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Aula 2 DR

A relação jurídica matrimonial é uma relação de créditos, por ex. na união de factos tem uma
relação de débitos e créditos.

Quais são as relações creditícias?

A Relações comercias temos relações creditícias, mas, o casamento não é uma relação
creditícia, mas pode gerar situações creditícias, por exemplo o dever de prestar alimentação.

As relações obrigacionais são essencialmente, relações jurídicas pessoas porque

A prestação não é igual a uma coisa, mas sim pode ser uma coisa, mas é tambem

Na relação jurídica pessoal é o poder que incide sobre a coisa, as prestações, atitude, o
comportamento da pessoa sobre a coisa devida.

Na relação judica real o objecto é a coisa e não o comportamento sobre a coisa, mas, sim a
coisa em sim.

Os DR, deferentemente dos dtos de crédito são a afetação da coisa a pessoa, é o conjunto de
normas jurídicas que regula a afetação da coisa à pessoa.

Na relação jurídica pessoal é o poder jurídico que incide sobre as pessoas.

E quando tal coisa seja chamado, regula o comportamento dos outros perante o poder que
aquele sujeito tem sobre a coisa.

Significa que numa relação jurídica real nós temos no mínimo dois sujeitos.

Relação Jurídica Vs Situação jurídica

Na relação nós temos que ter no mínimo dois sujeitos, a ideia de uma situação leva-nos ao
entendimento que o sujeito se encontra.

Nos Dtos Reias, apriori, gere-se relações creditícias, há uma relação jurídica pessoal que faz
criar uma ligação entre o sujeito e a coisa.

Os Dtos reais são a situação jurídica na qual alguém se encontra em função da titularidade ou
da ligação que tem com um determinado bem.

Seriam a situação jurídica entre o sujeito e um determinado bem, a situação em que ele se
encontra relativamente a um determinado bem, que é o objecto.

O objecto do DR é apriori coisa corpórea.

O que a situação jurídica em que encontra o sujeito faz gerar?


Características

Absoluta- A caraterística absoluta é característica dos direitos de propriedade, e dentro deste


nascem outros direitos como hipoteca, posse, etc..

Da idea de que o DR é um Dto Absoluto, nasce uma consequência jurídica, que é o efeito “erga
omnes”.

A natureza da caracteristia absoluta permite ao seu titular perseguir a coisa onde quer que ela
esteja e com quem quer que ela esteja.

Se a característica absoluta lhe permite perseguir, significa que obriga a estas a se submeter ao
seu poder absoluto.

O poder de Absolutidade coloca aos demais na situação de se submeterem.

Significa que sujeito tem factuldade de impor, tem a faculdade maxima de perseguir, ir buscar.

Inerência – a inerência é a consequência do caracter absoluto dos Dtos reais, se tu tens o


poder de perseguir as suas coisas é porque esse poder esta inserido em ti.

(Não compra de imóvel sem DR, antes de comprar uma casa deve se verificar a situação real da
casa, um dos principais princípios dos DR é o principio da publicidade, porque o Registo passa
a ser publico é a situação da coisa antes de fazer o negocio, nunca se pode fazer um contrato
sem antes se abrir os Dtos Reas, primeiro é nos DR, ex Hipotecas etc…primeiro é preciso ir nos
DR ver qual é a situação da coisa)

As coisas corpóreas estão quase todas previstas nos DR.

Inerência- essa ideia, representa o facto de entre o bem e o titular do Dto real e a coisa
(objecto do dto) existir uma ligação tal que impossibilita a desvinculação desta coisa sem que o
seu titular tenha a perceção desse acto e dee o seu consentimento.

Esta ligação é documental, que é chamada registo.

Em DR, o registo garante a proteção jurídico real, enquanto não fizer o registo ainda que a
coisa pertença a uma pessoa, esta ainda não esta numa situação jurídica real.

“Se C que vendeu casa a B e este não registou, então o C ainda detem o poder as
características da inerência e absoluto sobre a coisa e ao gozo do principio da publicidade
ainda pode ir vende esse mesmo bem a outra pessoa.

São absolutos no sentido de que se por qualquer razão saírem é porque esse direito foi violado
e se assim for, você activa a natureza absoluta e persegue onde estiver, invocando a
inerência.

