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QUEIROZ, BRAZ & SOLANO

Advocacia Especializada
AO JUÍZO DE DIREITO DA_VARA DOS FEITOS DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE TERESINA-PI.

MARLINI SUELY CHAVES BRAZ E SILVA,


Brasileira, Solteira, Analista, portadora do RG n° 301.516
SSP-PI e CPF nº 184.295.723-68, residente e domiciliada na
Rua Cel. Osvaldo Duarte, 5186, Ap – 502, Caju, Bairro:
Santa Isabel, 64057-720, Teresina-PI;

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face do ESTADO DO PIAUÍ, pessoa jurídica de


direito público, representado pela PROCURADORIA GERAL
DO ESTADO DO PIAUI, sito na Av. Senador Área Leão, nº
1650 – Bairro Jockey Clube, Teresina-PI, pelos fatos e
fundamentos seguir expostos.

PRELIMINARMENTE

Do Diferimento das Custas

A Autora reconhece que não faz jus ao benefício da


Justiça Gratuíta, entretando, arcar com os valores das custas
iniciais neste exato momento traria graves prejuízos
financeiros à Autora. Portanto requer o diferimento para o

Avenida Odilon Araújo, nº 1058/1, Bairro Piçarra, Teresina-PI. Fone: (86) 98827-1709.
Rua Sem. Gervásio, nº 947, Bairro Centro, CEP 64.240-000, Piracuruca-PI.Fones: (86)8827-1709/3343-1426
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pagamento das custas ao final do processo como forma de
garantir o acesso à justiça, art. 98, §6°, CPC.

Da Legitimidade Passiva do Estado

A Lei Complementar nº 8/1970, em anexo, que


institui o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP), em seu artigo 2°, prevê que “a União, os
Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios
contribuirão para o Programa, mediante recolhimento
mensal ao Banco do Brasil

Infere-se Excelência, que, o Estado do Piauí,


vinculado ao programa, encontra-se no polo passivo da
presente ação, pois, todos as autoras são SERVIDORES
PÚBLICOS ESTADUAIS aposentados, cabendo ao Réu, na
época de ingresso dos mesmos no serviço público, o efetivo
cadastro no Banco do Brasil e os depósitos regulares no saldo
individual de cada Autor

Isto não sobreveio, pois, a Autora foi cadastradas


erroneamente no Banco do Brasil, ANOS APÓS A DATA DE
ADMISSÃO, mais precisamente, após o ano de 1989.

Ressalta que, a Constituição Federal, em seu artigo


239, estabeleceu que a partir da promulgação da Constituição
(05/10/1988), as contribuições devidas pelas empresas e
entidades vinculadas aos Programas PIS e PASEP não seriam
mais creditadas aos participantes, ou seja, cadastrando o
servidor após esse período, estes, mesmo sendo admitidos
antes de 1988 e sendo legalmente beneficiários do programa,

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não teriam direito no saldo referente ao PASEP.

A legitimidade "ad causam" passiva diz com a


pertinência subjetiva da demanda, ou seja, com a qualidade
necessária ao Réu para figurar no polo passivo da demanda,
enquanto sujeito supostamente responsável pelo direito
material controvertido.

No caso sob apreço, não resta dúvida quanto a sua


legitimidade passiva e a responsabilidade objetiva do Réu, pelo
não cadastramento da Autora no período correto e
consequente perda dos saldos que os mesmos teriam direito.

Destaca-se ainda, a respeito da competência para


julgar tal demanda. Como é sabido, em ações do PASEP, por
má gestão do saldo na conta individual do servidor, que insere
o Banco do Brasil no polo passivo, a competência é dirigida à
Justiça Estadual. Todavia, o Banco do Brasil, nesta demanda,
não tem responsabilidade objetiva, figurando no polo passivo,
apenas o Estado do Piauí, tornado assim, inquestionável o
processamento e julgamento da lide através da Fazenda
Pública.

Conforme a Lei Complementar nº 59/2001, seu


artigo 59 infere que, “compete a Juiz de Vara de Fazenda
Pública e Autarquias processar e julgar causas cíveis
em que intervenham, como autor, réu, assistente ou
opoente, o Estado, os municípios, suas autarquias, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações públicas”.

Neste mesmo entendimento, encontra-se a Lei de


Organização Judiciária do Estado do Piauí (Lei Ordinária N°

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3.716, de 12 de dezembro de 1979), que prevê em seu art. 41:

“Art. 41. As trinta e quatro Varas da Comarca de


Teresina, de entrância final, cada uma com um Juiz
de Direito, repartem-se em: (Redação dada pela Lei
Complementar Nº 171, de 01.08.2011)

I – Dez Varas Cíveis, por distribuição,


denominadas numericamente de 1ª a 10ª; (Redação
dada pela Lei Complementar Nº 97, de 10.01.2008)

– quatro Varas da Fazenda Pública, sendo duas por


distribuição, denominadas, numericamente, de 1ª e
2ª, e as 3ª e 4ª Varas, também por distribuição,
exclusivas de Execuções Fiscais e demais ações de
natureza tributária com a seguinte competência:
(Redação dada pela Lei Complementar Nº 97, de
10.01.2008)

(...)

b) a 4ª Vara da Fazenda Pública possui competência


privativa para as execuções e ações de natureza
tributária referentes ao Estado do Piauí. (Redação
dada pela Lei Complementar Nº 97, de 10.01.2008)”

Por fim, o Tribunal de Justiça do Piauí e Tribunal de


Justiça do Rio Grande do Sul corrobora com a legislação
acima, vejamos:

“PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PRELIMINAR DE COMPETENCIA DAS VARAS
ESPECIALIZADAS DA FAZENDA PÚBLICA DO
PIAUÍ. AÇÕES QUE ENVOLVAM INTERESSE DE
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
PRELIMINAR AFASTADA. PRELIMINAR DE
IRREGULARIDADE NA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL DA AGRAVADA. DESCABIMENTO.

