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Direito Civil

Ex: se se o vendedor transmite a posse na escritura mas não entrega


ele passa a ser esbulhador
Jurisprudência permite transmissão da posse por escritura publica –
Da manutenção e da reintegração da posse posse civil ou jurídica – novo titular pode usar interditos em face do
alienante em nome de quem o adquiriu
Diferença entre os dois: na turbação o possuidor tem o direito de ser Falta de prova -> improcedência da ação -> extinção do processo
mantido (manutenção) na posse e no esbulho tem o direito de ser sem julgamento do mérito
reintegrado – no esbulho o possuidor é privado da posse, na turbação
ele continua na posse dos bens a boa-fé não é essencial, basta a posse ser justa – só será importante
em caso de usucapião, disputa sore os frutos e benfeitorias ou perda
 Requisitos e deterioração
precisa provar: a posse, a turbação ou o esbulho, a data da turbação detentor não pode invocar proteção possessória – o mesmo no caso
ou esbulho e a continuação da posse ou perda da posse de mera permissão ou tolerância
1. Posse
 Turbação
Quem não possui posse não possui direito aos interditos – quem
Turbação de fato -> agressão material cometida contra a posse
alega posse deve provar
Turbação de direito -> contestação ou ataques judiciais pelo réu à
Quando propõe uma ação possessória deve provar a posse do autor e
posse do autor – doutrina segue que só há turbação de fato, pois
conferir se o direito violado é suscetível de posse – se não for ->
contra atos judiciais não cabe manutenção, e si embargos ou meios
interdito repelido in limine
próprios de defesa – direito reconhece apenas turbação real, ou seja,
Ex: quem possui a escritura definitiva mas não possui posse concreta, consistente em fatos
(vendedor retem) não pode utilizar ação possessória – o certo seria
Turbação direta -> comum, exerce imediatamente sobre o bem
imissão na posse
Ex: abertura de caminho ou corte de arvores no terreno
Meios de obter posse: intervivos ou mortis causa
Turbação indireta -> externa, mas reflete sobre a coisa
Ex: se receber a posse por escritura pode mover ação possessória
Ex: por causa de manobras do turbador o possuidor não consegue
inquilino para o prédio
Turbação positiva -> resulta da pratica de atos materiais sobre a 2. Data da turbação ou esbulho
coisa
Menos de 1 ano e 1 dia -> procedimento especial, com pedido
Ex: passagem pela propriedade alheia ou ingresso para retirar agua liminar
Turbação negativa -> dificulta ou impede o livre exercício da posse Mais de 1 ano e 1 dia -> procedimento ordinário, não perde caráter
possessório
Ex: impede o possuidor de utilizar a porta de entrada de sua
propriedade ou caminho de ingresso em seu imóvel O prazo é peremptório, não pode ser modificado por vontade das
partes
 Esbulho
Todas as ações possessórias seguem o procedimento comum, o que
O possuidor é privado da posse por violência, clandestinidade ou muda é o cabimento de mandado liminar nas ações de força nova
abuso de confiança – contra a vontade do possuidor
Reiteração -> se decorre o prazo de um ainda poderá se opor a
Retira por inteiro a posse do esbulhado turbações subsequentes, se for complemento do ato inicial a
Clandestinidade -> prazo de 1 ano e 1 dia a partir do conhecimento – contagem deverá ser junta
não há oportunidade para o desforço imediato O prazo não se altera por motivos como idade e capacidade, tem
Precariedade -> esbulho pacifico início no momento da violação da posse

Ex: comprador deixa de pagar prestações – rescinde o contrato e Se o ato for praticado publicamente não deve ser considerado
reintegra posse – segue procedimento ordinário – STF: clandestino se o esbulhado tiver condições de tomar conhecimento
desnecessário previa ação de rescisão de compromisso No esbulho pacifico o prazo é a partir da data em que o possuidor
Sumula 76 STF: “a falta de registro do compromisso de compra e deveria restituir a coisa, no de prazo indeterminado é a partir do
venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir vencimento
em mora o devedor” – mesmo em comodato por prazo 3. Continuação ou perda da posse
indeterminado
O autor precisa provar que ainda mantem a posse
Proteção possessória não pode ser negada, pois mesmo sem
violência ou clandestinidade, há a precariedade e priva o possuidor  Procedimento
de sua posse 1. Petição Inicial
Segue o procedimento especial do processo civil A audiência de mediação deve ser realizada se a liminar não for
executada no prazo de 1 ano, a contar da distribuição – só se for
O objeto da ação precisa ser individualizado e delimitado, a posse posse velha ou de não execução
deve ser certa e localizada
Não defere manutenção ou reintegração pra pessoa jurídica de
As partes devem ser identificadas com precisão, permite enganos direito publico sem prévia audiência dos respectivos representantes
sem consequências judiciais
Deve ser atribuído valor certo – avaliação da área ou objeto do Recurso cabível: a decisão que concede ou denega é interlocutória,
pedido não coloca fim ao processo, logo, será Agravo de Instrumento – é
2. Liminar licito ao juiz, no juízo de retratação, reconsiderar decisão
liminarmente proferida
Turbação ou esbulho a menos de 1 ano e 1 dia, será instruída
(mandado de reintegração ou manutenção) se houver prova dos Execução: se faz mediante expedição de mandado cumprido por
requisitos oficial de justiça – não cita réu em caso de reintegração para entregar
coisa em prazo determinado – pode ser promovida contra terceiros a
É impossível o deferimento de liminar ao réu, e é incabível a quem a coisa foi transferida (recebeu do acusado a detenção ou
reintegração liminar pra pedido cumulado com rescisão do posse do imóvel, poderá ser expulso) – vale contra qualquer pessoa
compromisso de compra e venda, o mesmo com medida cautelar em encontrada no lugar, salvo o que apresentar titulo de aquisição ou
contraposição a liminar possessória e tutela de urgência nas ações de posse proveniente de pessoa estranha ao processo, o cabível será
força nova, só permite no rito ordinário embargo de terceiro
Se a petição inicial não estiver correta o juiz determinará que o autor Se após o mandado o réu voltar a turbar ou esbulhar a posse, poderá
compareça na audiência e justifique, como possibilidade de impor medida de atentado
comprovar os requisitos legais, o réu não poderá apresentar
contestação ou defesa, nem arrolar testemunha, o juiz poderá Contestação: após a decisão do juiz assume feição contenciosa
determinar audiência de testemunhas indicadas também pelo 3. Execução da sentença
requerido – testemunhas do juízo - a audiência pode ser substituída
por inspeção judicial do imóvel – a prova testemunhal é destinada à Se faz mediante expedição, de plano e de mandado
obtenção de liminar, não constitui base de prejulgamento da causa
Ação possessória tem força executiva, o juiz emite uma ordem para
Sempre que houver gratuidade da justiça o MP e a defensoria devem que oficial de justiça expulse o esbulhador e reintegre a posse
ser intimados
4. Embargos do executado 1. embargo de obra nova
Não cabem embargos do executado em ação possessória, pois a A pretensão de embargar não tem finalidade de proteção possessória
sentença tem força executiva e sim o uso pacífico da coisa, não existindo conflito possessório
5. Embargos de retenção por benfeitoria sobre uma mesma coisa - busca impedir a continuação de uma obra
que prejudique prédio vizinho ou esteja em desacordo com os
Exercido na contestação ou reconvenção – o réu deve especificar as regulamentos administrativos.
benfeitorias, sob pena de ser incabível – abrange acessões – se não
for arguido, poderá interpor ação de indenização – somente admitido Fundamento: preservação ao direito dos vizinhos.
na execução por título judicial Todo e qualquer ato material lesivo ao direito de propriedade ou à
6. Embargo de terceiro posse (demolição, colheita, corte de madeiras, extração de minérios,
escavações, represamento de águas).
