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Instituto Jelson da Costa Antunes

Oficina de Pesquisa e Projetos


Diário dos Eixos
2023

A PERCEPÇÃO DA JUVENTUDE EM RELAÇÃO AO MEIO


AMBIENTE

Aluno: Andressa Ribeiro, Jessica Cunha, Karen Barcelos, Kethelyn Nobrega,


Vitória Celestino.
Curso: Auxiliar Administrativo.
SUMÁRIO

TEMA DA PESQUISA ..............................................................................................3


OBJETIVO DA PESQUISA ..................................................................................... 4
1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5
2 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA........................................................... 5
2.1 - Projeto Remoma...........................................................................................7
2.1.1 - Entrevista ao Marcos Dias .................................................................... 11
2.1.2 - Entrevista a voluntária Fernanda Sória ......................................... 14
3 - MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 15
3.1 - Elaboração e aplicação do questionário ........................................... 15
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 16
5 - CONCLUSÃO .................................................................................................... 31
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 32
TEMA DA PESQUISA

A percepção da juventude em relação ao meio ambiente.


OBJETIVO DA PESQUISA

Compreender a percepção das juventudes em relação ao meio


ambiente nas regiões Metropolitana do Rio de Janeiro em que estão
inseridas e como esse grupo identifica o impacto dessas mudanças
nas suas realidades.
1 - INTRODUÇÃO

A conservação dos recursos naturais e a manutenção da


qualidade de vida tornaram-se temas preocupantes para toda a
humanidade. Conceitos como biodiversidade, economia verde e
sustentabilidade fazem cada vez mais parte das conversas do dia a
dia não somente nos ambientes escolares, mas em encontros
internacionais e congressos e políticas públicas ainda muito
incidentes. Todavia, estudos científicos e deliberações constituem-
se por vezes inalcançáveis para a maioria da população,
principalmente as periféricas.

Sendo assim, faz-se relevante compreender o que pode ser


feito aqui e agora, nos nossos bairros e cidades. E igualmente
importante é entender como os jovens pensam e agem em relação
ao assunto onde habitam e como podem influenciar as mudanças
de pensamento atuando efetivamente em suas comunidades.

2 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

De acordo com a Lei 6.938 de 31 de Agosto de 1981, o meio


ambiente é conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas.

Existem algumas ONGs e Projetos que são voltadas para


sustentabilidade, conscientização e trabalhos para os moradores
em torno das ONGs e Projetos que estão inseridos. Algumas delas
são ONG - Guardiões do Mar que possui diversos projetos como:
Projeto do Mangue ao Mar, Projeto Guanabara Verde, Projeto EDUC,
Projeto Carbono Azul e Projeto Uçá (FIGURA 1), este último tem
projeto voltado aos jovens que é Coletivo Jovem (FIGURA 2).

FIGURA 1 – Logo do Projeto Uçá. FONTE: http://cienciaviva.org.br/index.php/2021/08/23/entre-terra-e-mar-


manguezal/

FIGURA 2. Coletivo Jovem. FONTE: https://www.instagram.com/p/Ckgw_ctJyj0/?img_index=5

O Coletivo Jovem atua em ações de sensibilização e educação


ambiental, tendo o foco o protagonismo jovem, o Coletivo é uma
mega oportunidade de conhecer e atuar em ações de preservação,
divulgação científica e comunicação acessível.
2.1 - Projeto Remoma

O Projeto Remoma é um projeto de reflorestamento do morro


da Igreja Matriz de São Gonçalo de Amarante, criado no dia 22 de
agosto de 2002 pelo biólogo Marcos Dias, que coordena o projeto
(FIGURA 3 - 8).

Figura 3. Processo de reflorestamento dos anos 2002, 2016, 2020 e 2023. FONTE: Marcos Dias.
Figura 4. Processo de reflorestamento dos anos 2007 e 2016. FONTE: Marcos Dias.
Figura 5. Placa de boas vindas do Projeto Remoma. FONTE: Própria, 2023.

Figura 6. Viveiro das novas mudas que serão plantadas no Morro da Matriz. FONTE: Própria, 2023.
Figura 7. Placas de direção na trilha. FONTE: Própria, 2023.

