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Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação
Parental
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental
Carlos Elias
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental..............................................................................................4
Contextualização..............................................................................................................................................................4
Arts. 1º, 2º e 3º: Conceituação e Tipificação.....................................................................................................6
Arts. 4º, 5º, 8º e 8º-A: Procedimento.. ...................................................................................................................7
Art. 8º: Perpetuation Jurisdictionis.. ....................................................................................................................12
Art. 6º: Sanções. . ..............................................................................................................................................................12
Art. 7º: Desprestígio ao Genitor Alienador no Caso de Inviabilidade de Guarda
Compartilhada..................................................................................................................................................................18
Resumo.................................................................................................................................................................................19
Questões de Concurso................................................................................................................................................20
Gabarito...............................................................................................................................................................................23
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 24
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Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental
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Apresentação
Olá, meus amigos e minhas amigas!
Trataremos da Lei de Alienação Parental – LAP (Lei n. 12.318/2010).
Para concurso público – foco nosso aqui –, a tendência é cair apenas o texto literal, sem
maiores aprofundamentos.
Por esse motivo, neste PDF, comentaremos cada artigo com foco em concurso público.
A ideia é que você entenda o texto legal e entenda o conteúdo.
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Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o subs-
titua (art. 1.584, § 5 o ) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de
direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar
dos filhos comuns. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equi-
librada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos
filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
III – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que
melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 4º (VETADO) . (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos
filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para so-
licitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que
direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. (Incluído
pela Lei n. 13.058, de 2014)
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008).
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I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação,
de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compar-
tilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções
pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genito-
res declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda com-
partilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação
técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo
com o pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral
ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação
dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guar-
da a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o
grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer
dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00
(quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014)
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de
guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que
provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo
se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte,
aplicando-se as disposições do art. 1.584. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto
nos arts. 1.584 e 1.586.
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que
só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar
sua manutenção e educação.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os
interesses da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.398, de 2011)
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores esten-
dem-se aos maiores incapazes.
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Ainda sob o prisma acima, o ordenamento pune o genitor que adota condutas destinadas
a afastar o filho menor afetivamente do outro genitor. Essas condutas são designadas de atos
de alienação parental. É dever jurídico de cada genitor respeitar (e até estimular) que o filho
tenha convívio com ambas as linhas de ascendência. Embora a censura à alienação parental já
estivesse implícita na Constituição Federal e no Código Civil, o legislador explicou e detalhou o
tema na Lei da Alienação Parental – LAP (Lei n. 12.318/2010).
Há poucos precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema. E, em provas,
a tendência é cair o texto literal. Por isso, passaremos a comentar cada um dos artigos e cita-
remos os principais precedentes atualmente existentes do STJ.
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Não há um rol taxativo de atos de alienação parental. O juiz precisa observar o caso concreto e,
para tanto, pode valer-se de perícias. Como forma, porém, de guiar a interpretação dos casos con-
cretos, o legislador exemplifica atos que sejam considerados de alienação parental nos incisos do
parágrafo único do art. 2º da LPA. Trata-se de um rol exemplificativo (art. 2º, parágrafo único, LPA).
Os atos de alienação parental podem ser praticados não apenas pelos genitores, mas também
por qualquer outra pessoa quem mantenha contato com a criança ou adolescente, como avós, tios,
tutor ou até mesmo professores, amigos ou terceiros. Podem, inclusive, ser praticados com auxílio
de terceiros. Por exemplo, um genitor que faça campanha de desqualificação do outro utilizando
funcionários ou amigos também perpetra ato de alienação parental (art. 2º, caput, LAP).
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com qualificação e experiência pertinentes ao tema, nos termos dos arts. 156 e 465 da Lei n.
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
Art. 8º A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determina-
ção da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo
se decorrente de consenso entre os genitores ou de decisão judicial.
Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em
casos de alienação parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da Lei n. 13.431,
de 4 de abril de 2017, sob pena de nulidade processual. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
Considerando que a proteção à criança e ao adolescente é matéria de ordem pública de
altíssima sensibilidade, o ordenamento evita burocracias vazias em termos procedimentos
nesse ambiente.
Por esse motivo, os atos de alienação parental podem ser reconhecidos pelo juiz de ofício ou
mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público em qualquer procedimen-
to que envolva os interesses do mirim. Pode ser, inclusive, reconhecido de modo incidental em
um processo que verse sobre o mirim, como em um processo que discute a definição da guarda
do filho menor. Pode, obviamente, ser reconhecido em um processo autônomo destinado unica-
mente ao reconhecimento da existência de ato de alienação parental (arts. 4º e 6º, LAP).
É preciso tomar cuidado com recurso cabível das decisões finais proferidas nesses proce-
dimentos. Caso o juiz decida a questão em um processo autônomo, ele o fará por meio de uma
sentença, hipótese em que o recurso cabível será a apelação. Se, porém, a decisão final do juiz
tiver sido deferida de modo incidental a um processo, ter-se-á uma decisão interlocutória, a
desafiar o recurso de agravo de instrumento. Nesse sentido, veja este julgado do STJ, proferido
à época do antigo CPC, mas extensível ao atual CPC:
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL.
INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE ALIENAÇÃO PARENTAL. RECURSO CABÍVEL PARA
IMPUGNAR A DECISÃO PROFERIDA. EXISTÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO. FUNGIBILIDADE
INAPLICÁVEL. ARTS. ANALISADOS: 162, §§ 1º E 2º, 522, CPC.
1. Incidente de alienação parental, instaurado no bojo de ação de reconhecimento e dis-
solução de união estável distribuída em 2010, da qual foi extraído o presente recurso
especial, concluso ao Gabinete em 02/05/2012.
2. Discute-se o recurso cabível para impugnar decisão que, no curso de ação de reconheci-
mento e dissolução de união estável, declara, incidentalmente, a prática de alienação parental.
3. A Lei 12.318/2010 prevê que o reconhecimento da alienação parental pode se dar
em ação autônoma ou incidentalmente, sem especificar, no entanto, o recurso cabível,
impondo, neste aspecto, a aplicação das regras do CPC.
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4. O ato judicial que resolve, incidentalmente, a questão da alienação parental tem natureza
de decisão interlocutória (§ 2º do art. 162 do CPC); em consequência, o recurso cabível para
impugná- lo é o agravo (art. 522 do CPC). Se a questão, todavia, for resolvida na própria sen-
tença, ou se for objeto de ação autônoma, o meio de impugnação idôneo será a apelação,
porque, nesses casos, a decisão encerrará a etapa cognitiva do processo na primeira instância.
5. No tocante à fungibilidade recursal, não se admite a interposição de um recurso por
outro se a dúvida decorrer única e exclusivamente da interpretação feita pelo próprio
recorrente do texto legal, ou seja, se se tratar de uma dúvida de caráter subjetivo.
6. No particular, a despeito de a Lei 12.318/2010 não indicar, expressamente, o recurso
cabível contra a decisão proferida em incidente de alienação parental, o CPC o faz, reve-
lando-se subjetiva – e não objetiva – a dúvida suscitada pela recorrente, tanto que não
demonstrou haver qualquer divergência jurisprudencial e/ou doutrinária sobre o tema.
7. Recurso especial conhecido e desprovido.
(REsp 1330172/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
11/03/2014, DJe 17/03/2014)
O Ministério Público pode suscitar essa questão. Tem igualmente de ser ouvido pelo juiz em
caso de alegações de atos de alienação parental. O motivo é que o Ministério Público tem, em
suas funções institucionais, a de velar pelos direitos do incapaz (art. 4º, LAP; e art. 178, II, CPC).
Como as situações de alienação parental são graves e urgentes, o juiz, ao tomar ciência de
indícios dessa prática, deverá, com urgência e após ouvir o Ministério Público, deferir liminar
destinada a proteger a criança e o adolescente (art. 2º, caput, LAP).