Para vender casas duas pessoas é preciso que a primeira não tenha registado, se o primeiro
comprador registou é possível anular através da activacao do caracter absoluto e inerente.

No contrato não se fala de situação jurídica, fala-se depois do regitos.


Se dois compradores não têm registo, a casa pertence ao primeiro comprador.

Se há dois registos, deve também haver boa ou ma fe

DR 03 (02.03.2023)

Nunca se pode perder de vista que estamos nos DR fala-se de situação jurídica e não relação
jurídica.

É uma relação jurídica que nos coloca um único sujeito para um objecto.

Torna-se uma relação jurídica real porque alguém viola um direito de passividade e coloca-se
numa posição activa perante um objecto que tem uma ligação estreita com um sujeito único,
ligação esta que nasce da inerência mais caracter absoluto.

Dissemos que essa inerência é a que permite que o individuo não deixe que a coisa não saída
dele sem que “sinta” isto é, essa coisa não pode sair dele sem a sua permissão , é uma das
características fundamentais.

A ideia básica é a deque esse individuo não pode ver algo a sair da esfera jurídica dele sem que
sinta que foi mexido.

A ideia de caracter absoluto está ligada a aquilo que eu tenha faculdade de fazer sobre a coisa
que me é entregue e que esta inserida na minha esfera jurídica, aquela coisa que me é
pertença, pressupõe a capacidade que eu tenho de fazer dela o que me apetecer.

Em que situação teríamos uma relação jurídica em DR?

Em DR não há relação, existe um direito que foi estabelecido e esse direito é inerente a apenas
um individuo.

O que sucede é que não há uma relação, há sim interferência de um sujeito na esfera jurídica
de alguém.

O caracter absoluto, aparece a justificar a inerência e esta pressupõe depois a ideia de


caracter absoluto “erga omnes” e depois remete-nos a sequela que diz que, se alguém mexe
com alguma coisa que esteja ligado a um determinado sujeito, sem autorização deste, significa
que tirou ilegalmente.

Uma coisa que tenha aderência.

Temos o 408º + 874º + 875º +397+ 398 estes artigos todos pressupõe a constituição de uma
relação jurídica obrigacional , a entrada de um património para a esfera jurídica de um sujeito,
refere-se a compra e venda .

A transferência de um direito real.


Quando é que o corre a transferência de um direito real de uma esfera para outra?

Noutro dia disse que A vendeu a casa B e B não registou, depois A vendeu a C e este registou,
como ocorreu esse processo? Será que há ou não a transferência de direito real de A para B?

Quando A venda a casa a B há sim, nos termos do art. 408º , pois nos termos desse artigo a
transferência de um direito real dá-se por mera eficácia do contrato, há uma tranferencia de
um direito real da esfera jurica de um para outro com o negocio juridico que permite essa
transferência com o facto juridico que permite essa transferência.

Da esfera jurídica de um para outro individuo com o mero negócio de compra e venda.

Através de uma relação jurídica nos temos a transferência de um direito real.

Contudo, nesta cadeira não estamos a estudar a transferência dos direitos reais, estamos a
estudar os DR o que eles pressupõe.

O 408 diz mero efeito do contrato, e isso é uma coisa, a outra é qual é forma que este
contrato deve obedecer.

No nosso exemplo, houve um negocio de compra e venda entre A e B e depois disso cada um
foi a sua vida, contudo, acontece que o B deixo de buscar uma característica principal dos
direitos reais que é Inerência, não registando o Imóvel/bem.

Com a inerência, queremos dizer que não é possível tirar um bem registado de um sujeito para
a outra sem que tenha havido um negocio valido em que o titular não tenha tido
conhecimento, e se não teve conhecimento então esse negocio é nulo por que causa da
Inerência, o registo faz gerar a Inerência.

A entrada na esfera jurídica do B já torna absoluto, mas sem a inerência não será beneficiário
da sequela, porque no nosso exemplo A vendeu a B e este não registou por isso o A pegou no
mesmo bem e vender a C.

Ainda que não seja legal, é sim fazível, só não será fazível vender um imóvel registado, esse
negocio não seria eficaz.

É preciso ter uma certidão do registo.

A prerrogativa erga omnes e a sequela, so se activam numa situação, em que DR já tenham a


característica da inerência, sem esta não há erga omnes.

