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CONTEÚDO PLANO DE NEGÓCIO – CONCEITOS BÁSICOS

1 UM POUCO DE HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO

Período Características

O termo empreendedor era destinado a gestores de grandes projetos de produção.


Idade média Ele não assumia riscos, apenas gerenciava com os recursos disponíveis; geralmente
proveniente do governo do país.
Empreendedorismo estava relacionado a assumir riscos. O empreendedor prestava
Século XVII serviços ou fornecia produtos para o governo com base em um contrato.Como o
contrato normalmente tinha os preços pré fixados, o risco do negócio (lucro ou
prejuízo) era exclusivamente do empreendedor.
Ocorre a diferenciação entre o capitalista (aquele que financia) e o empreendedor
Século XVIII (aquele que assume os riscos). O processo do início da industrialização no mundo
pode ser uma das causadoras desta diferenciação.
Debate que visa diferenciar o administrador do empreendedor. Com a organização
Séculos XIX e XX das empresas, até os dias de hoje, os empreendedores são frequentemente
confundidos com gerentes e administradores, suscitando estudos e pesquisas para
solidificar essa diferenciação.

2 ESCOLAS DE ESTUDO DO EMPREENDEDORISMO

Escola Caracteristícas
Parte do pressuposto de que o empreendedorismo é uma habilidade inata ao ser
humano, uma habilidade intuitiva, um sexto sentido; uma composição de traços e
Grande Homem
instintos que acompanham o indivíduo desde o seu nascimento.

Das características Atribui aos empreendedores valores, atitudes e necessidades únicas, que os motivam a
psicológicas aproveitar as oportunidades.
Reflete o pensamento inicialmente desenvolvido por Schumpeter (1997), apresentando
Clássica a inovação como a característica central do comportamento do empreendedor.

Está centrada no empreendedor como dono de uma empresa ou empreendimento


Da Gestão econômico.
Os empreendedores são essencialmente líderes, com a capacidade de adaptar o seu
Da Liderança estilo às necessidades das pessoas.
Intra- As habilidades empreendedoras, bem como a inovação, podem ser úteis dentro do
empreendedorismo ambiente organizacional.

3 CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO

“Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o


esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais
correspondente da satisfação e independência econômica e pessoal”. (HISRICH E
PETERS, 2004, p. 29)
4 CONCEITUANDO EMPREENDEDOR

“O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia
ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente”.
Chiavenato (2005, p.3)

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução


de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela
exploração de novos recursos e materiais”. (Joseph Schumpeter,1949 citado por
Dornelas, 2008a p.22)

5 CONCEITUANDO INTRAEMPREENDEDOR OU EMPREENDEDOR


CORPORATIVO

“Empreendedores corporativos são indivíduos ou grupo de indivíduos, agindo


independentemente ou como parte do sistema corporativo, os quais criam as novas
organizações ou instigam a renovação dentro de uma organização existente”.
(Dornelas, 2008b, p. 38)

6 DEFININDO NEGÓCIO
7 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS

8 REVISANDO VISÃO e MISSÃO: TEXTO DE APOIO DE VÁRIOS AUTORES

VISÃO
A visão organizacional, afirmam Davis, Newstrom (1992), é uma imagem formada em
longo prazo, ou ainda uma ideia do que a empresa pode alcançar. Através da
formação da visão é possível que os dirigentes identifiquem no ambiente
organizacional possíveis turbulências, dentro de um período de tempo longo. Quando
a visão é adequadamente comunicada a organização serve como estímulo ao
comportamento organizacional e deve ser utilizada como base para a definição de
objetivos e metas.
Visão é a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro
(Chiavenato,2000). É a forma de ver a si própria no espaço e no tempo. A visão está
mais voltada para o que a organização pretende ser e diante daquilo que ela
realmente é. Dentro dessa perspectiva, as organizações devem colocar a visão como
o projeto do que elas gostariam de ser dentro de um certo prazo e do caminho futuro
que pretende adotar para chegar lá. A visão representa o destino que se pretende
transformar em realidade

