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A mediação
Como temos visto, para Vygotsky, a relação do sujeito com o mundo externo é mediada por
instrumentos. No primeiro artigo da série, vimos inclusive que a linguagem é um desses instrumentos
mediadores. Sendo assim, todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento pressupõe a
mediação. Sem esta, não é possível aos conhecimentos potenciais transformarem-se em reais.
Os estudos de Vygotsky mostraram que os mediadores são diversos, não necessariamente sendo uma
pessoa, mas também objetos. No entanto, tratando-se do processo educacional, é imprescindível uma
mediação consciente, orientada e planejada – para isso, é preciso que essa mediação seja realizada
por pessoas competentes.
Porém não se engane, ao falar pessoas competentes não me refiro apenas àquelas que possuem
diplomas e certificados na área da educação e psicologia, mas a todas que possuem o objeto de
estudo em seu nível de conhecimento real. Vejamos um exemplo para entender melhor.
Uma criança na fase de alfabetização está aprendendo as vogais e possui certa dificuldade para
identificá-las. Apenas a professora responsável pode auxiliá-lo a superar essa dificuldade? Não! Uma
outra criança, ainda que da mesma idade e turma, que já reconhece com facilidade as cinco vogais,
pode mediar a relação de seu colega com essas letras, pois para ela isso já faz parte de seu nível de
conhecimento real.
A mediação não é restrita a objetos e pessoas graduadas, mas é realizável por qualquer pessoa e isso
deve ser considerado ao pensar a prática pedagógica e todo o processo educacional. Então como um
professor ou uma professora devem desenvolver seu trabalho pedagógico levando em consideração a
ZDP e a mediação? Veremos no nosso próximo artigo!