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DO BOM SAMARITANO*
O trânsito, não raram ente, serve com o m eio de perpe tra ção de crim es e, por
essa razão, o siste m a juríd ico -p e n a l responde com a dupla função não declarada
de co n te n çã o e de m a rg in a liz a ç ã tf do delinqüente.
E m bora a C rim in olo gia, tradicionalm ente, utilize o term o d elinqüente na nece s-
s á ria referência ao su jeito ativo do crim e, tal expressão, na realidade, poucas
“O agente crim ino so no tráfego, não tem classe social, não se subo rdina a
nenhum a classificação já te n ta d a nem a critérios de d efinição já esb o ça -
dos. Tanto pode se r um m inistro de E stado com o um m édico, um bancário,
um estivador ou um sim ple s servente.
E ssa constatação é significativa, porque devem os c o n c lu ir que sujeito ativo
de crim es no trân sito pode s e r o hom em eticam e nte considerado norm al,
ou, m ais propriam ente, ‘a ju s ta d o ’, o que ocorre, em regra.”5
Ora, não há como legitimar a repressão penal dirigida à pessoa humana, pois
ela é um verdadeiro labéu na fronte do acusado, uma verdadeira poena cu lle icom
a múltipla simbologia da serpente, do galo, do cachorro e do macaco.6 No caso
específico do trânsito, os crimes não causam asco como o parricídio da poena
cullei, mas, em regra, na prática dos crimes de trânsito há intensa reprovação
social mesclada com a subliminar identificação individual com o delinqüente.
5 R O S A , F ábio B itte n c o u rt P en a e cu lp a n o s d elito s d e trâ n s ito R ev ista d o s T rib u n ais, S ão P au lo , v.5 3 2 , p .3 1 1 /3 1 3 ., 1 9 8 0 .p.311
Além do mais, a vítima costumava ser alijada do drama judiciário, voz calada
por ouvidos moucos, linguagem silenciada pelo sistema jurídico. Hoje, o alijamento
da vítima é amenizado pela transação penal, pela suspensão condicional do pro-
cesso e, destacadamente no trânsito, amenizado pela multa reparatória prevista
no artigo 297 do Código de Trânsito Brasileiro.8
A multa reparatória é vista ora como forma de indenização civil, ora como espé-
cie de pena, ora como efeito da condenação.9 Na perspectiva criminológica, é
vista como forma de satisfação à vítima, ou seja, como “( ...) mais uma evidente
manifestação do impacto do movimento vitimológico entre nds.”10 No entanto, na
perspectiva da “cinderela”11 das ciências processuais, o entrelaçamento entre a
concepção patrimonialística do processo civil e a concepção garantista do pro-
7 D E L V E C C H IO , G io rg io A L u ta c o n tra o c rim e R ev ista d e D ire ito d o M in isté rio P ú b lico d o E s ta d o d e G u a n ab ara, n. 1 v. 1., ja n e iro /a b ril d e
1.967. p .8.
8 “A rt. 2 9 7 . A p en a lid a d e de m u lta re p a ra tó ria c o n s is te n o p a g a m e n to , m ed ian te d e p ó s ito ju d icial em fa v o r d a vitim a, o u seu s suc e s s o re s , d e
q u a n tia c a lc u la d a co m b a s e n o d is p o s to n o § 1 ° d o a rt 4 9 d o C ó d ig o P enal, sem p re q u e h o u v e r p re ju iz o m aterial re s u lta n te d o crim e
É inegável que o papel atribuído à vítima deita raízes na matriz cristã do siste-
ma jurídico penal - somente esquece as ofensas aquele que consegue perdoar. A
respeito do resgate da vítima no sistema penal, à semelhança da mensagem “contra
a aparência e a ostentação da virtude, a fé sincera; contra as práticas exteriores,
a simplicidade e as qualidades do coração; contra a letra que mata a lei, o espírito
que a vivificai’,'3 pode-se dizer que o perdão da vítima deve ser sincero e o desejo
do delinqüente de reparação do dano, verdadeiro.