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MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE DE SUSPENSAO DO
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA, HAJA
VISTA A DISCUSSÃO JUDICIAL DA DÍVIDA,
PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES
DA CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA EM 1º
GRAU. CONHECIMENTO. IMPROVIMENTO.
(...) 6. Preliminar de incompetencia do
juizo prolator da decisao recorrida afastada, nos
termos do art. 42 da Lei de Organização
Judiciária do Estado do Piauí, para reconhecer a
ausência, na decisão agravada, de qualquer vício
decorrente da competência do órgão que a exarou

(TJPI, AI nº 07.001954-1, 3º Câmara Especializada


Cível, Desembargador Relator Francisco Antônio Paes
Landim Filho, j. 07/07.2010). (...) (TJ-PI, AI
AI 00016546920088180000 PI
200800010016547, Relator: Des. Francisco Antônio
Paes Landim Filho, 3º Câmara Especializada Cível,
Data de julgamento: 06/03/2013, Data de
Puclivação: 18/03/2013)”.

“CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.


AÇÃO ANULATÓRIA. REGISTRO DE PESSOA
JURÍDICA. OUTROS ESTADOS DA FEDERAÇÃO.
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. A
competência das Varas da Fazenda Pública
estabelecida pelo art. 84, V, do COJE, ocorre em
razão da pessoa, e não da matéria. Com isso, a
Vara da Fazenda Pública é competente para
processar e julgar as ações judiciais que tiverem
como parte entidades de direito público
integrantes da administração direta, entre as
quais se incluem os Estados da Federação, ainda
que diversos do Estado do Rio Grande do Sul.
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA
JULGADO PROCEDENTE, EM DECISÃO
MONOCRÁTICA.

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(TJ-RS, Conflito de Competência, Nº 70065349474,
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado em:
10-08-2015).

DOS FATOS

A autora é servidora pública e ingressou no serviço


público em data anterior à Constituição Federal de 1.988,
conforme se depreende da documentação acostada em anexo,
e, dentre os benefícios a que tinha direito, encontra-se o fundo
PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público.

Após décadas no exercício de carreira pública, a


autora, ao receber o saldo remanescente de sua conta PASEP
nas datas indicadas nos documentos em anexo, teve a
desagradável surpresa de se depar com quantia ínfima de
saldo, não obstante vários anos de trabalho árduo.

Importante destacar que a autora de forma alguma


sacou quaisquer valores relativos ao Fundo PASEP, mesmo
porque o referido benefício somente poderia ser acessado após
a aposentadoria do servidor, motivo pelo qual as autoras
jamais suspeitariam do dano que lhes foram acometidos. A
mesma acreditava seguramente que, após o aposento,
receberia os valores que o Estado estava depositando nas suas
respectivas contas, o que de fato não ocorreu.

Cabe ressaltar que, após o ano de 1999, a autora


recebia anualmente, creditados em sua conta corrente meros
abonos salariais.

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No caso vertente, infere-se que, era de
responsabilidade do Réu, Estado do Piauí, realizar o cadastro
dos seus servidores públicos junto a instituição bancária
competente no período em que os servidores foram admitidos.
Ora Douto Magistrado, é de grave ilicitude realizar e exercer
tal conduta que prejudicou diversos servidores. Esta
operação mostrou nitidamente e visivelmente uma ação vil e
cruel por parte do Réu, pois, além de impedir que as autoras
fizessem parte de um programa federal do qual tinham direito,
os mesmo foram ludibriados por todos esses anos, gerando
expectativa sobre o saldo que acreditavam ter.

Diante dessa situação, e dos claros indícios de que


também foi lesado, assim como ocorrera com outros servidores,
a Autora se dirigiu a uma agência do Banco do Brasil,
localizadas em Teresina-PI, e solicitaram os extratos e
microfilmagem completos de sua conta PASEP, tendo acesso
ao detalhamento de sua conta no ano de 2019/2020, tornando
visível o ano em que todos os servidores foram inscritos, com
isso, pudemos observar que a autora fora cadastrados após a
promulgação da Constituição Federal, ulteriormente ao ano de
1989, impossibilitando o recebimento do saldo existente na
conta, resultado da acumulação das distribuições do PASEP.
Confirma-se o dano causado a autora e sem qualquer
explicação plausível a respeito do saldo da conta PASEP que
lhe dizem respeito.

Somente o Estado do Piauí pode explicar e justificar a


inscrição da Autora após o período de ingresso no serviço público,
sendo certo que, devendo todo o montante ser restituído a
quem é de direito, qual seja, o servidor público, beneficiário e
titular da conta PASEP.

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Neste intútio requereu via adminstrativamente via
SEI explicações ao TJ/PI e o mesmo informou que não tinha
dados suficientes para explicar e reconheceu o direito da
Autora mas por via judicial.

Pretende, por fim, que seja o Requerido condenado


a pagar a Autora uma indenização justa pelos danos morais
e materiais suportados, já que o ilícito perpetrado pelo Réu
ultrapassou o mero dissabor, violando direitos de
personalidade da Autora.

