico:
Diagnóstico?
Diagnóstico:
• SEPSE
• Infecção documentada ou suspeita + aumento de 2 ou mais pontos
SOFA
• Pontuação no qSOFA
• CURB-65 escala de prognóstico (predição de mortalidade) => internação

• CHOQUE SÉPTICO/DISTRIBUTIVO
• Presença de Sepse + hipotensão refratária a ressuscitação volêmica
• Necessidade de utilização de vasopressor
• Lactato >2x
Conduta/tratamento?
•Internamento em UTI
•Antibioticoterapia
•Droga vasoativa e Meta de Pressão
arterial
•Corticóide Endovenoso
•Algum procedimento?
• Internamento em UTI
• Cuidados intensivos contínuos (balanço hídrico)

• Antibioticoterapia
• Empírico, em até 3h se sepse e até 1h se choque
• Direcionado ao foco suspeito

• Droga vasoativa e Meta de Pressão arterial


• PAM >65mmHg
• Noradrenalina (dose inicial 5-10mcg/min)
• Vasopressina ou Epinefrina

• Corticóide Endovenoso
• Hidrocortisona
• Procedimentos:
• Acesso venoso central – Devido ao uso de DVA

• IOT
Se necessário, evitar Midazolan e Propofol

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