O juiz deverá ser cauteloso no caso concreto ao conceder a liminar. Seu foco é garantir o bem-
-estar psicológico do mirim e, no que for possível, assegurar o seu convívio com ambos os genitores.
No caso do convívio com o genitor infrator, o convívio deverá ocorrer mediante sistemática
de “visitação assistida”, assim entendida o convívio feito sob a presença de um terceiro que
fiscalizará a conduta do genitor infrator a fim de evitar novos atos de alienação parental (art.
2º, caput e parágrafo único, LAP). Houve uma alteração legislativa para tornar mais rigorosa a
fiscalização do genitor infrator durante a visitação assistida. A Lei n. 14.340/2022 exige que
essa “visitação assistida” seja feita em um ambiente mais impessoal e formal, o que dificultará
muito a reiteração de infrações. Esse ambiente mais impessoal e formal terá de ser o próprio
fórum em que tramita a ação ou alguma entidade conveniada com a Justiça. Antes dessa alte-
ração legislativa, era comum o juiz deferir a visitação assistida indicando algum familiar para
ser o fiscal, o que era frágil: é mais fácil esse familiar “passar panos quentes” em atos abusivos
praticados pelo genitor infrator. Assim, em nome da maior preocupação com o bem-estar da
criança, o parágrafo único do art. 4º da LAP impôs uma maior impessoalidade e formalidade
ao ambiente da “visitação assistida”.
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Pense, por exemplo, em um caso de suspeita de abuso sexual do pai contra o filho. Suponha
que os indícios sejam pequenos. Caso o juiz entenda viável, ele estabelecerá um regime de visita-
ção assistida, estabelecendo que esse pai só conviverá com o filho: (1) no próprio fórum, que de-
verá ter algum local propício a isso, como alguma sala decorada de forma lúdica para a criança e
com profissionais destinados à fiscalizar o convívio; ou (2) em alguma entidade conveniada com
a Justiça que disponha de um espaço adequado e de profissionais adequados à fiscalização.
Essa visitação assistida só não deve ser concedida se houver iminente risco de prejuízo à
integridade física ou psicológica do pequeno, atestado pelo profissional incumbido de acom-
panhar as visitas assistidas (art. 2º, parágrafo único, LAP). Apesar de o art. 2º, parágrafo único,
da LPA exigir que a suspensão da visita assistida dependa de um atesto de um profissional
acerca da existência de risco à integridade física ou psicológica do mirim, é evidente que o juiz
pode dispensar esse atesto para conceder a liminar caso haja provas convincentes do fato.
Afinal, o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente prevalece.
A liminar, porém, destina-se apenas a impedir algum dano irreparável. Cabe ao juiz, poste-
riormente, aprofundar no exame probatório do caso a fim de identificar se realmente procedem
os indícios de alienação parental. Por isso, cabe ao juiz determinar a produção de provas. Não
importa se se trata de um processo autônomo ou de um mero incidente processual (art. 5º, LAP).
Como, porém, provar os atos de alienação parental?
Na prática, é muito difícil comprovar os atos de alienação parental perante o Judiciário. Cos-
tumeiramente esses atos não deixam rastros, especialmente quando consistem em conversas
de um dos genitores com o filho menor em ambiente privado. Basta pensar em quão difícil é pro-
var que um genitor que, por exemplo, frequentemente diz ao filho que seu outro genitor “não pres-
ta”, “é um criminoso”, “não gosta de você” etc. Por isso, para comprovar, um dos caminhos é a re-
alização de perícias que identifiquem indícios no perfil psicológico da criança ou do adolescente.
De fato, a principal prova a ser produzida é a perícia psicológica ou biopsicossocial. Esta só
não dever ser determinada se o juiz, à luz do caso concreto, considerá-la desnecessária.
Pela perícia psicológica ou biopsicossocial, o expert avaliará a existência de elementos
psicológicos, biológicos e sociais que indiquem a existência de atos de alienação parental.