DO MÉRITO

Antes de adentrar a real causa de pedir, breves


considerações mostram-se pertinentes, sem prejuízo da
fundamentação jurídica exposta mais adiante.

Do ano de 1970 até o ano de 1988, os servidores


públicos e militares, tão logo passassem a integrar os quadros
da Administração pública, seja na esfera federal, estadual ou
municipal, incluindo as autarquias e fundações, possuíam o
direito de serem incluídos no Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PASEP), criado pela Lei
Complementar Federal nº 08, de 03.12.1970, programa esse
que, ao menos até aquela data (05.10.1988), tinha o objetivo
de propiciar aos funcionários e servidores públicos, civis e
militares, participação na receita dos órgãos e entidades
integrantes da administração pública direta e indireta, nos
âmbitos federal, estadual e municipal, e das fundações, nos
mesmos moldes do que existia com relação ao PIS, instituído
meses antes pela Lei Complementar n.º 7/1970, sendo este
último em benefício dos trabalhadores do setor privado.

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Em cumprimento ao referido programa, anualmente
eram depositadas nas respectivas contas individuais do
PASEP de cada servidor um determinado valor denominado
cota, a título de participação no programa, calculada
proporcionalmente ao tempo de serviço registrado na conta e
ao salário anual do servidor/militar, sendo, todavia, que o saque
total dos valores depositados ficava condicionado à ocorrência de
um dos eventos referenciados na lei (aposentadoria, invalidez
e casamento do servidor/militar).

Posteriormente, o PASEP foi unificado com o PIS


pela Lei Complementar n.º 26/1975, a qual garantiu que tal
unificação não afetaria os saldos das contas individuais
existentes até então em ambos os programas, como também
manteve aquelas hipóteses para levantamento do saldo,
dentre elas, a aposentadoria/reserva, a invalidez, e o
casamento.

Ocorre que, com o advento da Constituição de


1988, a arrecadação decorrente das contribuições para o
PIS/PASEP deixou de se destinar à formação do patrimônio
do servidor público/militar e passou a ter como finalidade
única o financiamento do programa do seguro desemprego e
do abono salarial (Art. 239).

Todavia, a Carta Magna, em favor dos servidores


participantes, preservou o patrimônio acumulado até então em
suas respectivas contas individuais do PASEP, inclusive
mantendo os critérios de saque nas situações previstas nas
leis específicas, com exceção da retirada por motivo de
casamento, que deixou de ser fato gerador para o levantamento
das cotas (§2º, Art. 239).

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Assim, conclui-se que apenas os servidores civis e
militares que ingressaram nos quadros da Administração
pública até 05 de outubro de 1988 remanescem inscritos no
PASEP, sendo, portanto, titulares das cotas que em seu
favor seriam depositadas até aquela data, as quais vêm sendo
levantadas conforme a ocorrência dos respectivos fatos
geradores, principalmente a aposentadoria e a reserva, bem
como com base na Lei 13.677/2018, que autorizou todos
servidores da ativa a sacarem o PASEP.

Da Responsabilidade Civil Objetiva Da Parte Ré

Considerando que a Ré é uma pessoa jurídica de


direito público, consagra-se a responsabilidade civil objetiva
da mesma, prevista no art. 37, § 6º, da CF/88, a qual
somente seria elidida se comprovada a inexistência de defeito
no serviço ou a culpa exclusiva das autoras ou de terceiros, o
que não se vislumbra nos presentes autos.

As autoras juntaram documentos comprobatórios,


que refletem a inscrição no Bando do Brasil, após 1989,
impossibilitanto a retirada do saque da sua conta Pasep. Tal
documento foi produzido pelo Banco do Brasil, a saber os
EXTRATOS DA CONTA DO PASEP e a MICROFILMAGEM que
atesta o desfalque na conta dos servidores.

Entendemos, assim, que deverá ser ônus do Réu


o motivo pelo qual os Autores, enquanto servidores públicos,
nao foram cadastrados assim que iniciaram no serviço
público, antes de 1988.

Reproduz-se o teor do art. 5º do Decreto Lei nº


2.052, de 3 de agosto de 1983, in verbis:

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“Art. 5º A omissão do nome do empregado ou a
declaração inexata ou falsa sobre o salário e o seu
tempo de serviço, bem assim sobre outros dados
cadastrais, sujeitará o empregador ou aquele
legalmente responsável pela prestação dessas
informações, aos seguintes encargos:

I - Ressarcimento dos prejuízos causados aos


participantes, por não terem sido creditadas, nas
respectivas contas individuais, as importâncias de
que tratam o artigo 7º da Lei Complementar nº 7,
de 7 de setembro de 1970, e o artigo 4º da Lei
Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, bem
como as parcelas referidas no artigo 3º da Lei
Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975; II
- multa de 15% (quinze por cento) em favor do Fundo
de Participação PIS-PASEP, calculada sobre o valor
apurado na forma do inciso anterior.

Parágrafo único. O depósito do ressarcimento de que


trata o inciso I deste artigo será efetuado na conta
individual do participante prejudicado, a partir do
efetivo recolhimento da receita correspondente”
(Grifamos).

Ora, não resta dúvida que o Requerido, com a função


de cadastrar os servidores públicos no Banco do Brasil, bem
como contribuir através de recolhimento mensal, está em
melhores condições de suportar esse onus probatório, devendo
apresentar em Juízo os documentos pertinentes e necessários
para a extinção, impedimento ou modificação do direito dos
autores.

Reza o §1º do art. 373 do CPC, verbis:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

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(...)