Permitido mesmo após trânsito em julgado da sentença no processo
de conhecimento pressuposto essencial de que a obra não se encontre em fase final –
se tiver concluída ou praticamente concluída não será mais cabível a
Quem não foi parte no processo, mas veio a sofrer a turbação ou nunciação, sendo caso de ação de reparação de danos ou uma
esbulho, por apreensão judicial, está legitimado a opor – basta demolitória.
simples ameaça, desde que concreta e não hipotética
Cumulação de pedidos: não admitido o pedido de nunciação, é
Quem adquire coisa litigiosa (sucede na posse após citação), não é possível a cumulação de pedidos com o de indenização, com
terceiro legitimado a opor embargo de terceiro, ainda que não tenha cominação de multa ou a de demolição da obra.
sido registrado a ação no registro de imóveis.
Prédios vizinhos/contíguos: não é de caráter absoluto, estando sujeito
Constrição: não deve se entender como medida judicial, mas uma às consequências do uso nocivo da propriedade que o rodeia.
visão ampla que compreende uma restrição em sua liberdade, uma Invasão do terreno: sendo invadido o terreno vizinho, a ação cabível
restrição ao uso da posse será a possessória, e não nunciação.
Quem adquiriu a posse por meio de esbulho ou turbação não ode Dúvida sobre o domínio: do mesmo modo, havendo dúvida do
opor embargo, pois decorrem de um ato ilícito e, nos Embargos de domínio em que está sendo construída a obra, não é cabível a
Terceiro a constrição da posse decorre de ato lícito por apreensão nunciação.
judicial. P. ex. mandado de busca do bem.
Carência da ação: é direito do nunciado, em sendo improcedente, a
Fundamento: proteção do direito de vizinhança. reparação de eventual prejuízo que tenha sofrido.
Legitimidade ativa: proprietário ou possuidor. a) necessárias (conservação ou evitar a deterioração)
Adquirente: sendo negócio com vício/fraude, é prejudicado o plano b) úteis (aumento objetivo do valor do bem, aumentando ou
da eficácia e validade do negócio. Não surte efeitos. É combatido facilitando o seu uso)
com a ação pauliana para anular o negócio.
c) voluptuárias (objetos de luxo e recreio) – melhorar ou embelezar
Legitimidade passiva: dono da obra (nem sempre é o executor),
a coisa já existente, de cunho complementar.
pessoa jurídica de direito púbico (agindo more privatorum não
destinado ao uso público). Acessões industriais: com elas não se confundem, tratando-se de
obras que criam coisas novas.
Natureza da ação: pessoal, dispensando a outorga uxória. Não é,
assim, ação real, servindo apenas para deter obras que ofendam Possuidor de boa-fé: indenização das benfeitorias úteis e necessárias,
algum direito de vizinhança. podendo exercer o direito de retenção. Poderá levantar as
voluptuárias se não acarretar estrago ou ser indenizado o seu valor;
2. Perda ou deterioração da coisa busca-se evitar a locupletação indébita. O valor será,
Possuidor de boa-fé: a sua responsabilidade não se caracteriza, a obrigatoriamente, o atual.
menos que tenha agido com dolo ou culpa. Responderá, assim, Retenção: meio de defesa outorgado ao credor a quem é reconhecida
somente se deu causa. a faculdade de continuar a deter a coisa alheia, mantendo-a em seu
Possuidor de má-fé: sabendo que a coisa não lhe pertencia/devia poder até ser indenizado pelo crédito. É instituto essencialmente
considerar como administrador de coisa alheia, o possuidor não baseado na equidade, na garantia natural decorrente da situação
podia ter animus disponendi, nem a abandonar ou abusar dela. É preexistente, dando a cada um o que é seu. É também um meio
presunção juris tantum, admitindo-se prova em contrário com a coercitivo de pagamento, um direito real.
inversão do ônus da prova para que comprove a exceção, de que
5. Requisitos:
ocorreria os danos ainda que a coisa estivesse na posse do
reivindicante. Responderá pelos danos ainda que acidentais. a) detenção legítima com obrigação de restituir, b) crédito exigível,
c) nexo de causalidade e d) inexistência de exclusão convencional do
3. Indenização e direito de retenção das benfeitorias seu exercício.
Possível de o estado da coisa entre o dia em que se adquiriu e o dia
6. Alegação
em que deve restituir tenha se deteriorado ou melhorado.
4. Benfeitorias:
Em contestação/reconvenção, no processo de conhecimento. Não é Não tem mais a feição de um direito intangível e sagrado, sendo,
possível na execução se se tratar de título executivo. Sendo, no assim, um direito em contínua mudança a que se deve modelar nas
entanto, de título executivo extrajudicial, será alegado pela dedução necessidades sociais às quais deve responder. Deverá ser exercida a
de embargos de retenção por benfeitorias. propriedade de tal modo que atenda as suas finalidades econômicas e
sociais.
Legitimidade: terceiro prejudicado.
Posse-trabalho: desapropriação que consiste em obras e serviços
Má-fé: obrando com a consciência da prática de ato ilícito, faz realizados pelos sujeitos, dotados de interesse social e econômico
direito somente da indenização das benfeitorias necessárias. O valor relevante.
será de opção do reivindicante entre o atual e o seu custo.
Requisitos (art. 186 CF): a) aproveitamento racional, b) uso
Compensação: pressupõe a existência de duas obrigações recíprocas adequado dos recursos naturais e preservação do meio ambiente, c)
a serem sopesadas (benfeitoria X danos), não sendo direito exclusivo de acordo com as normas sobre relações de trabalho e d) bem-estar
do possuidor de boa-fé. do proprietário e trabalhadores.
 Propriedade Elementos constitutivos da propriedade
Art. 1.228 CC O proprietário possui a faculdade de usar, gozar e se houver desmembramento, passando um ou alguns dos elementos a
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que outra pessoa, a propriedade será limitada.
injustamente a possua ou detenha – direito subjetivo, decorre dos
direitos reais e direito das coisas Direito de usar (jus utendi): o dono pode servir-se da coisa e utiliza-
la de maneira que entender conveniente, sem excluir terceiros de
O direito da propriedade recai sobre coisas corpóreas e incorpóreas – igual uso, deve ser feita de acordo com a função social da
quando recai exclusivamente sobre coisas corpóreas, tem a propriedade, pode mantê-la inerte em seu poder
denominação de domínio
Direito de gozar (jus fruendi): poder de perceber os frutos naturais e
Função social da propriedade civis da coisa, aproveitando-se economicamente dos produtos.