12 BERISTA IN , A ntonio N ova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia Apêndice: D eclaração sobre os princípios fundam entais de
justiça para as vítim as de delitos e do abuso de poder (O N U ). Brasília UnB São Paulo Im prensa O ficial d o E stado. 2 00 0 p 193.
13 M A R Q U E S, D aniela de Freitas G irolam o Savonarola m ilenarism o, liberdade e fogueiras - a tensão da am bigüidade. B elo H orizonte. 2.000.
p .23. [m anuscrito]
14 “A rt 306 C onduzir veículo autom otor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, ex p o n d o a dano potencial a
incolum idade de outrem : (...)”
15 O artigo 165 do C ó digo Nacional de Trânsito descreve, com o infração adm inistrativa, a co n d u ta do ag ente q u e dirige sob a influência de álcool,
em nível superior a seis decigram as por litro de sangue
A m edição do te o r alcóolico por litro de sangue é feita objetivam ente, conform e a redação d o artigo 277 d o C ódigo N acional de T rânsito, in
verbis
excedido na ingestão de álcool ou de substância de efeitos análogos será subme-
tido aos testes de alcoolemia, aos exames clínicos, em aparelhos homologados
pelo CONTRAN, com a finalidade única de constatação do estado de embria-
guez.
O suspeito, indiciado ou acusado não pode ser obrigado, sob o risco de retro-
cesso à maneira de Torquemada, a realização de exames ou a aceitação de inge-
rências em seu próprio corpo no vago e no cambiante pretexto do interesse públi-
co. Por assim dizer, o fundam ento da recusa em produzir prova contra si mesmo é
o mesmo da não obrigatoriedade do suspeito, indiciado ou acusado de responder
ao interrogatório, portanto, é cabível a transcrição da antiga
“Art.277.Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de
trânsito, sob suspeita de haver excedido os limites previstos no artigo anterior, será submetido a testes de alcoolemia,
exames clínicos, perícia, ou outro exame que por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo
CONTRAN, permitam certificar seu estado.”
16 “É parad ig m ática a decisão d o T ribunal d e A lçada C rim inal do Rio G rande d o Sul: 'D esobediência D elito não configurado. A cusado que se
recu sa ao exam e de dosagem alcoólica, p a ra instruir p rocesso contravencional de em briaguez O posição legítima. A bsolvição d ecretada Inteli-
gência d o art. 33 0 do C P A negativa d o réu ao exam e para a pesquisa e dosagem de álcool de seu sangue ge ra presunção em seu desfavor, mas
não tipifica a infração p revista no art 330 d o e sta tu to repressivo ’ (rei Sebastião A droaldo Pereira, RT 435, j a n , 1972, p 413-414) E sta decisão
d eix a de levar em consideração, obviam ente, o principio nem o ten etu r se ipsum accu sare que, um a vez invocado pelo indiciado ou acusado, não
po d e g erar circunstâncias de ag ravam ento de sua situação processual ” G U IM A R Ã E S, Isaac Sabbá Exam e de alcoolem ia sua validade com o
p ro v a no p ro cesso penal. R evista B rasileira de C iências Crim inais, v.33, p 121/132, jan /m arço 2.001 p 122/123.