O B poderá apena provar que tinha o caracter absoluto mas não vai conseguir ter a casa de
volta se c não quiser, o de voltar só poderá ter do A não do C.

Tema 3: Publicidade dos DR

Os direitos subjectivos/ credito obedecem ao principio da publicidade?

A publicidade poderia violar o sigilo, a privacidade das titulares.

Como tratar a esfera juridica no âmbito comum e como tratar nos DR?
A publicidade é trazida no âmbito dos DR analisado em duas vertentes: no trafego jurídico e
inerência nos DR.

A usucapião é aquisição do dto pelo decurso do tempo, para que possas adquirir é necessário
que seu exercício seja visto pelos outros, para usucapião e se constitua a posse é preciso que a
pessoa actua como (1251º Cc) se a pessoa actua escondido não se pode ter a possibilidade de
saber que seja no direito de arrogar usucapião.

O principio da publicidade é uma característica, um conteúdo dos DR, é um principio


fundamental que é o principio da publicidade do DR.

Os DR não podem ser tratados de forma escondia, a ideia de poder absoluto surge ligado a
este principio, pois é através da publicidade que as pessoas vão saber a quem pertence
determinado bem e poderem se eximir de perturbar.

É um principio fundamental por causa das características dos DR, porque um direito que é
inerente leva-te a actuação com o poder absoluto., impedindo a qualquer membro da
comunidade perturba-lo.

São Dtos reais, por ex Propriedade, Posse (o possuidor não é necessariamente o proprietário,
mas quando se olha para este, vemo-lo a agir de uma forma como se a coisa fosse dele, e a
partir dai é necessário que os outros se mantenham numa posição de passividade, não
perturbando, caso contrario, ele tem a sua disposições aquelas accoes Reias especificas, da
propriedade da posse, estas não se encontram no art 4, pelo caracter especial, justamente por
não corresponderem a ideia e relação jurídica, porque la nos vamos a uma situação de relação
jurídica, mas aqui, nós vimos para uma perturbação de uma situação jurídica.

O Tráfego Jurídico- Pressupõe todos aos andamentos as normas jurídicas, traz-nos a ideia da
necessidade de a sociedade conhecer através da publicidade conhecer a titularidade, saber do
poder que o A tem sobre uma coisa de modo a abster-se de perturbá-lo, por que, por ex.
exemplo a posse publica é pegar a coisa não esconder. (alguém que tenha a casa não pode
esconder que a casa e’ dele).

O Princípio fundamental da publicidade e as caraterísticas fundamentais dos DR.

A ideia da inerência esta intrinsecamente ligada ao registo, este que esta a disposição de
qualquer pessoa para confirmação a informação da situação sobre um determinado bem, de
uma coisa corpórea, junto a instituição publica onde ela deve encontrar-se registada,
cadastrada etc…

É por essa razão que não se permite que A venda a casa do B registada.

(O banco por exemplo, não vai ver o Imóvel, mas sim vai ao registo do imovei levantar uma
certidão actualizada).

(As vezes uma pessoa pode fazer empréstimo ao banco C, e o banco lhe paga no dia seguinte,
mas hoje vender a casa a B e este lhe dar dinheiro hoje, este terá vendido uma casa que existe,
contudo hipotecada a B)
Dotrina
registo é uma base de dados de interesse
público que contém informação sobre a titularidade
dos direitos reais (ou dos bens). Mas não existem
registos sobre todos os tipos de bens. Interessamnos os registos sobre imóveis e três
tipos de bens
móveis: automóveis, aeronaves e embarcações.
Noutras áreas, há registos de valores mobiliários e
instrumentos financeiros (as ações são sujeitas a
registo, na maioria dos casos), mas feitos pelos
bancos e nada têm a ver com direitos reais.
>>> quanto à posse, tem-se que, quando não há
registo, a detenção da coisa sinaliza a titularidade da
propriedade. Se o relógio está no meu pulso, em
princípio sou o proprietário; é a posse que sinaliza a
Aula 4

21/03/2023

Art. 4º (C predial)

O que significa eficácia entrepartes? E relação jurídica?

Em contraposição temos a oposição a 3º .

Quando falamos de eficácia entrepartes, falamos do facto de o negócio jurídico actuar e


produzir efeitos, quer no credor, quer no devedor, no então a relação entre eles que é gerada
no âmbito do art 408º Cc, pode não ser exigível a terceiros.