MISSÃO
Missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja, a
determinação de onde a empresa quer ir e. corresponde a um horizonte dentro do qual
a empresa atua ou poderá atuar (Rebouças, 1999). A missão representa a razão de
ser da empresa. É, também, uma forma de se traduzir os valores em termos de
crenças ou áreas básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias da
organização. Exerce a função orientadora e delimitadora da ação empresarial. Ao se
estabelecer a missão deve-se levar em consideração os seguintes pontos: a finalidade
para qual a organização foi criada, o público-alvo que a organização pretende servir,
os compromissos sociais que a organização deve assumir diante de seu público e os
recursos com que vai atender ao público que definiu como alvo.
A missão corporativa pode ser entendida como a incumbência ou compromisso das
pessoas dentro da organização na busca da sobrevivência e perpetuação por meio do
desenvolvimento em longo prazo (COBRA, 1989,p.54).
Uma declaração de missão bem formulada dá aos funcionários um senso
compartilhado de propósito, direção e oportunidade. Segundo Gracioso (1987), a
missão da empresa deve orientar todas as decisões estratégicas. Não basta apenas a
direção da empresa ter conhecimento da missão, mas sim, todos na organização. Só
assim se cria na empresa a postura estratégica (KOTLER, 2000).
A missão de uma organização na opinião de Chiavenato (2000), significa a razão de
sua existência. É a finalidade pela qual a organização foi criada e para o qual ela deve
servir. A definição da missão organizacional deve responder a três perguntas básicas:
Quem somos nós? O que fazemos? E por que fazemos o que fazemos? A missão
envolve os objetivos essenciais do negócio e está geralmente focalizada fora da
empresa, ou seja, no atendimento a demandas da sociedade, do mercado ou do
cliente.
Fonte: LIMA, Wilson Lopes de. Análise organizacional com ênfase nos elementos do
balancedscorecard para empresas de turismo rural no distrito federal, Universidade
Federal de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado.Florianópolis, 20 de fevereiro
de 2004.

Missão
Definir a missão é um dos pontos mais importantes no desenvolvimento de um plano
estratégico no entender de Maximiano (2000a, p.412) porque ela “estabelece o
propósito ou as razões para a existência da organização, do ponto de vista de sua
utilidade para os clientes”.
Para analisar e especificar a missão é preciso que se procure dar respostas às
questões:
• “O que a organização está fazendo agora?
• Qual sua utilidade para os clientes?
• Em que negócio estamos?
• Quem são nossos clientes?
• Que necessidades estamos atendendo?
• Que papéis estamos cumprindo?” (Maximiano, 2000a, p.412-3).

Visão
Conforme Lamounier (1995, p.74) “a visão é um sonho da organização”. Os objetivos
são sonhos e por isso mesmo eles podem ser alcançados através de estratégias. A
visão é descrita como um enunciado daquilo que a organização almeja para um futuro
não definido. A autora estabelece ainda que a visão “é uma imagem do estado futuro
desejado para a organização” (p.74). Joel Barlzar (apud Lamounier, 1995, p.75)
argumenta que “visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só
passatempo. Visão com ação pode mudar o mundo”. A visão infunde valor à missão e
auxilia esta a se tornar realidade.
A visão para Chiavenato (2000a, p.50), “serve para mirar o futuro que se deseja
alcançar. A visão é a imagem que a organização define a respeito do seu futuro, ou
seja, do que ela pretende ser”. O conceito de visão remete ao conceito de objetivos
organizacionais. A visão refere-se a uma perspectiva relativa ao direcionamento que a
empresa pretende se transformar. “A declaração da visão idealmente explicita o
direcionamento a longo prazo da empresa e seu intento estratégico” (Bateman e Snell,
1998, p.126).
Não é um mero sonho a visão proposta por Costa (2002, p.35), mas “um modelo
mental, claro, de um estado ou situação altamente desejável, de uma realidade futura
possível”. A visão deve funcionar como um alicerce para o propósito organizacional e
ser compartilhada com o corpo dirigente da organização, além de ser disseminada a
todos os seus trabalhadores. A convicção e entusiasmo devem ser com referência à
visão e enfatizados por todos os integrantes da organização.
Fonte: BOFF, Rubem José. Planejamento estratégico: um estudo em empresas e
instituições do Distrito Federal. Florianópolis, UFSC, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, 2003.156 p Dissertação: Mestrado em Engenharia de
Produção (Planejamento e estratégia organizacional)

Visão
Em primeiro lugar vamos definir de maneira muito prática e objetiva qual a visão e a
missão de sua empresa. Freqüentemente vemos empresas que transformaram a visão
e missão em quadros que estão pendurados na recepção. Os quadros estão
empoeirados e ninguém lembra do que está escrito lá. Portanto serei bastante
objetivo.
Vou traduzir “Visão” como sendo “o sonho do empresário”. Pense onde você gostaria
de estar com sua empresa daqui há 10 anos. Não seja tímido. O seu sonho tem que
inspirar e motivar a empresa inteira. Lembre-se de quanto você já evoluiu desde o
início de sua empresa. Sonhe alto. Comece com algo como: “ser o primeiro....ser o
mais importante....ser o principal...”

