O livro foi escrito por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores de
Harvard e estudiosos importantes da área. De 1980 para cá, o número de países democráticos cresceu de modo abruptamente, e esse crescimento se deu, sobretudo, pela transição dos países comunistas do Leste Europeu, ao fim das ditaduras latino- americanas, e à criação de instituições democráticas em diversos países africanos recém-independentes. Segundo dados do livro em 1985 havia 42 democracias, onde moravam cerca de 20% da população mundial. Em 2015, o número aumentou para 103, com 56% da população mundial. Entretanto, esse aumento da democracia resultou em pesquisas sobre a qualidade desses governos. Em ‘‘Como as democracias morrem’’, Levitsky e Ziblatt fazem referência a diversos contextos de declínio democrático no mundo, mas sua preocupação central é com a crise do sistema político norte- americano e sobretudo a partir das ameaças trazidas pela ascensão de Donald Trump. Logo, e visível como no livro os autores dão uma atenção maior a campanha eleitoral de Trump e seus primeiros meses de governo. Outro tema central presente no livro é a reforma política. Para os brasileiros, que há duas décadas ouvem falar da reforma política no imperativo, as passagens sobre o assunto mostram como duas democracias podem ter desafios tão diferentes. O livro exalta como os políticos norte-americanos agora tratam seus rivais como inimigos, intimidam a imprensa livre e ameaçam rejeitar o resultado de eleições. Coincidentemente o que ocorre com os políticos norte-americanos está ocorrendo o mesmo no Brasil. Os estados norte-americanos, outrora louvados pelo grande jurista Louis Brandeis como “laboratórios de democracia” correm o risco de se tornar laboratórios de autoritarismo, à medida que os que estão no poder reescrevem regras eleitorais e até mesmo desdenham de direitos eleitorais para garantir que não perderão. Democracias podem morrer não nas mãos de generais, mas de líderes eleitos, presidentes ou primeiros-ministros que subvertem o próprio processo que os levou ao poder. Nesses 20 minutos do livro foi expresso como a democracia norte- americana caiu e como isso afeta a nossa realidade brasileira, já que passamos por eventos semelhantes. Também percebi como o livro compara países que sofreram com a morte da democracia e ressalta como devemos aprender com outros a ver os sinais anunciadores e os alarmes falsos. Temos que estar vigilantes e cientes das condutas equivocadas que arruinaram outras democracias. E temos que ver como os cidadãos levantaram-se para responder às crises democráticas do passado, superando divisões profundamente arraigadas entre si para evitar o colapso.