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08/11/2020 Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça
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[1] Doravante sob a designação CC.
[2] Não obstante ter aludido no corpo das alegações erro de julgamento da matéria de facto
relativamente à factualidade ínsita no ponto 16 dos factos provados (matéria em que o tribunal a quo
fez assentar a sua decisão), não fez incluir tal questão das conclusões do recurso, sendo certo que,
relativamente à mesma, sempre estaria este Tribunal impedido de a conhecer por se encontrar fora do
âmbito dos seus poderes de cognição por se reportar a decisão de facto assente na livre apreciação da
prova formada pelas instâncias.
[3] A legitimidade (processual) subsidiária atribuída ao cônjuge e aos descendentes do filho
estabelecida no artigo 1818.º do CC, não decorre do direito encabeçado pelo filho transmitido aos
familiares, mas constitui um direito próprio dos mesmos – cfr. acórdão do STJ de 15-05-2013,
processo n.º 787/06.7MAI.P1.S1.
[4] O fundamento de um prazo de caducidade reporta a razões objectivas de segurança jurídica, sem
atenção à negligência ou inércia do titular, mas apenas o propósito de garantir que dentro do prazo
nela estabelecido a situação se defina – cfr. Vaz Serra, BMJ 107, p. 191.
[5] Por não poderem beneficiar da presunção de paternidade do marido, defendia-se que o
reconhecimento dos meios para estabelecer a paternidade deveria ter maior abertura por forma a não
limitar, em demasia, as possibilidades de estabelecimento da filiação dos filhos nascidos fora do
casamento (mediante a prova do vínculo biológico).
[6]Paulo Mota Pinto, “O direito ao livre desenvolvimento da personalidade”, Portugal-Brasil, ano
2000, Coimbra, 2000, p. 149 a 249.
[7] O acórdão n.º 486/2004, do Tribunal Constitucional, inverteu o sentido do entendimento deste
tribunal quanto à questão e impulsionou a declaração da inconstitucionalidade com força obrigatória
geral, e esta, a consequente alteração do preceito pela Lei 14/2009[7]. Com efeito, até à prolação
daquele acórdão a pronúncia do Tribunal Constitucional radicou em considerar constitucionalmente
incensurável a solução legislativa quanto à fixação de prazo de caducidade para a propositura deste
tipo de acção (cfr., entre outros, acórdãos n.ºs99/88, 451/89, 370/91, 311/95, 506/99).
[8] Considerando discriminatória relativamente aos filhos nascidos fora do casamento o apelo à paz e
harmonia familiar.
[9] Decorrente da fixação de um prazo curto para o desencadeamento da acção de investigação após
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completar a maioridade.
[10] Foi salientada a necessidade de ser ponderada sob as duas perspectivas (da família do pretenso
progenitor e do investigante) a questão da motivação da segurança patrimonial de modo a determinar
qual dos interesses mereceria maior relevo.
[11] Expectativas que vinham sendo alimentadas pela consistência do entendimento jurisprudencial ao
nível dos tribunais da Relação e do Supremo e que decorria, sobretudo, da declaração da
inconstitucionalidade com força obrigatória geral do prazo contido no n.º1 do artigo 1817.º do CC
[12]Votado com sete votos a favor e seis contra.
[13]Cfr. artigo 1602.º, alínea a) e c), do CC, sendo certo que o artigo 1603.º, do mesmo Código, regula
a questão da prova da paternidade/maternidade para tais efeitos admitindo-a sempre, ressalvando,
contudo, que o reconhecimento do parentesco assim obtido não assume qualquer relevância (nem
como começo de prova) na acção de investigação da paternidade/maternidade.
[14] Desde logo, evidenciada pela forma como este aresto foi aprovado (a tese que fez vencimento foi
obtida apenas por um voto)
[15] Acórdão n.º 486/2004.
[16]“Das duas uma: se o suposto progenitor julga que é progenitor, está nas suas mãos acabar com a
insegurança – perfilhando – e se tem dúvidas pode mesmo promover a realização de testes científicos
que as dissipem; se, pelo contrário, não tem a consciência de poder ser declarado como progenitor,
não sente a própria insegurança.” - Guilherme de Oliveira, “Caducidade das acções de investigação”,
Lex Familiae, 2004, p. 10.