Missão
Muito bem, agora que sabemos onde você quer estar em 10 anos, vamos definir qual
será o primeiro passo, ou o primeiro degrau de uma grande escada. O primeiro degrau
será a sua Missão para, no mínimo, o próximo ano.
A missão deve responder a 3 perguntas:
1. Quando você pretende atingir? Procure trabalhar com um período de pelo
menos 1 ano.
2 O quê você pretende atingir?
3. Onde (qual o mercado) você pretende atingir?
Fonte: Dagoberto Hajjar, Diretor Presidente - ADVANCE Marketing

9 REVISANDO AS HABILIDADES DO ADMINISTRADOR


10 FATORES QUE DETERMINAM O SUCESSO DE UM NEGÓCIO

Fonte: ABRAMS, R. Planos de negócios vencedores: segredos e estratégias para


atingir o sucesso. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Campus, 2011. Páginas 3 a 16

 a) O conceito do negócio
Desejos e necessidades reais.
Algo Novo.
Algo Melhor
Venda de produtos ou dos benefícios

 b) Conhecimento do mercado
Suficientemente grande, acessível, responsivo

 c) Saúde e tendência do setor

 d) Foco consistente nos negócios e posição estratégica clara


Distinção dos concorrentes.
Missão clara.
Posição estratégica: diferenciação, enfoque ou liderança no custo total?

 e) Administração competente
Habilidades conceituais, técnicas e operacionais

 f) Capacidade de atrair, motivar e reter empregados

 g) Controle financeiro
Qual seu fluxo de caixa ideal?
Quanto custa abrir sua empresa todos os dias independentes de vendas?
Qual parte do seu negócio mais gera lucro?
Qual sua política de crédito?

 h) Capacidade de prever e adaptar-se a mudanças


Tecnológicas
Sociológicas
Concorrências

 i) Valores e integridade da empresa


Comercial
Social
Ambiental
Stakeholders

 j) Capacidade de reagir às oportunidades e ameaças globais.

11 PLANO DE NEGÓCIO

11.1 CONCEITO

Fonte: Plano de negócios II [recurso eletrônico] / Ricardo da Silva e Silva... [et al.] ;
revisão técnica: Rogério de Moraes Bohn. – Porto Alegre : SAGAH, 2020

Segundo autores consagrados na literatura sobre negócios, como Baron e


Shane (2012), o plano de negócios funciona como um guia que permite detalhar todos
os aspectos do negócio, a fim de converter as ideias e a visão em ações concretas de
um empreendimento que funciona e gera valor. Hashimoto e Borges (2014) ratificam a
ideia de Baron e Shane (2012) e complementam que o plano de negócios é o
documento pelo qual se reúnem informações relevantes sobre o futuro do negócio,
evidenciando os pontos positivos, a importância e a potencialidade daquele negócio.

11.2 PARA QUE SERVE, QUANDO DESENVOLVER E QUEM USA O PLANO DE


NEGÓCIO

Fonte: DORNELAS, José. Plano de negócios: seu guia definitivo. 3. ed. Barueri [SP]:
Atlas, 2023.

Para que serve o plano de negócio

Um plano de negócios pode ser utilizado para atender os seguintes objetivos de uma
empresa:

■Testar a viabilidade de um conceito de negócio: com o plano de negócios concluído o


empreendedor obterá uma análise de viabilidade econômica do negócio ou unidade
empresarial. Essa análise pode ter duas conclusões: o negócio é viável ou não. O fato
de eventualmente a análise chegar a uma conclusão negativa quanto a viabilidade do
negócio não é necessariamente ruim. Neste caso, o empreendedor evitará despender
mais tempo e recursos financeiros em um projeto que, já na fase de planejamento, se
mostrou inviável.

