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CURSO DE PSICOLOGIA
BEATRIZ FORTI
AMERICANA - SP
2018
FACULDADE DE AMERICANA
CURSO DE PSICOLOGIA
BEATRIZ FORTI
AMERICANA - SP
2018
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FAM
(Faculdade de Americana)
Forti, Beatriz
F741d Dependência emocional de mulheres e a permanência em relacionamentos
abusivos / Beatriz Forti, Mariane Fernandes Martino, Rafaela Francisca Sniquer
Possobon – Americana, SP: [s.n.], 2018.
39f.
________________________________________
Profª Ms. Jessica Partielli Gobbo
Faculdade de Americana
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Profª. Ms. Cristiane Helena Dias Simões
Faculdade de Americana
________________________________________
Profª Ms. Tomíris Forner Barcelos.
Faculdade de Americana
“Você me diz para ficar quieta porque
minhas opiniões me deixam menos bonita
mas não fui feita com um incêndio na barriga
para que pudesse me apagar
não fui feita com leveza na língua
para que fosse fácil de engolir
fui feita pesada
metade lâmina metade seda
difícil de esquecer e não tá fácil
de entender”
(“Outros jeitos de usar a boca”, Rupi Kaur)
FORTI, B.; MARTINO, M.F.; POSSOBON, R.F.S. Dependência Emocional de
Mulheres e a Permanência em Relacionamentos Abusivos. TCC (Graduação) -
Curso de Psicologia, Faculdade de Americana, Americana. 2018
Orientadora: Prof ª. Ms. Jessica Particelli Gobbo.
RESUMO
ABSTRACT
The purpose of this work is to study the emotional dependence of women. This study
sought to analyze the behavior and the psychology reflex that are involved that can
explain why they remain and accept to live in an abusive relationship. Since the 1970s,
the issue of violence against women was already being discussed in society, but only
in 2006 with the appearance of the Maria da Penha Law the subject become showed
more in the media. However, even in the several studies that point for the discussion
of the subject, they don't deepen in the psychological and emotional issues that affects
these women. So it is possible to considerate and identify if the factors would be related
to the social cultural or arising from a pathological question. Therefore it is relevant that
the topic have been discussed in the academic scope since it can be explored in
various ways through the Psychology look.
Keywords: emotional dependence; violence against women; abusive relationship;
psychology.
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO 7
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA..................................................................................... 7
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 7
1.4 OBJETIVO ................................................................................................................ 9
1.4.1. OBJETIVO GERAL 9
1.4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9
2. MÉTODO 10
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................... 10
2.2 PROCEDIMENTOS .................................................................................................... 10
3. DESENVOLVIMENTO 13
3.1 A CONCEITUAÇÃO DO AMOR ............................................................................... 13
3.2 O PERFIL DA MULHER DEPENDENTE EMOCIONAL ........................................ 15
3.3 O AMOR PATOLÓGICO .......................................................................................... 19
3.4 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE ...................................... 22
3.5 DEPENDÊNCIA EMOCIONAL E A VIOLÊNCIA .................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
REFERÊNCIAS 37
7
1. INTRODUÇÃO
1.2 Justificativa
Desde a década de 70, o tema violência contra a mulher já estava sendo
discutido na sociedade de forma mais ampla, porém, apenas em 2006 com o
surgimento da Lei Maria da Penha, é que o assunto passou a ser discutido com mais
notoriedade e passou a ser divulgado com maior amplitude pela mídia. Contudo,
mesmo diante de diversas pesquisas que apontam para a discussão do tema, quanto
é pouco aprofundada às questões emocionais e os prejuízos psicológicos que
acometem essas mulheres, possibilitando identificar se os fatores estariam
relacionados com a questão cultural, social ou advindos de uma questão patológica.
Por isso, é relevante que o tema seja discutido no âmbito acadêmico, já que
pode ser explorado de variadas formas através do olhar da Psicologia. A discussão é
de grande relevância tendo como base a amplitude em que o assunto é disseminado
na sociedade. Assim ao ampliar o conhecimento, pode-se propiciar o entendimento
desse fenômeno e que, através dessas produções, possam ser elaboradas novas
formas de enfrentamento que possibilitem remodelar comportamentos e concepções
enraizadas em nossa sociedade.