Os direitos somente se justificam pela sua missão social com a qual Direito de dispor (jus abutendi/disponendi): poder de transferência
devem contribuir – a propriedade deixa de ser um direito subjetivo e da coisa, de gravar de ônus ou alienação sob qualquer outro título.
passa a se tornar uma função social do detentor de sua riqueza, Não importam abusos, condicionado sempre ao bem-estar social,
adquirindo a obrigação de crescimento da riqueza social e a não caracterizando ato antissocial.
interdependência social.
Reaver a coisa (rei vindicatio): poder de reivindicar das mãos de Legitimidade: do proprietário – em caso de condômino, cada um
quem injustamente a possua ou detenha. É corolário do direito de pode reivindicar de terceiro a totalidade do imóvel, não podendo este
sequela. Proteção específica da propriedade pela ação opor-lhe, em exceção, o caráter parcial de seu direito
reivindicatória.
Sucessores: direito hereditário – desde a abertura da sucessão podem
Ação reivindicatória reivindicar os bens que a integram mesmo sem existência formal de
partilha, estando registrado ou não – indispensável que o imóvel
Proprietário tem a faculdade de reaver a coisa do poder de quem esteja registrado em nome do de cujos – cabe ao cessionário igual
injustamente a possua ou detenha – tutela específica – proprietário direito
não possuidor x possuidor não proprietário
Caracteres da propriedade
Pressupostos: tem caráter dominial, só pode ser utilizada pelo
proprietário (jus in re) – deve provar o domínio, portanto, tem como Ilimitado: em caso de desmembramento de um ou alguns desses
pressupostos a titularidade do domínio pelo autor, a individualização direitos, nasce o direito real sobre coisa alheia, passando a
da coisa e a posse injusta do réu propriedade à condição de limitada
Objetivo: restituição da posse constitui o objetivo imediato, e o Exclusividade: não é possível a propriedade pertencer de forma
restabelecimento constitui o objetivo mediato exclusiva e simultânea a duas ou mais pessoas – condôminos são
proprietários com exclusividade da sua parte ideal, tratando-se de
Efeitos: restituir ao proprietário a coisa vindicada, com frutos e
divisão abstrata da propriedade
rendimentos, quando for impossível devido perecimento da coisa,
terá direito a receber o valor se o possuidor tiver de má-fé – se o Perpetuidade (ou irrevogável): enquanto viva, a propriedade
possuidor de boa-fé se recusar a entregar a coisa, se faz jus ao permanece nas mãos do proprietário, sendo transferida somente
recebimento de indenização por benfeitorias necessárias devido causa mortis. Excepcionalmente será transferida por negócio jurídico
direito de retenção gratuito ou oneroso
É ação real (natureza jurídica), sendo imprescritível – somente se enfiteuse: domínio útil, e não pleno, da coisa, permitida pelo
extingue em casos expressos na lei, mesmo imprescritível, o proprietário a terceiro para que use a coisa e os direitos que produz
possuidor pode alegar usucapião, em defesa ao antigo proprietário – (direito de posse, uso e gozo, transmissão possível na herança). O
sumula 237 STF enfiteuta se comporta como proprietário, possuindo somente o
direito de uso, mediante o pagamento de pensão/foro ao senhorio. É
Objeto: todos os bens que são objeto da propriedade, todas as coisas instituto semelhante ao comodato, não muito utilizado.
corpóreas que se acham no comercio, moveis ou imóveis
Generalidade: o proprietário possui todos os elementos constitutivos, c) cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade e
limitado somente pela regra geral. Permite-se tudo aquilo que não é incomunicabilidade: cláusulas a serem justificadas quando aplicadas.
proibido. São elementos, no direito brasileiro, que participam do delinear dos
Absoluto: efeito erga omnes, possibilitando ao proprietário contornos do direito de propriedade, traçando o seu perfil.
perseguir a coisa nas mãos de quem quer que a detenha. É o caráter Espécies de propriedade
absoluto que surge com a Revolução Francesa
Plena: aquela em que todos os elementos constitutivos se reúnem na
Elasticidade: condição de que os poderes permanecem nas mãos do mão de um só sujeito (ius utendi, ius fruendi, ius abutendi).
proprietário, ora transferindo e retornando à sua disposição
Limitada: pesa sobre a propriedade ônus real, p. ex. usufruto,
Função social: se não for atingida haverá desapropriação. Permite a desmembramento dos direitos elementares do proprietário, ou, ainda,
exceção à propriedade plena e perpétua. O poder público, por sendo ela resolúvel. A transferência que se opera não é total,
interesse ou necessidade pública, procederá à desapropriação. É o vinculado com a característica de elasticidade.
Direito Administrativo regido pelo princípio da legalidade
administrativa, fazendo-se somente o que é permitido por lei. Inicia- Perpétua: duração ilimitada. P. ex. enfiteuse.
se com um decreto de desapropriação, declarando e fundamentando
Resolúvel/revogável: ocorre a transferência do domínio útil. A
o interesse e necessidade. Da desapropriação haverá indenização
prévia e justa. Não haverá discussão em torno do mérito do ato, no propriedade fica limitada à uma plenitude do direito, não podendo
entanto é possível impugnar o valor da indenização (jamais o de dela dispor completamente. P. ex. alienação fiduciária, doação com
mercado; o registrado em cartório etc.), que será pago em dinheiro cláusula de reversão.
ou títulos de dívida pública. É possível a nomeação de perito Regime de responsabilidade
Ação de desapropriação indireta: casos de expulsão, haverá será determinada nas modalidades contratual ou
indenização. É matéria a ser legislada apenas pela União extracontratual/aquiliana, geralmente pela guarda da coisa. O
possuidor, geralmente, é o proprietário, devendo proteger e zelar
Restrição ao direito de propriedade pela coisa em suas mãos.
a) função social Guarda presumida: é a regra, possível de provar a guarda de outra
b) direito de vizinhança, urbana ou rural, devendo-se atentar ao uso pessoa, observando-se o causador do dano para se esquivar da
nocivo da propriedade responsabilidade que será deslocada para terceiro. P. ex. comodato,
locação, arrendamento.
Exclusão da responsabilidade: possível de aplicar, p. ex. apartamento b) derivada: resulta de uma relação negocial entre o anterior
e a responsabilidade daqueles que possuem janela para a rua. proprietário e o adquirente, havendo transmissão do domínio por
manifestação de vontade. A transmissão é realizada com os mesmos
Condomínio: responsabilidade objetiva, possível a ação de regresso. atributos e limitações anteriores. Eventualmente se sujeita a provar
Obrigação propter rem: obrigação que recai sobre a coisa, p. ex. que o antecessor era dono da coisa adquirida, provando-se a cadeia
IPTU, ITR. É responsabilidade que acompanha a coisa nas mãos de dominial.
quem quer que a detenha. Havendo propter rem em contratos, deve- Classificação quanto ao objeto
se obrigar o vendedor a pagá-las. Em hasta pública, deve o credor
quitar a obrigação propter rem, e não o arrematante. a) título singular: seu objeto são bens individualizados, geralmente
por negócio intervivos.
Aquisição de propriedade Imóvel
b) título universal: transmissão de um patrimônio integral, sendo
Bens imóveis são denominados de bens de raiz apenas pela modalidade de sucessão hereditária. Se torna sucessor
em todos os direitos reais e processuais, bem como nas obrigações.
