Você está na página 1de 22

Infecção de pele e

Partes Moles
PROF. MARCELLO VIEIRA
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
Infecção de Pele e Partes Moles
► Impetigo

► Celulite

► Erisipela

► Furunculose

► Fasciite Necrotizante

► Infecção no Pé Diabético
Fatores de Risco
► Diabetes

► Obesidade

► Tabagismo

► Trauma

► Imunodeficiência

► Uso de Imunossupressores
Microrganismos
► Staphylococcus aureus

► CA-MRSA

► MRSA

► Streptococcus β-hemolítico do Grupo A

► Clostridium spp

► Vibrio vulnificus

► Aeromonas hydrophila
►IMPETIGO

Impetigo ►S.
aureus ou Streptococcus β- hemolítico do Grupo A (S.
pyogenes)

►Tratamento tópico na maioria das vezes -> ideal ->


mupirocin 2 x dia por 5 dias. Melhorar condições de
higiene (higienização das mãos, unhas cortadas, evitar
coçar, afastamento da escola)

►Tratamento antimicrobiano VO -> se identificado SGA


-> penicilina VO, amoxicilina.

►Sem identificação do agente -> cobertura para S.


aureus e SGA -> cefalexina, amox + clavulanato -> 7
dias associado a tratamento tópico e aos cuidados
pessoais.
► são abscessos cutâneos causados por infecção estafilocóccica
que acomete o folículo piloso e os tecidos circundantes.
Furúnculo
► Tratamento tópico com mupirocin, bacitracina

► Se -> sinais sistêmicos ou áreas pressão de cefalexina por 7 dias.

► Grande possibilidade de infecções recorrentes.

► Evitar ao máximo manipulação -> risco de disseminação


hematogênica.

► Quando infecção recorrente -> tentar descolonização com


banho de clorexidina 2% ou 4% associado a descolonização
nasal com mupirocin nasal
Infecção de Pele e Partes Moles

► Erisipela -> É um tipo de celulite cutânea superficial com comprometimento importante dos
vasos linfáticos da derme decorrente da infecção por Streptococcus pyogenes (SBHGA) e,
raramente, por Staphylococcus aureus.

► Celulite-> infecção cutânea que compromete uma parte maior dos tecidos moles,
estendendo-se profundamente através da derme e tecido subcutâneo. Pode se iniciar como
erisipela. Seus principais agentes são S. aureus e SBHGA.
Erisipela e Erisipela bolhosa
► Agente mais comum -> Streptococcus pyogenes. Pode tb ser causada pelo
Staphylococus aureus.

► Quadro clínico: febre de início súbito, calafrios, dor local, hiperemia e calor local.

► Geralmente alguma lesão de pele associada -> onicomicose, trauma fechado,


escoriações, etc.

► Tratamento de escolha: Penicilina Cristalina (Streptococcus pyogenes), Cefalotina,


Cefalexina, Ceftriaxona, Amox. + Clavulanato (Streptococcus pyogenes ou
Staphylococcus aureus)
Celulite
► Agente mais comum Staphylococcus aureus.

► Recentemente CA-MRSA. fatores de risco -> encarceramento, esportes com


trauma, obesidade, diabetes. ↑↑crescente de casos sem fatores de risco.

► Quadro clínico -> febre, dor local, hiperemia, história de trauma, manipulação
de lesões de pele (furúnculo), complicação de erisipela.