17 C f G U IM A R À E S, Isaac Sabbá E xam e d e alcoolem ia sua validade com o p ro v a no p ro c e sso penal R evista Brasileira de C iências Crim inais,
v.33, p. 121/132, ja n /m arço 2.001 p 132
dos os atos de instrução, adverte ao acusado daquele seu direito:
‘Acabaste de ouvir depor as testemunhas; queres responder alguma coisa
aos seus depoimentos? Não és obrigado a fazê-lo; mas o que disseres será
consignado por escrito e poderá ser invocado contra ti, no dia do julgamen-
to. E deves saber que nada tens a esperar de promessa ou favor, nem a
temer de ameaça alguma, que te pudessem ter feito, para te disporem a
confessar tua culpabilidade; aliás, tudo que possas dizer agora poderá ser
produzido em testemunho contra ti, na ocasião do teu julgamento, não
obstante qualquer promessa ou ameaça."18
Samuel Beli-Bet foi castigado a vagar eternam ente, por um século, por outro e
por outro ainda. No cam inho do Gólgota, Jesus sedento, cansado e exaurido pelo
peso da cruz, pediu o auxílio de Samuel, na água que não lhe foi ofertada, na
sombra da videira que abrigaria o seu corpo supliciado, na divisão do peso do
madeiro, que ele não mais suportava, ouviu-lhe apenas a resposta “ vai" repetidas
18 R O M E IR O , Jo rg e A lberto E lem en to s d e D ireito Penal e P ro c e sso Penal S ão P a ulo S araiva 1 978 p 106
19 “ A rt. 305 A fa sta r-se o c o n d u to r d o veículo d o local d o acid en te, p a ra fugir à resp o n sab ilid ad e p enal o u civil q u e lhe p o ssa ser atribuída (...)”
20 “A rt 304 (...)
P arág rafo único. Incide n as penas prev istas ne ste a rtig o o c o n d u to r d o veiculo, ainda q u e a sua o m issão seja su p rid a po r te rc e iro s o u q u e se tra te
de vítim a c o m m o rte in stan tân ea o u c o m fe rim en to s leves ”
vezes.
A presença de crim es om issivos puros que são afinal crim es de perigo à vida,
à integridade física ou à incolum idade de outrem fazem-se necessários pois o
dever de auxílio encontra am plo espaço para o seu exercício no trânsito.
22 L ucas, 10, 3 0 -3 6
bado e espancado. Apenas um sam aritano, então desprezados e perseguidos
pelos judeus ortodoxos, estendeu-lhe as mãos.
C onvém dizer que o direito penal não é um simples direito altruístico, pois quem
presta socorro não precisa chegar às raias do heroísm o ou da santidade.
Por sua vez, no que se refere à omissão, há a previsão norm ativa do m odelo de
conduta imperativa, como, v.g., o artigo 304 da Lei n. 9.503/97, C ódigo de Trânsito
Brasileiro, in verbis: “D e ixa r o co n d u to r do veículo, na ocasião do acidente, de
“a omissão não existe em si, o que existe é a omissão de uma ação determi-
nada. (...)
O comportamento só assume a qualificação de omissão em relação à uma
norma que impõe a alguém o dever de agir. Fragoso chega a afirmar que,
no plano ontológico, existem apenas ações, sendo a omissão o não fato,
24 " A ç ã o e o m issão são, em sin tese, d u a s té c n ic a s diferentes p a ra p ro ib ir co n d u ta s hum anas A m bas surgem de d u a s form as d e en u n cia r a norm a
q u e d á o rig e m a o tip o em b o ra to d a s as n o rm as q u e d ã o origem a o tip o sejam proibitivas, no sentido d e que proíbem ce rta s co n d u tas, não é
m en o s c e rto q u e algum as p o d em ser en u n c ia d a s p ro ib itiv am en te ( ‘n ão m a ta rá s ’), e n q u a n to o u tra s são enunciadas p re c e p tiv am en te ( ‘’auxilia-
r á s ’) E n q u a n to n o e nunciado proibitivo p ro ib e * sea realização d a ação q u e se in dividualiza co m o verbo (m atar), no en u n c ia d o p receptivo
p ro ib e -se a realização d e q u a lq u e r o u tra ação q u e n ão a q uela individualizada pelo v e rb o (auxiliar)” .
