Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivo
População
A amostra foi composta por 1.318 pessoas, sendo 553 homens (42%), 743
mulheres (56,4%) e 22 pessoas (1,7%) que não deram essa informação. As idades
variaram entre 14 e 21 anos, com média de 16,2 e desvio-padrão de 1,2.
Quanto à escolaridade, os participantes eram estudantes das três séries do
ensino médio, sendo 836 (63,4%) de escolas públicas e 482 (36,6%) de escolas
particulares, de três diferentes cidades do interior de São Paulo (N=938) e uma de Minas
Gerais (N=380).
Com relação às séries, 439 participantes (33,3%) estavam na primeira, 429
(32,5%) na segunda e 445 (33,8%) na terceira. Cinco alunos (0,4%) não forneceram essa
informação.
6
Material
Aplicação
A EAE-EP pode ser aplicada tanto de forma coletiva quanto individual. Nas duas
situações, as instruções descritas na seção “Aplicação e Apuração” deste Manual
Técnico devem ser seguidas rigorosamente. Não há tempo limitado para a aplicação
da EAE-EP, embora, em geral, não ultrapasse 20 minutos.
7
• Aspectos teóricos:
O construto avaliado pela escala refere-se especificamente a autoeficácia para
escolha profissional, conceituada como a confiança dos indivíduos para se
engajar em tarefas de decisão profissional.
A escala é composta por 47 itens. O estímulo ao qual as pessoas respondem é
“quanto você acredita na sua capacidade de:” e deve ser respondido em Escala
Likert de quatro pontos, sendo 1 “pouco e 4, “muito”, sendo que a pontuação bruta pode
variar entre 47 e 188 pontos.
Fator Descrição
Fator Descrição
• Aspectos psicométricos:
• Aspectos psicométricos:
-Variáveis sociodemográficas (sexo, tipo de escola, série, idade, estado de origem etc).
-Estudos de Precisão.
-Análise dos itens por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI): Modelo de Rasch
1
3
• Aplicação
Os materiais necessários para aplicação e apuração da EAE-EP são a Folha de Resposta
(Anexo 1), a Folha de Apuração (Folha 2) e este Manual Técnico.
A EAE-EP pode ser aplicada de forma individual e coletiva e, em geral, não leva mais do
que 20 minutos.
Além disso, é importante explicar que ocorrerá uma avaliação que visa auxiliá-lo no
processo de escolha profissional e que não há respostas certas ou erradas e nem tempo limite.
1
4
• Aplicação
• Aplicação
A parte em negrito da instrução deve realmente receber uma ênfase por se tratar do cerne
do construto avaliado. O psicólogo deve frisar e ter certeza de que o orientando compreendeu
que sua tarefa é avaliar suas crenças de capacidade para realizar cada uma das ações
sugeridas nos itens. O exemplo proposto no Protocolo de Respostas é uma boa oportunidade
para testar a compreensão do orientando acerca da instrução.
• Aplicação
“Nesse exemplo, você vai marcar o quanto você acredita na sua capacidade
de realizar atividades que exijam força física. Se marcar o número ‘1’, significa
que você acredita pouco nessa sua capacidade; se marcar o ‘4’, significa que
acredita muito. Lembre-se que para cada sentença avaliada, qualquer número (1,
2, 3 ou 4) poderá ser marcado.”.
1
7
• Correção
Para apuração dos resultados, deve-se somar as respostas dadas a cada item,
agrupando-os por fator, de acordo com a Tabela 20 do manual. Não há itens que
precisem ser invertidos.
Os totais resultantes das somas são os escores brutos de cada fator. Para apurar o
escore geral da EAE-EP, somam-se os escores brutos de cada fator. Para auxiliar nesse
procedimentos, o profissional poderá recorrer à Folha de Apuração, que acompanha o
kit da EAE-EP, onde está localizado o quadro de apuração, com espaços e instruções
para efetuar a soma dos resultados de cada fator e do escore geral.
Depois disso, será feita a conversão dos escores brutos em percentis segundo a
amostra total, por sexo e por tipo de escola (ver tabelas do manual).
2
1
• Interpretação
De forma geral, pode-se dizer que pessoas com diferentes níveis de crenças de
autoeficácia apresentam algumas características basais, independente do fator
analisado. Assim, pessoas com altos escores (percentis ≥ 75) tendem a avaliar as
tarefas propostas nos itens como fáceis, não consistindo como obstáculos ou desafios
para a consecução dos objetivos. Entretanto, a presença marcante de crenças não
necessariamente indica o desempenho comportamental de fato, sendo que, ao se
deparar com a situação real, a pessoa pode se dar conta de que sua capacidade não é
tão forte, e fazer reavaliações.
2
2
• Interpretação
• Interpretação
Pessoas com baixos níveis de crença de autoeficácia (percentis ≤ 25) têm uma
tendência a considerar as tarefas difíceis a priori, possivelmente baseadas em
alguma experiência anterior, seja própria ou pela observação de outras pessoas
(Bandura, 1997). O fato é que essa avaliação negativa pode funcionar como um fator
de bloqueio e hesitação importante, uma vez que a interpretação de incapacidade
para a realização de uma dada tarefa pode impedir que a pessoa inicie o
comportamento, não tendo chance de testar sua avaliação. Nesses casos, as
intervenções baseadas na teoria de fontes de eficácia (Bandura, 1997) devem
proporcionar à pessoa oportunidades de experimentar novas situações que alterem
suas crenças.