Se entendermos que tudo que não é afetado pelo principio da publicidade não pode afectar a
3ºs, se não ao acredor e ao devedor- relação jurídica tradicional.

O art 4º , uma vez mais diz que não precisam esses factos de ser registados para que haja
exigibilidade entre os sujeitos da relação jurídica.

A eficácia entre partes, é a produção dos efeitos entre as partes, numa relação jurídica para
que se torne eficaz/efeito? So precisão que os sujeitos tenham legitimidade, que o objecto seja
negociável, que haja um facto jurídico e garantia (existindo) estas coisas nós encontramos no
art 408º CC.

Oponibilidade a terceiro, pressupõe que o objecto da relação jurídica entre as partes esta a sair
dessa relação de duas pessoas e acaba afetando qualquer pessoa, a oponibilidade a terceiro
pressupõe que a relação entre 2 pessoas, os seus efeitos são exigíveis aquém não é parte.

Os factos sujeitos a registos, depois do registo são oponíveis a terceiros e é a publicidade que
os torna oponíveis.

É que a partir do momento que se faz o registo a coisa já deixou de ser de duas pessoas e passa
a ser de todo o mundo.

Aquele que tiver registado já pode exigir qualquer pessoa, pois todos esses ficam terceiros.

Os factos sujeitos a registo quando registados são oponíveis a terceiros.

Os factos sujeitos a registo não registados só produzem efeitos entre as partes.

Em tudo que estudarmos em direito das obrigações não nos leva a oponibilidade a 3ºs
O terceiro não é qualquer, que tem o direito de exigir.

Quando o legislador falar de exigir, não dá apenas a prerrogativa ao sujeito que registou ou
imóvel, mas também ao terceiro de exigir (isto é como abrir as portas a entrada do 3º na
relação jurídica que a priori é entre 2 sujeitos).

Oponível= Imposto

Inoponível= não é imposto

Requisitos para o terceiro entrar num negócio.

A questão da boa-fé

Se A vender a C e depois vender a B, qual será a accão de qualquer deles para reaver a casa?
Que tipo de venda se fez?

R: Quando A vende a B dois dias depois de vender C está a violar o art. 892º (venda de bens
alheios) A não tem legitimidade para vendar C,

Fundamentacao teórica:

O regime de tutela dos terceiros de boa fé, resultante do art. 291.º do CC, aplica-se às
hipóteses em que o interveniente num negócio substantivamente inválido pretende a
respectiva invalidação, mas se vê confrontado com terceiros (não intervenientes nesse
negócio) que adquiriram, de boa fé e a título oneroso, direitos sobre os bens (imóveis ou
móveis sujeitos a registo) cuja subsistência depende do primeiro negócio. Se esses terceiros
registaram o correspondente acto aquisitivo, a invalidade não lhes é oponível, salvo se a acção
de anulação ou de declaração de nulidade for instaurada e registada nos três anos posteriores
à celebração do primeiro negócio, definindo, assim, a lei o equilíbrio entre a tutela da validade
substancial do negócio e a confiança depositada no registo.

II - Por sua vez, o regime de tutela dos terceiros de boa fé, resultante dos arts. 5.º, n.º 4, e 17.º,
n.º 2, do CRgP, supõe duas aquisições sucessivas de um mesmo transmitente, tendo sido
registada a segunda transmissão, mas não a primeira, pretendendo o primeiro adquirente (que
não registou) invocar a invalidade do negócio de que resultou a segunda aquisição (registada),
porque, à data da sua celebração, já o direito transmitido não se encontrava na esfera jurídica
do transmitente, mas antes na esfera jurídica do primeiro adquirente.

1 - Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados,

podem ser invocados entre as próprias partes ou seus

herdeiros.

2 - Exceptuam-se os factos constitutivos de hipoteca, cuja

eficácia entre as próprias partes depende da realização do


registo.

A regra é a de que os factos sujeitos a registo só

produzem efeitos com registo. A regra é o caso

intermédio (hipótese 3): o registo não ter efeitos

constitutivos, mas também não ter efeitos

meramente de publicidade: a regra é haver efeitos

de oponibilidade. Isto resulta do art.º 5º, 1. do

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