T ip o a tiv o T ip o o m issiv o
D e sc re v e a c o n d u ta p ro ib id a D e sc re v e a co n d u ta d ev id a (e stá p ro ib id a a q u e é diferente»
F x p re ssa -se e m u n ia n o rm a e n u n c ia d a p ro ib itiv a m e n te ( “n ão F x p re ssa -se e m um a n o rm a e n u n c ia d a p re c e p tiv a m e n te
m a ta r á s ') ( 'a u x ilia rá s ')
C f. Z A FFA R O N 1, E u g ên io R aúl e P IE R A N G E L L I, Jo sé H e nrique M anual d e D ireito Penal B rasileiro P a rte G eral S ão P aulo R evista dos
T ribunais. 1.997. p .5 3 9 /5 4 0
25 A rigor, o s crim es om issivos d ividem -se em crim es om issivos p u ro s ou p ró p rio s e crim es om issivos im p u ro s ou im próprio s ou crim es com issivos
p o r o m issão
26 M U N H O Z N E T T O , A lcides O s crim es o m issiv o s no B rasil C o m unicação a o X III C o n g re sso Intern acio n al d e D ireito Penal, Cairo,
1.984 p 11.
27 O p ro b lem a principal d a o m issão no siste m a ju ríd ic o penal con c e rn e á p ossibilidade de a trib u ição d e um a feição ex tre m a m e n te a u to ritá ria e
p o u c o legalista a o s crim es o m issiv o s p u ro s o u a o s crim es om issivos im puros
C o m efeito, em re lação a o s crim es o m issiv o s p uros, além d o su bstrato m oral q u e lhes é p róp rio, pod em , em pe río d o s m enos dem ocráticos,
a ssu m ir c o n to rn o s de crim es d e m era d e so b ed iên cia A p ro p ó sito , “o u so indiscrim inado d a tipificação om issiva p o d e red u n d ar, c o m o assinala
E R Z affaroni,
imperceptível se contemplada apenas a realidade fenômenica. Mas, apesar
de ser uma realidade normativa, a omissão existe objetivamente: é produto
da vontade de não realizar a ação esperada ou da vontade de não impedir
o resultado e reveste-se da evidência de um acontecer. Este acontecer é
que constitui o ponto de apoio do juízo de valor. Daí a observação de Heitor
Costa Júnior de que o conceito não é meramente normativo, pois tem um
conteúdo ontológico: não é um juízo sobre um juízo.”28
3. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
num autoritarism o penal m uito restritivo d o âm bito ou espaço d a liberdade das pessoas e em abertas violações a direitos fundam entais do
hom em O ra, se o s crim es om issivos pró p rio s continuarem a ser considerados com o m odalidades de crim es de m era desobediência, que se
perfazem pela sim ples inobservância d o co m ando ju ríd ico penal d e agir, abre-se a oportunidade a que o E stado todo-poderoso utilize-se da
criação de delitos de om issão própria para a defesa de interesses indignos d a tutela penal, ou seja, para a defesa de m eras conveniências políticas,
econôm icas ou adm inistrativas conjunturais, tudo em detrim ento do ju s libertatis M ister se faz, assim, fixar doutrinariam ente limites à punibilidade
da om issão própria, substituindo a concepção de crim es de desobediência, característica dos sistem as totalitários, p o r outras construções que
perm itam sujeitar o s crim es om issivos p ró p rio s ao princípio dem ocrático da objetividade jurídica ” M U N H O Z N E T T O , A lcides O s crim es
om issivos no Brasil. C om unicação ao XIII C ongresso Internacional de D ireito Penal, C airo, 1.984 p. 14/15.
