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SAÚDE URBANA E AMBIENTE

A L I M E N TA R : A B O R DA G E N S
M E TO D O L Ó G I C A S

AUTORAS: ALINE DAY R E L L FERREIRA SALES. ADRIANA LÚCIA


MEIRELES. WA LESKA TEIXEIRA C A I A F FA
Países em desenvolvimento ritmo mais acelerado que naqueles desenvolvidos

No Brasil, estimam-se 91% de residentes em áreas urbanas para o ano de


Urbanização
2030, comparados a cerca de 85% no ano de 2010.

As cidades e o viver urbano frequentemente se associam a níveis mais elevados


de alfabetização e educação, melhor saúde, maior acesso aos serviços sociais e
melhores oportunidades de participação cultural e política.
Crescimento rápido e não planejado ameaça o desenvolvimento

Favelas e assentamentos

Maior privação de acesso aos alimentos, água


potável e saneamento básico, e, ainda, maior
desagregação das estruturas sociais,
criminalidade e elevadas taxas de desemprego

O ambiente urbano é influenciado e influencia os determinantes da saúde


OMS: reconhece como urgente a necessidade de compreender como o ambiente urbano altera a
dinâmica da ocorrência dos desfechos em saúde nas cidades

Além dos fatores individuais, incluindo os sociais, comportamentais e genéticos, existe uma
complexa relação do ambiente físico e social intercambiável sobre e pelos indivíduos e suas
escolhas alimentares

Ambiente obesogênico: soma das influências que o ambiente, as oportunidades ou as


condições de vida têm na promoção da obesidade em indivíduos ou populações
M O D E LO C O N C E I T UA L PA R A O E S T U D O D O
AMBIENTE URBANO

Incluir fatores que contribuem para a ocorrência do desfecho, direta ou indiretamente, proximais e
distais e em múltiplos níveis.

Caiaffa et al (2008): as escolhas alimentares são influenciadas não apenas por características
individuais, mas também por fatores contextuais, proximais e distais, que englobam os ambientes
sociais e físicos, modulados por fatores relacionados com economia e políticas governamentais
NÍVEL INDIVIDUAL

• Idade
• Sexo Comer fora de casa:
• Escolaridade maior consumo de
ultraprocessados e
• Ocupação consequentemente,
DCNT
• Renda
• Disponibilidade de tempo para compra e preparo dos alimentos
• Percepção do ambiente alimentar
• Percepção do estado de saúde
Percepção individual: associada às características sociais, culturais e demográficas da população podem
contribuir para as escolhas alimentares, assim como podem ser mediadas ou modificadas por fatores
contextuais.

Assim, as características do contexto alimentar devem ser analisadas sob a ótica de diferentes
ambientes, seja comunitário (vizinhança) ou organizacional (familiar ou em instituições como escolas,
local de trabalho, entre outros)
Políticas governamentais

Nível socioeconômico local

Medidas regulatórias

Disponibilidade e acesso aos


diferentes tipos de alimentos

Escolha alimentar
M E D I DA S R E G U L AT Ó R I A S

• Consistem na adoção de políticas fiscais (impostos e subsídios), rotulagem nutricional e


regulação da publicidade de produtos ultraprocessados, tais como as adotadas em alguns países.

OMS: taxação de determinados produtos, visando diminuir o consumo dos mesmos, e a


subsidiação, permitindo redução do preço no intuito de favorecer o acesso e aumentar o consumo

Exemplos: Bebidas açucaradas


Rotulagem frontal: Década de Ação das Nações Unidas sobre Nutrição em 2015.
Desestimular o consumo de produtos com excesso de açúcar, sódio e gordura saturada.

Estudo conduzido no Chile: após 1 ano da implementação da


rotulagem nutricional frontal, mães de diversos níveis
socioeconômicos reconheciam os rótulos e que estes
promoveram mudanças positivas nas escolhas alimentares em
suas famílias.
Efeito distal da publicidade

Promoção de alimentos ultraprocessados tais como alimentos e bebidas


densamente energéticos e pobres em micronutrientes, além do predominante
emprego de estratégias persuasivas nos anúncios, demonstrando uma falta de
aplicação da legislação reguladora atual no país, em detrimento da existência de
instrumentos legais que normatizam a propaganda de alimentos
Brasil

Texto constitucional e o código de defesa do consumidor

Necessidade de uma regulamentação mais específica que verse sobre a publicidade


de alimentos não saudáveis e de baixo valor nutricional

No contexto urbano de maiores iniquidades: Transferência de renda e redução do custo para o consumidor final
ABORDAGEM METODOLÓGIC A : AMBIENTE
A L I M E N TA R N O C O N T E X TO U R B A N O

• Escolhas alimentares (desfecho): variável latente pois não pode ser medido de forma direta em um
questionário => teoria de resposta ao item

• Estudos avaliam fatores associados ao consumo de um determinado alimento ou grupo de alimento,


como de frutas e verduras ou de produtos ultraprocessados, mas, muitas vezes não se consegue
abarcar o constructo em sua totalidade

• Uso de escalas ou índices: aplicada para a população alvo que foi desenvolvida ou que tenha sua
tradução transcultural e validação para populações diferentes.
TRI

• Conjunto de variáveis associadas a este constructo: consumo de feijão, frutas, verduras, legumes,
refrigerantes, entre outras.

• Referências nacionais sobre o consumo alimentar saudável: GAPB

• Possibilitar comparação entre populações ou entre indivíduos da mesma população, desde que os
questionários utilizados em diferentes inquéritos tenham alguns itens em comum.
Fatores de exposição Delimitação da unidade territorial: objetiva e subjetiva

Objetiva:
• Setor censitário
• Bairros
• Áreas de abrangência de determinado serviço, como dos correios e da saúde

Subjetiva:
• Percepção de vizinhança (pesquisa qualitativa ou quantitativa)
• Os entrevistados informam qual a delimitação de vizinhança: percepção de pertencimento,
interagindo socialmente e desenvolvendo atividades de lazer, compras e aprendizagem
• Espaço ativo: entorno de escolas, universidades, instituições/empresas
Para o método objetivo:
• Base de dados sencundária => Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) =>
limitação é a validade da informação
• Auditorias de campo

Costa et al (2008): Identificaram baixa validade do CNAE ao contraporem com dados de


auditorias de campo

Dados secundários: predominância de sacolões e feiras livres


Auditoria: presença significativa de venda de alimentos ultraprocessados
QUE TAL PENSARMOS JUNTOS SOBRE UMA PERGUNTA DE PESQUISA E TENTAR
CONSTRUIR UM MODELO TEÓRICO E METODOLÓGICO?

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