Diante do exposto, cresce a reflexão de como os indivíduos se dedicam aos
seus relacionamentos e a qualidade dessas relações. Partindo do princípio de uma
relação estabelecida entre duas pessoas, sendo vivenciada de forma abusiva e,
muitas vezes, marcada pela submissão, o que pode ser prejudicial para sua saúde
mental na medida em que se torna uma dependência absoluta. Pode-se observar que
existem indivíduos que se relacionam de forma simbiótica, tornando-se incapazes de
8
conduzir suas próprias vidas. O interesse pessoal pelo assunto se deu mediante a
vivência do estágio acadêmico na Delegacia de Defesa da Mulher de Americana, onde
diversos conflitos puderam ser acompanhados.
Dessa forma, a relevância deste tema está também em explorar o
desenvolvimento do empoderamento feminino, de fazer com que a mulher explore
formas de se relacionar mais saudáveis e tenha a capacidade de firmar sua
autonomia, refletindo em seu movimento na sociedade, que ainda é sujeita ao olhar
tradicional do patriarcado. Diante desta problemática, parte-se da hipótese de que
impedimentos de ordem moral, social, histórica e psicológica operam como fatores
que contribuem para a dependência emocional, e, esta por sua vez, resulta na
produção de comportamentos suscetíveis a permanência da mulher em
relacionamentos abusivos, evoluindo para situações de violência.
9
1.4 OBJETIVO
2. MÉTODO
2.2 Procedimentos
Para o embasamento teórico deste trabalho foram realizadas pesquisas nas
bases de dados do Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Periódicos Eletrônicos
em Psicologia (Pepsic) e Google Acadêmico. A escolha das duas primeiras bases,
justifica-se por abrangerem diversas áreas do conhecimento, permitindo o acesso a
periódicos de diversas ciências, sendo elas biológicas, humanas, sociais, da saúde,
entre outras. Além do mais, são reconhecidas no meio científico, em virtude de suas
exigências quanto a conteúdos originais, permitindo acesso fácil e direto a textos
completos. Já o Google Acadêmico foi escolhido para uma busca com descritores
maiores, que permitisse trazer artigos do SciELO e Pepsic que não fossem localizados
através das palavras chaves. Também foram buscadas teses e livros que pudessem
auxiliar na exposição das ideias e complementar a discussão realizada.
Primeiramente, foram utilizadas as bases de dados Scielo Brasil e Pepsic para
uma busca mais direcionada, com as seguintes palavras chaves: “amor”,
“dependência”, “emocional”, “mulher”, “violência”, “conjugal”, “relacionamento”,
“comportamento” e “compulsivo”. Dos resultados apresentados, buscou-se selecionar
artigos publicados a partir de 2000, ou seja, nos últimos dezoito anos, no Brasil e em
português.
Numa segunda pesquisa, e mais abrangente, foi utilizada a plataforma do
Google Acadêmico. Foram utilizados descritores maiores como: “amor patológico em
relacionamentos abusivos” e “personalidade de mulheres em relacionamentos
abusivos”, a fim de verificar a possibilidade de aparecer outros artigos que pudessem
não ter parecido nas pesquisas das bases de dados anteriores. Foi ainda pesquisada
11
teses ou livros que propiciasse uma maior fundamentação do tema desta pesquisa.
Nesta etapa, filtrou-se a pesquisa para o período de 2013 até 2018, ou seja, nos
últimos cinco anos, no Brasil e em português, a fim de localizar material com dados
mais recentes.