■Orientar o desenvolvimento das operações e estratégia: já que o plano de negócios é


uma ferramenta de gestão estratégica, o seu conteúdo servirá de base para o
desenvolvimento da estratégia da empresa. A partir do plano de negócios o
empreendedor poderá desenvolver planos tático (nível intermediário da gestão de uma
empresa) e operacional (plano detalhado das operações da empresa).

■Atrair recursos financeiros: o plano de negócios é o cartão de visitas do


empreendedor em busca de recursos financeiros. Bancos, fundos de investimento,
investidores pessoa física (conhecidos como “anjos”) e agências de fomento
governamentais geralmente solicitam um plano de negócios para analisar a empresa
ou a oportunidade antes de decidir por análises mais detalhadas. Sem o plano de
negócios, dificilmente o empreendedor conseguirá acessar essas fontes de recursos.

■Transmitir credibilidade: empreendedores que desenvolvem planos de negócios para


seus empreendimentos são respeitados por entenderem a importância do
planejamento para a gestão e o crescimento de uma empresa. No mundo dos
negócios não há espaço para o erro e aqueles que tomam decisões apenas com base
no feeling e com excesso de subjetividade são preteridos e podem sucumbir
rapidamente.

■Desenvolver a equipe de gestão: negócios em fase inicial dificilmente têm recursos


suficientes para atrair e pagar salários de mercado a grandes talentos que poderiam
compor a equipe de gestão da empresa. Um plano de negócios bem estruturado pode
servir para o empreendedor negociar com talentos em potencial e, eventualmente,
atraí-los para o negócio, propondo, inclusive, participação nos resultados ou mesmo
uma sociedade na empresa.

Quando desenvolver o plano de negócio

O plano de negócios pode ser desenvolvido tanto na fase inicial de uma empresa,
como em qualquer outro estágio de seu desenvolvimento. A decisão de quando o
fazer está relacionada ao objetivo que se quer atingir, à oportunidade que se quer
perseguir, ou ao redirecionamento estratégico que se queira dar à empresa. Ao
observar o típico ciclo de vida ou de crescimento de uma empresa, pode-se afirmar
que o plano de negócios aplica-se a qualquer fase do desenvolvimento da empresa.
Porém, os negócios em fase embrionária são os que mais demandam um bom plano
de negócios para que a empresa inicie suas operações de maneira estruturada.
Maravilha é um período cheio de incertezas relacionadas à sobrevivência da empresa.
Instabilidade é o estágio de crescimento em que muitas empresas tropeçam e
fracassam. O estágio da Explosão ocorre quando o crescimento é robusto e o
empreendedor construiu uma equipe de gestão sólida. O fluxo de caixa é robusto
durante a Maturação, mas, na Quebra, a empresa precisa se renovar ou entrará em
declínio.

Quem usa o plano de negócios

Além do empreendedor, muitos são os públicos que podem se beneficiar com o uso de
um plano de negócios. É importante que o empreendedor atente para as
peculiaridades exigidas por cada público, já que as informações mais importantes para
um não são necessariamente as mesmas para outro. Isso implica em dizer que é
sábia a decisão de se desenvolver várias versões de um mesmo plano de negócios
para atender aos objetivos de interlocutores diferentes:

 Parceiros: para estabelecimento de estratégias conjuntas.


 Incubadoras e aceleradoras de empresas: para analisar os candidatos que
pleiteiam vagas na incubadora ou aceleradora. No caso das aceleradoras, muitas
vezes o modelo Canvas (que será explicado nos Anexos deste livro) basta para a
fase inicial de seleção.
 Bancos comerciais: para decidir sobre a concessão de financiamentos.
 Investidores e bancos de investimento: empresas de capital de risco, pessoas
jurídicas, BNDES, agências do governo, investidores pessoa física (anjos) e outros
interessados.
 Fornecedores: para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria-prima.
 A própria empresa: para comunicação interna dos gestores com o Conselho de
Administração e com os empregados.
 Os clientes potenciais: para vender a ideia e o produto/serviço.

Procure adaptar principalmente as seções-chave do seu plano de negócios para cada


público-alvo. Exemplo: investidores querem ver números, mercado, finanças; parceiros
querem ver contrapartidas; incubadoras e aceleradoras querem ver sua proposta de
valor, inovação e visão de crescimento; bancos querem ver como você pagará o
empréstimo. Mas não basta apenas mudar a introdução do plano ou o Sumário
executivo, é necessário adaptar as seções críticas do plano para cada público-alvo!

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