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Alavancagem

financeira

Em finanças, alavancagem (em inglês,


leverage ou gearing) é um termo genérico
que designa qualquer técnica utilizada
para multiplicar a rentabilidade [1] através
de endividamento.

Resulta, portanto, da participação de


recursos de terceiros na estrutura do
capital da empresa. A organização se
utiliza de ativos ou de recursos externos,
tomados a um custo (taxa de juros) fixo,
visando aumentar o lucro dos seus
acionistas.[2]

Formas comuns de conseguir


alavancagem são: tomar empréstimos,
comprar ativos fixos e usar derivativos.[3]
Exemplos:

Uma sociedade anônima pode


alavancar seu patrimônio líquido
tomando dinheiro emprestado. Quanto
mais ela toma empréstimos, menos
capital próprio ela precisa. Assim, a
empresa apresentará uma relação
lucros (ou perdas) / capital
proporcionalmente maior (porque a
base será menor).[4]
Uma empresa pode alavancar suas
receitas comprando ativos fixos. Isso
faz aumentar a relação entre custos
fixos e custos variáveis da empresa, e
a variação da receita resultará de
maior variação nas receitas
operacionais (isto é, nas receitas
decorrentes da atividade principal da
empresa).[5][6]
Hedge funds frequentemente
alavancam seus ativos usando
derivativos. Um fundo pode obter
ganhos (ou perdas) sobre o valor de
$20 milhões de óleo cru, por exemplo,
depositando apenas $1 milhão como
garantia.[7] Neste caso, o investimento
total exige uma margem de apenas
5%, ocorrendo um maior Risco
Financeiro.

Há duas categorias distintas de


alavancagem:

Alavancagem operacional: tem como


ponto de partida o aumento das
vendas, em contrapartida aos custos
fixos. É determinada pela relação
existente entre as receitas
operacionais e o lucro antes de juros e
imposto de renda (LAJIR), conceito
que se confunde com o de lucro
operacional.[2]
Alavancagem financeira: tem como
base o aumento do lucro líquido, em
contraponto às despesas financeiras
(juros, comissões e outras despesas
bancárias). É a capacidade da
empresa de elevar o lucro líquido por
cota (no caso de uma sociedade por
cotas de responsabilidade limitada) ou
por ações (no caso de uma sociedade
anônima), fazendo uso de recursos de
empréstimo a juros constantes (fixos).
Corresponde à relação entre passivo e
recursos próprios.[2] A alavancagem
financeira também pode ser entendida
como o efeito produzido pelo capital
de terceiros sobre o patrimônio
líquido.[8]
Objetivo
A alavancagem financeira tem como
objetivo potencializar a rentabilidade dos
capitais próprios e o lucro dos
acionistas, sem que estes precisem
investir recursos próprios adicionais. A
alavancagem financeira funciona,
portanto, como um multiplicador do
capital próprio.[9]

A alavancagem financeira corresponde à


relação entre capital próprio e os
créditos aplicados em uma dada
operação. Segundo Gitman[10],
alavancagem financeira é o uso de ativos
ou recursos com encargos financeiros
fixos para aumentar os efeitos de
variações do lucro antes de juros e
imposto de renda sobre o lucro por ação
- isto é, para aumentar o retorno dos
acionistas da empresa. Assim, a
empresa usa recursos de terceiros
(basicamente, empréstimos, debêntures,
ações preferenciais, etc.) para maximizar
os efeitos da variação do lucro
operacional (LAJIR) sobre os lucros por
ação. Maior alavancagem pode
aumentar o retorno mas também
significa aumento de riscoe eventual a
exposição à insolvência.

A decisão de usar a alavancagem


financeira depende não apenas de uma
expectativa de rentabilidade dos
investimentos a serem realizados com
recursos de empréstimos, mas também
dos custos desse empréstimo. É
necessário considerar a influência desse
acréscimo de endividamento na estrutura
financeira da empresa, bem como o risco
financeiro envolvido, a curto, médio e
longo prazos.[9] O endividamento pode
se mostrar interessante se o custo do
empréstimo for menor que o retorno que
se espera obter com a aplicação dos
recursos oriundos desse empréstimo.

O estudo da alavancagem financeira ou


operacional evidencia a importância
relativa dos recursos de terceiros na
estrutura de capital de uma empresa.
Para isso analisa-se a taxa de retorno do
capital próprio, considerando-se o custo
dos capitais de terceiros, usados para
alavancar as operações da empresa.[2]

A alavancagem financeira será positiva


para a empresa se os capitais de
terceiros de longo prazo produzirem
efeitos positivos sobre o patrimônio
líquido, ou seja, se o retorno sobre o
patrimônio líquido for superior ao retorno
sobre o ativo. De nada adiantaria a uma
empresa captar recursos a longo prazo
se, após essa captação, o retorno sobre
o patrimônio líquido recuasse à posição
anterior à captação.
Alavancagem financeira e
risco
O grau de alavancagem financeira (GAF)
de uma empresa é um importante
indicador do grau do risco a que
empresa está submetida. Se existe
capital de terceiros de longo prazo na
estrutura de capital, a empresa estará
"alavancada", ou seja, corre risco
financeiro.