Figura 8. Integrante Karen plantando a muda de Ipê-amarelo (Handroanthus albus) junto ao fundador Marcos
Dias. FONTE: Própria, 2023.
2.1.1 - Entrevista ao Marcos Dias

1 – Qual é objetivo do projeto em São Gonçalo?

Marcos Dias: “O objetivo do projeto é resgatar o espaço degradado,


que já se faz 21 anos de trabalho de reflorestamento aqui no Morro
da Matriz, puramente voluntário. Iniciei aqui junto com os jovens da
Matriz e dali em diante a gente começou o projeto em etapas e
pedir ajuda aos voluntários. E ao longo desses anos, a gente tem
um resultado do antes e depois. Acho que o objetivo é dar um pouco
de verde para a cidade, permitir que o gonçalense possa
contemplar a sua cidade do alto, subir uma trilha e graças a Deus, a
gente está conseguindo isso. Já foram mais de 50 etapas aqui,
envolvendo vários alunos de escolas municipais, estaduais e
particulares, voluntários paroquianos, vizinhos do bairro em geral.
Então já teve milhares de pessoas e com certeza, elas saíram com
outro olhar da cidade. A esperança é que a gente e vocês jovens,
possam ser a semente do amanhã e essa semente do amanhã,
muitos que estão aqui hoje eram pequenos ainda quando o projeto
começou. Isso aqui era um matagal, capim-colonião, incêndio, fogo
todo ano e com trabalho aos pouquinhos fomos plantando,
permitindo uma outra história fazendo uma nova história desse
local. Para que a gente possa usufruir em vida e deixar um legado
para a galera que está chegando e que já chegou.”. (sic)

2 – Se teve algum jovem que teve a vida transformada após o


contato com o projeto?

Marcos Dias: “Ao longo desses anos, muitos estiveram aqui, desde
criancinha aos mais experientes. Então, acho que todo mundo,
inclusive os jovens, ao vir aqui, viram a cidade com outra
perspectiva. Conheceram o espaço, tiveram contato com a
natureza, viram um pouco da recuperação e como que é o processo.
Então, acho que a transformação foi dessa forma, né? Talvez com
outro olhar, sobre o ambiente em que a gente vive.”. (sic)

3 – Como pode se inscrever para participar do projeto? Tem algum


limite de idade? Precisa ser estudante da área?

Marcos Dias: “O trabalho ambiental é para todos, ação é para todos.


Não importa a religião, não importa nada. Importa que a pessoa tem
que entender que a sombra, quando a gente planta uma árvore, a
sombra é para todo mundo. Quando estar calor, a gente corre para
sombra, lá no estacionamento, quer colocar o carro na sombra ou
quer ficar na sombra. Então esse trabalho é para todo mundo. Nós
temos o Instagram @projetoremoma, seguem lá galera. E participe,
não adianta seguir e curtir, mas a gente tem que fazer alguma
coisa nessa vida aí, em prol ao meio ambiente, porque nós somos
parte dele. Então, nós temos o Instagram, temos o nosso site
www.projetoremoma.org lá temos umas postagens antigas, quem
quiser conhecer um pouco do projeto, tem o Facebook, tem o meu
Instagram próprio onde posto algumas coisas por lá
@biologomarcosdias e é só chegar. Temos grupo do zap dos
voluntários, que quando podem, aparecem para nos ajudar.”. (sic)

Figura 9. Folder do Projeto Remoma. FONTE: Marcos Dias, 2023.


4 – Quais são as estratégias/diferencial que o projeto conquista os
jovens para participar?