[17] Refere-se na declaração de voto: “é pois descabido e constitucionalmente claudicante fazer
decorrer de eventuais motivações patrimoniais uma razão bastante para precludir a aquisição do
estado pessoal que é condição de satisfação desse interesse. No que, em particular, diz respeito ao
direito à herança, no caso de o filho estar num período da vida em que já não pode beneficiar da
acção paterna também na esfera pessoal, mormente do seu contributo educativo para a formação da
personalidade, seria um efeito perverso negar-lhe, a pretexto dessa situação impossibilitante, o
acesso ao único direito que lhe restará exercer, a ser procedente a acção de investigação. Mesmo que
uma iniciativa tardia possa ser tipicamente associada ao exclusivo desejo de aquisição do direito a
herdar – o que, aliás, é dificilmente sindicável, com objectividade – não se vê que alguém em
condições de ver reconhecida a qualidade de filho deva ser impedido de accionar o meio processual
para tanto pela razão de que só o faz para poder, em devido tempo, reclamar o que lhe é devido em
função dessa qualidade. A efectiva vivência familiar, com a constituição de laços pessoais, não é, de
acordo com o regime sucessório, condição de titularidade e de exercício dos direitos dos herdeiros
legitimários. Tanto assim que os filhos gerados em matrimónio, e salvas as situações extremas
justificativas de deserdação, não deixam de herdar, mesmo que não tenham chegado a estabelecer, ou
tenham perdido, qualquer ligação pessoal com o progenitor, ou mesmo que essa ligação tenha um
cunho litigioso. Não se compreende, neste contexto, que a procura, pelo pretenso filho, de um efeito
legal, que decorre apenas, sem mais, do vínculo jurídico de filiação, seja considerado uma causa
indigna da constituição desse vínculo, unicamente porque já não é possível dar realidade prática aos
efeitos pessoais que dele também promanam – o que frequentemente só aconteceu, diga-se de
passagem, porque o pai se furtou (ou, pelo menos, não diligenciou) a assumir, no passado, a
responsabilidade decorrente do acto de procriação. Tal significaria uma disparidade de tratamento do
nascido fora do casamento, sobrecarregando desvantajosamente a situação em que, por força dessa
condição de nascimento, ele está já está naturalmente colocado.”
[18] Nesse sentido, realça o Conselheiro Sousa Ribeiro, “não parece justificar-se que um herdeiro, que
já o era à data da abertura da herança, seja melhor tratado, em caso de preterição, do que aquele
que, naquela data, ainda não possuía essa qualidade, embora já reunisse as condições para ser
reconhecido como tal.”;
[19] Nos termos do artigo 10.º, da Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho (Lei da procriação medicamente
assistida), em caso de inseminação heteróloga, as pessoas nascidas por esse processo só podem obter
informações sobre a identidade do dador “por razões ponderosas reconhecidas por sentença judicial”
(n.º 4 do artigo 15.º), norma que obteve um juízo de não inconstitucionalidade (Acórdão n.º
101/2009).Por sua vez, no regime da adopção, o artigo 1990.º,introduzido pela Lei 143/2015, de 08-
09, sob a epígrafe Acesso ao conhecimento das origens, estabelece, aos adoptados, o direito ao
conhecimento das suas origens, direito que tem de ser compaginado no âmbito das restrições
constantes do regime jurídico do processo de adopção, designadamente do que resulta do artigo
4.ºquanto ao próprio processo de adopção (carácter secreto que poderá ser consultado pelo adoptado
após a maioridade) e do artigo 6.º (acesso do conhecimento das origens a partir dos 16 anos do
adoptado ou com Autorização dos pais adoptantes na menoridade).
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[20] Cfr. entre outros, acórdão de 08-03-2016, Revista n.º 352/11, acórdão de 21-04-2016, Revista n.º
1974/13, acórdão de 08-11-2016, Revista n.º 4704/14, acórdão de 04-05-2016, Revista n.º 2886/12.
[21] Cfr. acórdãos deste Supremo Tribunal de 05-05-2015, Revista n.º 932/13 e 08-06-2017, Revista
n.º 513/16.
[22]Enquanto decorrência do direito à identidade pessoal (onde se encontra incluída a identidade
genética, que o artigo 26.º, n.º 3, da CRP, considera constitucionalmente relevante) e à integridade
pessoal (artigo 25.º), não dissociável do direito ao desenvolvimento da personalidade e do direito ao
conhecimento das próprias raízes, o direito à historicidade pessoal (quais são os antecedentes, onde
estão as raízes familiares, geográficas, culturais e genéticas de cada indivíduo).
[23] Como salienta o Conselheiro Joaquim de Sousa Ribeiro no voto de vencido a “apreciação da
conveniência em determinar a identidade do seu progenitor, como elemento da sua identidade
pessoal, corresponde a uma faculdade eminentemente pessoal, em que apenas pode imperar o critério
do próprio filho.”
[24] Guilherme de Oliveira fala no dever jurídico de perfilhar por parte do pai biológico - “Não dou
relevância à liberdade de não ser considerado pai, só pelo facto de terem passado muitos anos sobre
a concepção, pai e filho estão inexoravelmente ligados e tanto o princípio da verdade biológica que
inspira o nosso direito da filiação quanto as noções de responsabilidade individual a que adiro não
reconhecem a faculdade de o pai biológico se eximir à responsabilidade jurídica correspondente.” –
“Caducidade das acções de investigação”, Lex Familiae, revista portuguesa de direito da família.
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