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de


peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior
facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que
lhe foi atribuído (Grifamos).

Portanto, diante da maior facilidade de obtenção do


fato contrário pelo Requerido, deverá ser desse o ônus de provar
os fatos desconstitutivos do direito dos autores.

No que pertine a ocorrência de prescrição tem-se


a esclarecer o seguinte:

A presente ação encerra atos ilícitos perpetrados


pelo Requerido no que diz respeito a não inscrição das autoras
antes da Constituição Federal, no Banco do Brasil.

O Fundo de Direito da presente ação não está


consubstanciado na revisão da forma em que se deu a
correção monetária e incidência de juros na Conta Pasep dos
autores, e sim, no fato dos mesmos nao receberem qualquer
saldo ao se aposentarem referentes as suas contas PASEP.

Cabe frisar que, as autoras não teriam a mínima


condição de verificar a lesão a seu direito no instante em que
foram receber a microfilmagem e o extrato do Pasep, visto que
a Administração Pública goza de presunção de veracidade de
seus atos, e induz o cidadão a confiar na aparência de

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legalidade desses mesmos atos, até que se prove o contrário.

No entanto, através de colegas, as autoras tomaram


conhecimento de casos de outros servidores que não haviam
recebido o saldo na conta PASEP e que impetraram ações
judiciais para que fosse restituído o que lhes era de direito.

Inicialmente e de maneira equivocada, as provas


levaram a crer que o Banco do Brasil seria o responsável por essa
lesão aos Autores. Entretanto, ao ser questionado, o Banco do
Brasil informou aas autoras que é o responsável tão somente
pela administração das contas cadastradas pelo
empregaodor/órgão de origem do servidor, no caso em tela,
através do Estado do Piauí. Ocorre que, o Réu realizou o cadastro
de forma tardia, após o ano de 1989, período em que não
haveria mais o recolhimento mensal nas contas do PASEP. Este
fato Excelência, poderá ser provado observando a primeira folha
que consta na microfilmagem, esta informa quando o servidor
foi cadastrado.

O decreto nº 76.900/1975, em anexo, remete a


responsabilidade ao empregador, no caso o Réu, na realização
do cadastro do servidor ao ser admitido no serviço público.
Vejamos o artigo 1º do referido decreto:

“Art 1º Fica instituída a Relação Anual de


Informações Sociais – RAIS, a ser preenchida pelas
empresas, contendo elementos destinados a suprir
as necessidades de controle, estatística e
informações das entidades governamentais da área
social.

Parágrafo único. A RAIS deverá conter as informações


periodicamente solicitadas pelas instituições
vinculadas aos Ministérios da Fazenda, Trabalho,
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Interior e Previdência e Assistência Social,
especialmente no tocante:

a) Ao cumprimento da legislação relativa ao


Programa de Integração Social (PIS) e ao Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(PASEP), sob a supervisão da Caixa Econômica
Federal” (grifamos).

O Tribunal de Justiça do Estado do Piauí


corrobora com esse entendimento:

“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRAÇÃO.


APELAÇÃO CÍVEL. AUXILIAR DE SERVIÇOS
GERAIS. SERVIDORA EFETIVA. INDENIZAÇÃO.
INSCRIÇÃO TARDIA NO PASEP. DEVIDA.
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS.
APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. A indentificação do
servidor público com direito ao abono salarial
denominado PASEP é feita por meio de dados
inseidos nas RAIS (Relação Anual de
Informações Sociais) a ser preenchida e
encaminhada obrigatoriamente pelo empregador,
nos termos do art. 1º do Decreto nº 76.900/75.
(...) 3. Assim, preenchidos os requisitos legais
pela autora, a inércia em efetuar a sua inscrição
no referido programa implica lesao que gera o
direito à indenização substitutiva
correspondente às parcelas nao recolhidas, o
equivalente a 01 (um) ano e 08 (oito) meses. 4.
Apelo improvido. Decisão unânime.

(TJ-PI, Apelação Cível : AC 0000638-


81.2013.8.18.0040, Relator Desembargador
Joaquim Dias de Santana Filho, 6º Câmara de
Direito Público, Data de Julgamento:
07/06/2018)” (Grifamos).

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Não restando dúvidas acerca da responsabilidade
objetiva do Réu, damos continuidade.

Em consequencia, entendemos, que o direito de


ação, no caso em apreço, nasceu na data que as Autoras
tiveram conhecimento inequívoco do ato ilícito perpetrado pelo
Requerido, o qual se deu com o recebimento dos extratos e
microfilmagens da conta individual Pasep, conforme
demonstram documentos em anexo.

No mesmo sentido, é a Jurisprudência dominante


do Superior Tribunal de Justiça, sobre o assunto, verbis:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.584.601 - PE


(2016/0057583-3) RELATORA: MINISTRA ASSUSETE
MAGALHÃES RECORRENTE : UNIÃO RECORRIDO :
LEDA PORTO VALENCA RECORRIDO : JANDIRA
DANTAS MACHADO RECORRIDO : RILEIA
MONTENEGRO DOS SANTOS ADVOGADO : JORGE
CORREIA LIMA SANTIAGO E OUTRO (S)- PE025278
DECISÃO Trata-se de Recurso Especial, interposto
pela UNIÃO, em 03/12/2015, com base nas alíneas a
e c do permissivo constitucional, contra acórdão do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim
ementado: "ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
PASEP. LEVANTAMENTO. QUESTIONAMENTO DO
VALOR. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. ENTREGA
DE EXTRATO. SEM O CONHECIMENTO DO
FATO. NÃO HÁ FALAR EM
PRESCRIÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Cuida-se de
apelação interposta por Leda Porto Valença, Riléia
Montenegro dos Santos e Jandira Dantas Machado
contra sentença proferida pelo douto Juízo da 10ª
Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco que,
entendendo ser a aposentadoria das autoras marco
inicial do lustro prescricional por ser momento a partir