Marcos Dias: “Nosso trabalho tem sido feito ao longo desses anos,
quando a gente recebe os alunos de escola, os voluntários, todo
mundo, a gente tem uma esperança de que eles já tenham ouvido
falar não só do projeto, mas a questão ambiental, a importância de
preservar a natureza e assim a gente acha que com a vinda dele
aqui, ele possa se sentir tocado, se a pessoa gostou, ver o miquinho,
ver a árvore se desenvolver, ver a sombra, ver a cidade do alto.
Assim como o Christopher de 5 aninhos, né? Está nessa geração
fazendo parte dessa história, que ele possa daqui quando tiver mais
jovem, adulto possa estar contemplando o futuro parque da cidade,
ne? A ideia é isso. Acho que quando a gente dá a vida a um local
que estava degradado, a gente começou uma nova história, esse
legado para nova geração, estar aqui ele e vocês. O projeto
começou quando a maioria aqui nem estava nascida ainda, ne?
Então, acho que é bacana é isso, ne? Acho que esse entendimento,
essa sensibilidade que o jovem vai ter, ele vai conseguir em casa,
quando não é casa, é na rua com amigo, com colega de escola,
faculdade também, a sociedade e o meio em que ele vive, né?
Quando não, ele vai se deparar certas situações na vida que ele „pô,
é isso que eu quero‟. E o meio ambiente é isso, a gente tem que ter
esse resultado que a gente está vendo hoje é um fruto de uma ação
lá atrás, né? E eu, quando jovem, já gostava porque meu pai é da
roça, gostava de pegar na enxada e tal, e quando eu me deparei lá
da sala do salão com o morro, „vamos plantar, vamos pintar o
cruzeiro?‟. Moro no apartamento, acabei fazendo o morro meu
quintal e esse quintal é nosso. São Gonçalo é o nosso quintal.”. (sic)

5 – Na sua percepção, como os jovens podem contribuir com o meio


ambiente?

Marcos Dias: “Desde seu consumo do dia-a-dia, onde você joga o


lixo, se você recicla ou não, mas também ações em prol da
recuperação de áreas degradadas, né? São Gonçalo tem muitos
morros que precisam ser recuperadas, é claro, exigem um esforço
muito grande, mas acho que o jovem pode fazer, estão nas
pequenas coisas. Aqui a gente começou um plantio de uma árvore,
uma pintura do cruzeiro, fomos pegando o gosto e foi acontecendo.
Já foram plantadas mais de dois mil árvores aqui. Da mesma forma,
na sua calçada, no seu bairro, de repente tem um lixão que o
morador ou todo mundo joga, ali você pode transformar aquele
local num ambiente mais agradável, mais bonito. Então, acho que
está nos pequenos detalhes e o diferencial disso tudo é atitude, a
gente perceber que você é um integrante da natureza. E uma vez
percebendo, a gente começa a pensar coletivamente, o bem para o
próximo, não só da gente, mas pensar em todo mundo. O Projeto
Recuperação do Morro da Matriz (REMOMA) é um projeto que não é
meu, mas para todo mundo, entendeu? Aqui passou várias mãos
que dedicaram um pouquinho de suas horas, suas vidas para poder
plantar uma árvore, subir uma trilha, tirar um mato e cortar um
cipó.”. (sic)

2.1.2 - Entrevista a voluntária Fernanda Sória

1 – Como está sendo sua experiência no Projeto? E quanto tempo


você está fazendo parte?

Fernanda Sória: “Eu descobri o projeto há pouco tempo, inclusive


me senti muito pequena quando descobri esse projeto. Sou
moradora de São Gonçalo, sou gonçalense e descobri, sei lá, menos
de 6 meses e desde então venho trocando informação com ele
(Marcos) e tive oportunidade de fazer um trabalho com ele aqui e
agora estou voltando, então é minha segunda vez, sou meio
estagiária ainda, mas a experiência é única, né? Acho que é uma
maneira de todo mundo poder fazer política, acho que não é só
através do voto que possamos fazer política, esse trabalho que o
Marcos faz com o REMOMA é muito importante e acho que é uma
maneira de eu deixar uma sementinha para próximas gerações,
sabe? Para o Christopher que está aqui com a gente, para minha
Clara que está em casa, para tantas outras crianças que estão em
casa e que precisam de um mundo que eu considero ser melhor
para todo mundo.”. (sic)

Figura 10. Fundador Marcos Dias, junto com as integrantes do trabalho (da esquerda para direita) Vitória,
Karen, Kethelyn, Andressa e Jéssica, com o convidado especial, Christopher. FONTE: Própria, 2023.