Os critérios utilizados de inclusão e exclusão dos artigos para a elaboração da
pesquisa bibliográfica foram de: (a) incluir apenas estudos que tratassem da
dependência emocional tendo o amor como ponto central, justificando a dinâmica
emocional e a permanência da mesma em relacionamentos abusivos, principalmente
no que se refere ao desenvolvimento e manutenção da saúde mental da mulher, assim
como sua construção sócio histórico, podendo ser artigos, teses ou livros; (b) o ano
de referência, devido à crescente veiculação do tema no início dos anos 2000 e a
tramitação do projeto da Lei Maria da Penha, sendo sancionada mais tarde, em 2006;
(c) desconsiderou-se os artigos que voltavam à discussão para uma visão isolada,
fundamentada apenas por uma abordagem específica da psicologia e também artigos
não científicos; e (d) foram desconsiderados também produções que relacionavam o
tema da dependência emocional em mulheres a transtornos específicos dos quais não
se pretende abordar nesta pesquisa, discussões voltadas às relações de gênero,
artigos que analisam o comportamento do agressor, produções voltadas ao estudo do
fenômeno em determinados grupos sociais, artigos que analisam obras
cinematográficas e musicais, e ainda, material em duplicidade.
A primeira seleção de material foi sob a análise dos títulos em que, das 11.657
possibilidades encontradas, foram excluídos 8.742 títulos devido ao fato de estarem
fora dos critérios de inclusão. Das 2.915 possibilidades restantes, foram lidos os
resumos e selecionados 112 produções entre artigos, teses e livros, para leitura na
íntegra, por apresentarem conteúdos mais próximos da discussão que se pretende
discorrer na presente pesquisa. E, por fim, foram selecionados 21 materiais que
poderão, de fato, contribuir e articular com os objetivos desta pesquisa bibliográfica.
Na primeira pesquisa utilizando as bases de dados SciELO e Pepsic e
combinando as palavras chaves “violência”, “conjugal” e “amor” foram localizados e
selecionados 3 artigos para leitura na íntegra. Numa segunda pesquisa com as
palavras chaves “amor”, “violência” e “mulher”, foram localizados 10 artigos e
selecionados 2 artigos para leitura na íntegra. Na terceira busca com as palavras
chaves “violência” e “mulher”, foram localizados 608 artigos e selecionados 5 artigos
para leitura na íntegra. E por fim, com a combinação das palavras chaves
12
3. DESENVOLVIMENTO
na qual o indivíduo alimenta pela pessoa amada. Estes acabam por deixar de fazer
coisas que eram importantes para si, para doarem todo o tempo ao parceiro, assim
como possuem a crença de que precisam muitas vezes suportar a dor e o sofrimento
que esses relacionamentos causam (NORWOOD, 2003).
Estas duas formas de assimilar o amor poderão ser constituídas pela mulher a
partir das experiências que forem adquiridas ao longo de sua história de vida e na
construção da personalidade da mesma, de forma que reflete diretamente no perfil da
mulher, como será discutido adiante.
71% das mulheres experenciaram algum tipo de violência física, sexual ou ambas,
cometidas pelo parceiro íntimo. No Brasil esta pesquisa foi realizada nos estados de
São Paulo e Pernambuco com prevalência de violência de 29% a 37%, sendo que a
maioria das vítimas não procuram nenhum tipo de ajuda e quando procuram, recorrem
a entes mais próximos, seguidos por instituições como a polícia, serviços específicos
para vítimas de violência doméstica e profissionais de saúde. Neste contexto, Fabeni
et al. (2015) citam empecilhos que fazem com que a mulher não denuncie seu
agressor, tornando-a mais dependente desta relação. Tais fatores seriam o medo da
denúncia e da reação do agressor; vergonha da agressão; dependência financeira;
preocupação com a criação dos filhos; acreditar que seria a última vez, bem como na
remissão e mudança de atitude do parceiro e não conhecer seus direitos perante a
lei.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), o Brasil ficou em
quinto lugar entre os países com maior taxa de homicídio, no Mapa da Violência
produzido pela OMS, divulgando, inclusive, o balanço do Ligue 180 – Central de
Atendimento à Mulher, com dados referentes ao período de janeiro a julho de 2018,
onde o “Ligue 180” registrou 27 feminicídios, 51 homicídios, 547 tentativas de
feminicídios e 118 tentativas de homicídios. No mesmo período, os relatos de violência
chegaram a 79.661, sendo os maiores números referentes à violência física (37.396)
e violência psicológica (26.527) já registrados no país. Entre os relatos de violência,
63.116 foram classificados como violência doméstica, abrangendo cárcere privado,
esporte sem assédio, homicídio, tráfico de pessoas, tráfico internacional de pessoas,
tráfico interno de pessoas e as violências física, moral, obstétrica, patrimonial,
psicológica e sexual (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2018).
