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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
DECISÃO
Documento de 8 páginas assinado digitalmente. Pode ser consultado pelo código 23.496.289.0100.2-68, no endereço www.trf1.jus.br/autenticidade.
"A EC nº 46/2005 não alterou o regime patrimonial dos terrenos de marinha, (...) e
de nenhum outro bem arrolado no art. 20 da CF” (Tema 676, RE 636199/ES, Rel.
Ministra ROSA WEBER, DJe 03/08/2017) – grifei.
Sem embargo da autoridade de que se reveste o aduzido
acórdão, se estabeleceu uma divergência jurisprudencial entre as duas Turmas
que detêm competência jurisdicional, no âmbito deste Regional Federal, para
apreciação da matéria.
Em tais casos, a depender da abordagem dada ao tema por cada
um dos Órgãos fracionários, é reconhecida ou não à União a existência de
justo título de propriedade da área litigada, que antecede a promulgação
da Constituição Federal de 1988, o que seria atestado pelos Decretos
66.227/70 e 71.206/72.
A frequência com que se dá a aduzida divergência jurisprudencial
faz ressair a necessidade de submeter a essa Egrégia Suprema Corte a
questão jurídica aqui tratada.
Nas linhas a seguir, irei apresentar os aspectos fático-processuais
pertinentes à espécie e que recrudescem o encaminhamento da lide à solução
do STF, em sede de afetação.
Delimitação da questão jurídica.
Aferir se:
(I) a propriedade da União sobre a gleba do Rio Anil, localizada na
sede do Município de São Luís/MA, antecede a criação do conceito de ilha
costeira e se, igualmente, tem amparo em título que remonta a título diverso
daquela definição;
(II) as respectivas terras estariam abarcadas no rol de bens já
pertencentes à União, a teor do inciso I do art. 20 da Constituição Federal; e
(III) a mera edição dos Decretos 66.227/70 e 71.206/72 é idônea
a corroborar aquela propriedade, invocada pela União.
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Conclusão.
As circunstâncias aqui expostas impõem a remessa do presente
recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, ao amparo do caput do
art. 1.041 do Código de Processo Civil.
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. Sétima Turma:
Apelação-319303820144013700 (juízo de adequação refutado); e
Apelação-1110665020154013700 (juízo de adequação refutado);
. Oitava Turma:
Apelação-218499320154013700;
Apelação-450534020134013700; e
Apelação-249082620144013700.
Dispositivo.
Em face do exposto, com fundamento no § 1º do art. 1.036 c/c o
caput do art. 1.041, ambos do Código de Processo Civil, seleciono o presente
recurso extraordinário como representativo da controvérsia a respeito da
questão de direito aqui exposta – aferir a idoneidade dos Decretos
66.227/70 e 71.206/72 para corroborarem a prévia existência de justo título
da propriedade, invocada pela União, das terras localizadas na Gleba do
Rio Anil –, determinando o seu encaminhamento ao Supremo Tribunal
Federal.
Ficam também selecionados como representativos da
controvérsia acerca da questão jurídica ora em análise cada um dos 7 (sete)
processos, acima identificados, oriundos da Quarta Seção, bem como da
Sétima e da Oitava Turmas deste TRF. Translade-se cópia integral da presente
decisão para cada um daqueles autos.
Determino a suspensão de todos os processos pendentes que
contenham a mesma questão jurídica, sejam eles individuais ou coletivos, que
tramitem na Primeira Região, no primeiro e no segundo graus de jurisdição
(respectivamente, SJMA e TRF1).
Oficiem-se:
(I) o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
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