3 - MATERIAL E MÉTODOS

3.1 - Elaboração e aplicação do questionário

O presente trabalho foi aplicado um questionário avaliativo


sobre a percepção dos jovens tem conhecimento sobre o meio
ambiente. Os critérios foram de jovens das cidades do entorno do
Instituto Jelson da Costa Antunes, como: Niterói, São Gonçalo,
Maricá e Itaboraí.
O questionário foi feito pelo Google Forms e composto por
duas partes. Sendo a primeira parte sobre as características do
perfil dos sujeitos de pesquisa com três perguntas fechadas e a
segunda parte sobre conhecimento específico sobre o meio
ambiente.
A aplicação do questionário foi feita de forma presencial, onde
foi espalhados QR Code do questionário pelo IJCA e de forma online,
divulgado pelo aplicativo Whatsapp, onde foi compartilhado para
vários grupos de alunos do IJCA e grupos pessoais dos integrantes
do grupo, entre 28 de Julho a 04 de Julho de 2023, com a
participação e resolução do questionário feita por 105 jovens.
Os resultados coletados foram organizados em planilha
digital com auxílio do Microsoft Excel, gerando gráficos para
análise.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando foi questionado sobre a idade, 9 jovens (9%) possuem


entre 15 a 17 anos, 76 jovens (72%) possuem entre 18 a 24 anos e 20
jovens (19%) possuem entre 25 a 29 anos (Figura 11).

Faixa etária

9%
19%

15 a 17 anos
18 a 24 anos
25 a 29 anos

72%

Figura 11. – Gráfico referente à idade dos participantes.

Conforme o Estatuto o Estatuto da Juventude e IBGE são


considerados jovens pessoas que estão na faixa de 15 anos e 29
anos. E esses jovens correspondem 23% da população brasileira,
somando mais de 47 milhões de pessoas. (TV BRASIL, 2021; RÁDIO
SENADO, 2022).
Referente à local de moradia, 94 jovens (90%) consideram que
moram em local urbano e enquanto 11 jovens (10%) consideram que
moram em local rural (Figura 12).

Local de moradia

10%

Rural
Urbana

90%

Figura 12. – Gráfico referente à local de moradia.

De acordo com Pena [s.d]:

O conceito de espaço urbano designa a área de elevado adensamento


populacional com formação de habitações justapostas entre si, o que
chamamos de cidade. Já o conceito de espaço rural refere-se ao conjunto de
atividades primárias praticadas em áreas não ocupadas por cidades ou grandes
adensamentos populacionais.

Segundo Bispo e Mendes (2012, p. 20).

O rural e o urbano e o campo e cidade não estão isolados uns dos


outros, haja vista que a circulação de comércios, indústrias, redes de
telecomunicação dentre outros, comportam relações dialéticas que se
complementam, interpenetram-se e se ligam. Assim, pode-se afirmar que são
as relações que informam sobre as proximidades e os distanciamentos entre
os espaços rurais e urbanos. É essencial que se entenda o rural para além do
campo e o urbano para além da cidade. Campo e cidade são partes integrantes
do todo e a importância do estudo do rural e do urbano se manifesta,
justamente, nas relações entre as duas partes. Mesmo que, às vezes, o campo
não seja tão rural e a cidade nem tão urbana quanto se pensa, eles não se
opõem, sequer excluem-se mutuamente, ao contrário complementam-se pelas
suas diferenças.
Em relação à cidade em que moram, 65 jovens (62%) moram
em São Gonçalo, 26 jovens (25%) moram em Niterói, 11 jovens (10%)
moram em Itaboraí e 3 jovens (3%) moram em Maricá (Figura 13).

Cidade onde mora

3% 10%
25%
Niterói
São Gonçalo
Maricá
Itaboraí

62%

Figura 13. – Gráfico referente à cidade onde mora.

Nas próximas questões foram abordadas perguntas


específicas relacionadas ao meio ambiente para avaliação do
conhecimento dos participantes.

Quanto a pergunta se conhecia o bioma em que reside, 59


jovens (56%) disseram que conheciam e 46 jovens (44%) disseram
que não conheciam (Figura 14).

Bioma vem de bio (vida) e oma (grupo, massa) e conforme


com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bioma é
um conjunto de vida vegetal e animal, composto por agrupamento
de vários tipos de vegetação que são próximos e que podem ser
identificados em nível regional, com condições de geologia e clima
iguais e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de
formação de paisagem, resultando em uma diversidade de flora e
fauna própria.
Você conhece o bioma onde você
reside?