Para tanto, poderá entrevistar o mirim, os pais e outros eventualmente envolvidos. Avaliará o
histórico de relacionamento dos envolvidos. Analisará a personalidade dos envolvidos. Levará
em conta como o mirim reage diante da acusação de alienação parental contra o genitor sus-
peito da infração. Enfim, poderá, a depender do caso concreto, valer-se dessas ou de outras
providências que a técnica exigir à luz do caso concreto (art. 5, § 1º, LAP).
Não é qualquer perito que pode realizar essa prova pericial. Só aqueles que tenham com-
provação profissional ou acadêmica para identificar atos de alienação parental por meio das
técnicas biopsicossociais (art. 5º, § 2º, LAP).
O prazo para o perito elaborar o laudo é de 90 dias, prorrogável mediante autorização judi-
cial no caso de justificativa idônea (art. 5º, § 3º, LAP).
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Em regra, os peritos nomeados pelo juiz são agentes públicos, comumente integrantes do
quadro de servidores públicos do próprio Poder Judiciário. Acontece que nem sempre há peri-
tos suficientes diante do alto volume de demandas. Por isso, o § 4º do art. 5º da LRP é textual
em autorizar o juiz a, nesses casos de escassez de peritos “públicos”, poder nomear “peritos
privados”, o que coaduna com os arts. 156 e 465 do CPC. Veja estes dispositivos:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos
ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulga-
ção na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta
a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos
Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, conside-
rando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e
467 , o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e
os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação
do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomea-
ção do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de especialização;
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo co-
mum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95 .
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de
entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente
arbitrada para o trabalho.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação
de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
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nal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos,
segundo a gravidade do caso:
I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III – estipular multa ao alienador;
IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII – declarar a suspensão da autoridade parental. (REVOGADO pela Lei n. 14.340/2022)
§ 1º Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivên-
cia familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou ado-
lescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência
familiar. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
§ 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avalia-
ções periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do
caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acom-
panhamento. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
Havendo ato de alienação parental, o juiz deverá aplicar uma sanção ao infrator, sem pre-
juízo de adotar outras medidas necessárias à proteção do mirim e sem prejuízo de eventual
responsabilização penal ou civil.
As sanções são previstas no art. 6º da LAP e deverão ser escolhidas pelo juiz a depender
da gravidade do caso. As sanções podem ser cumulativas ou não. O juiz deverá decidir como
for melhor à criança ou ao adolescente. As sanções vão desde uma simples advertência, uma
ampliação do período de convívio com o genitor alienado ou uma multa até uma fixação de
guarda unilateral em favor do genitor alienado ou uma suspensão do poder familiar do infrator.
Pode também o juiz determinar um acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial.
No caso de ato de alienação parental ser uma alteração abusiva do endereço ou condutas
de obstrução ou inviabilização do convívio, o juiz poderá, além das medidas acima, alterar a
forma de trânsito da criança ou do adolescente entre os genitores. Pode, por exemplo, estabe-
lecer que o genitor infrator passe a ter o dever de levar o filho até a casa do outro genitor, no
lugar de este ter de buscá-lo na casa daquele.
Não há uma ordem rígida de aplicação das sanções. O juiz tem de olhar o caso concreto
e, com base em um juízo de equidade, decidirá como será melhor ao interesse da criança e do
adolescente. Nesse sentido, a eventual prática de alienação parental não acarretará automatica-
mente a alteração da guarda da criança ou do adolescente, tudo conforme já decidido pelo STJ:
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Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental
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JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. INFÂNCIA E JUVENTUDE. MODIFICAÇÃO DE GUARDA.
AÇÃO AJUIZADA POR TIOS PATERNOS EM FACE DE TIOS MATERNOS. MODIFICAÇÃO
DA GUARDA. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO INTEGRAL E DO MELHOR
INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ALIENAÇÃO PARENTAL. NÃO COMPRO-
VAÇÃO. ALTERAÇÃO DA GUARDA. PROVIDÊNCIA NÃO AUTOMÁTICA.
