VIRTUDE DA FÉ

A fé é uma das três virtudes teologais (vem diretamente de Deus e tem relação imediata com Ele)
e dela deriva-se dois dons: o dom do entendimento e o dom da ciência.
Pela fé eu entendo como devo agir, mas aquilo que me faz agir é a vontade unida a caridade.

 Infundida por Deus:

O conhecimento da Verdade é a adequação do meu intelecto a coisa em si “adeequationem
intellectus ad veritatem”. A fé precisa acreditar que existe uma verdade sobre as coisas.
 Fé é crer naquilo que você não entende, porém sabe que é verdade pois aquilo lhe foi
revelado por alguém que tem autoridade e uma idoneidade (Deus, Santos, Papas, etc.) e se
refere à fé e aos mistérios da igreja  Trindade, encarnação, redenção, santa missa, vida
eterna, etc.
 A fé é a virtude que nos faz acreditar nas coisas próprias de Deus: vemos as coisas do
ponto de vista divino e faz-nos perceber harmonias que jamais a inteligência humana
conseguiria compreender naturalmente, levando-nos a ver o mundo segundo a lógica da
justiça de Deus, dando sentido sobrenatural a nossas obras de caridade. Não ter fé nas
realidades divinas, ou seja, ser ignorante perante uma verdade por ato culposo, é um vício
que não permite que a razão seja iluminada, pois vive-se de sentimentos e o indivíduo
entregue a ele passa a habitar em um simulacro ideológico, no qual, pelo próprio conceito
de ideologia, é uma espécie de fim em si mesma e tudo que serve ao fim é útil e o oposto é
obstáculo. Logo, essa dicotomia da realidade, leva a erradicação dos entraves,
justificando, por consequência, ataques a Verdade, moralidade, igreja, etc.
 A fé caminha com a ciência (fé e razão). Uma fé sem ciência é uma fé cega e uma ciência
sem fé é uma ciência manca.
OBS: não cair na tentação de relacionar a palavra ciência com o praxismo moderno, mas
relacioná-lo com a ciência como meio de compreender a criação de Deus na justa medida
de nossas limitações.  Você deve acreditar pela fé, mas deve depois pesquisar, buscar
compreender, para crescer em sabedoria e conhecimento tendo-se em mente que “o justo
vive pela fé”, crescendo de fé em fé.
 A fé é incompatível com a visão intelectual, pois a fé pura é crer naquilo que ainda não se
compreende. Crer em Deus é um dom infuso de uma realidade que eu creio, ainda que
não em sua completude, mas para ajudar a dar o salto da fé, Deus nos dá sinais para
que, pelo entendimento, aquilo que creio seja pautado na racionalidade. Por isso, os
milagres, que são apreendidos pelos sentidos - comumente falando - servem para a
conversão, não para a fortificação da fé.
 Se eu pedir para Deus aumentar a minha fé, Ele mandará menos sinais e, para que eu
creia, iluminará meu intelecto. Logo, cabe a mim ter humildade para crer.
 A fé tem dois grandes efeitos: primeiro, um temor filial (respeito de filho para pai) que
ordena os afetos pois “agora você é acolhido e amado por uma grande figura paterna que
te ama perfeitamente. Segundo, purifica-lhe o coração livrando-o de vícios e aproximando-
o de Deus.
 O dom do entendimento torna apto a uma penetração profunda e intuitiva (contemplação
infusa).  Você compreende além daquilo que você entende pela ordem humana “simplex
intuitus veritatis”
 Com o dom da ciência começa-se a entender as coisas pensando no que elas são relativas
à eternidade como, por exemplo, as aparições de Nossa Senhora, Teorias globalistas,
perseguições da Igreja, ideologias, etc. Quem tem o dom da ciência consegue olhar e
interpretar esses fatos e aloca-los na realidade celestial e isso é extremamente importante
pois evita que nos tornemos idiotas ou massa de manobra ideológica.