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do qual poderiam ter realizado o saque, declarou a
prescrição da pretensão deduzida na inicial e
extinguiu o feito, nos termo do art. 269, IV, do CPC
(identificador - 4058300.867176). 2. Aduzem, em
síntese, que, consoante a própria sentença, não é
razoável exigir das autoras a fiscalização dos
depósitos que a União deveria ter efetuado o depósito.
Sustentam que o termo inicial seria com a ciência do
ato danoso, o que ainda não teria ocorrido, pois até
então não tiveram acesso aos extratos. Alegam, ainda,
que os precedentes referidos na sentença não se
aplicam ao presente caso (identificador -
4058300.876658). 3. O cerne da controvérsia está em
saber qual o termo inicial do lustro prescricional para
o direito pretendido na exordial, qual seja os valores a
que teriam direito a título do benefício do PASEP, no
momento de sua aposentadoria, e que deveriam estar
depositados em conta própria no Banco do Brasil.
4. Cumpre destacar que há diferença para determinar
o termo inicial do lustro prescricional. Quando o
questionamento é a forma de correção do saldo do
PASEP, o termo inicial é a data em que a correção do
saldo não foi feita ou foi feita de forma incorreta. Já
quando se está diante da possibilidade de saque
indevido, o termo inicial para fruição do lustro
prescricional deve ser o momento em que se tem
acesso ao extrato de movimentação. 5. Nos autos,
questiona-se o saldo quando da realização do saque e,
em razão disso, foi solicitado ao Banco do Brasil o
fornecimento de extrato com os históricos de eventuais
movimentações ocorridas na conta. 6. Assim,
enquanto não forem entregue os referidos extratos ou
restar comprovada a sua entrega, não há falar em
prescrição. 7. Apelação provida" (fls. 202/203e).
Opostos Embargos de Declaração, foram rejeitados,
nos seguintes termos: "PROCESSUAL CIVIL.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRESSUPOSTOS.
ART. 535, DO CPC. INEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO

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DA MATÉRIA. INADMISSIBILIDADE. (...)
Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.452.622/PR,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, DJe de 15/08/2014; STJ, AgRg no REsp
1.421.570/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de
19/05/2014; STJ, AgRg nos EREsp 1.238.415/MG,
Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE
ESPECIAL, DJe de 16/08/2012. Ante o exposto,
com fundamento no art. 255, § 4º, II, do RISTJ, nego
provimento ao Recurso Especial. I. Brasília (DF), 24
de março de 2017. MINISTRA ASSUSETE
MAGALHÃES Relatora (STJ - REsp: 1584601
PE 2016/0057583-3, Relator: Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, Data de Publicação: DJ 28/03/2017)
(INTEIRO TEOR EM ANEXO) (Grifamos).

Com essas razões, não há que se falar em


prescrição do direito de ação das autoras se esses somente
tomaram conhecimento do ilícito ao receber os extratos e
microfilmagens da Conta Pasep.

O Fundo PIS-PASEP, criado pela Lei Complementar


nº 26, de 11 de setembro de 1975, e regido pelo Decreto nº
4.751, de 17 de junho de 2003, é um fundo constituído pelos
patrimônios do Programa de Integração Social – PIS e do
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público –
PASEP, existentes em 30 de junho de 1976. A administração
dos programas PIS e ao PASEP compete, respectivamente, à
CAIXA e ao Banco do Brasil S/A, por força do art. 2º da
Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970; arts. 2º e
5º da Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970; e
arts. 9º e 10 do Decreto nº 4.751, 17 de junho de 2003.

Desde 5 de outubro de 1988, o Fundo deixou de

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contar com os recursos provenientes de arrecadação de
contribuições, uma vez que o art. 239 da Constituição
Federal lhes deu outra destinação, a saber: financiar o
Programa do Seguro-Desemprego e o Abono de um salário
mínimo, previsto em seu §3º, geridos pelo Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT,
vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. Os
patrimônios acumulados do PIS e do PASEP arrecadados até
4 de outubro de 1988, no entanto, foram preservados e estão
sob responsabilidade do Conselho Diretor do Fundo PIS-
PASEP, vinculado à Secretaria do Tesouro Nacional do
Ministério da Fazenda. O Conselho Diretor responde,
portanto, pela gestão do patrimônio acumulado por seus
cotistas, que são os trabalhadores das iniciativas pública e
privada que contribuíram para o Fundo até a data de
promulgação da Constituição Federal de 1988.

Quanto a esse aspecto, cabe a seguinte explicação.


Apesar dos vários anos de vida laboral dos participantes dos
Programas, o tempo de trabalho em que houve distribuição de
cotas para as contas individuais do Fundo PIS-PASEP
compreende apenas o período entre a inscrição do trabalhador
em um dos Programas e a promulgação da Constituição
Federal de 1988. As contribuições posteriores não foram
recolhidas para as contas individuais do Fundo PIS-PASEP,
mas para o custeio do Abono, do Seguro Desemprego e para
programas do BNDES, como determina a Constituição. Esses
recursos passaram então o Fundo de Amparo do Trabalhador
(FAT), de acordo com a Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990.
Logo, houve distribuição de cotas (depósitos) nas contas
individuais do Fundo PIS-PASEP somente até o fechamento
do último exercício após a promulgação da Constituição, em
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1989, com base nos salários do trabalhador exibidos na
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 1988. Dessa
forma, a RAIS de cada ano do trabalhador serviu de base para
os depósitos no ano posterior, até as distribuições se
encerrarem em 1989.