Modos de aquisição
Modos peculiares e modos comuns de aquisição da propriedade
a) Usucapião
b) Registro do título O registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis
c) Acessão constitui modo de adquirir a propriedade peculiar aos bens imóveis.
d) Direito hereditário - o inventario será feito em função do
princípio da continuidade do registro de imóveis, para que o Os modos peculiares aos móveis são:
herdeiro figure como titular do direito de propriedade – aquisição a) a ocupação; b) a especificação; c) a confusão; d) a comistão; e) a
se dá pelo falecimento do de cujus, considera aberta a sucessão – adjunção; f) a tradição.
o mesmo com a usucapião
São modos comuns de aquisição da propriedade, servindo tanto para
Classificação quanto à causa os móveis como para os imóveis:
a) originária: não há transmissão de um sujeito para o outro. Não há a) a sucessão; b) a usucapião; c) segundo alguns, a acessão
relação causal entre a propriedade adquirida e o estado jurídico
anterior da própria coisa. A transmissão é escoimada de qualquer Usucapião
limitação ou vício que maculavam a propriedade.
Também chamada de prescrição aquisitiva, em confronto com a Usucapião extraordinária
prescrição extintiva – contem o elemento tempo, influi na aquisição
e na extinção dos direitos Requisitos: a) posse de 15 anos, b) ânimo de dono, c) contínua,
mansa e pacífica.
Prescrição aquisitiva — Regulada no direito das coisas, é modo
originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais Posse trabalho (termo produtivo): posse por 10 anos. Comprovada
suscetíveis de exercício continuado (entre eles, as servidões e o por construção de residência ou investimentos de caráter produtivo
usufruto) pela posse prolongada no tempo, acompanhada de certos ou cultural.
requisitos exigidos pela lei. A propriedade adquirida compreende também os direitos reais sobre
Prescrição extintiva — É a perda da pretensão e, por conseguinte, da a coisa alheia (servidão, enfiteuse, usufruto etc., inclusive a servidão
ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em aparente). Servidão: falha de redação § 1° do art. 1.379: servidão de
consequência do não uso dela durante determinado espaço de tempo prazo de 15 anos e a usucapião de 20 anos.

Não se verifica a sua ocorrência entre cônjuges dentro da constância Usucapião ordinária
do casamento, ascendentes e descendentes durante o poder familiar Requisitos: a) posse de 10 anos, b) ânimo de dono, c) contínua,
etc. Também, não corre a prescrição contra os incapazes. mansa e pacífica, d) justo título, f) boa-fé.
Fundamento Aquisição onerosa com registro cancelado posteriormente: posse por
a) no princípio da utilidade social; 5 anos, tendo posse-trabalho ou moradia estabelecida.
b) na conveniência de se dar segurança e estabilidade à Usucapião especial rural (pro labore)
propriedade; e
c) na vantagem de se consolidarem as aquisições e de se facilitar a Requisitos: a) não ser proprietário rural ou urbano, b) posse por 5
prova do domínio. anos, c) contínua e sem oposição, d) área não superior a 50 hectares,
e) posse-trabalho ou moradia.
Repousa na paz social, estabelece a firmeza da propriedade,
libertando-a de reivindicações inesperadas Não há, na constituição, delimitação de área mínima. Também não
poderá a posse ser acrescida pela posse de seus antecessores dada a
Espécies (quadro) presença de requisitos personalíssimos incompatíveis com a soma.
É instituto aplicável a bens móveis e imóveis, pelas seguintes É benefício instituído em favor da família.
modalidades:
*PRONAF: à pequena propriedade rural familiar, benefício em que posse, a pacificação da sociedade e proporcionando condições de
são estabelecidas linhas de crédito e taxa de juros diferenciada. desenvolvimento saudável via intervenção urbana ao Município.
Poderá ser regionalizado, federal, estadual e às vezes municipal.
Regulada pelo Estatuto da Cidade, é lei especial que regula
Usucapião especial urbana (familiar/pro moradia) dispositivo constitucional.
Requisitos: a) área urbana até 250 m², b) posse por cinco anos, c) Requisitos: a) área até 250 m², b) posse por 5 anos, c) contínua e sem
contínua e sem oposição, d) moradia própria ou de sua família, e) oposição, d) uso próprio de domicílio ou de sua família e e)
não ser proprietário urbano ou rural. inexistência de propriedade urbana ou rural.
Não se aplica essa modalidade à posse de terreno urbano sem Herdeiro legítimo: por abertura da sucessão, se já residindo no
construção, bem como aos imóveis públicos, não sendo o direito imóvel, continua de plano direito na posse do seu antecessor.
reconhecido ao novo possuidor mais de uma vez.
Não há necessidade de outorga do cônjuge.
O uso misto da área (comercial e residencial) não impede o
reconhecimento judicial da usucapião especial urbana. O uso não residencial é vedado, admitindo-se, entretanto, o uso
parcial da área para pequeno comércio.
A metragem abrange tanto o terreno como a construção (a
construção não soma a área), ambos não podendo ultrapassar do Usucapião urbana coletiva
máximo permitido. Não é impossível, entretanto, a usucapião de área Alcance social das áreas urbanas ocupadas por população de baixa
destacada superior à metragem desde que possa ser desmembrada. renda, não sendo possível identificar os terrenos individualmente.
Em apartamentos, deve ser considerada a área total, e não útil da
unidade autônoma. A regularização da moradia se fará mediante a Requisitos: a) posse de 5 anos (a partir da vigência do Estatuto da
planta baixa + memorial descritivo. Cidade), b) área inferior a 250 m² por possuidor e c) ausência de
outra propriedade urbana ou rural.
Legitimidade: possuidor pessoa física. Pessoa jurídica não possui
família, não podendo usucapir nessa modalidade. Brasileiro nato, A finalidade é de formar um condomínio, cabendo frações ideais a
bem como o naturalizado, são partes legítimas, e o estrangeiro se cada condômino, porém certas, tendo-se um caso de litisconsórcio
provada residência no país. necessário. Será, assim, legítima para a propositura a associação de
moradores da comunidade.
Usucapião urbana individual
Prepondera a posse de fins residenciais (pro moradia), não sendo
ocupações irregulares nos conglomerados urbanos, regularização da vedada a finalidade comercial acanhada.
ocupação com instrumentos que podem envolver a legitimação da
Vias contidas no imóvel passarão para o domínio do município como posse (possessio) - a posse ad interdicta gera proteção possessória,
bens de uso comum. Simples passagens, porém, não serão assim mas não dá direito à usucapião. Deve a posse jurídica ser adquirida
consideradas. É possível, ainda, ser considerada como área de de modo justo, sem vícios. A posse viciada poderá se tornar injusta,
domínio particular comum a todos os possuidores, como uma passando a ser útil com a cessação da violência e clandestinidade e,
servidão. então, surtirá todos os efeitos para usucapião e interditos, começando
a fluir o prazo prescritivo.