44% Sim

56% Não

Figura 14. – Gráfico referente sobre se os participantes conheciam o bioma onde residem.

Em relação aos que sabiam o seu bioma, 51 jovens (83%)


responderam corretamente, que o bioma é Mata Atlântica, 6 jovens
(10%) disseram que é Amazônia, 2 jovens (3%) disseram que é
pampa, 1 jovem (2%) disse que é cerrado e 1 jovem (12%) disse que é
caatinga (Figura 16).

No Brasil possui seis biomas, que são: Amazônia, Mata


Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal (Figura 15).
Figura 15. – Mapa brasileiro mostrando os biomas. FONTE: IBGE, 2023.

Se respondeu SIM, qual é seu bioma?


3%
2%
10% 2%
Amazônia
Caatinga
Cerrado
Mata Atlântica
Pampa

83% Pantanal

Figura 16. – Gráfico referente sobre se os participantes conheciam o bioma onde residem.

A Amazônia ou Floresta Amazônica ocupa uma área de


aproximadamente de 4.197.000 km², correspondendo por cerca de
40% do território nacional e também se estender por mais 9 países
vizinhos, totalizando com área de 7.584.000 km². Engloba os
estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e parte do
Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. É formada por
floresta tropical pluvial, sendo a maior do mundo, com clima quente
e bastante úmido. E possui 20% de reserva mundial de água e
grandes reservas minerais (Figura 17). (IBGE, 2023; JÚNIOR, 2023;
Instituto Brasileiro de Florestas [s.d]; LINHARES &
GEWANDSZNAJDER, 2009).

Figura 17. – Quantidade de espécies na Amazônia. FONTE: IBGE, 2023.

A caatinga vem do indígena: caa (mata); tinga (branca), mata


branca. Ocupa o território nordestino do Brasil, ocupa 844.453 Km²,
abrangendo 11% do território nacional, ocupa totalmente o estado do
Ceará e parte dos estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas
Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Grande do Norte e
Sergipe. Suas características são o solo raso e pedregoso, árvores
baixas, troncos tortuosos, apresentando espinhos e folhas que
caem no período da seca. O seu clima é semiárido, com
temperaturas elevadas e estiagem prolongada (Figura 18). (IBGE,
2023; JÚNIOR, 2023; Instituto Brasileiro de Florestas [s.d]; LINHARES
& GEWANDSZNAJDER, 2009).

Figura 18. – Quantidade de espécies na Caatinga. FONTE: IBGE, 2023.

O cerrado é considerado segundo maior bioma da América do


Sul, ocupando cerca de 2.036.448 km², abrangendo cerca de 22% do
território, ele está localizado nos estados Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,
Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, e um pouco dos
estados do Amapá, Roraima e Amazonas. Possui clima quente, com
períodos alternados de chuva e seca. A sua vegetação é
semelhante a savana e por ter clima quente, pega fogo com mais
facilidade. E algumas espécies vegetais dependem do fogo para
reproduzir e florescer após a queimada. Até em 1950 o seu bioma
se manteve inalterado, mas com a transferência da Capital Federal,
do Rio de Janeiro para Brasília, tendo abertura de nova rede
rodoviária, teve sua cobertura vegetal original substituída a
pecuária e agricultura intensiva (Figura 19). (IBGE, 2023; JÚNIOR,
2023; Instituto Brasileiro de Florestas [s.d]; LINHARES &
GEWANDSZNAJDER, 2009).

Figura 19. – Quantidade de espécies no Cerrado. FONTE: IBGE, 2023.

Mata Atlântica ocupava cerca de 1.110.182 Km²,


correspondendo por 15% do território nacional, mas com o
desmatamento e ocupação humana, hoje em dia restam apenas
8,5% da floresta que existia originalmente. O seu nome se dá por
ela recobrir a costa atlântica do Brasil, desde Rio Grande do Norte
até Rio Grande do Sul, passando pelos estados Espirito Santo, Rio
de Janeiro, Santa Catarina, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, São Paulo e
Sergipe. É o bioma mais ameaçado e mais desmatado do Brasil, por
ser ocupada por mais de 50% da população brasileira. Somente 27%
de sua cobertura florestal original ainda está preservada. Mesmo
sendo mais ameaçada, ela apresenta maior diversidade de espécies
do mundo. Tendo clima quente e úmido (Figura 20). (IBGE, 2023;
JÚNIOR, 2023; Instituto Brasileiro de Florestas [s.d]; LINHARES &
GEWANDSZNAJDER, 2009).