Dessa maneira, desde 1988, o Fundo encontra-se


fechado para créditos aos cotistas a não ser aqueles previstos
no art. 3º da Lei Complementar nº 26/1975, a saber: a)
correção monetária, cujo índice atualmente empregado é a
Taxa Juros de Longo Prazo (TJLP), conforme estabelece a Lei
nº 9.365/1996; b) juros de 3% calculados anualmente sobre
o saldo credor corrigido; e c) Resultado Líquido Adicional (RLA)
proveniente do rendimento das operações realizadas com
recursos do Fundo, se houver, observado ao término do
exercício financeiro, depois de deduzidas as despesas
administrativas e as provisões de reserva cuja constituição
seja indispensável.

Fora as atualizações acima mencionadas, existe,


ainda, a chamada Reserva de Ajuste de Cotas – RAC, que se
refere à atualização dos valores das cotas PASEP.

A título de exemplo, no ano de 2019, foi expedida a


RESOLUÇÃO CD/PIS-PASEP Nº 2 DE 25/06/2019, que
autorizou a distribuição aos participantes de parte do saldo
registrado na rubrica "Reserva para Ajuste de Cotas" em
30.06.2018, nos seguintes termos:

“O Conselho Diretor do FUNDO PIS-PASEP, no uso


das atribuições que lhe confere o art. 8º do Decreto
nº 4.751, de 17 de junho de 2003, e Considerando o
disposto no art. 3º da Lei Complementar nº 26, de
11 de setembro de 1975, combinado com o disposto
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no art. 12 da Lei nº 9.365, de 16 de dezembro de
1996, Resolve:

I - Autorizar a distribuição aos participantes de parte


do saldo registrado na rubrica "Reserva para Ajuste
de Cotas" em 30.06.2018.

Parágrafo único. A distribuição de que trata este


inciso será efetuada mediante crédito na conta
individual do participante, na data-base de
30.06.2019, de valor correspondente a 0,6% do
saldo da respectiva conta antes do crédito de que
trata o art. 3º da Lei Complementar nº 26/1975.

II - Autorizar, também, os créditos de que trata o art.


3º da Lei Complementar nº 26/1975 que serão
efetuados no encerramento do exercício financeiro
2018/2019, mediante a aplicação dos percentuais
abaixo discriminados sobre o saldo da conta
individual do participante após a distribuição da
reserva de que trata o inciso I:

a) atualização monetária, 0,667%; juros, 3%; e


b) resultado líquido adicional, 0,6%.

Parágrafo único. Nos termos do § 2º do art. 4º da Lei


Complementar nº 26/1975 será facultado aos
participantes o saque das parcelas correspondentes
às alíneas "b" e "c", obedecido o cronograma de
pagamentos a ser divulgado oportunamente.

III - Esta Resolução entra em vigor na data de sua


publicação.”

Como se vê, as atualizações monetárias aplicadas


aos saldos das contas individuais ao longo dos anos devem
seguir estritamente o definido na legislação. De acordo com a
alínea “a” do art. 3º da Lei Complementar nº 26/75, a correção

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monetária das contas dos participantes do PIS-PASEP devia
ser creditada anualmente sobre o saldo credor, obedecidos os
índices aplicáveis às Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional (ORTN). De acordo com essa Lei, a partir de
julho/71, o índice aplicado foi a ORTN.

A partir de julho de 1987, passou-se a utilizar a OTN


(Obrigações do Tesouro Nacional) ou a LBC (Letras do Banco
Central) – o índice que fosse o maior – para correção do saldo
do PIS-PASEP, de acordo com o inciso IV da Resolução
BACEN nº 1.338, de 15/06/87. Referido inciso foi alterado pela
Resolução BACEN nº 1.396, de 22/09/87, a qual determinou a
atualização do saldo do PIS-PASEP somente pela OTN a partir
de outubro de 1987.

O art. 6º do Decreto-Lei nº 2.445/88 determinou


novamente a aplicação da OTN para a correção anual do saldo
credor do Fundo PIS-PASEP, tendo vigorado até janeiro/89. A
partir de então, a Lei no 7.738/89 (art. 10), alterada pela Lei
no 7.764/89 (art. 2º) e complementada pela Circular BACEN
nº 1.517/89, determinaram a utilização do IPC (Índice de
Preços ao Consumidor).

Com o advento da Lei nº 7.959/89 (art. 7º), ficou


estabelecido o reajuste do saldo pela variação do BTN (Bônus do
Tesouro Nacional) a partir de julho/89. Posteriormente, em
fevereiro de 1991, a Lei nº 8.177/91, no seu art. 38, determinou
o reajuste pela TR (Taxa Referencial).

A partir de dezembro de 1994, até os dias de hoje,


passou-se a utilizar a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo),
ajustada por fator de redução, conforme prevê a Lei nº
9.365/96 (art. 12- Os saldos das contas dos participantes
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do Fundo de Participação PIS-PASEP terão, a partir de 1º
de dezembro de 1994, a Taxa Referencial - TR a que alude
o art. 38 da Lei no 8.177, de 1º de março de 1991,
substituída pela T JLP, ajustada pelo fator de redução a que
alude o art. 8º desta Lei.). O fator de redução é disciplinado
pela Resolução nº 2.131/94 do Conselho Monetário
Nacional – CMN, que prevê existência de atualização
monetária apenas quando a TJLP estiver acima de 6% a.a.,
sendo o fator de redução os próprios 6%.

