Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A
TES
•
•
Acusado por Meleto de corrom
per a juventude, Sócrates é con
•
APOLOGIA
,
DE
OCRATES
#III
PLATAO
APOLOGIA
DE
,
SOCRATES
Tradução, prefácio e notas
de
PINHARANDA GOMES
4." edi�ão
LISBOA
GUIMARÃES EDITORES, LDA.
1999
PREFACIO
1 .
\ ll\
/X
y l�
X',=
Pinharanda Gomes
[Ético]
I. " I
· • I i jj •r r
mónios?
- Não há.
- Bem me agrada ouvir essa respo s ta ,
embora relutante, j á que foram os j uízes
que te obr iga r am a responder. Então tu
dizes que eu creio que há demó n ios , sej am
eles novos ou antigos, pouco import a ; na
tua opinião creio em demón ios , foi isso
e
2 1 . J ulgais que eu teria conseguido
vi v er tantos anos, se me tivesse dedicado
à vida pú b l ic a, e se, proce de nd o como um
homem de bem, t oma s se a peito a defesa
do j usto, cumprindo este dever acima de
tudo 7 Bem l o ng e de vós tal ideia, Atenien-
. ses! Ni n guém teria conseguido. Ora, que r
em público, quando oc upav a um cargo,
: quer em privado, sempre me conheceste
33 · o m�sm o, durante toda a m i n h a vida, _não
1 fazendo a mínima c o n c e ss ã o contrária à
atitude serena-:'•
; I
c
30. Dese j o agora fazer um vaticínio
para vós, 6 vós, que me condenastes: acho
-me precisamente no instante em que os
homens mais costumam vatic i n ar, o tempo
em que a morte se aproxima.
Tenho a dizer-vos, cidadãos que me
assassinastes, que, logo depois do meu cas
tigo, sereis colhido por outro, ainda mais
severo, por Zeus! do que esse a que me
condenastes. Procedestes como procedes
tes, convencidos de que não teríeis de dar
contas da voss a vida, m as garanto-vos que
há-de suceder o contrário. Serão mais nu-
4 merosos os que vos forçarão a dardes con
tas do que agora, homens aos quais e u
conseguia deter sem que suspeitásseis; e
serão tanto mais severos quanto mais jo
vens, e a vossa irritação será ainda maior.
Se pensais que, matando homens, silen
ciais os que vos reprovam, porque não pr�
cedeis conforme deveis, estais enganados.
Tal modo de vos libertardes nem é possí-
(0
Exército a Tróia 0) , o Odisseu (8 1 ) , ou
S isífo (82) , ou mil outros , homens e mulhe
res que p ode rí am os nomear? Deve ser uma
enorme fel icidade o podermos fal ar e con
versar com eles, e p ode rmos interrogá-los.
Tanto mais que lá não se mata ninguém
por i sso ; se, com efe i to , o que nos dizem
é verdade , os que vivem nesse mundo são
imortais, e são também mais fel i zes do que
os homens aqu i .
PREFACIO
�4 b.
( 8 ) Apologia, 36 a .
(4) Platão , Ménon, 90 c-95 a.
(3) Apologia, 33 d.
( 11 ) Laércio , ob. cit. , loc. cit.
(1) Ãllge lo Ribeiro, prefácio a Apologia de Sócrates
( 1923 ) , pág. 13.
( 8) Cf. Platão, Fedro, 277 a-278 e .
( 11 ) Xenofonte, Memoráveis, I, 1, 10.
( 1 °) Id. Id., I, 1, 11.
(1 1) l!:squ 'no, Oontra Timaroo, 173.
( 12 ) Xenofonte, ob . cit., I, TI, 12.
; ··'
•
(•) .Aldi;, akthes, de verdade , !Xli.Or� alétheia.
(2) Invocando pelo seu nome , .drcx, Dia.
P ) .1 uu e7níplO'V, t:-i bunal.
( • ) Não está gar an t id o que a passagem a l uda à
técnica dos argumentes contraditórios, cu dúplices
Htaab: M"/c&, dissoi logoi) u.ti' izada por Prctágoras de
Abdera ( Diógencs Laé rc i o , IX ) , e par·od ada per Aris
tófanes quando, em As Nuve-ns, a atribui a Sócrates.
( � ) Entre os comediógrafcs que satirizaram a per
sonalidad e de Sócrates contam-se , a.:em de Aristófanes,
Eup c lis, Crátino e Cália.s.
( 6 ) Ar 'stófanes , A s Nuvens, estreada v i nte e qua
tro anos antes do j u lgame n to de Sócrates. O diálogo
sobre o ju.stc: e o injusto, neste diálogo , atinge a.s ra i as
d a mordacidade , e Sóc ra t es aparece como o protóti po
dos Sofistas , a ' n da que o não fosse. Sócrates é a p:-e
sentado, por Aristófanes, suspenso no ar, estudando
os meteoros , observando o sol , enquanto os discipu'os
se debruçam procu ra ndo desvendar os segredos que
há sob a face da terra. Aristófanes es c o l he u -o porque
Sócrates era o mais oonhecido na ci dad e , pe.' o modo de
ser, pelos seus ccstumes , pel o seu dis.cu:-so inovaciona
dor e , também , por transmitir a i magem de um . g�
!ruidor das instituições e do saber-estabelecido.
7
A U T PIA , d e T o m ás M o r u s
EL O 1 DA L U URA , de E rasm
E T É TI A, ele H egel ( 7 v I ) .
A CIDA DE D L de ampane la
O BA NQUE T E, de K i e r k egaa rd
A CONQ UJ T A DA FELICiDA DE, de B. Ru ell
VIDA N VA , de Da n t
MONA RQ UIA de Dante
O PRÍNCIPE, d e 1 aq u i a v e l
U M 1:1 MEM NA A H UMA NIDA DE, de F i de l i n de
F i g u e i redo
PRINCÍPI DA FIL SOFIA , de e arte
A VERDA DE D A M O R , de ol viev
E COLA FORMA L , de Á l v a r R ibe i r
REFLEXÃO, d e Agos t i n h o da i l va
INTR D UÇÃ À MEDICiNA EXPERIMENTA L , de . Be r-
na rd
A DUA E PANHA , de F i de l i no de F i g u e i red
ENTRE DOI UNI VERSO , de F i de l i n de F i g u e i redo
PRINCÍPIO DA FiL OSOFIA DE DiREI TO, de H ege l
A A PROXIMA ÇÕE , de Agos t i n h o da i l va
O CA VA L EIROS DO A MOR, de a m paio B r u n o
O ENIGMA POR TUGUÊS, d e F . da C u n ha Leão
INICIA ÇÃO FIL O ÓFiCA , de K . ja per
ECCE- HOM , de N ie t zsche
A REPÚBL ICA , de P l a t ão ( 3 v o l s . )
H MEM, d e T . Rost a n d
AS i M FA LA VA ZARA TU. TRA , de F . N i e t zs he
A GAIA CfÊNCIA , de F . N i e t z che
UMA INTERPRE TA ÇÃO DE FERNA NDO PE A , d e Pra-
de l i no R sa
I M A R Ã E E D I T O R E L O A .
BANQUETE
Platão
FEDRO
Platão
ISA GO]E
Porfírio
ARTE POÉTICA
António Telmo
DISCURSO DO JvJÉTODO
Descartes
A SA UDADE PORTUGUESA
Carolina Michael is de Vasconcelos
CORRESPONDÊNCIA COM
WA G1VER
N ietzsche
ISBN 972-665-0 1 5- 1