A sentença atribuirá fração igual a cada possuidor, possível que
exista acordo em sentido contrário. A posse ad usucapionem possui os requisitos de ânimo de dono
(atitude ativa do possuidor e atitude passiva do proprietário, Ihering
Usucapião familiar e Savigny), mansa e pacífica (sem oposição) e contínua (sem
Requisitos: a) posse direta e exclusiva por 2 anos, b) área de até 250 interrupção; é possível acrescer a sua posse com a dos antecessores a
m², c) copropriedade com ex-cônjuge/companheiro que abandonou o fim de contar o tempo exigido para a usucapião).
lar voluntariamente e de forma injustificada, d) fim residencial, f) decurso do tempo (tempus) - para que a posse se converta em
ausência de outra propriedade urbana/rural. propriedade deve estar associada ao fator tempo, continuatio
É modalidade instituída em favor dos de baixa renda, não sendo possessionis. O lapso temporal varia para cada espécie de usucapião:
permitida sua concessão por mais de uma vez sobre a mesma pessoa. a) extraordinária: 15 anos ou 10 anos se estabelecido moradia
Dies a quo: a data de início de fluência do prazo prescricional é a habitual ou posse-trabalho (realização de obras/serviços de caráter
separação de fato (STJ), acarretando o fim dos deveres do casamento produtivo) e b) ordinária: com justo título e boa-fé em 10 anos ou,
e caracterizando o abandono voluntário do lar. ainda, 5 anos se adquirido onerosamente, transcrito em registro
próprio e posteriormente cancelada, tendo os possuidores
Pressuposto estabelecido moradia ou investimentos de interesse
coisa hábil (res habilis) ou suscetível de usucapião - bem suscetível social/econômico. Deve, assim, a posse ser exercida por esse lapso
de prescrição aquisitiva, não abarcando os bens fora do comércio temporal de modo contínuo. Conta-se os anos por dias, iniciando-se
(naturalmente e legalmente indisponível, bem como por vontade a contagem no dia seguinte ao da posse.
humana p. ex. cláusula de inalienabilidade) e bens públicos, e às justo título (titulus) – somente em caso de usucapião ordinária -
causas que suspendem/interrompem a prescrição art. 197 e 198 CC. Trata-se do ato formal que seria hábil a transmitir o domínio se a
São, assim, passíveis de usucapião somente os bens de domínio posse não contivesse nenhum vício impeditivo dessa transmissão. P.
particular, tanto sobre a propriedade plena como sobre os direitos ex. escritura de compra e venda registrada e vendedor que não é o
reais que dela se desmembram. verdadeiro dono. Provoca a crença de que se tornou o dono, não se
confundindo com o animus domini. Se tratar de título nulo (p. ex. Ainda que o imóvel já se ache registrado no Registro de Imóveis em
falta de assinatura do vendedor), não enseja a usucapião ordinária. a nome do possuidor, pode ele mover ação de usucapião, máxime se
circunstância de poder o possuidor requerer ao juiz que declare a há dúvida quanto à regularidade de seu título de propriedade.
aquisição da propriedade não transforma a sentença em pressuposto
essencial da prescrição aquisitiva Valor da causa: o de avaliação da área ou do bem

Boa-fé (fides): possuidor que ignora o vício ou obstáculo que lhe Intervenção do MP: é obrigatório, sob pena de nulidade
impede a aquisição da coisa. É requisito apenas da modalidade se o imóvel tiver sido transferido a terceiro pelo esbulhador, contra
ordinária - crença de que legitimamente lhe pertença a coisa, aquele caberá ação publiciana, uma espécie de reivindicatória sem
repousando em erro de fato, desculpável.. título, para poder, assim, ajuizar a ação de usucapião e obter uma
a ação de usucapião é de natureza meramente declaratória – o juiz se sentença favorável, que lhe servirá de título, malgrado já se tenha
limita a declarar uma situação jurídica preexistente tornado dono desde o momento do exaurimento do lapso
prescricional - sentença de natureza meramente declaratória
Ação de usucapião
Aquisição pelo registo do título
possuidor pode ajuizar ação declaratória no foro da situação do
imóvel, reivindicado o domínio sobre determinado imóvel – precisa Não basta o contrato, ainda que perfeito e acabado
juntar planta da área usucapienda, pode ser substituída por croqui se
Apenas pela tradição, se for coisa móvel (CC, art. 1.267); e pelo
houve elementos suficientes para identificação – não prevê
registro do título translativo, se for imóvel
procedimento especial
Para a transferência do domínio é necessário que o acordo de
Legitimidade passiva: aquele em cujo nome estiver registrado o
vontades entre as partes se complete pelo registro, possuindo
imóvel; na falta desse registro junta certidão negativa comprobatória
presunção juris tantum (uma vez efetuada a matricula, presume-se
do fato - se estiverem em lugar incerto serão citados por editais, o
pertencer o direito real à pessoa em cujo nome se registrou). Não é
mesmo em relação a eventuais interessados
apenas um meio de publicidade, mas tradição solene que gera o
Legitimidade ativa: O espólio do possuidor tem legitimidade para direito real para o adquirente.
propor ação de usucapião. A usucapião por condômino é possível,
O registro é base para a organização jurídica da propriedade
desde que a posse seja exercida com exclusividade sobre o bem
brasileira, sendo os atos e fatos acerca da propriedade imóvel alguns
almejado
daqueles que, por exigência de lei, devem ser conhecidos por todos.
Princípios:
Publicidade: o registro confere publicidade à transação, valendo Continuidade: somente é admitido o registro se a pessoa que nele
contra terceiros, possível de ser requerida por qualquer do povo. aparece como alienante é o mesmo que figura como proprietário. É
determinação do imprescindível encadeamento entre assentos
Força probante (fé-pública): os registros têm força probante, pertinentes a um dado imóvel e às pessoas nele interessadas.
gozando de presunção de veracidade, juris tantum.
Prioridade: a lei protege quem primeiro registra seu título. Assim,
Legalidade: ao oficial do cartório cabe examinar a legalidade e sendo protocolado em um mesmo dia, prevalece o em primeiro lugar
validade dos títulos apresentados para registro. Tão logo seja no protocolo. Fora das formalidades, o interessado tem 30 dias para
protocolado, faz-se a prenotação. atender as exigências, caso em que, não atendidas, será analisado o
Suscitação de dúvida (jurisdição voluntária): será apresentada a título apresentado em segundo lugar.
dúvida a pedido do interessado e o suscitado terá citado para Especialidade: exigência de minuciosa individualização, no título, do
impugnar a dúvida – seguirá à oitiva do Ministério Público para, bem a ser registrado, compreendendo os dados geográficos do
então, ser prolatada a sentença. Dela será cabível recurso pelo MP ou imóvel.
terceiro prejudicado endereçado ao Conselho Superior da
Magistratura (7 desembargadores). Da improcedência o oficial não Instância: os registros não serão dados de ofício pelo oficial,
pode apelar, sendo que a suscitação, se por sua iniciativa, era apenas devendo preceder de um requerimento do interessado, escrito ou
o dever do ofício, faltando legítimo interesse em vias recursais. verbal, ou, ainda, na modalidade tácita; não é exigência do ofício de
Registro de Imóveis o requerimento expresso
Procedimento do registro: fazse a prenotação, devendo o oficial
examiná-lo. Se estiver em ordem, será registrado. Havendo Matricula
exigência a ser satisfeita, irá indicar por escrito, tendo o interessado
trinta dias para a regularização É feita somente por ocasião do primeiro registro do título, após a
vigência da atual LRP. Destinase a individualizar os imóveis. O
Dúvida inversa: não previsto em lei, porém admitido quando o número de matrícula sempre os acompanhará. As alienações
interessado peticiona a suscitação. posteriores serão registradas na mesma matrícula.