Assim, as valorizações aplicadas às contas


individuais seguem estritamente o que determina a legislação.

Esses percentuais de valorização anuais, aplicados


aos saldos das contas individuais, estão disponiveis no sitio
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/fundo-pispasep, na
opção Legislação, arquivo nº 32, onde se encontra uma
coletânea completa das normas afetas ao Fundo PIS- PASEP

Assim, uma vez verificado o ato ilícito perpetrado


pelo réu quando não inseriu o servidor no Banco para o
recebimento devido do saldo do PASEP, deve ser procedida à
correção e atualização do seu saldo, se houvessem sido
cadastrados correamente na data de admissão, na forma
determinada pelo art. 3º da LC nº. 26 de 1975, e respeitando os
índices de atualização verificados pelo Tesouro Nacional.

Entendemos, assim, que se deve impor ao Réu a


culpa ou dolo pelo não recebimento de saldos da conta PASEP,
gerando, dessa forma, a obrigação de indenizar, de acordo
com os mandamentos legais, constantes no Código Civil
Brasileiro:

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"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

No presente caso, não restam dúvidas quanto ao direito


da Autora de se ver ressarcido diante do ato ilícito cometido pelo
Réu. Os Tribunais já estão cientes dos atos cometidos nas contas
PASEP dos servidores públicos, vêm acatando os pedidos de
indenização em face do empregador/órgão do servidor público,
no presente caso, encontra-se o Estado do Piauí, conforme
jurisprudência:

“APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO.


ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. AÇÃO
ORDINÁRIA. PRELIMINAR - AUSÊNCIA DE
INTERESSE DE AGIR. REJEITADA. PRELIMINAR-
ILEGITIMIDADE PASSIVA. PASEP.
CADASTRAMENTO TARDIO. DANO.
CONFIGURADO. CORREÇÃO MONETÁRIA E
JUROS DE MORA TEMA 905/STJ. (...)3. É o
empregador, no caso concreto, o Município, o
responsável pelo cadastramento no sistema do
PASEP, providenciando a remessa das
informações dos respectivos Beneficiários,
enquanto que o Banco do Brasil é o responsável
tão somente pela administração das contas
cadastradas. Preliminar de ilegitimidade passiva
rejeitada; 4. A ausência de cadastramento ou
cadastramento tardio do servidor no PASEP, por
conduta da Administração Pública, enseja o
dever de ressarcir o prejuízo daí advindo; 5. O art.
927, do CPC/15 (aplicável à matéria porque alberga
direito meramente processual) dispõe que devem os

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Tribunais e juízes observar as decisões do STF e do
STJ, em seus julgados; 6. Juros e correção
monetária devem seguir a sorte do Tema 905 do
STJ, que definiu os parâmetros que os índices dos
consectários legais devem obedecer; 7. Reexame
necessário e recurso voluntário conhecidos. Apelo
desprovido. Em reexame, sentença parcialmente
alterada. (TJ-PA, Número do processo CNJ:
0000166-35.2012.8.14.0070, Relator: CELIA
REGINA DE LIMA PINHEIRO, 1ª TURMA DE
DIREITO PÚBLICO, Data de Julgamento:
28/01/2019, Data de Publicação: 13/02/2019)”
(Grifamos).

“PASEP. CADASTRAMENTO. AUSÊNCIA. DANO.


A ausência de cadastramento do servidor no
PASEP por conduta da Administração Pública
enseja o dever de ressarcir o prejuízo daí advindo.
(TJ-RJ, Apelação nº 0009612-16.2013.8.19.0029,
Relator: Milton Fernandes de Souza, Quinta Câmara
Cível, Data de Julgamento: 26/11/2015, Data de
Publicação: 30/11/2015)” (Grifamos)
“CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E
PROCESSUAL CIVIL. MUNICÍPIO DE PESQUEIRA.
SERVIDOR EFETIVO. INSCRIÇÃO TARDIA NO
PASEP. DIREITO À INDENIZAÇÃO
COMPENSATÓRIA DE UM SALÁRIO MÍNIMO POR
ANO. SENTENÇA MANTIDA. APELO NÃO
PROVIDO. JUROS E CORREÇÃO MONETETÁRIA.
DECISÃO UNÂNIME.(...) .2. É obrigação legal do
Município quanto ao cadastramento do servidor junto
ao PASEP, bem como informar anualmente seus
rendimentos para que o beneficiado possa usufruir
anualmente do abono advindo de tal programa.3.
Demonstrado o descaso da Municipalidade ao
inscrever inoportunamente, ou seja, em período
distinto da respectiva data de admissão, seus
servidores no PASEP, cabe àquele Ente regularizar a

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situação cadastral, bem como arcar com os valores
não percebidos. 4. O atraso no cadastramento do
PASEP gera para o contratante o dever de indenizar o
servidor nos valores que seriam por ele recebidos,
caso tivesse sido cadastrado quando da sua
contratação. 5. Devidamente preenchidos os
requisitos elencados na lei para o efetivo recebimento
do valor relativo ao PASEP, fazendo jus à indenização
compensatória referentes aos abonos salariais não
recebidos.(...) (TJ-PE, Apelação 528481-30003988-
27.2015.8.17.1110, Relator: Évio Marques da Silva,
1ª Câmara Regional de Caruaru - 2ª Turma, Data de
Julgamento: 06/06/2019, Data de Publicação:
12/06/2019).

