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Sobrecarga De Ventrículo Esquerdo

INTRODUÇÃO insuficiências valvares (aórtica e/ou


mitral)
 O ventrículo esquerdo é a cavidade
com maior massa muscular do SOBRECARGA DE PRESSÃO
coração, de forma que o QRS é
praticamente uma representação  Ocorre por aumento da pós-carga
exclusiva da ativação do VE  A sobrecarga de pressão resulta de
» O VD apresenta pouca ou maior resistência à saída do sangue do
nenhuma participação, já que ventrículo durante a sístole
os vetores gerados pela sua  Condições que cursam com aumento
menor massa são anulados da pressão são a HAS, estenose aórtica
temporalmente pelos vetores e coarctação de aorta
do VE  O resulta é a hipertrofia concêntrica
 Existe uma dificuldade em se do VE, por aumento da espessura da
caracterizar a sobrecarga do VE em parede e redução da cavidade
seus estágios iniciais, pois mesmo em ventricular
condições normais o VE já é » “Coração musculoso”
predominante
» A massa do VE precisa estar
consideravelmente
aumentada para haver
qualquer tipo de repercussão
no ECG
 Geralmente acima
de 450 g (o normal é
de 250-390g)

CAUSAS DE SOBRECARGA
VENTRICULAR ESQUERDA CRITÉRIOS ELETROCARDIOGRÁFICOS

CAUSAS PRIMÁRIAS CRITÉRIOS DE VOLTAGEM DO COMPLEXO


QRS
 As causas mais comuns são as
miocardiopatias hipertróficas  Na sobrecarga de VE, as amplitudes
são maiores como consequência ao
CAUSAS SECUNDÁRIAS aumento do número de dipolos
gerados pela massa ventricular
hipertrofiada, ou seja:
SOBRECARGA DE VOLUME
 Consiste no aumento da pré-carga HÁ AUMENTO DA AMPLITUDE DO
 A sobrecarga de volume é COMPLEXO QRS
consequência do aumento do fluxo
 O QRS ficará mais positivo nas
diastólico para o VE, resultando em
derivações para onde apontam o vetor
hipertrofia excêntrica
de despolarização do VE (lado
 Condições que cursam com o aumento
esquerdo) e mais negativo naquelas
do volume diastólico final são as
em que o vetor foge (lado direto), ou
seja:
HÁ AUMENTO DAS ONDAS POSITIVAS (R) a sobrecarga de VE é
NAS DERIVAÇÕES “ESQUERDAS” (DI, AVL, sugestiva
V5 E V6) E AUMENTO DAS ONDAS » Se a soma dos critérios é > ou
NEGATIVAS (S) NAS DERIVAÇÕES = a 5, o diagnóstico de
“DIREITAS” (AVR, V1 E V2) sobrecarga de VE é
praticamente confirmado
ÍNDICE DE SOKOLOW-LYON
 O critério é positivo se a soma da onda CRITÉRIOS MAIORES
S de V1 com a onda R de V5 ou V6 for
ÍNDICE DE MORRIS
maior que 35 mm
» Em indivíduos jovens (<30  SAE é um achado indireto de
anos) o ponto de corte acometimento do VE e só é válido na
considerado é de 40 mm ausência de estenose mitral
 É calculado multiplicando-se a duração
S (V1) + R (V5 OU V6) > 35MM (OU 40) da fase negativa da onda P em V1 (em
ms) pela amplitude da onda P nessa
ÍNDICE DE CORNELL mesma fase (em mm)
» Se o cálculo for maior que 40
 Critério de voltagem gênero-específico
ms.mm confirma-se o
 O critério é positivo se a soma da onda
diagnóstico de SAE
R de aVL com a onda S de V3 for:
» Maior que 28 mm em homens
CRITÉRIOS DE VOLTAGEM DO QRS
» Maior que 20 mm em
mulheres  No plano horizontal, se a onda R de V5
ou V6 ou a onda S de V1 e/ou V2 for
R (AVL) + S (V3) > 28 MM (HOMEM) OU > superior ou igual a 30 mm, atribui-se 3
20 MM (MULHERES) pontos à soma do escore
 No plano frontal, valoriza-se qualquer
onda R ou S maior ou igual a 20 mm

PADRÃO STRAIN
 É uma alteração secundária da
repolarização, consequente a
modificações da despolarização
ventricular
 A onda T mantém sua assimetria, mas
ESCORE DE PONTOS: CRITÉRIO DE assume polaridade oposta ao
ROMHILT-ESTES complexo QRS
» “Inversão assimétrica da onda
 Baseia-se em critérios maiores, T” no plano horizontal em V5
intermediário e menores de alterações e V6 e frontal em DI e aVL
relacionadas à sobrecarga de VE no  Pode haver infradesnivalmento do
traçado ponto J e segmento ST
» Os critérios maiores recebem  Se o paciente estiver utilizando digital,
3 pontos cada; o critério essas alterações podem ocorrer
intermediário conta 2 pontos; devido a droga (padrão em “pá de
os 2 critérios menores pontua pedreiro”), o que atrapalha a
1 ponto cada interpretação do padrão strain
» Se a soma de todos os
critérios for igual a 4 pontos,
» Nesses casos o critério vale  Aumento da duração do QRS para
apenas 1 ponto mais de 90 ms em qualquer derivação

DIFERENÇA DA SOBRECARGA SISTÓLICA


DA SOBRECARGA DIASTÓLICA

 A principal diferença ocorre na


repolarização ventricular (segmento ST
e onda T), sendo melhor observada
nas derivações esquerdas (DI, aVL, V5
e V6)

SOBRECARGA SISTÓLICA (PRESSÃO)


CRITÉRIO INTERMEDIÁRIO
 É o comportamento clássico: padrão
 Desvio do eixo do QRS para além de - strain, com tendência a infra de
30°, pois é um sinal de alentecimento segmento ST
da condução pelo feixe
anterossuperior do ramo esquerdo
SOBRECARGA DIASTÓLICA (VOLUME)
(HASE)
» Alteração frequente na  Discreto supradesnivelamento do
sobrecarga de VE segmento ST com concavidade para
cima
 Onda T simétrica, pontiaguda e com
CRITÉRIOS MENORES
amplitude aumentada
TEMPO DE ATIVAÇÃO VENTRICULAR (TAV)
 Corresponde ao tempo entre o início
do complexo QRS e o pico da onda R,
melhor visualizado em V5 E V6
 TAV > 40 ms é indicativo de sobrecarga
de VE contando 1 ponto no escore

DURAÇÃO DO COMPLEXO QRS

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