Territorialidade: o registro deve ser efetuado na circunscrição Registro: Sucede à matrícula. É o ato que efetivamente acarreta a
imobiliária da situação do imóvel. O mesmo não se aplica à transferência da propriedade. O número inicial da matrícula é
matrícula. Se várias circunscrições dentro de uma mesma comarca, mantida, mas os subsequentes registros receberão numerações
a lei de organização judiciária que irá determinar em qual delas será diferentes, em ordem cronológica, vinculados ao número da
efetuado. matrícula-base.
Averbação: É qualquer anotação feita à margem de um registro, para ribeirinhos das duas margens, na proporção das testadas, até a linha
indicar as alterações ocorridas no imóvel mediana daquele (art. 1.252).
Ratificação: É admissível a retificação do registro quando há b) Acessões industriais
inexatidão nos lançamentos, isto é, “se o teor do registro de imóveis
não exprimir a verdade” (CC, art. 1.247; LRP, art. 212). A retificação como construções e plantações são chamadas, derivam de um
pode ser feita extrajudicialmente quando não afete direito de comportamento ativo do homem. presunção de que toda construção
terceiros. ou plantação existente em um terreno foi feita pelo proprietário e à
sua custa. É presunção vencível, admitindo prova contrária (CC, art.
Acessão 1.253). A presunção se ilide nas hipóteses mencionadas nos arts.
1.245 e s.
É modo originário de aquisição da propriedade, criado por lei, em
virtude do qual tudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo Aquisição da propriedade móvel
ao seu proprietário
Ocupação
a) Acessões físicas ou naturais (constituem fenômenos naturais e
acessões de imóvel a imóvel): tomada de posse de coisa sem dono, com ânimo de se tornar
proprietário. É instituto de aplicação restrita às coisas de ninguém
formação de ilhas pelo acúmulo natural de areia e materiais levados (res nullis) ou as coisas abandonadas (res derelicta) - o abandono não
pela correnteza e ocorre de acordo com sua situação ou posição no é presumido, devendo restar clara a sua vontade.
leito dos rios (CC, art. 1.249);
Achado do tesouro
aluvião é o aumento insensível que o rio anexa às terras, tão
vagarosamente que seria impossível, em dado momento, apreciar a Regulamenta o depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo
quantidade acrescida. Esses acréscimos pertencem aos donos dos dono não haja memória. Não mais assim se considera se encontrar o
terrenos marginais, segundo a regra de que o acessório segue o dono. Encontrado por terceiro casualmente, serão rateados o
principal (CC, art. 1.250); montante com o proprietário do prédio. Se somente pelo
proprietário, a ele caberá o montante; assim como se encontrado por
avulsão quando a força súbita da corrente arranca uma parte terceiro não autorizado.
considerável de um prédio, arrojando-a sobre outro (art. 1.251);
Tradição
abandono de álveo, que é a superfície que as águas cobrem sem
transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto. O álveo
abandonado de rio público ou particular pertence aos proprietários
entrega da coisa do alienante ao adquirente com a intenção de Coisa principal e acessórios: é proprietário da nova espécie o dono
transferir o domínio e complementar o contrato. Poderá se dar nas da coisa principal, devendo indenizar os demais.
modalidades real, simbólica ou ficta.
Descoberta
Constituto possessório: tradição ficta.
A rigor não é modo de aquisição de propriedade; o descobridor tem a
O alienante conserva a coisa em sua posse. Ex. locador e locatário. obrigação de restituir a coisa perdida. Tal obrigação decorre do fato
de a coisa estar apenas perdida e não abandonada.
Traditio brevi manu: o adquirente já tinha a coisa em sua posse, que
por negócio torna-se sua propriedade. Essa obrigação somente surge se se apropriar da coisa perdida,
devendo, assim entregá-la à autoridade ou ao seu dono dentro de 15
Traditio longa manu: é considerado imitido na posse a partir do dias. Deverá, ainda, tomar os cuidados necessários para conservação,
momento que o bem é colocado à sua disposição. respondendo pelos prejuízos caso tenha procedido com dolo.
Especificação A autoridade comunicará a imprensa e demais meios, expedindo
É modo de aquisição a partir de um objeto criado sobre uma edital. Tem o dono o prazo de 60 dias para se apresentar e comprovar
determinada obra-prima, não se podendo restitui-la ao seu status quo a propriedade, caso em que, não aparecendo, será a coisa vendida em
ante. P. ex. escultor em mármore alheio, produção de álcool de cana- hasta pública. Será abatido do valor o achádego e as devidas
de-açúcar que não o pertence. indenizações; o valor restante é de faculdade do Município em
manter ou abandonar.
Confusão, comistão e adjunção
Achádego: ao descobridor é assegurada uma recompensa (5% do
Confusão: a mistura de coisas líquidas. valor do bem), bem como será ele indenizado pelas despesas
Comistão: é a mistura de coisas sólidas. necessárias de conservação e transporte comprovadas. É recompensa
apenas na hipótese de o dono tiver interesse em ter a coisa de volta.
Adjunção: é a mistura de coisas que formam um todo. São institutos Sem interesse, torna-se a coisa perdida uma coisa abandonada e se
que recebem o mesmo tratamento pelo direito das coisas. operando a ocupação.
Coisa divisa: possível a separação sem deterioração da obra-prima, Perda da propriedade
continuam a pertencer aos donos.
O direito, se perpétuo, só poderá ser perdido se: a) pela vontade do
Coisa indivisa: a nova espécie pertence aos donos da matéria-prima dono (alienação, renúncia, abandono); ou por alguma causa legal,
de modo proporcional ao valor de seu material utilizado. como o perecimento, a usucapião, a desapropriação etc.
O não uso (sem abandono) não causa perda, se não foi usucapido por Presunção absoluta: de plano quando o proprietário deixa de cumprir
outro, ainda que se passem mais de 15 anos com seus ônus fiscais.
Modos voluntários de perda da propriedade: alienação, renúncia e Coisa vaga: é assim determinada a coisa pela autoridade,
abandono. permanecendo como coisa de ninguém por 3 anos, prazo em que o
proprietário pode se arrepender.
Modos involuntários: o perecimento e a desapropriação.
Perecimento: em regra decorre de ato involuntário, ocasionando na
Voluntária: como a dação em pagamento; perda do objeto.
Compulsória: como a arrematação; e Desapropriação: é modo involuntário da perda do domínio em que,
Ato potestativo: que independe da vontade do proprietário, como se fundada na necessidade/utilidade pública ou interesse social, a
dá com o exercício do direito de retrovenda (CC, art. 505). Administração obriga o titular do bem a se desfazer deste mediante
justa e prévia indenização.