Em pesquisa encomendada pelo Data Senado, em 2017, verificou-se um
aumento do percentual de mulheres que declararam ter sido vítimas de algum tipo de
violência provocada por um homem. Esse percentual passou por um crescimento de
18% em 2015, para 29% em 2017, tendo a violência psicológica como segundo maior
fator de violência, ficando atrás da violência física. Ainda sim, mesmo com estes
dados, muitas mulheres continuam mantendo a relação abusiva. (DATASENADO,
2017).
No Brasil, desde a década de 80, apresentava-se uma luta crescente pela
criação de políticas de inclusão e valorização da mulher, produzindo marcos
importantes na Constituição de 1988, com a formalização das primeiras políticas
26
a aplicação da Lei Maria da Penha no Brasil que demonstram a baixa nas taxas de
violência no primeiro ano, em 2007, porém destaca-se um aumento significativo no
ano de 2010.
Profissionais que atendem as vítimas nos programas e serviços encontram
situações de violência doméstica que inicialmente aparecem de maneira silenciosa,
grande parte delas nem sequer são percebidas. Essa intensidade tende a aumentar e
progredir até gerar uma violência grave e aguda. O autor destaca que as violências
inicias não coíbem a manifestação de violência física, mas inicia pelo constrangimento
e humilhação (SILVA; COELHO; DE CAPONI, 2007). Neste aspecto Porto e Bucher-
Maluschke (2014) evidenciam a importância de analisar como são feitos os
atendimentos dos profissionais que trabalham nas redes especializadas de
atendimento à mulher, considerando as motivações da permanência das mulheres em
situação de violência, se são baseados no olhar à subjetividade humana ou se são
influenciados pelo olhar estigmatizado presente não só na sociedade, mas nos
serviços de referências, sustentados pela observação do comportamento de milhares
de mulheres que denunciam seus companheiros e depois voltam a viver com o
agressor.
Pensando em ações preventivas, Silva, Coelho e de Caponi (2017) destacam
a importância da realização de palestras informativas em escolas, do nível
fundamental ao médio, e nas universidades sobre direitos e serviços de apoio
existentes. Os autores abordam que a desinformação ainda é evidente e presente nos
níveis de ensino, tanto sobre as formas e características de violência quando a
existência de serviços para atendimento as vítimas, enfatizando que o
desconhecimento é maior quando se trata de violência psicológica e destacam uma
negação por parte das vítimas em compreender que humilhação, desqualificação,
críticas destrutivas, exposições e desvalorização são formas de violência contra a
mulher que são fatores que culminam na violência física e na dependência emocional
(SILVA; COELHO; DE CAPONI, 2007). Os autores destacam ainda, os danos à saúde
das vítimas no sentido de bem estar biopsicossocial e consideram consequências
como traumas, gravidez indesejadas, abortos, doenças sexualmente transmissíveis e
diversos tipos de transtornos psicológicos.
Desta forma, se faz necessário difundir e ampliar os programas de prevenção
e proteção à mulher, bem como políticas públicas que favoreçam a conscientização
28
da mesma quanto aos seus direitos, onde ela possa se sentir amparada e empoderada
para tomar decisões que lhe cabe, acerca de seus direitos.