O art. 5º, da Lei Maior, determina:

"Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção


de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;(...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação; (grifo nosso)"

No caso em apreço, o dano moral é in re ipsa, não


sendo necessária a apresentação de provas que demonstrem
a ofensa moral da pessoa. O próprio fato já configura o dano.

O nexo causal entre os atos perpetrados pelo

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Demandado (cadastro tardio do PASEP) e o prejuízo causado aas
autoras (angústia e sofrimento em trabalhar anos no serviço
público e não receber o patrimônio correspondente ao saldo
do PASEP) são suficientes para a demonstração do dano moral
suportado pelos Autores.

Acerca do dano moral em si, necessário destacar


que a demonstração da dor da vítima situa-se na esfera do
subjetivismo, haja vista cuidar-se de incertezas, com a
análise das suscetibilidades de cada um, o que influi nas
variações constatadas em cada caso concreto.

Com efeito, a doutrina e a jurisprudência


demonstram que o prejuízo imaterial é uma decorrência
natural da violação do direito da personalidade ou da prática
do ato ilícito.

Desse modo, o dano moral é in re ipsa, ou seja, é


uma consequência jurídica que se opera independentemente
de prova do prejuízo. Tal entendimento assenta-se na
dificuldade de demonstrarem-se, processualmente, as
alterações anímicas, como a dor, a frustração, a humilhação,
o sofrimento, a angústia, a tristeza, entre outras.

Dessa forma, deve-se levar em consideração o fato


de que a discussão envolve danos morais puros e, portanto,
danos que se esgotam na própria lesão à personalidade, na
medida em que estão ínsitos nela.

Por isso, a prova destes danos fica restrita à


existência do ato ilícito, devido à impossibilidade e à
dificuldade de realizar-se a prova dos danos incorpóreos.

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Por outro giro, deve haver a correspondente e
necessária exacerbação do quantum da indenização tendo em
vista a gravidade da ofensa à honra da Autora; os efeitos
sancionadores da sentença só produzirão seus efeitos e
alcançarão sua finalidade se esse quantum for suficientemente
alto a ponto de apenar o banco-réu e assim coibir que outros
casos semelhantes aconteçam.

MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil


Brasileiro, 7º vol., 9ª ed., Saraiva), ao tratar do dano moral,
ressalva que a reparação tem sua dupla função, a penal,
"constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando a
diminuição de seu patrimônio, pela indenização paga ao
ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física,
moral e intelectual) não poderá ser violado impunemente", e a
função satisfatória ou compensatória, pois "como o dano moral
constitui um menoscabo a interesses jurídicos
extrapatrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço,
a reparação pecuniária visa proporcionar ao prejudicado uma
satisfação que atenue a ofensa causada."

Daí a necessidade de se observar as condições de


ambas as partes.

Assim, deve-se levar em conta, ainda, o poder


econômico do Requerido e o fato de que a função sancionadora
que a indenização por dano moral busca, só surtirá algum
efeito se atingir sensivelmente o mesmo, de forma que o
impeça que a desorganização prejudique toda a coletividade
que com ela mantém relação.

Por todo o exposto, de acordo com a legislação


pátria, a doutrina e a jurisprudência dominante, a autora
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fazem jus a uma indenização por danos morais, sendo
razoável o valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil) reais.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, a Autora requer:

I - A concessão do benefício da gratuidade da


justiça, nos termos da lei processual vigente, por não possuir
as autoras condições de arcar com as despesas processuais e
os honorários advocatícios em detrimento de seu sustento e de
sua família, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil,
conforme declaração de hipossuficiência em anexo;
II A citação do Réu para, querendo, ofertar
resposta em tempo hábil, sob pena de confissão e revelia;
III - A Autora, informa que não possuem
interesse na audiência de conciliação, conforme os princípios
contidos no art. 334, §5° do Código de Processo Civil, por se
tratar de matéria de direito;
IV - A procedência da presente ação, no sentido de
condenar o Réu:

a) Pagamento à Autora correspondente aos


valores integrais que deveria receber, caso
estivessem sido cadastrados corretamente
junto ao Banco do Brasil, no ano de ingresso
no serviço público. O ressarcimento deverá
ser, nos termos da lei, com juros e correções a
serem apurados em sede de liquidação de
sentença, e ainda com a incidência de Juros de
Mora de 1 % a.m., incidentes desde o evento
danoso;
b) O pagamento dos abonos vincendos do
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PASEP, no curso da presente demanda.

V - A condenação do Requerido, a título de


DANOS MORAIS, no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco
mil).
VI - A inversão do ônus da prova, com fulcro no§1ºdo
art. 373 do CPC;
VII - O julgamento antecipado da lide, consoante
art. 355, inc. I, do Código de Processo Civil, vez que se trata de
questão eminentemente de direito;
VIII - A condenação da parte ré aos honorários
sucumbenciais e custas processuais, no percentual de 20%
(vinte por cento), nos termos dos artigos 84 e 85 do Código de
Processo Civil;
IX - Protesta-se provar o alegado no que for
necessário, usando de todos os meios admitidos em direito,
perícia contábil e em especial pela juntada de documentos
(anexos).

Dá-se à causa o valor de R$ 35.000,00(trinta e


cinco mil) reais.

Nestes termos.
Teresina, 09 de junho de 2023

Pedro Chaves Braz e Silva


OAB/PI 19662

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