Além das causas consideradas neste Código, perdese a propriedade:
Pressupostos: a) necessidade pública (indispensável para a solução
Alienação: todo negócio jurídico bilateral pelo qual o titular de um determinado problema) b) utilidade pública (conveniente à
transfere a propriedade a outra pessoa. A título gratuito ou oneroso, administração) ou c) interesse social (solução de problema coletivo).
voluntário ou compulsório. Seus efeitos dependem do registro do Todas as justificativas se condensam no conceito de utilidade
título transmissivo. pública. d) indenização prévia e justa, em dinheiro, englobando os
Renúncia: ato unilateral em que o titular abre mão de seus direitos, lucros cessantes, juros de mora e compensatórios, salário de peritos
de forma expressa. O ato enunciativo de imóvel deve ser registrado etc.
em Registro de Imóveis, dependendo de uma escritura pública se Objeto: a princípio todos bens e direitos patrimoniais, na totalidade
ultrapassar em 30x o salário-mínimo. Em renúncia à sucessão já ou em parte. Restam excluídos os direitos personalíssimos intuitu
aberta depende de instrumento público ou termo nos autos. personae, e a moeda corrente do país. Decreto: deve o caso concreto
Abandono: é ato unilateral em que renuncia os seus direitos sem preceder de um decreto da autoridade competente que declare a
manifestação expressa. Depende, assim, da configuração de sua utilidade pública dos bens. Do decreto possui um prazo de 5 anos
intenção de abandonar, não a caracterizando a mera negligência. A para a instauração do processo expropriatório, caso em que caducará,
partir de então pode terceiro se apossar, exceto se arrecadado como e somente depois de 1 ano poderá ser objeto de novo decreto. É, no
coisa vaga pela autoridade. entanto, somente a partir do pagamento da indenização que estará
munido do mandado de imissão de posse.
Requisição Atos lesivos: embora não seja uso anormal da propriedade, por vezes
até autorizado pela propriedade, causa um dano ao vizinho.
Casos de perigo público iminente, devendo ser indenizado pela
Administração em ocorrência de danos ao bem. São, assim, todos aqueles em desacordo com a finalidade econômica
ou social, boa-fé ou bons costumes. É toda a exorbitância suscetível
Direito de vizinhança de ser remediada, mas que não foi.
O direito de propriedade sofre restrição ao seu exercício imposta Critério de aferição:
pelo interesse coletivo e individual. São regras que se destinam a
evitar conflitos de interesse entre proprietários de prédios contíguos. a) extensão do dano/incômodo (possui os vizinhos a obrigação de
suportar certos incômodos toleráveis, mas não aqueles em excesso),
É limitação que deriva de lei, e estabelece direitos e deveres
recíprocos entre os proprietários, dispensando registro e bastando a b) zona do conflito, usos e costumes do local (é o exemplo de zona
contiguidade, tratando-se de obrigação propter rem ou ambulatória mista, residencial, comercial ou industrial),
(acompanham a coisa, vinculando os confinantes), permitindo ou se c) anterioridade da posse (teoria da pré-ocupação: o que
abstendo da prática de determinados atos. primeiramente se instala estabelece a sua destinação. Não é, no
Servidões: com ele não se confunde, resultando da vontade da parte entanto, aplicada a todos os casos).
ou usucapião, sendo direito real sobre coisa alheia, dependendo Solução para a composição dos conflitos
obrigatoriamente de registro.
Se compreende toda a extensão em que o ato praticado possa se
Uso anormal da propriedade propagar de modo nocivo, além dos confinantes.
Interferências e atos prejudiciais à segurança, sossego e saúde. Incomodo tolerável: não há solução a ser oferecida pelo magistrado.
Atos ilegais: atos ilícitos que obrigam a composição do dano. Incômodo intolerável: o juiz determinará o retorno às proporções
Atos abusivos: prejudica o vizinho embora o causador do incômodo normais, ou, se não possível a cessação da atividade da indústria p.
tenha se mantido nos limites de sua propriedade. São assim ex. ou, não sendo possível em razão de atividade de interesse social,
considerados os atos com propósito de prejudicar o vizinho ou ainda será determinada a obrigação de indenizar o vizinho, se tratando do
o exercício irregular do seu direito. princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. O
montante é determinado a partir da depreciação sofrida pelo imóvel.
Teoria do abuso do direito: são ilícitos os atos praticados no É regra em sintonia dos princípios constitucionais da intimidade,
exercício irregular de um direito. inviolabilidade da vida privada e a proteção ao meio ambiente.
Também se permite a legitimidade ao Município no exercício do o encravamento deve ser natural e absoluto, não se atendendo a mera
zelo da segurança do povo. comodidade. Assim, aquele que vende parte do terreno e persegue a
passagem forçada tentará reaver o imóvel, não lhe sendo permitido.
Ação cominatória: via apropriada para a tutela dos seus direitos
prejudicados pelo incômodo intolerável. Será imposto ao réu a Perda da passagem: o não uso acarreta a perda da passagem,
obrigação de se abster da prática ou de tomar medidas para a devendo ser pleiteada novamente sob nova indenização a ser
redução do incômodo. Consumado um dano, será possível a ação de arbitrada. Pluralidade de imóveis: o juiz designará a passagem sobre
ressarcimento. aquele que sofrerá menor dano com o encargo.
Caução de dano infecto: frente ao uso anormal da propriedade, o Extinção da passagem: a limitação somente se justifica pela
vizinho ameaçado poderá exigir caução pelo dano iminente. P. ex. necessidade imperiosa do vizinho, a ponto que, aberta uma estrada
ameaça de desabamento quando obrigado o vizinho a aceitar a pública em seu acesso, a passagem forçada não possui mais
passagem de tubulação/outras formas. justificativa. Servidão de passagem: com o instituto não se confunde,
sendo direito real sobre coisa alheia que advém de um contrato,
Árvores limítrofes enquanto a passagem forçada é pertencente ao direito de vizinhança,
Aquelas que estiverem na divisa são alvos de presunção de decorrendo da lei imperativa.
condomínio, juris tantum, sendo comum a ambos. Passagem de cabos e tubulações
Frutos: os que caírem naturalmente pertencem ao dono do solo onde É o proprietário obrigado a tolerar, por serviços de utilidade pública,
tombarem se de propriedade particular, exceção do acessório segue o a passagem em seu imóvel de cabos, tubulações e demais condutos
principal. Se em propriedade pública, será dono o proprietário do subterrâneos mediante justa indenização (na medida da
prédio. Para se colher deverá requerer o consentimento do desvalorização) quando de outro modo for excessivamente oneroso.
confinante. Autotutela: ramos e raízes ultrapassando a divisória Atente-se que não é qualquer serviço que autoriza a passagem,
poderão ser podados sem indenização ou notificação prévia, se devendo ainda ser observado, quando da instalação, o critério da
tratando de justiça privada. Do mesmo modo poderão fazê-lo, sem menor onerosidade.
qualquer indenização, a municipalidade ou empresa fornecedora de
energia elétrica. Remoção/outro local: entendendo o proprietário ser mais
conveniente outro local para os aparelhos, poderá fazê-lo por sua
Passagem forçada conta e despesas. Grave risco: havendo serviço perigoso, pode o
Possui fundamento em que o imóvel cravado não pode deixar de ser proprietário exigir obras de segurança quando da instalação.