1- Recurso especial interposto em 10/1/2019 e concluso ao gabinete em 28/1/2020.
2- O propósito recursal consiste em dizer se a guarda da menor deve ser deferida aos
tios paternos em virtude de suposta alienação parental praticada pelos tios maternos,
atuais guardiões.
3- A interpretação das normas jurídicas atinentes à guarda e o exame de hipóteses como
a dos autos, demandam perquirição que não olvide os princípios da proteção integral e do
melhor interesse da criança e do adolescente, ambos hauridos diretamente da Constitui-
ção e do ECA e informadores do Direito da Infância e da Juventude.
4- Na hipótese dos autos, todos os Relatórios Psicossociais elaborados são unânimes ao
atestar que a menor se encontra bem cuidada pelos tios maternos, atuais guardiões, com
quem foi estabelecido forte vínculo de afeto que perdura por elastecido período.
5- Não bastasse o fato de que inexiste nos laudos periciais conclusão inequívoca de que
estaria configurada a prática de alienação parental, é imperioso admitir que os Relatórios
Psicossociais elaborados, que evidenciam a situação de cuidado e segurança de que
goza a menor, abalam a afirmação de que esta seria vítima dessa prática espúria ou, ao
menos, suscitam fundadas dúvidas sobre essa alegação.
6- “No direito de família, notadamente quando se trata do interesse de menores, a res-
ponsabilidade do julgador é redobrada: é a vida da criança que está para ser decidida
e para uma criança, muitas vezes, um simples gesto implica causar-lhe um trauma tão
profundo, que se refletirá por toda a sua vida adulta. Por esse motivo, toda a mudança
brusca deve ser, na medida do possível, evitada” (AgRg no Ag 1121907/SP, Rel. Ministro
SIDNEI BENETI, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 05/05/2009, DJe 03/06/2009).
7- Os interesses da criança ou do adolescente não devem ser enfocados apenas sob o prisma
da repercussão que a eventual ausência do convívio profícuo com o pai poderia causar à
sua formação, devendo-se levar em consideração, igualmente, outras circunstâncias e fato-
res que também merecem ser priorizados na identificação dos efetivos interesses da menor,
máxime tendo em vista a sua situação peculiar de pessoa em desenvolvimento.
8- Na hipótese em apreço, retirar a criança do ambiente familiar dos atuais guardiões,
com quem convive desde 2014, quando tinha apenas 5 (cinco) anos de idade, é medida
que só deve ser adotada em casos verdadeiramente extremos.
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9- A eventual prática de alienação parental, ainda que estivesse caracterizada, não acar-
reta a automática e infalível alteração da guarda da criança ou do adolescente, conforme
se infere da interpretação do disposto no art. 6º da Lei n. 12.318/10.
10- Em atenção aos princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança e do
adolescente, é imperiosa a manutenção da guarda da menor com os tios maternos, evitan-
do-se que, em tão tenra idade, tenha rompido, novamente, forte vínculo socioafetivo estabe-
lecido, sobretudo, com a guardiã, que ocupa, a rigor, a posição de verdadeira figura materna.
11- Recurso especial não provido.
(REsp 1859228/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
27/04/2021, DJe 04/05/2021)
Em 2022, a Lei n. 14.340/2022 revogou o inciso VII do art. 6º da LPA. Com isso, não é mais
permitido que o juiz, nos autos do processo de alienação parental, suspenda o poder familiar.