Figura 20. – Quantidade de espécies na Mata Atlântica. FONTE: IBGE, 2023.

Pampa também conhecido como Campos Sulinos ocupa


somente 2%, tendo sua área de 176,5 mil Km², sendo que está
situado somente no estado do Rio Grande do Sul, ocupando 63% do
território gaúcho. E possui vegetação campestre, tendo maior
diversidade de gramíneas dentre os biomas (cerca de 450 espécies)
e por isso tem solo fértil para agropecuária e pecuária (Figura 21).
(IBGE, 2023; JÚNIOR, 2023; Instituto Brasileiro de Florestas [s.d];
LINHARES & GEWANDSZNAJDER, 2009).

Figura 21. – Quantidade de espécies no Pampa FONTE: IBGE, 2023.

Pantanal possui área de 151.313 km², nos estados do Mato


Grosso e Mato Grosso do Sul. É conhecido como o maior planície
inundável contínua do Planeta Terra e é o mais preservado, mesmo
tendo criação de gados, que são importante economicamente para
região. O seu clima tem temperatura alta, grande índice
pluviométrico, verão quente e chuvoso e inverno frio e seco (Figura
22). (IBGE, 2023; JÚNIOR, 2023; Instituto Brasileiro de Florestas [s.d];
LINHARES & GEWANDSZNAJDER, 2009).
Figura 22. – Quantidade de espécies no Pampa FONTE: IBGE, 2023.

Quanto aos assuntos da atualidade que lhes interessavam, 63


jovens (60%) disseram que é geração de trabalho e renda, 61 jovens
(58,1%) disseram que saúde e alimentação lhes interessavam, 48
jovens (45,7%) disseram que é a qualidade da educação, 48 jovens
(45,7%) disseram que é meio ambiente, clima e defesa dos animais,
46 jovens (43,8%) disseram que os direitos das mulheres lhes
interessavam e 45 jovens (42,8%) disseram que é acesso à internet
(Figura 23).
Quais os assuntos da atualidade que lhe
interessa?
Acesso à internet 45

Geração de trabalho e renda 63

Saúde e alimentação saudável 61

Meio ambiente, clima e defesa dos animais 48

Direitos das mulheres 46

Qualidade da educação 48

0 10 20 30 40 50 60 70
Figura 23. – Gráfico referente sobre os assuntos que os jovens estavam interessados.

Quanto questionados se conversa sobre o assunto de meio


ambiente e a frequência dessa conversa, 46 jovens (44%) disseram
que conversam só de vez em quando, 32 jovens (31%) disseram que
conversam raramente, 14 jovens (13%) disseram que conversam
com bastante frequência e 13 jovens (12%) disseram que não tem o
costume de conversar sobre o assunto (Figura 24).

Você conversa sobre o assunto de meio


ambiente? Qual a frequência que você
conversa?

Sim, com bastante


12% 13% frequência
Sim, só de vez em quando

31% Sim, raramente


44%
Não costumo conversar
sobre o assunto

Figura 24. – Gráfico referente sobre se os participantes conversam sobre o assunto de meio ambiente e a
frequência dessa conversa.

Em relação aos lugares que costuma abordar sobre o meio


ambiente, 40 jovens (38%) disseram que conversam com os amigos,
30 jovens (28%) disseram que conversam no ambiente escolar, pré-
vestibular ou universidade, 19 jovens (18%) disseram que
conversam com os seus familiares, 8 jovens (8%) disseram que
conversam em coletivos (políticos, culturais e sociais) e 8 jovens
disseram que costumam conversar em redes sociais (Figura 25).