Em relação ao s crim es om issivos im puros, a particularidade do sujeito ativo, na posição de garante, confere abertura e vaguidade de todo
indesejáveis ao tipo-de-ilícito, ante o princípio da reserva legal
28 M U N H O Z N E T T O , A lcides O s crim es om issivos no Brasil C om unicação ao X III C ongresso Internacional de D ireito Penal, C airo, 1 984
p .15/16
s e m d o lo ou s e m culpa, e n vo lve-se no a c id e nte de trâ n s ito .29
29 “ C om o bem acentua Sérgio Salom ão S hecaira (Prim eiras perplexidades sobre a nova lei de trânsito, cit., p .3 ) , o tipo penal aplica-se som ente na
hipótese do co n d u to r d o veículo qu e, ‘sem qualquer culpa, atropelar alguém e om itir-se a prestar socorro ” Citado p or PIR ES, A riosvaldo de
C am pos e SA LES, Sheila Jorge Selim C rim es d e Trânsito na Lei n 9.503/97 B elo H orizonte Del Rey. 1.998 p. 203.
30 P IN H E IR O , G eraldo de Faria L em os Ilícitos de Trânsito R evista dos Tribunais, v.525, p 287/297, julho d e 1979. p 295
afirmação: ‘A omissão de socorro à vítima, que revela ausência do senti-
mento de piedade, poderá configurar o crime de perigo descrito no art. 135
do CP, mas, uma vez prevista como agravante especial, não poderá ser
duplamente imputada ao impiedoso: 'ne bis in idem'. O concurso material é
inadmissível na espécie.”31
31 PIN H E IR O , G eraldo de Faria Lemos Ilícitos de Trânsito Revista dos Tribunais, v.525, p .287/297, ju lho de 1979. p 294.
32 “ Honig (95) a essência da subsidiariedade está em que ela representa estágios de ataque contra o m esm o bem jurídico” . C f ROCHA, Lincoln
M agalhães Contribuição à teoria do conflito aparente de norm as Justitia, v 75, p 7/36 , 4o trim estre de l .9 7 1 p 26.
33 SCHM IDT, Andrei Zenkner. C oncurso A parente de N orm as Penais Revista Brasileira de Ciências Criminais, v 3 3 , p 67/100, jan /m arço 2.001
p .94
mais grave, não retira a utilidade do princípio da subsidiariedade. Vale dizer, a
redação dos tipos-de-ilícito na referência feita ao princípio da subsidiariedade deve
ser proscrita, não só por sua impropriedade técnica, como também por sua inuti-
lidade.
34 CAM PELO, Cleide Riva C al(e)idoscorpos Um estudo sem iótico do corpo e seus códigos São Paulo Annablume 1 996 p 30
que se viu envolvida pelo acidente de trânsito. Aliás, a autonomia da vítima pode
ser limitada pela insistência em prestar socorro por parte do agente, o que reflete
o contexto ético-religioso da sociedade.
5. PROPOSIÇÕES FINAIS
35 “O biológico permite a vida; a cultura possibilita a transcendência O biológico garante herdeiros, a cultura possibilita a eternidade (...) Assim,
o homem já traz, indelevelmente, seu corpo portador do biológico e dos textos da cultura ” C f CAMPELO, Cleide Riva Cal(e)idoscorpos. Um
estudo semiótico do corpo e seus códigos. São Paulo Annablume. 1.996. p 44.
36 BER1STAIN, Antonio N ova criminologia á luz do direito penal e da vitimologia Apêndice Declaração sobre os principios fundamentais de
justiça para as vitimas de delitos e do abuso de poder (ONU) Brasilia UnB São Paulo Imprensa Oficial do Estado 2 000 p 158
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEIRIA, Antônio José Fabrício. Delitos de Trânsito. Revista dos Tribunais, v.475,
p.235/243, maio 1975.
ROSA, Fábio Bittencourt. Pena e culpa nos delitos de trânsito. Revista dos Tribu-
nais, São Paulo, v.532, p.311/313., 1980.
SCHMIDT, Ana Sofia. A vítima e o Direito Penal. São Paulo: RT. 1.999.
7. RESUMO
It explains, in a punctual way, the aspects referred to traffic crimes, specially the
pure omissive crimes. Truthfully, there are only two hypothesises related with pure
omissive crimes: the subsidiarity principle and the effects of the victim’s denial in
being aided.