Tal medida só poderá ocorrer, portanto, por meio de ação autônoma de suspensão de poder fa-
miliar, conforme arts. 24 e 155 e seguintes do ECA. A ideia é que a gravidade da medida de sus-
pensão do poder familiar atrai um procedimento mais robusto e solene. Nada impede, porém,
que o motivo da suspensão do poder familiar seja a prática de ato de alienação parental. Basta
que esse reconhecimento ocorra nos autos de uma ação autônoma proposta na Vara de In-
fância de Juventude na forma dos referidos dispositivos do ECA. Veja esses preceitos do ECA:
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento in-
justificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação
do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Art. 156. A petição inicial indicará:
I – a autoridade judiciária a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a
qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;
III – a exposição sumária do fato e o pedido;
IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
a suspensão do poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa,
ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao despa-
cho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social
ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das
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causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101
desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto
à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes do
órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, precedida de entrevista da criança ou do ado-
lescente perante equipe multidisciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei n. 13.431, de 4
de abril de 2017. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
§ 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de criança ou de adolescente, o juiz comunicará o
fato ao Ministério Público e encaminhará os documentos pertinentes. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização. (Incluído pela
Lei n. 12.962, de 2014)
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio
ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da
família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por
edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localiza-
ção. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sus-
tento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá
a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá pergun-
tar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei
n. 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão pú-
blico a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes
ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realiza-
da por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo.
(Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, deter-
minará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
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§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoá-
vel, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de com-
preensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local conhe-
cido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente citados.
(Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação
para a oitiva. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Pú-
blico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de
instrução e julgamento.
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, co-
lhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se su-
cessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, de-
signar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público,
não haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente.
(Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e ca-
berá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta. (Redação dada
pela Lei n. 13.509, de 2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada
à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Uma alteração interessante feita pela Lei n. 14.340/2022 foi a inclusão do § 2º ao art. 6º da
LAP. Sobre o tema, transcrevemos estas palavras do professor Conrado Paulino:
Outra questão foi a inserção do § 2º ao artigo 6º da Lei da Alienação Parental, estabelecendo que,
nas hipóteses de determinação de acompanhamento psicológico ou biopsicossocial – medida que
já estava prevista no inciso IV do artigo em comento –, será necessária a submissão a “avaliações
periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o
indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento”.
Não há dúvidas de que tal mecanismo possibilitará uma melhor análise do quadro vivenciado pela
prole e, até mesmo, viabilizará outras intervenções que possam resguardar sua integridade emo-
cional. Imaginemos, como exemplo, uma criança ou um adolescente encaminhado a tratamento
psicológico, em cujo atendimento, no decorrer do período, o profissional identifique a necessidade
de intervenção psiquiátrica. Ao depois, a entrega dos laudos ao final do acompanhamento, agora
exigidos pela legislação, viabilizarão um olhar especializado sobre a criança e o adolescente, possi-
bilitando maior segurança à decisão da temática.
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RESUMO
Se você tem pressa, leia, ao menos, o resumo. Todavia, o ideal, porém, é você ler a aula
inteira, pois o resumo não tem detalhamentos nem contém tudo que você tem de saber.
Segue o resumo.
a) Os atos de alienação parental consistem em interferências na formação psicológica da
criança ou do adolescente para prejudicar a formação de vínculos com qualquer dos genitores
(art. 2º, LAP).
b) O rol de atos de alienação parental previstos na lei é exemplificativa (art. 2º, parágrafo
único, LAP).
c) Os atos de alienação parental podem ser praticados não apenas pelos genitores, mas
também por qualquer outra pessoa quem mantenha contato com a criança ou adolescente,
como avós, tios, tutor ou até mesmo professores, amigos ou terceiros.
d) Por esse motivo, os atos de alienação parental podem ser reconhecidos pelo juiz de
ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público em qualquer
procedimento que envolva os interesses do mirim.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (MPPR/PROMOTOR/MPE-PR/2021) Caracterizados atos típicos de alienação parental,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá:
I – advertir o alienador.
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado.
III – estipular multa ao alienador.
IV – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão.
V – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente.
VI – declarar a suspensão da autoridade parental.
Estão corretas:
a) Apenas a assertiva IV.
b) Todas as assertivas.
c) Apenas as assertivas II, IV e V.
d) Apenas as assertivas I, II e III.
e) Apenas a assertiva VI.