► Tratamento: dependendo do quadro clínico pode ser por VO ou parenteral:


Cefalexina, amox + clavulanato, cefalotina, oxacilina, doxiciclina. CA-MRSA
ou Ha-MRSA -> Vanco, linezolida, teicoplamina. Nos casos graves -> choque
ou disfunção orgânica -> tratar como MRSA.
Terapia antimicrobiana para IPPM (Infecção de pele e partes moles)

Lesão antibiótico Dose adulto


Impetigo (Estafilocóccico e Estreptocóccico) Cefalexina 500 mg QID VO
Amox + ac. Clavulânico 875/125 mg BID VO
Clindamicina 300 mg QID VO

July)
IDSA Practice Guidelines for SSTIs • CID 2014:59 (15
Doxiciclina 100 mg BID VO
Mupirocin Tópico BID
MSSA ITCSC Oxacilina 1-2 g ev 4/4 h
Cefalotina 1 g ev 6/6 h
Clindamicina 600 mg ev 8/8 h
Doxiciclina 100 mg BID VO
Cefalexina 500 mg QID VO
MRSA ITCSC Vancomicina 15 mg/kg dose de 12/12 h (máx 2 g dose)
Linezolida 600 mg ev 12/12 h
Daptomicina 4 mg/kg ev 1 x dia
Doxiciclina 100 mg BID VO
Ceftaroline (cefalosporinas de 5°geração) 600 mg BID ev

Celulite não purulenta Oxacilina 1-2 g ev 4/4 h


Cefalotina 1 g ev 6/6 h
Clindamicina 600 mg ev 8/8 h
Doxiciclina 100 mg BID VO
Cefalexina 500 mg QID VO

Infecção de pele estreptococcica Penicilina G cristalina 2-4 milhões UI 4 a 6 x dia


Clindamicina 600-900 mg 8/8 h ev
Cefalotina 1 g ev 6/6 h
Cefazolina 1 g ev 8/8 h
Cefalexina 500 mg VO QID
JCS, 54 anos, servente de obra, casado, natural de Palhoça. Paciente refere que veio a emergência há 5
dias para tratamento de lombociatalgia de moderada a forte intensidade. Foi medicado com
administração de voltarem IM na região glútea esquerda, com alívio dos sintomas e foi liberado na
sequência. Há 2 dias vem observando dor no local da infeção e com piora progressiva deste sintoma.
Refere, também, que está apresentando febre com calafrios, cefaléia de moderada intensidade, mialgia
e episódios de vômitos e de diarréia. Hoje observou que os olhos ficaram amarelados e ficou muito tonto e
confuso e a família descreve que a pele está mais avermelhada.

Ao exame
Acordado, confuso, desidratado, ictérico +/4, acianótico mas com perfusão periférica diminuída (TEC < 5
seg).
PA: 70/35 mmHg Fc: 128 bpm TAX: 39.2ºC FR 26 ipm SAT: 94% em ar ambiente
ORF: sem alterações
ACV RCR 2 T taquicárdico
AR: MV universalmente audível, estertores nos 1/3 inf de ambos HT
ABD: plano, depressível, RHA +, discretamente doloroso em HCD.
MMII: panturrilhas livres.
Região dorsal: importante eritema na região glútea esquerda que se estende até região dorsal, calor e
importante dor a palpação no local. Há comprometimento também da face posterior da coxa esquerda.

1- Hipótese Diagnóstica
2- Conduta diagnóstica
3- Conduta terapêutica.
Síndrome do Choque Tóxico Estreptocóccico
Definição
Doença aguda mediada por toxina, causada pelo Streptococcus
pyogenes, caracterizada por rápida piora clínica caracterizada por ,
hipotensão, febre e disfunção orgânica .
Mais comum em crianças < 5 anos e adultos > 45 anos
Fatores de risco
• Trauma cirúrgico
• Lesões penetrantes e não penetrantes da pele

• Pós-parto e pós-aborto

• Queimaduras

• Faringites

• Infecções focais
Tratamento da Síndrome do Choque tóxico Streptocóccico
1. Tratamento cirúrgico -> drenagem das coleções e debridamento dos
tecidos necrozados

2. Antibioticoterapia

• Associação de Beta-lactâmico com Clindamicina -> Penicilina G Cristalina


+ Clindamicina, Ceftriaxona + Clindamicina.