2
4
• Interpretação
Por fim, os escores médios (entre percentis 26 e 74) sugerem alternâncias entre
crenças mais ou menos pontuadas na escala, sendo que seu sentido somente pode
ser aferido por meio da avaliação minuciosa das respostas dadas, de forma quanti e
qualitativa. De qualquer forma, a intervenção com pessoas classificadas nessa faixa de
pontuação pode ser bastante rica, uma vez que há “espaço” para se desenvolver as
crenças de capacidade por um lado e, por outro, as crenças não são tão fracas ao
ponto de impedir que a pessoa faça tentativas. Seguem as interpretações sugeridas
para cada fator.
2
5
• Interpretação
• Exemplo de caso
Nome: M. R.
Sexo: masculino
Idade: 16 anos
Série: 2º ano do ensino médio
Escola particular
EAE-EP – Escala de Autoeficácia para
Escolha Profissional
• Exemplo de caso
Percentil e classificação
Pontuação
Fatores
bruta
Geral Por sexo Por tipo de escola
Alto - - - -
Médio - - - -
Baixo - - - -
Classificação do perfil (Tabela 24): Muito raro (0,3% da amostra com o mesmo perfil)
2
9
• Exemplo de caso
M. R. é um adolescente de 16 anos, do sexo masculino, cursando o segundo ano do ensino
médio de uma escola particular. Seus resultados na EAE-EP receberam a mesma classificação,
independentemente do tipo de Tabela adotada (geral, por sexo ou por tipo de escola), com
exceção do fator Coleta de Informações Ocupacionais, onde houve uma variação na classificação
pelo tipo de escola.
Dessa forma, pode-se dizer que M. R. apresenta baixos níveis de autoeficácia para pensar e
agir sobre sua inserção no ensino superior e no mercado de trabalho e de considerar os retornos
financeiros e pessoais possíveis a partir de sua atuação (Planejamento de Futuro).
Além disso, o jovem parece acreditar parcialmente em sua capacidade de se autoavaliar,
defender suas escolhas e integrar suas características às das profissões de interesse
(Autoavaliação).
3
0
• Exemplo de caso
Com relação à busca de informação, M. R. apresentou um nível intermediário de crenças de
capacidade para buscar informações profissionais por meio de relacionamento interpessoais (Busca de
Informações Profissionais Práticas). Entretanto, quanto a se engajar em tarefas para conhecer as
profissões utilizando-se de diversos meios de comunicação (internet, jornais, revistas, etc.), listar as
profissões e as próprias metas e onde estudar e se formar, M. R. relata ter altos níveis de crenças de
autoeficácia (Coleta de Informações Ocupacionais).
Portanto, pode-se concluir que M. R. necessita de intervenções focando especialmente seu senso
de planejamento de futuro, ou seja, proporcionar a M. R. que entre em contato com uma realidade que
ainda parece estar um pouco distante dele, já que o fator Planejamento de Futuro envolve a avaliação de
ganhos e oportunidades em seu desenvolvimento. Além disso, proporcionar experiências para que M. R.
venha a desenvolver crenças de que pode se autoavaliar de forma eficaz, bem como se relacionar com
pessoas que já trabalhem em sua área de interesse, buscando aprender diretamente de modelos já
inseridos na área.
Referências
Ambiel, R.A.M. (2012) Escala de Autoeficacia para Escolha Profissional (EAE-EP): manual técnico. São Paulo: Casa do
Psicólogo.
Levenfus, R. S., & Bandeira, D. R. (2009). AIP - Avaliação dos Interesses Profissionais (Vol. 1). São Paulo: Vetor Editora
Psicopedagógica.
Magalhães, M.O. (2011). Matriz de Habilidades e Interesses Profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Neiva. K.M.C. (1999) Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP): Manual. São Paulo: Vetor Editora
Psicopedagógica.
Primi, R.; Mansão, C.M.; Muniz, M.; Nunes, M.F.O. (2010) SDS: Questionário de busca autodirigida: manual técnico da
versão brasileira. São Paulo:Casa do Psicólogo.
Ribeiro, M.A.; Melo-Silva, L.L. (org.) (2011) Compêndio de Orientação Profissional e de Carreira – vol 1. São Paulo: Vetor
Editora Psicopedagógica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...
>>
Ressalta-se a importância da conduta ética do profissional
quanto à escolha adequada de instrumentos para cada contexto
específico; à utilização de testes psicológicos com parecer
favorável (que se encontram listados na plataforma eletrônica
do SATEPSI); à realização da avaliação psicológica em condições
ambientais adequadas, de modo a assegurar a qualidade e o
sigilo das informações obtidas; e ao contínuo aprimoramento
técnico-científico do profissional.
>>