O GAF evidencia os efeitos das


variações ocorridas no lucro antes dos
juros e do imposto de renda (LAJIR) que
se refletem no lucro líquido.[2] Pode ser
calculado com o uso das seguintes
fórmulas:

GAF = Variação % no Lucro Líquido /


Variação % no LAJIR = ∆LL / ∆LAJIR

ou

GAF = LAJIR / LAJIR – Despesas


Financeiras = LAJIR / LAIR

sendo LAIR=lucro depois dos juros e


antes do imposto de renda

Também pode ser expresso da seguinte


forma:

GAF = RPL/RAT
sendo

RPL[11]= Retorno sobre o Patrimônio


Líquido = Lucro líquido/Patrimônio
Líquido

RAT[12]= Retorno sobre o Ativo


Total= Lucro depois do Imposto de
Renda e antes dos juros/Ativo Total
[8]

Se GAF = 1,0, a alavancagem financeira


será considerada nula. Nesse caso, não
há despesas financeiras, ou seja, não há
capital de terceiros (que são, geralmente,
instituições financeiras) na estrutura de
capital. O risco financeiro é baixo .
Se GAF > 1,0 a alavancagem financeira
será considerada favorável: o retorno
sobre o Ativo Total (conjunto de bens e
direitos da empresa, expressos em
moeda) será razoavelmente maior que a
remuneração paga ao capital de
terceiros (a título de juros e comissões).

Se GAF < 1,0 a alavancagem financeira


será considerada desfavorável, pois os
recursos de terceiros tiveram um custo
maior do que o ROI e, neste caso, estão
prejudicando a empresa. Nesse caso, há
risco financeiro. Se o RPL é menor do
que o RAT, isto significa que o capital de
terceiros está consumindo parte do
patrimônio líquido. Mesmo se o Ativo
Total gerar um retorno, parte desse
retorno estará sendo financiada por
capital de terceiros - o qual é, neste
caso, remunerado a uma taxa superior à
taxa de retorno sobre o Ativo Total. Diz-
se então que o capital de terceiros está
exercendo alavancagem negativa.[8][13]

Referências
1. Brigham, Eugene F., Fundamentals of
Financial Management (1995).

2. Alavancagem operacional, financeira


e combinada (http://www.tomislav.c
om.br/alavancagem-operacional-fina
nceira-e-combinada/) Por Tomislav
Femenick; 18 de abril de 2005.
3. Mock, E. J., R. E. Schultz, R. G.
Schultz e D. H. Shuckett, Basic
Financial Management (1968).

4. Grunewald, Adolph E. e Erwin E.


Nemmers, Basic Managerial Finance
(1970).

5. Ghosh, Dilip K. e Robert G. Sherman,


"Leverage, Resource Allocation and
Growth," Journal of Business Finance
& Accounting. Jun. 1993, p. 575-582.

6. Lang, Larry, Eli Ofek e Rene M. Stulz,


Leverage, Investment, and Firm
Growth," Journal of Financial
Economics. Jan. 1996, p. 3-29.
7. Chew, Lillian, Managing Derivative
Risks: The Use and Abuse of
Leverage, John Wiley & Sons (July
1996).

8. Vieira, José Carlos. Gestão


Financeira II (https://busca.unisul.br/
pdf/88774_Jose.pdf) Arquivado em
(https://web.archive.org/web/20131
228183141/http://busca.unisul.br/pd
f/88774_Jose.pdf) 28 de dezembro
de 2013, no Wayback Machine. 2ª
edição revista e atualizada.
Universidade do Sul de Santa
Catarina. UnisulVirtual, 2007.
9. Alavanca Financeira (http://www.kno
ow.net/cienceconempr/gestao/alava
ncafinanceira.htm) . Knoow.net

10. GITMAN, Lawrence J. Princípios de


Administração Financeira. 7ª edição,
São Paulo, Editora Harbra Ltda, 1997.
Capítulo 11, p. 418.

11. Também referido como ROE, do


inglês Return on Equity.

12. Também referido como ROA, do


inglês Return on Asset.
13. Morante, Antônio Salvador.
Alavancagem Financeira e Ponto de
Equilíbrio. (http://webcache.googleus
ercontent.com/search?q=cache:vCT
wRdl1OWgJ:pt.slideshare.net/albumi
na/aula-001-finanas+&cd=2&hl=pt-B
R&ct=clnk&gl=br)

Ver também
Alavancagem operacional

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