002. (FCC/DEFENSOR/DPE-SC /2021) Lúcia tem a guarda unilateral de seu filho, atribuída
judicialmente a seu favor. Ao pai foi estabelecido o regime de visitação em finais de semana
alternados. O pai parou de pagar alimentos ao filho, razão pela qual Lúcia deixou de permitir
as visitas do filho ao genitor, bem como passou sistematicamente a desqualificar o pai para o
filho em razão do inadimplemento da pensão alimentícia. Lúcia procurou atendimento da De-
fensoria Pública para ajuizamento do cumprimento de sentença de alimentos em face do ge-
nitor, ocasião em que também buscou orientações acerca do regime de visitação. Nesse caso,
a) as formas de alienação parental são meramente exemplificativas, de forma que as práticas
realizadas por Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na
descrição legal.
b) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação
Parental que, dentre as medidas aplicáveis, contempla a possibilidade de destituição do po-
der familiar.
c) o não pagamento de alimentos pelo genitor é justificativa prevista em lei para a suspensão
do exercício do direito de visitas, considerando o princípio do interesse superior da criança.
d) as formas de alienação parental são típicas e taxativas, de modo que as práticas realizadas por
Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na descrição legal.
e) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação
Parental que, de acordo com a gravidade do caso, podem acarretar, entre outras medidas, a
ampliação do regime de convivência com o genitor alienado.
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d) A alienação parental é toda manifestação promovida para que repudie genitor(a) ou que
cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos.
e) A alienação parental é caracterizada pela interferência na formação psicológica da criança
ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos cuidadores para que repudie genitor(a)
ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos.
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GABARITO
1. b
2. e
3. d
4. e
5. a
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GABARITO COMENTADO
001. (MPPR/PROMOTOR/MPE-PR/2021) Caracterizados atos típicos de alienação parental,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá:
I – advertir o alienador.
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado.
III – estipular multa ao alienador.
IV – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão.
V – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente.
VI – declarar a suspensão da autoridade parental.
Estão corretas:
a) Apenas a assertiva IV.
b) Todas as assertivas.
c) Apenas as assertivas II, IV e V.
d) Apenas as assertivas I, II e III.
e) Apenas a assertiva VI.
Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivên-
cia de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativa-
mente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de
instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III – estipular multa ao alienador;
IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII – declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convi-
vência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou ado-
lescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar.
Letra b.
002. (FCC/DEFENSOR/DPE-SC /2021) Lúcia tem a guarda unilateral de seu filho, atribuída
judicialmente a seu favor. Ao pai foi estabelecido o regime de visitação em finais de semana
alternados. O pai parou de pagar alimentos ao filho, razão pela qual Lúcia deixou de permitir
as visitas do filho ao genitor, bem como passou sistematicamente a desqualificar o pai para o
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A única alternativa errada é a III, pois afirma que o juiz determinaria medidas provisórias neces-
sárias para a degradação da integridade da criança. Isso é manifestamente errado. O juiz de-
termina as medidas necessárias à preservação, e não à degradação (art. 4º, LAP). As demais
alternativas condizem com os arts. 2º e 5º da LAP. Veja os preceitos:
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V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adoles-
cente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou
dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da
criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
Art. 4º Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer mo-
mento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e
o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias
para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar
sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação
assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psico-
lógica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz
para acompanhamento das visitas.
Art. 5º Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o
juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial.
§ 1º O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso,
compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, his-
tórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da persona-
lidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de
eventual acusação contra genitor.
§ 2º A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qual-
quer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de
alienação parental.
§ 3º O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental
terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autori-
zação judicial baseada em justificativa circunstanciada.
Letra d.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental
Carlos Elias
d) A alienação parental é toda manifestação promovida para que repudie genitor(a) ou que
cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos.
e) A alienação parental é caracterizada pela interferência na formação psicológica da criança
ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos cuidadores para que repudie genitor(a)
ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental
Carlos Elias
Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no
concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para
concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado
da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito
pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB
de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do
Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.
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