• Vancomicina + Clindamicina, Questionável associação de Clindamicina +


Linezolida. (principalmente na suspeita de infecção por MRSA)

• Objetivo do uso da Clinda ou Linezolida -> Inibição de Síntese proteica


incluindo produção de toxinas, melhor ação na fase de crescimento lento
bacteriano em relação aos beta-lactâmicos. Este efeito parece ser maior
com a Clindamicina.

3. Imunoglobulina 1-2 g/kg D1 + 0,4 g/kg nos próximos 5 dias (mais relatos
Fasciíte Necrotizante/ Gangrena
de Fournier

July)
IDSA Practice Guidelines for SSTIs • CID 2014:59 (15
► Fasciíte necrotizante é uma infecção subcutânea agressiva que
acomete a fascia superficial que compreende todo o tecido
entre a pele e os músculos subjacentes.

► Gangrena de Fournier -> é uma fasciíte necrotizante que


acomete a região perineal.
Fasciíte Necrotizante e Gangrena de Fournier
Fasciíte Necrotizante
► Envolvimento da fascia e planos musculares profundos

► Muito agressivo, Risco elevado de óbito, Mutilante

► Associado a quebra de barreira (trauma ou cirurgia) Uso UDV, trauma


fechado ou aberto, ins. Vascular, diabetes.

► DX diferencial difícil: dor desproporcional ao eritema, sinais sistêmicos de


toxemia

► Pode ser monomicrobiana ou polimicrobiana, 2/3 dos casos nos MMII


Fasciíte Necrotizante
► Monomicrobiana -> ► Polimicrobiana: BGN, anaeróbios,
cocos G+.
Streptococcus pyogenes,
1-abscesso perineal,

CA-MRSA,
2-trauma abdominal penetrante,

Aeromonas hydrophila (água 3-úlcera de pressão,


parada),
4-sitio de punção para injeção de drogas
ev,
Vibrio vulnificus (corais)
5-infecção genital
IDSA Practice Guidelines for SSTIs • CID 2014:59 (15
July)
Tratamento da Fasciíte Necrotizante
Tipo de Infecção Primeira Opção terapêutica Dose adulto Alternativa se Alergia a Penicilina
Infecção Polimicrobiana MRSA + Mesmos do item MRSA Clindamicina + fluoroquinolona + aminoglicosídeo
Pipetazo
Imipenem 4,5 g ev QID
Meropenem 1 g ev TID ou QID
1g ev TID
MRSA + Mesmo do item MRSA
Cefotaxima ou
Ceftriaxona 2 g ev QID
+ 2g ev QD
Metronidazol
ou 500 mg ev TID
Clindamicina
600 A 900 mg TID
Streptococcus pyogenes Penicilina + 2-4 milhões de UI 4/4 h + Vancomicina ou Daptomicina + clindamicina
Clindamicina 600 A 900 mg ev TID Linezolida
Staphylococcus aureus MSSA Nos Casos de MSSA
Oxacicilina
Cefazolina 1-2 g ev 4/4 h Depende do antibiograma
Cafalotina 1-2 g ev TID SMX + TMP, doxiciclina, clindamicina, mesmos
1-2 g iv QID agentes para MRSA.
MRSA
Ceftarolina
Vancomicina 600 mg g ev BID
Daptomicina 20 mg/kg ataque, 15mg/kg q 12 h
Linezolida 4 mg/kg ev QD
600 mg ev BID
Clostridium sp Clindamicina + 600 a 900 mg ev TID +
Penicilina 2-4 milhões de UI 4/4 h
Aeromonas hydrophila Doxiciclina + 100 mg VO BID +
Ciprofloxacin OU 400 mg ev BID ou
Ceftriaxona 2 g ev QD
Vibrio vulnificus Doxiciclina + 100 mg VO BID +
Ceftriaxona ou 2 g iv QD ou
Cefotaxima 2 g iv TID

IDSA Practice Guidelines for SSTIs • CID 2014:59 (15 July)

Você também pode gostar