explorado por falta de comunicação com a via pública. Atente-se que Águas
É assegurado o direito à servidão de aqueduto, implicando em A demarcação dos limites entre os prédios, quando caso de confusão
restrição ao direito de propriedade em favor do vizinho. de limites na linha divisória, será procedida mediante ação
demarcatória, caracterizada pelo rateio das despesas entre os
Indenização: será devido ao proprietário indenização do prejuízo interessados. É a actio finium regundorum. Não deve ser confundida
com a construção. com as possessórias ou reivindicatórias, onde se pretende a
Construção: poderá o proprietário exigir que seja feita subterrânea, restituição de áreas invadidas ou usurpadas.
devendo ser feita de modo a causar o menor prejuízo possível. Critério de demarcação:
Servidão das águas supérfluas: o prédio inferior pode adquirir as a) posse justa: a princípio se leva em conta os títulos dominiais, e se
sobras de águas nascentes e as pluviais (chuva). É vedado, assim, o incapazes de provar, pelo critério da
desvio do curso natural das águas remanescentes. Essas águas são
coisas sem dono, sendo recebidas das sobras que não fora captada, se b) posse, e, se ainda obscura, se procederá a
houverem. É o proprietário de prédio inferior, na realidade, obrigado
a receber essas águas, não podendo forçar obras de canalização pelo c) adjudicação com justa indenização ao outro confinante. Meios de
dono do prédio superior, vedadas as obras que embaracem seu fluxo separação do terreno: é presunção juris tantum de pertencer a ambos
total. os confinantes, tudo aquilo que sirva para separar os terrenos,
espécies:
Águas artificiais: aquelas que não decorrem de nascentes ou fluviais
(p. ex. poço artesiano) não obrigam o proprietário inferior a suportar a) tapume comum: destinados a impedir a passagem de animais de
as interferências, podendo exigir o desvio do fluxo ou indenização grande porte, se entende como obrigatória a participação do vizinho
dos prejuízos. Da indenização será deduzido o valor do eventual nas despesas a ser realizada em conformidade com as posturas
benefício obtido. municipais e os costumes.

Poluição: o poluidor das águas indispensáveis aos imóveis inferiores B) tapume especial: é aquele destinado a vedar a passagem de
fica obrigado a recuperá-las ou, se impossível, o pagamento de animais de pequeno porte, sendo que a sua obra cabe unicamente ao
indenização. Represamento: o exercício do direito de represar a água interessado que provocou a sua necessidade.
não poderá, na obra, prejudicar os vizinhos. Havendo, será ele Direito de construir (mais leitura de artigos)
indenizado, deduzido o eventual benefício obtido. É aplicação de
regra de equidade. O direito de construir é emanação do direito de propriedade, sendo,
no entanto, condicionada a outros valores em prol da harmonia
Limites entre prédios e o direito de tapagem social, prevalecendo os princípios gerais disciplinadores da função
social da propriedade. São, assim, as limitações de ordem pública
(plano diretor/lei de diretrizes da cidade e estatuto da cidade, norma poderá impedir o escoamento de águas/goteiras que implique
federal de eficácia contida) e as de direito privado (restrições de prejuízo.
vizinhança em leis civis ou de convenções particulares).
Prazo: a contar da conclusão da obra, tem o vizinho prejudicado ano
Ação demolitória: visa a demolição de prédio em ruína ou em e dia para exigir que a obra seja desfeita, cabendo demolitória ou
desacordo com as prescrições da lei civil. Poderá ser cumulada com negatória. Ultrapassado, presume-se a sua concessão e não mais se
ação de indenização ou caução de dano infecto. Nem sempre será permite a demolição ou ação negatória, constituída a servidão.
demolida; casos em que mediante reparos poderá permanecer ilesa.
Águas e beirais
Ação de indenização: bastam para sua obtenção, a prova do dano e
do nexo causal, sendo caso de responsabilidade objetiva em que se É vedado construir de modo que o beiral do telhado despeje água
sujeitam o construtor e o proprietário, solidariamente. Permite-se sobre o vizinho. É proibição do estilicídio (despejo de águas por
ação regressiva entre eles. gotas). O proprietário é obrigado somente a receber as águas naturais
que corram para o seu prédio, não as artificiais. É regulamento
Ação cominatória: é alternativa cabível em casos de nunciação de constante, também, no Código de Águas.
obra nova, caução de dano infecto, possessórias etc.
Paredes divisórias
Devassamento: construção que perturba o recato e a privacidade
familiar. É servidão negativa; É facultado ao proprietário assentar a meia parede somente no seu
terreno, bem como assentar até a metade do terreno vizinho, caso em
a) janelas a não menos que um metro e meio da divisória dos lotes, que poderá cobrar metade do valor. Poderá o vizinho utilizar a meia
permitidas as aberturas de 10cm x 20cm a mais de 2 metros de altura parede, caso em que deverá pagar metade do valor. Enquanto não
do piso. Na zona rural deve ser 3 metros da linha divisória. Desde utilizar, poderá, entretanto, adquirir meação. Ainda, a sua utilização
que haja um muro alto, a jurisprudência aceita a janela a menos que depende de não colocar em risco a segurança ou separação dos
isso, bem como portas, também a janela que, pelo material, não prédios, devendo avisar previamente.
permitir o devassamento. Poderão ser levantados pelo vizinho
edificações, no caso de vãos e aberturas para luz, ainda que vede a Servidão de meter trave (de tigni immittendi): hipótese de prédio
sua claridade. urbano sujeito a alinhamento, caso em que será embolsado metade
do valor da meia parede e do chão correspondente. Condomínio de
B) pode o proprietário construir parede divisória até meia espessura paredes divisórias: cada condômino deverá utilizar até a metade da
no terreno vizinho, podendo exigir metade do valor se o vizinho for espessura, não colocando em risco a segurança ou separação dos
utilizá-la. Se além de meia parede, será embargada a obra ou prédios, sempre comunicando as obras que pretende. A qualquer
convertida em indenização. Ultrapassado o prazo da propositura, não deles é permitido altear a parede, ou reconstruí-la, para suportar o
alteamento, arcando com as despesas ou, se adquirida meação, ratear Ação demolitória: a violação das regras serve de fundamento para a
o custo. sua propositura, ficando obrigado a demolir as construções e
devendo responder por perdas e danos.
Uso do prédio vizinho
Mediante aviso prévio, é o proprietário obrigado a tolerar que o
vizinho entre em seu prédio quando
indispensável a obras ou limpeza da casa/muro divisório, ou para
apoderar-se de coisas suas, caso em que pode impedir sua entrada
depois de entregues.
É regra meramente exemplificativa, podendo aplicar-se a outras
hipóteses em que fique demonstrada a necessidade de ingresso no
prédio vizinho. Do exercício desse direito, em havendo algum dano,
será ressarcido.
Demais restrições ao direito de construir
Qualquer obra realizada com infração à lei pode ser embargada,
inclusive com indenização se provado o seu prejuízo.
Parede divisória: é ilícito encostar a ela aparelhos suscetíveis de
infiltrações/interferências prejudiciais. Admite-se, no entanto, as
chaminés ordinárias e fogões de cozinha.
Construções poluentes: é, do mesmo modo, vedada a construção que
é capaz de poluir ou inutilizar o uso ordinário de águas a elas
preexistentes, bem como aquelas que tirem a água indispensável das
necessidades normais de poço ou nascente de outros.
Obras de proteção: é direito do vizinho em se ver acautelado de
possíveis desmoronamentos que comprometam a sua segurança,
quando executada obra pelo proprietário.

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