Em quais lugares que você costuma abordar


sobre o meio ambiente?
Escola, pré-vestibular ou
universidade
Família
28%
38% Redes Sociais

Espaços religiosos

18% Coletivos (políticos, culturais,


8% sociais)
8%
Amigos

Figura 25. – Gráfico referente aos lugares que os jovens costumam abordar sobre o meio ambiente.

Quando foi questionado sobre mais conhecimento de


conceitos sobre meio ambiente, 56 jovens (53%) disseram que têm
mais conhecimento sobre aquecimento global, 27 jovens (26%)
disseram que têm mais conhecimento sobre mudança climática, 8
jovens (7%) disseram que têm mais conhecimento sobre racismo
ambiental, 5 jovens (5%) disseram que têm mais conhecimento
sobre legislação ambiental, 3 jovens (3%) disseram que têm mais
conhecimento sobre crise climática, 2 jovens (2%) disseram que
têm mais conhecimento sobre segurança climática, 2 jovens (2%)
disseram possuir mais conhecimento sobre emissão de carbono e 2
jovens (2%) disseram possuir mais conhecimento sobre efeito
estufa (Figura 26).
Observou-se que os jovens tem mais conhecimento em
assuntos que são mais comentados em escola, televisões e redes
sociais, como aquecimento global e mudança climática. Enquanto
os outros assuntos como racismo ambiental, legislação ambiental,
crise climática, segurança climática, emissão de carbono e efeito
estufa são assuntos mais técnicos e específicos. Mesmo eles não
sabendo o termo racismo ambiental, esse fenômeno está presente
nas vidas de muitas pessoas que moram em lugares
marginalizadas, como pessoas pretas, indígenas e pobres. De
acordo com esses lugares são mais afetados com os impactos
negativos da degradação ambiental e da falta de acesso a recursos
naturais e serviços ambientais, enquanto lugares mais privilegiados
desfrutam da proteção ambiental e melhores condições de vida.
(Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz Antonio Ivo de Carvalho
– CEE/FIOCRUZ, 2023).

Conceitos do meio ambiente que você tem mais


conhecimento

Aquecimento global
2% 5%
3% 7% Mudança climática
2% Efeito estufa
2% Emissão de carbono

53% Crise climática


26% Segurança climática
Racismo ambiental
Legislação ambiental

Figura 26. – Gráfico referente aos conceitos do meio ambiente que tem mais conhecimento.

Referente qual prática que realiza em prol ao meio ambiente,


46 jovens (44%) disseram que não participa ou faz parte de
nenhuma atividade, 29 jovens (28%) disseram que compartilham
informações sobre mudanças climáticas, 17 jovens (16%) disseram
que participam de discussões sobre o meio ambiente e 13 jovens
(12%) disseram que procuram votar em candidatos que defendem a
pauta climática (Figura 27).
Qual é a prática que você realiza em
prol ao meio ambiente?

12% Votos em candidatos que


defendem a pauta climática
Compartilho informações
44% sobre mudanças climáticas
28% Participo de discussões sobre
o meio ambiente
Não participo ou faço parte
16% de nenhuma atividade

Figura 27. – Gráfico referente a prática que realiza em prol ao meio ambiente.

E em relação a última questão do questionário, se eles


conhecem ONG (Organização Não Governamental) ou Projetos perto
de onde mora, 91 jovens (87%) disseram que não conheciam e
somente 14 jovens (13%) disseram que conheciam (Figura 28).

Você conhece alguma ONG (Organização não


Governamental) perto de onde você mora?

13%

Sim
Não

87%

Figura 28. – Gráfico referente se conhecem alguma ONG (Organização Não Governamental) perto de onde
reside.
5 - CONCLUSÃO
Escreva em, no mínimo, 20 linhas, suas considerações acerca dos
pontos relevantes da pesquisa e o impacto em suas vidas/prática
profissional.
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BISPO, C. L de S.; MENDES, E. de P. P. Rural/Urbano e Campo/Cidade:


Características e diferenciações em debate. XXI ENCONTRO
NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA. “TERRITÓRIOS EM DISPUTA: Os
desafios da Geografia Agrária nas contradições de desenvolvimento
brasileiro”. Uberlândia, Minas Gerais. 2012.

Brasil, LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Dispõe sobre a


Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília. DF.
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