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Relatório:
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08/11/2020 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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Art. 2006 do CC
Posto isto, cabe agora decidir a questão do art. 2006 do CC,
relativamente à qual é também evidente a falta de razão do
executado.
O art. 2006 do CC dispõe que “os alimentos são devidos desde a
propositura da acção, ou estando já fixados pelo tribunal ou por
acordo, desde o momento em que o devedor se constitui em mora,
sem prejuízo do disposto no art. 2273º”.
Parafraseando Antunes Varela, diga-se que a primeira parte da
norma, vale para os casos “em que a obrigação nasce ex novo, a
requerimento judicial do carecido.” A segunda parte vale para os
casos em que a prestação alimentícia foi fixada pelo tribunal ou por
acordo dos interessados, “à margem da acção da prestação de
alimentos”. Ora, uma prestação fixada numa alteração da prestação
de alimentos não é fixada à margem dela, mas nela própria, pelo que
a razão de decidir é a mesma da da primeira parte e não a da
segunda. Nesta hipótese, a lei podia ter considerado “os alimentos
devidos desde o momento da existência da situação de carência do
autor” ou podia tê-los considerado “exigíveis apenas desde a data em
que a decisão proferida transitasse em julgado”, mas entendeu que,
“comprovando-se em juízo a situação de carência do autor, o
demandado de algum modo podia e devia contar com a sua obrigação
de supri-la, desde a data em que soou a campainha de alarme que é a
propositura da acção.” (CC anotado, págs. 584-586, vol. V, Coimbra
Editora, 1995, págs. 584-586)
Assim, é evidente que a alteração tem de ter efeitos retroactivos ao
momento da propositura da acção (assim, já os antigos acs. do TRL
de 13/05/1977, publicado no BMJ 269/196, e do TRP de 11/12/1980,
BMJ 302/314, citados por David Valente Borges Pinho, Da protecção
judiciária dos menores e do Estado, Braga & Xavier, Lda, 2.ª ed,
1981, pág. 59; no mesmo sentido, Organização tutelar de menores, de
Rui Epifânio e António Farinha, Almedina, 1987, pág. 411, que citam
no mesmo sentido o ac. do TRP de 13/12/1979, BMJ 293/434, e o ac.
do TRL de 30/03/1982, BMJ 321/424; mais recentes, no mesmo
sentido, os acs. do STJ de 24/01/2002, proc. 02B2219, do TRL de
17/06/2014, proc. 3306/2004-2, do TRC de 25/03/2010, proc.
1330/07.6TBPBL.C1, que cita vários outros, e do TRP de 07/11/2011,
proc. 114-J/1999.P1; no mesmo sentido, ainda, Clara Sottomayor,
Regulação do exercício das responsabilidades parentais nos casos de
divórcio, 6ª ed, Almedina, 2016, pág. 353), embora o montante dos
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Lisboa, 14/09/2017.
Pedro Martins
Arlindo Crua
António Moreira
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