29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da revisão realizada nas bases de dados Scielo Brasil, Pepsic e Google
Acadêmico, foram selecionados, a partir dos critérios de inclusão, 16 artigos científicos
para serem consultados durante o trabalho. Dos 16 artigos resultantes da busca
bibliográfica, pôde-se extrair alguns resultados quanto aos estudos produzidos. Na
Tabela 1, são apresentados os resultados de acordo com o ano e frequência de
publicação dos artigos, levando em consideração as publicações a partir do ano 2000,
devido à crescente veiculação do tema no início desse ano e a tramitação do projeto
da Lei Maria da Penha, sendo sancionada em 2006.
se projetar para fora dessa relação de violência. Desta forma, Porto e Bucher-
Maluschke (2014) destacam a importância da atuação do psicólogo em conjunto com
a rede especializada de atenção a mulher, mediando os atendimentos e orientando
os profissionais que lidam diretamente com as vítimas, propiciando a compreensão
de que o sofrimento psíquico está atrelado às questões sociais, de forma a não
produzir uma compreensão limitada às questões pessoais vivenciadas pela mulher, e
sim uma percepção da influência dos aspectos sociais e culturais na produção
daquele sofrimento e na possibilidade de sua superação, não deixando de considerar,
em hipótese alguma, a subjetividade da mulher. É preciso direcioná-la como foco da
intervenção a fim de alcançar resultados que conduza a mulher à libertação de seu
sofrimento.
34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
é pouco explorado, visto que na maioria dos estudos encontrados, o objeto era
observar as questões sociais que permeiam o contexto da mulher em situação de
violência. Com isso, pensando em alternativas que possibilitem mudanças no cenário
da violência doméstica no Brasil, entende-se que é necessário o movimento contrário
do que vem sendo estudado até então, ou seja, buscar a produção de conhecimento
e intervenções que possibilitem explorar a dinâmica do sofrimento psíquico das
vítimas, de forma que possam compreender e fazer uso das políticas públicas
existentes.
As políticas públicas existentes de apoio a essas mulheres, tem como objetivo
proteger a integridade da mesma, auxiliá-las para que recebam os atendimentos
adequados e as manter em segurança. Algumas das redes existentes no país, são os
centros de referências, casas de abrigo, delegacias especializadas para o
atendimento à mulher (DDM), defensorias da mulher, ouvidorias, dentre outras, mas,
infelizmente, ainda no país muitas dessas políticas públicas não recebem investimento
e apoio necessário para o desenvolvimento adequado de suas funções. Por este fato,
muitas vezes, o trabalho dessas instituições acaba não sendo efetuado da forma que
deveria, o que faz com que as mulheres sintam-se inseguras para procurarem ajuda
desses serviços.
Nesta condição, a Psicologia se apresenta como mediadora do conflito e da
reconstrução da autonomia da mulher, colaborando para a conquista do ideal: o
empoderamento feminino. Para isso, é necessário estimular no campo acadêmico,
mais pesquisas voltadas ao sofrimento psíquico da mulher em situação de violência,
e pensar em novas estratégias de atendimento e de intervenção que podem ser
oferecidas pelos profissionais de saúde, aprimorando o espaço de escuta, o
acolhimento e assistência às vítimas, evitando o movimento de entrada e saída da
mulher nos serviços de apoio, bem como a revitimização advinda desta dinâmica.
Também se faz necessário compartilhar os conhecimentos produzidos através
das pesquisas realizadas pelos estudantes e profissionais da Psicologia com os
profissionais envolvidos no atendimento às vítimas, contribuindo para qualificar e
ampliar a rede de atendimento à mulher. É necessário oferecer informações e
condições reais de atendimento, visto que, grande parte dessas vítimas, não
conhecem seus direitos garantidos pelas políticas públicas já existentes.
Por fim, acredita-se que esse trabalho foi de extrema importância para destacar
a relevância de se estudar a dependência emocional em mulheres e a relação desta
36
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6.ed. São Paulo: Editora Atlas,
2008.
NORWOOD, R. Mulheres que Amam Demais.15.ed. São Paulo: Editora Arx, 2003.
LEITE, F.M.C et al. Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo, Brasil. Revista
de Saúde Pública, v.51, 2017.